Pato-real

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Anas platyrhynchos)
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPato-real
Macho (à direita) Fêmea (à esquerda)
Macho (à direita) Fêmea (à esquerda)

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Género: Anas
Espécie: A. platyrhynchos
Nome binomial
Anas platyrhynchos
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica

Sinónimos
Anas boschas

O pato-real[2][3] ou marreco-selvagem (Anas platyrhynchos) é uma ave anseriforme que habita áreas temperadas e subtropicais da América do Norte, Europa e Ásia. A espécie tem forte dimorfismo sexual, tendo os machos uma cabeça de cor verde iridescente e asas e barriga cinzenta, enquanto que as fêmeas têm uma plumagem castanha salpicada. É o antecessor da maioria dos patos domesticados atuais. Sendo uma espécie migratória, frequenta também as regiões da América Central e Caraíbas e foi introduzido em várias regiões, desde a Austrália e Nova Zelândia até países da América do Sul (entre os quais o Brasil).[4] Em Curitiba, no Paraná, registrou-se um exemplar híbrido de Anas platyrhynchos x Anas bahamensis, encontrado no Zoológico Municipal do Iguaçu em 2007.[5]

Os indivíduos do sexo masculino possuem uma cabeça verde e anel branco no pescoço e asas, enquanto que as fêmeas possuem sobretudo plumagem de cor acastanhada. Também é possível observar em ambos os sexos um espelho alar, frequentemente de cor azul nos machos. Vivem em zonas húmidas e são omnívoros, alimentando-se de plantas aquáticas e pequenos animais.[6] Por serem animais sociais, unem-se em bandos de tamanho variável.[7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O pato-real é uma espécie anseriforme de médio porte que é um pouco mais pesada que os outros de sua subfamília Anatinae. Essa ave mede de 50 até 65 cm de comprimento, com sua cabeça contribuindo para um terço desse valor, possuindo uma envergadura no intervalo de 81 a 98 cm[8] e pesando também de 700 gramas até 1,6 kg.[9] A corda máxima do animal mede de 25,7 até 30,6 cm, com o bico se estendendo de 4,4 até 6,1 cm e a medida do tarso entre 4,1 e 4,8 cm.[10]

O pato-real macho adulto é inconfundível, possuindo uma cabeça cor verde-garrafa e um colarinho branco que separa sua cabeça de seu peitoral marrom arroxeado, suas asas cinzas amarronzadas e seu abdômen cinza pálido.[11] As costas do macho são pretas, com as penas de sua cauda sendo escuras com bordas brancas.[12] O bico do macho possui uma cor amarela alaranjada com toques pretos, com o da fêmea possuindo tons mais escuros, com as cores variando de preto sólido até manchas laranjas e marrons. O pato-real fêmea possui uma aparência salpicada, com cada pena possuindo um contraste considerável entre tons de marrom, variando do marrom sólido escuro até o marrom couro, um padrão de cores que é compartilhado pela maioria dos patos fêmea da subfamília Anatinae, possuindo também bochechas, sobrancelhas, garganta e pescoço de cor marrom couro, possuindo tons mais escuros no topo da cabeça e em listras que passam pelos olhos.[8]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

As populações de pato-real estão amplamente dispersadas pelos dois hemisférios. Na América do Norte é encontrado desde o sul e centro do Alasca até ao México e também no Havaí; na Eurásia, distribui-se pela Islândia e sul da Gronelândia e Marrocos até à Escandinávia, Japão, península Coreana, Austrália e Nova Zelândia.[12] É uma espécie altamente migratória nas regiões setentrionais pelas quais se distribui, migrando para destinos a sul. Na América do Norte, por exemplo, a migração é feita para o México, mas visita também de forma regular as regiões caribenhas e centro-americanas entre setembro e maio.[13]

A espécie está distribuída por uma grande variedade de habitats e climas, desde a tundra ártica até às regiões tropicais. É possível encontrá-la numa multitude de habitats aquáticos de água doce ou salgada, incluindo parques, pequenas lagoas, rios, lagos e estuários, bem como em pequenas enseadas e em zonas de mar aberto que estejam a uma distância visível da costa.[14] Prefere áreas com vegetação aquática de profundidades inferiores a 1 metro, evitando áreas de maior profundidade.[12]

Notas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre Aves, integrado ao Projeto Aves, é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «IUCN red list Pato-real». Lista Vermelha da IUCN. Consultado em 18 de março de 2022 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. Aves do Mundo. 26 de dezembro de 2021 https://avesdomundo.info/todas-as-paginas//. Consultado em 5 de abril de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. Long, John L. (1981). Introduced Birds of the World. [S.l.]: Agricultural Protection Board of Western Australia 
  5. STRAUBE, Fernando C. et al. Aves de Curitiba: coletânea de registros. Curitiba: Hori Consultoria Ambiental, 2009, p. 47.
  6. Seara.com. «Fauna». Serralves - Biodiversidade e Ambiente. Consultado em 24 de março de 2017 
  7. «Digimorph - Anas platyrhynchos (domestic duck)». digimorph.org. Consultado em 24 de março de 2017 
  8. a b Cramp, Stanley (1977). Handbook of the Birds of Europe the Middle East and North Africa, the Birds of the Western Paleartic. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 9780198573586 
  9. Dunning, John B. Jr. (1992). CRC Handbook of Avian Body Masses. [S.l.]: CRC Press. ISBN 978-0-8493-4258-5 
  10. Madge, Steve (1992). Waterfowl: An Identification Guide to the Ducks, Geese and Swans of the World. [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. ISBN 978-0-395-46726-8 
  11. Young, Steve; Ogilvie, M. A. (2002). Wildfowl of the World. [S.l.]: New Holland Publishers. ISBN 9781843303282 
  12. a b c Cramp, Stanley (1977). Handbook of the Birds of Europe the Middle East and North Africa, the Birds of the Western Palearctic. 1: Ostrich to Ducks. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-857358-6 
  13. Herrera, Néstor; Ribera, Roberto; Ibarra Portillo, Ricardo; Rodríguez, Wilfredo (2006). «Nuevos registros para la avifauna de El Salvador» (PDF). Boletín de la Sociedad Antioqueña de Ornitología. 16: 1–19 
  14. «Pato-real (Anas platyrhynchos)». www.avesdeportugal.info. Consultado em 24 de março de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]