Anielle Franco

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Anielle Franco
Franco em 2023
6.ª Ministra da Igualdade Racial do Brasil
Período 1.º de janeiro de 2023
até a atualidade
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Nilma Lino Gomes
Dados pessoais
Nome completo Anielle Francisco da Silva[1]
Nascimento 3 de maio de 1984 (38 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Alma mater
Parentesco Marielle Franco (irmã)
Ocupação jornalista, ativista

Anielle Francisco da Silva (Rio de Janeiro, 3 de maio de 1984), mais conhecida como Anielle Franco, é professora, jornalista e ativista brasileira, diretora do Instituto Marielle Franco, colunista do Ecoa UOL, e ministra da Igualdade Racial do Brasil.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ainda jovem, Anielle foi jogadora de vôlei profissional e começou a jogar aos 8 anos. Aos 16, ganhou uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. Ela viveu doze anos lá onde pode dar continuidade aos seus estudos graças a bolsas esportivas e passou por diversas escolas como a Navarro College, em Corsicana, no Texas, na Louisiana Tech University, na North Carolina Central University, e a Florida A&M University. Sendo essas duas últimas instituições historicamente negras, Anielle foi influenciada desde o início a pensar de maneira antirracista e a se entender mais enquanto mulher negra. Lá conheceu o trabalho de pensadores como Angela Davis, Martin Luther King e Malcolm X.[3][4][5]

Formou-se, em 2003, em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Jornalismo, em 2008, pela Universidade Estadual da Carolina do Norte. Em 2010, ela obteve seu mestrado em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).[6]

Trabalhava como professora e participava da vida política da sua irmã, a vereadora e ativista pelos direitos humanos Marielle Franco, até o assassinato desta em 2018. No mesmo mês da morte da irmã, Anielle alugou uma casa temporária para começar o que viria a ser o Instituto Marielle Franco, que promove uma série de atividades culturais e educacionais para crianças como cineclubes, rodas de conversa, oficinas com contação de histórias e lançamentos de livros. Desde então, dá continuidade ao legado e às pautas políticas do mandato de sua irmã como o direito das mulheres, das pessoas negras, LGBTQIA+ e periféricas.[7] A entidade também tem diversas iniciativas para apoiar mulheres negras que queiram entrar ou que já estão na política.[8]

Uma das ações promovidas por Anielle no Instituto foi o lançamento da Plataforma Antirracista nas Eleições (PANE), lançada em julho de 2020, que visa apoiar candidaturas negras em eleições municipais. A plataforma organiza uma série de ações que ajuda a pressionar os partidos para que viabilizem candidaturas de mulheres negras; além de ajudar a fomentar a entrada dessas mulheres nos espaços de decisão e a cobrar o compromisso do maior número possível de candidaturas com a defesa de políticas antirracistas, feministas e em defesa da população LGBTQIA+.[9][10][11]

Ela também elaborou o projeto Escola Marielles, em 2021, com o objetivo de dar formação política para meninas e mulheres negras, periféricas e LGBTQIA+, com sede no Complexo da Maré, onde Anielle e sua irmã cresceram.[12][7] Ainda dentro de ações direcionadas dentro do seu ativismo político, Anielle coordenou uma pesquisa para mapear a violência política de raça e gênero no Brasil com o objetivo de fazer um retrato sobre a situação dos direitos políticos das mulheres negras no país.[13]

Presidente Lula empossa Anielle Franco como Ministra de Estado da Igualdade Racial em cerimônia no Palácio do Planalto.

