André Americano Malinski

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André Americano Malinski (Marcelino Ramos, 7 de outubro de 1966Curitiba, 15 de novembro de 2021) foi um artista plástico, carnavalesco, designer, educador e historiador brasileiro.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

André Americano Malinski cresceu na cidade de São Jorge d'Oeste. Ali aconteceram as primeiras experiências estéticas que inspiraram sua produção adulta: os artefatos interioranos e domésticos e as imagens de santos, ornamentações de igrejas e capelinhas foram transformados em obras de arte [2].

Em 1981, mudou-se para capital do estado para cursar o segundo grau. Em Curitiba, integrou grupos de teatro amadores e ingressou na faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná, mas não concluiu o curso. Nessa época, Malinski integrou grupos de teatro amador, como o “Grupo É Hoje!”, sob a direção de Jorge Teles[3]. Também fez as suas primeiras "montações" performativas em Drag (de estilo “dark” ou pós-punk[4]) e desenvolveu uma linha de acessórios com inspiração retrô, que participaram de desfiles e sessões fotográficas[5]. Teve também algumas experiências com o desenho de figurinos e cenários teatrais[6].

Carreira[editar | editar código-fonte]

Após morar dois anos na cidade de São Paulo, quatro anos em Londres e mais um ano morando em Milão, volta para Curitiba em 1996. Na cidade, inicia uma parceria profissional com Marco Teobaldo, criando assim o Grupo Anilina. Nome que adotaria para assinar sua produção individual logo após, com a mudança de Teobaldo para outra cidade, e manteria até 2007.

Em 2000, fez sua primeira exposição individual, “AnilinA - André Malinski, no Inter Americano Galeria de Arte, em Curitiba. Realizou outras seis exposições individuais, com destaque para Sagrados Corações, em 2002, na Casa Romário Martins; Céu de Anil, em 2007, no Circuito Cultural Banco do Brasil (realizado no Museu Oscar Niemeyer)[7]; e Deus mora nos detalhes, em 2008, no Memorial de Curitiba [8][9]. Fez também mostras individuais em cidades do interior do Paraná e na cidade do Rio de Janeiro: Livres do Pecado, em 2010, no Centro Cultural da Justiça Federal; e Sincretismos, em 2014, no Instituto Pretos Novos[10]. Além disso, integrou exposições coletivas em Curitiba, Rio de Janeiro e Madri (Espanha).

Em 2012, iniciou o curso de Licenciatura em Artes Visuais na Escola de Música e Belas Artes do Paraná da Universidade Estadual do Paraná (2012-2016). Durante os estudos trabalhou no setor educativo do Museu Oscar Niemeyer (2013-2017), inicialmente como estagiário e depois como artista-educador. André Malinski participou da elaboração e implantação do programa Arte para Maiores e posteriormente do MON para Educadores[11].

Em 2018, concluiu o curso de Mestrado em História na Universidade Federal do Paraná com uma dissertação sobre os retratos produzidos pelo artista curitibano Raul Cruz [12]. Em 2019, iniciou o curso de Doutorado na mesma instituição com uma pesquisa sobre as reverberações da questão gay e da crise da AIDS na obra Raul Cruz.

A produção de Malinski recebeu destaque em textos críticos de Fernando Bini[13], Nilza Procopiak [14] e Izabel Liviski[15]. Na tese de doutorado de Adriana Vaz, foi citado como um dos poucos artistas contemporâneos de Curitiba a participar de exposições no Museu Oscar Niemeyer até 2011[16]. A produção e trajetória de Malinski também foram temas de monografia de especialização em História da Arte (EMBAP) por Flávio Jayme, com o título “Anilina pop: a pop art e o kitsch nas obras de André Malinski”, após a realização do projeto fotográfico Tetris Sagrado no ateliê do artista[17].

Como carnavalesco, André Malinski teve ativa participação em blocos de carnaval em Curitiba (como o “Garibaldis e Sacis”[18]). Nesses espaços, concentrou sua produção artística também na elaboração da persona drag Mohanna [19].

Falecimento[editar | editar código-fonte]

André Malinski faleceu no dia 15 de novembro de 2021, aos 55 anos[20].

