Apolo Choiseul-Gouffier

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Apolo Choiseul-Gouffier.

O Apolo Choiseul-Gouffier é uma estátua representando o deus grego Apolo, integrando a coleção do Museu Britânico, em Londres.

Criada em mármore no século I d.C., com 1,79 m de altura, trata-se de uma cópia romana de um original grego em bronze datado de c. 460 a.C. É geralmente identificada como uma imagem de Apolo, mas a presença de restos de uma faixa no tronco de apoio tem levado à suposição de que poderia ser a representação de um pugilista,[1] talvez aquele chamado Euthymos.[2]

Sua autoria e procedência são desconhecidas. Começa a ser notada quando foi adquirida na Grécia no fim do século XVIII por agentes do conde Marie Gabriel Florent Auguste de Choiseul-Gouffier, de onde vem seu apelido. Na Revolução Francesa o conde fugiu para a Rússia e a obra foi confiscada pelo governo revolucionário, embora ainda estivesse na Grécia, retida no porto do Pireu. Voltando do exílio em 1802, o conde tentou recuperar sua coleção, sem sucesso. Em 1803 a peça enfim foi despachada para a França, mas no caminho o navio foi capturado pelos ingleses e sua carga foi levada a Londres, onde passou para os cuidados do Lord Elgin. Pouco depois Elgin foi preso pelos franceses, e Choiseul-Gouffier interveio pela sua libertação. Em agradecimento, Elgin pediu ao Lord Nelson que possibilitasse a devolução das peças confiscadas ao conde, mas ele não as reclamou.[3] A peça acabou parando nas mãos do negociante de arte Jean-Baptiste Lebrun, e em 1818 foi comprada pelo Museu Britânico.[1]

O Apolo Choiseul-Gouffier é um representante de alta qualidade uma família estatuária cujo protótipo é o Apolo do Ônfalo, um modelo muito popular na Grécia e Roma, a julgar pela quantidade de cópias integrais ou bustos que sobrevivem, e cuja autoria foi atribuída aos escultores Cálamis, Onatas ou Pitágoras de Samos, mas a proposta existência de uma relação dessa tipologia com o Ônfalo deu origem a muita controvérsia.[4][5][2] Hoje é considerada um importante marco na transição do Estilo Severo para o Estilo Clássico, quando se articula uma feliz combinação de idealismo e naturalismo, numa estética de vasta influência na arte e cultura do Ocidente.[6][7][8][9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Apolo Choiseul-Gouffier

Referências

  1. a b The British Museum. Choiseul-Gouffier Apollo. Collection online
  2. a b Waldstein, Charles. Essays on the Art of Pheidias. Cambridge University Press, 1885-2013, p. 351
  3. Grummond, Nancy Thomson de. Encyclopedia of the History of Classical Archaeology. Routledge, 2015, pp. 279-280
  4. Smith, Arthur Hamilton (ed.). A Catalogue of Sculpture in the Department of Greek and Roman Antiquities, Volume 1. British Museum, 1904, p.86
  5. "Apollo dell'Omphalos". In: Musei Capitolini: Guida. Comune di Roma, 2005, p. 55
  6. Stocking, Charles Heiko. [https://www.academia.edu/17931033/_Greek_Ideal_as_Hyperreal_Greco-Roman_Sculpture_and_the_Athletic_Male_Body._Arion_21.3_2014_45-74 "Greek Ideal as Hyperreal: Greco-Roman Sculpture and the Athletic Male Body"]. In: Arion, a Journal of Humanities and the Classics, 2014, 21 (3):
  7. Robertson, Martin. A Shorter History of Greek Art. Cambridge University Press, 1981, pp. 54-55
  8. Gardner, Ernest Arthur. A Handbook of Greek Sculpture, Part 1. Wildside Press, 2009, p. 247
  9. Waldstein, Charles. Alcamenes and the establishment of the Classical Type in Greek Art. Cambridge University Press, 1926, p. 31