Antonio Sant'Elia

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Antonio Sant'Elia
Antonio Sant'Elia
Antonio Sant'Elia perto do fim da vida.
Nascimento 30 de abril de 1888
Como, Lombardia, Itália
(ex-Reino da Itália)
Morte 10 de outubro de 1916 (28 anos)
Monfalcone, Gorizia, Itália
(ex-Reino da Itália)
Residência Itália
Nacionalidade italiano
Campo(s) Arquitetura

Antonio Sant'Elia (Como, 30 de abril de 1888Monfalcone, 10 de outubro de 1916) foi um arquiteto italiano, conhecido por ser adepto do futurismo, uma vanguarda artística europeia do início do século 20 que rejeitava o passado e exaltava a velocidade, as máquinas e o movimento, característicos das mudanças industriais e sociais do começo do século passado.[1][2][3]

Sant’Elia deixou muitas obras incompletas e é especialmente lembrado por seus rascunhos e pela influência deixada na arquitetura moderna.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Antonio Sant'Elia nasceu em 1888, em Como, na região da Lombardia. Treinado como construtor e arquiteto, Antonio abriu um escritório em Milão em 1912, envolvendo-se pouco tempo depois com o movimento futurista, sendo o seu principal arquiteto e divulgador, influenciado pelas ideias de Otto Wagner e pelas cidades industriais dos Estados Unidos. O futurismo visava romper com a visão da arquitetura do passado, que segundo Antonio replicava antigos modelos, misturando estilos, para assim chamá-los de "arquitetura moderna".[2][4]

Por volta dessa época, e produziu desenhos de grande impacto da sua Città Nuova (Cidade Nova), com escala monumental de megalópoles com arranha-céus, passarelas e vias suspensas para veículos. Estes são aspectos reveladores da crescente atividade industrial e do aparecimento de novas tecnologias e materiais, utilizados nos seus discursos e desenhos.[1][2][4]

Morte[editar | editar código-fonte]

Nacionalista e patriota, Antonio se alistou no exército italiano quando seu país entrou na Primeira Guerra Mundial, em 1915. Ele foi morto durante a Oitava Batalha do Isonzo, perto de Gorizia.[1][4] Sant’Elia, porém, não foi o único futurista que lutou e morreu na Primeira Guerra. Vários artistas e profissionais se alistaram, acreditando que o mundo deveria ser purificado através da guerra, de maneira a destruir o velho para abrir caminho para o futuro.

Os futuristas viam a si próprios como pioneiros, que estaria forjando a civilização do começo. No Manifesto Futurista,[5] de Filippo Tommaso Marinetti, em 1909, o autor disse:

Escritos[editar | editar código-fonte]

Desenho: Estação ferroviária e aeroporto da La Città Nuova (Cidade Nova)

Abriu um atelier em Milão Em agosto de 1914, Antonio teria publicado o Manifesto da Arquitetura Futurista, apesar de ainda se debater se ele foi mesmo seu autor.[2][6] Segundo Antonio, a principal função da cidade na era industrial era a de facilitar o movimento de maneira mais eficiente possível. Em sua Città Nuova, ele propôs três níveis para tráfego, segundo a velocidade e o tipo de veículo. Criou passagens para pedestres, vias para carros e linhas para trens. Aliados a elevadores verticais, seriam as únicas vias de tráfego da cidade. Ele propôs ainda que a cidade existia em contínua construção.[4][3][7]

Sua visão das cidades do futuro era extremamente industrializada e mecanizada. Ele não via prédios isolados na paisagem urbana, mas grandes construções de múltiplos níveis, com conurbações integradas, de maneira a dar vida à cidade.[3][7]

Influência e legado[editar | editar código-fonte]

As suas obras influenciaram arquitetos contemporâneos e anteciparam as cidades e o urbanismo modernos com planos das edificações que recuam conforme ganham altura, possibilitando a iluminação das vias térreas e a circulação do ar.[1] As cidades, com a sua elevada densidade populacional, procuravam ordenamento consoante o seu crescimento.[2][4][3][7]

Suas obras também serviram de inspiração para os cenários futuristas de filmes clássicos de ficção científica, como Metrópolis e Blade Runner.[8]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Fontes[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d e Goldberger, Paul (21 de fevereiro de 1986). «Architecture: Antonio Sant'Elia». The New York Times. Consultado em 18 de abril de 2018 
  2. a b c d e f g Sant’Elia, Antonio (2013). «L'Architettura Futurista: o manifesto de Antonio Sant'Elia» (PDF). Universidade São Judas Tadeu. Consultado em 18 de abril de 2018 
  3. a b c d Landes, Nora. «100 Years after His Death, the Legacy of Futurist Architect Antonio Sant'Elia Lives On». Rrtsy. Consultado em 18 de abril de 2018 
  4. a b c d e Wax, Roxana. «Antonio Sant'Elia - key member of the Futurist movement in architecture». Graphicine. Consultado em 18 de abril de 2018 
  5. a b Marinetti, Filippo Tommaso. «The Futurist Manifesto» (PDF). Society for Asian Art. Consultado em 18 de abril de 2015 
  6. «Manifesto of Futurist Architecture». Consultado em 18 de abril de 2018 
  7. a b c McGarrigle, Niall. «The Futurist world of architect Antonio Sant'Elia». The Irish Times. Consultado em 18 de abril de 2018 
  8. Domingos de Lima, Juliana. «O arquiteto que inspirou as cidades futuristas de 'Metrópolis' e 'Blade Runner'». Nexo. Consultado em 18 de abril de 2015 
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