Principais Exposições[editar | editar código-fonte]

Individuais[editar | editar código-fonte]

2002 - “Sagrados Corações”, na Casa Romário Martins - FCC, Curitiba - PR [21]

2007 - “Céu de Anil”, dentro do Circuito Cultural Banco do Brasil no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba - PR [22]

2008 - “Deus mora nos detalhes”, placas e outdoors e Memorial de Curitiba - FCC, Curitiba - PR [23][24]

2010 - “Livres do Pecado”, no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), Rio de Janeiro - RJ [25][26]

2014 - “Sincretismos”, no Instituto dos Pretos Novos (IPN), Rio de Janeiro - RJ[27]

Coletivas[editar | editar código-fonte]

1999 - “Batata com Fotos” no Espaço Cultural Beto Batata, Curitiba - PR [28]

2000 - Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana, Belém do Pará - PA [29]

2005 - “anilina merege marlondeazambuja”, na Zilda Fraletti Galeria de Arte, Curitiba - PR [30]

2006 - “Cow Parade” - FCC, Curitiba - PR[31]

2006 - Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana, Belém - PA[32]

2011 - “Ponto de partida” na Galeria Colecionador Contemporâneo, Rio de Janeiro - RJ [33]

2011 - “ONZE” na Galeria Colecionador Contemporâneo, Rio de Janeiro - RJ[34]

2012 - 15 Fotógrafos Contemporâneos, Espaço Jayabujamra, Curitiba - PR[35]

2013 - "Linha da Alma - desenhos” no Palacete dos Leões, Espaço Cultural BRDE, Curitiba - PR[36]

2013 - "Ninhos" na Villa Hauer Cultural, Curitiba - PR[37][38]

2013 - “Apresenta” na Anexo Galeria de Arte, Rio de Janeiro - RJ[39]

2017 - "Queer Quarrel” na AIREZ - Galeria de Artistas Independentes, Curitiba - PR[40]

2019 - I Mostra de Artes do Seminário de Estudos Históricos, na UFPR, Curitiba - PR[41]

Internacionais[editar | editar código-fonte]

2008 - “Arte Contemporáneo Emergente Brasileño” no Espacio Menos1, Madri - Espanha [42]

Salões[editar | editar código-fonte]

1999 - 56º Salão Paranaense, MAC, Curitiba - PR[43].

2000 - 12º Salão de Artes do Iguaçu, Foz do Iguaçu - PR[44]

2001 - X Salão Municipal de Artes Plásticas, João Pessoa - PB [45]

2007 - 32º Salão de Arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto - SP.[46]

Póstumas[editar | editar código-fonte]

2021 - Exposição virtual “Presépios (criações brasileiras)” no Convento Santo Antônio, Rio de Janeiro - RJ[47]

2022 - “Maria Bueno e tantas outras” no Museu Casa Alfredo Andersen, Curitiba – PR[48]

Lista de Premiações[editar | editar código-fonte]

Prêmio Aquisição 5º Salão de Arte Religiosa - PUC (obras em acervo), Curitiba – PR (2003)[49]

Grande Prêmio Viagem a Paris VI Salão Graciosa de Artes Plásticas, Curitiba – PR (2005)[50]

Prêmio Aquisição 38° Salão de Arte Contemporânea (obras em acervo). Piracicaba – SP (2006)[51]