Convidada pela Editora Boitempo, escreveu em 2020 a orelha do livro Angela Davis - Uma Autobiografia, da autora e ativista estadunidense. Meses depois, lançou seu próprio livro, Cartas Para Marielle, na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). A obra é uma coletânea de desabafos, entrevistas para reportagens e lembranças.[4]

Em 2021 organizou, ao lado de Ana Carolina Lourenço, o livro A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras, uma coletânea de escritos políticos de mulheres negras como Lélia Gonzalez, Leci Brandão e Erica Malunguinho.[14] No mesmo ano foi convidada do programa Roda Viva.[15]

Resgatando sua formação como jornalista, Anielle começou um programa de entrevistas no Youtube, o Papo Franco. O programa apresenta pautas diversas, conversas descontraídas e convidados especiais todas as semanas.[16]

Em 22 de dezembro de 2022, foi anunciada ministra da Igualdade Racial do governo Lula.[17]

Reconhecimentos e prêmios[editar | editar código-fonte]

  • Foi uma das quatro brasileiras selecionadas na edição de 2021 do programa de fortalecimento de lideranças globais, o Ford Global Fellow, da Fundação Ford, para uma bolsa que visa conectar e apoiar futuras gerações de líderes mundiais.[3]
  • Foi eleita uma das 12 mulheres do ano pela revista Time em 2023.[18]

Referências

  1. «Lançamento do relatório da Comissão de Defesa da Mulher em homenagem a Marielle Franco». Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 14 de junho de 2018. Consultado em 23 de dezembro de 2022 
  2. «Reveja a entrevista com Anielle Franco, irmã de Marielle, no Roda Viva». TV Cultura. Consultado em 22 de março de 2022 
  3. a b «Irmã de Marielle Franco é selecionada para bolsa de US$ 25 mil». Folha de S.Paulo. 19 de outubro de 2021. Consultado em 22 de março de 2022 
  4. a b «Anielle Franco: do vôlei profissional à defesa dos direitos humanos». br.noticias.yahoo.com. Consultado em 22 de março de 2022 
  5. «"A gente ainda tem muita luta pela frente": Uma conversa com Anielle Franco». NACLA (em inglês). Consultado em 23 de março de 2022 
  6. «Anielle Franco». Escavador. Consultado em 22 de março de 2022 
  7. a b «Com instituto, família planeja 'escola de Marielles' e diálogo com centro e direita». Folha de S.Paulo. 14 de março de 2020. Consultado em 22 de março de 2022 
  8. «Irmã de Marielle recusa convites de partidos para se candidatar neste ano». VEJA. Consultado em 22 de março de 2022 
  9. «Anielle Franco - PANE nas estruturas». UOL. Consultado em 22 de março de 2022 
  10. «Partidos, garantam eleições antirracistas!». Plataforma Antirracista nas Eleições. Consultado em 22 de março de 2022 
  11. temporário, Acesso. «Instituto Marielle Franco cria plataforma para apoiar candidatas negra». Alma Preta Jornalismo. Consultado em 22 de março de 2022 
  12. «Sopro de esperança: Nova colunista de Ecoa, Anielle Franco fala de empoderar mulheres negras, da memória da irmã e o ciclo da vida». UOL. Consultado em 22 de março de 2022 
  13. «Irmã de Marielle lança em Brasília pesquisa sobre violência política». Metrópoles. 9 de dezembro de 2021. Consultado em 23 de março de 2022 
  14. «Anielle Franco: "As pessoas não deixaram a gente ter tempo para o luto, é sempre uma raiva, ódio, racismo, uma fake news de alguém querendo matar ela mais uma vez. Às vezes, meu luto fica de lado"». Vogue. Consultado em 23 de março de 2022 
  15. «"A gente é reconhecida por estar em locais que acham que não pertencem a nós", diz Anielle Franco». TV Cultura. Consultado em 22 de março de 2022 
  16. Ramos, Giovanne. «"Papo Franco": Anielle Franco estreia programa de entrevistas». Alma Preta Jornalismo. Consultado em 23 de março de 2022 
  17. «Saiba quem é Anielle Franco, anunciada ministra da Igualdade Racial». O Globo 
  18. «Anielle Franco é eleita uma das mulheres do ano pela revista Time». G1. Consultado em 3 de março de 2023 


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Precedido por
Nilma Lino Gomes (Enquanto Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial antes da extinção do cargo entre 2015 e 2022)
6ª Ministra da Igualdade Racial
2023 -
Sucedido por
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