Prêmio em Reconhecimento à Trajetória, Lei Aldir Blanc, Curitiba – PR (2020) [52]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «André Americano Malinski: aos poucos, tornou-se sua própria obra de arte». Gazeta do Povo. Consultado em 10 de setembro de 2022 
  2. Folha de Londrina - Arte pop é santificada . Consultado em 14 de setembro de 2022
  3. Correio de Notícias - Alunos da UFPR se apresentam no Uriguai. Consultado em 14 de setembro de 2022
  4. Correio de Notícias - Os belos e os malditos da arte paranaense. Consultado em 14 de setembro de 2022
  5. Correio de Notícias - Figuras & Fatos. Consultado em 14 de setembro de 2022
  6. Correio de Notícias - Explodindo idéias em "Rosas Abertas". Consultado em 14 de setembro de 2022
  7. Gazeta do Povo. Representações da fé católica. Consultado em 03 de setembro de 2022
  8. André Malinski (Anilina) apresenta “Deus mora nos detalhes”
  9. Gazeta do Povo - Da casa à cidade. Consultado em 03 de setembro de 2022
  10. Exposição “Sincretismos”. Consultado em 03 de setembro de 2022
  11. Gazeta do Povo - André Americano Malinski: aos poucos, tornou-se sua própria obra de arte. Consultado em 03 de setembro de 2022
  12. Retratos infames: personagens representados pictoricamente por Raul Cruz na década de 1980 em Curitiba. Consultado em 06 de setembro de 2022
  13. [1]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  14. Bem Paraná - Anilina. Consultado em 14 de setembro de 2022
  15. “Aura de artista”, a poiética de André Malinski. Consultado em 14 de setembro de 2022
  16. O Museu Oscar Niemeyer e seu público: articulações entre o culto, o massivo e o popular, p. 290. Consultado em 14 de setembro de 2022
  17. Exposição fotográfica. Consultado em 14 de setembro de 2022
  18. Gazeta do Povo - Chuva atrapalha, mas não desanima foliões. Consultado em 06 de setembro de 2022
  19. Gazeta do Povo - André Americano Malinski: aos poucos, tornou-se sua própria obra de arte
  20. Classe artística em luto. Consultado em 14 de setembro de 2022
  21. Anilina - André Malinski e Sosella. Sagrados Corações. Consultado em 14 de setembro de 2022
  22. Gazeta do Povo - Representações da fé católica. Consultado em 14 de setembro de 2022
  23. Curitiba Apresenta - nº17, p.43. Consultado em 14 de setembro de 2022
  24. André Malinski questiona o divino no Memorial de Curitiba. Consultado em 14 de setembro de 2022
  25. [http://sheillaliz.blogspot.com/2010/08/livres-do-pecado.html Livres do Pecado e Polaroides (in)visíveis]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  26. Livres do Pecado. Consultado em 14 de setembro de 2022
  27. Exposição “Sincretismos”. Consultado em 14 de setembro de 2022
  28. Folha de Londrina - Batata com fotos. Consultado em 14 de setembro de 2022
  29. Catálogo Arte Pará dois mil. Consultado em 14 de setembro de 2022
  30. Exposições na Galeria de Arte Zilda Fraletti. Consultado em 14 de setembro de 2022
  31. Gazeta do Povo - Vacas de todos os estilos invadem Curitiba. Consultado em 14 de setembro de 2022
  32. Catálogo Arte Pará (2006). p.219. Consultado em 14 de setembro de 2022
  33. Jornal do Commercio - Exposição Ponto de Partida. Consultado em 14 de setembro de 2022
  34. Blog artetecta - Onze, na arte. Consultado em 14 de setembro de 2022
  35. Novas Exposições no Espaço Jayabujamra. Consultado em 14 de setembro de 2022
  36. Programação Completa da Bienal de Internacional de Curitiba. Consultado em 14 de setembro de 2022
  37. [https://issuu.com/ctbaapresenta/docs/abril-2013 Guia Curitiba Apresenta, p.43]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  38. Villa Hauer inaugura no próximo dia 23 de março. Consultado em 14 de setembro de 2022
  39. Jornal do Estado, Curitiba, 4 de junho de 2013, ano 29, n. 9.675, p. 18. Consultado em 14 de setembro de 2022
  40. Bem Paraná - Mostra “QUEER QUARREL” reage às recentes polêmicas na arte. Consultado em 14 de setembro de 2022
  41. [https://4c01232b-74a4-4918-9414-f924092e4d11.filesusr.com/ugd/83d4b7_0115158cfc1947e3aa5777580c301a5c.pdf Catálogo de Artes do II Seminário de Estudos Históricos da Universidade Federal do Paraná, p. 44-49]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  42. [https://menosuno.es/project/2008-04-artistas-emergentes-de-brasil/ Herencia Mestiza - Artistas Emergentes de BRASIL]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  43. Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 14 de setembro de 2022
  44. Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 14 de setembro de 2022
  45. [https://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento437651/10-salao-municipal-de-artes-plasticas Enciclopédia Itaú Cultural]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  46. Informativo do 32° SARP. Consultado em 14 de setembro de 2022
  47. [https://franciscanos.org.br/banca/exposicao-virtual-do-convento-santo-antonio-do-rio-de-janeiro.html#gsc.tab=0 Exposição Virtual do Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro, p. 31]. Consultado em 14 de setembro de 2022
  48. Plural - Exposição “Maria Bueno e Tantas Outras” celebra a memória de um mito de Curitiba . Consultado em 14 de setembro de 2022
  49. Ata de premiação do V Salão Nacional de Arte Religiosa da PUC. Consultado em 14 de setembro de 2022
  50. Premiações do VI Salão Graciosa de Artes Plásticas. Consultado em 14 de setembro de 2022
  51. Selecionados e premiados do 38º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba. Consultado em 14 de setembro de 2022
  52. Edital de Concurso nº 003/2020 - Prêmio Jornada em Reconhecimento à Trajetória. Consultado em 14 de setembro de 2022