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Aquidabã

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 Nota: Para o navio da Marinha brasileira, veja Couraçado Aquidabã.

Aquidabã
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Aquidabã
Bandeira
Brasão de armas de Aquidabã
Brasão de armas
Hino
Gentílico aquidabãense
Localização
Localização de Aquidabã em Sergipe
Localização de Aquidabã em Sergipe
Localização de Aquidabã em Sergipe
Aquidabã está localizado em: Brasil
Aquidabã
Localização de Aquidabã no Brasil
Mapa
Mapa de Aquidabã
Coordenadas 10° 16′ 52″ S, 37° 29′ 40″ O
País Brasil
Unidade federativa Sergipe
Municípios limítrofes Telha, Amparo de São Francisco, Canhoba, Itabi, Gracho Cardoso, Cumbe, Capela, Muribeca, Malhada dos Bois, Cedro de São João
Distância até a capital 98 km
História
Fundação 4 de abril de 1882 (142 anos)
Administração
Prefeito(a) Francisco Francimario Rodrigues de Lucena (Republicanos, 2021–2024)
Características geográficas
Área total 359,543 km²
População total (IBGE/2013[2]) 21 312 hab.
Densidade 57,6 hab./km²
Clima Tropical seco, sub-úmido transição para semi-árido[1] (BSh, As´)
Altitude 180[1] m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,578 baixo
PIB (IBGE/2005[4]) R$ 63.877 mil
PIB per capita (IBGE/2005[4]) R$ 3 252,00
Sítio https://aquidaba.se.gov.br/ (Prefeitura)

Aquidabã é um município brasileiro no interior do estado de Sergipe.[5] A cidade faz parte da mesorregião do Agreste Sergipano e da microrregião de Nossa Senhora das Dores. Sua população, segundo o IBGE em 2013, é de 21 312 habitantes, sendo o 23º município mais populoso do estado de Sergipe. Sua área mede 359,543 km².

Em 1590, Cristóvão de Barros doa por carta de sesmaria as terras do norte do estado a seu filho Antônio Cardoso de Barros. A região passou a ser ocupada por fazendas de gado, e foi criada uma estrada que cortava o sertão indo até o rio São Francisco. A povoação que viria a se tornar Aquidabã surgiu a partir de 1850 às margens desta estrada sertaneja. No local havia um cemitério onde estava erigida uma Cruz. O local fora então denominado de 'povoação do Cemitério'.

O povoado Cemitério passou a crescer e se desenvolver; em 1857 é criada a primeira escola pública de ensino primário. No local da Santa Cruz foi criada uma capela que passou a ter como padroeira Sant’Ana; assim em 11 de abril de 1872 por meio de resolução provincial criou-se o 'Distrito Cemitério de Sant’Ana', deixando de ser eclesiasticamente dependente de Santo Antônio do Propriá tendo como primeiro vigário o padre Benvindo Tita de Jesus.

Em 1877 uma lei Estadual passou a regulamentar o dia e o local da feira do distrito. Com a feira, o desenvolvimento chegou com força. Os habitantes de povoados vizinhos de Sítio do Meio (Muribeca), Tamanduá (Graccho Cardoso), Malhada dos Bois e Canhoba frequentavam o comércio do Distrito Cemitério de Sant’Ana.

Em 4 de abril de 1882 o distrito sobe à categoria de vila (desmembrado de Propriá e Capela) recebendo a denominação de 'Aquidabã', uma homenagem à vitória do Brasil na Guerra do Paraguai (o rio Aquidabã é afluente do rio Paraguai, e em suas margens foi travada em 1º de março de 1870 a batalha que pôs fim à Guerra do Paraguai). Curiosamente havia uma povoação vizinha, cuja rivalidade com o recém criado distrito de Aquidabã, lho imputou o nome de povoado Paraguai (hoje bairro Paraguai do município).

No entanto a vila de Aquidabã não foi oficialmente instalada na época. A Câmara de representantes locais não reconheceu a Proclamação da República, ficando a favor dos imperiais; despertando uma resposta por parte do Governo Estadual Sergipano que em 1898 decretou a intervenção de Aquidabã. A câmara é deposta, e Francisco Figueiredo é nomeado interventor, logo após cria-se o Conselho de Intendência composto por Antônio Inácio de Morais, Raimundo Ezequiel Henrique e Amaro Vieira dos Santos Maia.

Apesar de tudo, a localidade ganhava mais prosperidade com sua feira, que ganhou projeção em todo estado, atraindo pecuaristas e seus rebanhos para o comércio, um dos mais ricos da região; além do desenvolvimento da agricultura em suas terras férteis onde havia culturas de frutas, feijão, milho, mandioca, fumo e algodão.

Na década de 30 o Governador Eronildes de Carvalho foi grande impulsionador do progresso local, construindo estradas e muitas outras obras; servindo-se de Aquidabã como ponto de apoio nos planos de emancipação de sua terra natal Canhoba de Propriá. Em 8 de outubro de 1935, no seu governo, Aquidabã deixa de ser vila e passa a município. Seu primeiro prefeito eleito foi Acelino José da Costa.[6][7]

Passagens de Lampião

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Segundo histórias populares Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião visitou a cidade duas vezes. No primeiro momento apenas foi conhecer o local; mas em 1936 invadiu, saqueou e cometeu atrocidades. Teria se hospedado na casa de um coiteiro (indivíduo que fornecia proteção aos cangaceiros) no povoado Cruz Grande e invadido a sede municipal pela manhã com um bando de 50 homens.

A cidade estava quase deserta pois souberam de sua chegada; o delegado e homens importantes da região haviam fugido. O bando se dirigiu ao centro da cidade onde estavam os armazéns de algodão, as casas comerciais e as residências dos mais ricos; Lampião jogava moedas às crianças para conquistá-las. Em frente a um armazém teriam matado a punhaladas um homem louco; o cangaceiro Zé Baiano teria marcado a ferro quente as nádegas de algumas moças, outras foram estupradas pelo bando; teriam ameaçado um casal com filho recém-nascido, além de cortarem a orelhas de dois irmãos que recolhiam as moedas jogadas às crianças. O bando afinal deixou a cidade, mas alguns moradores armados os seguiram e travaram um pequeno tiroteio com os cangaceiros retardatários, aonde Gustavo Guimarães, cidadão aquidabãense de família tradicional do município, acertou um tiro e matou um deles.[7]

Francisco Xavier Figueiredo 1895 - 1899

Manoel Xavier Figueiredo 1899 - 1903

Manoel Dias Guimarães 1911 - 1915

Manoel Messias Leite 1915 - 1919

Manoel Cândido 1919 - 1923

Emiliano Guimarães 1923 - 1927

Juarez Figueiredo 1927 - 1931

Domingos Maia 1931 - 1933

Clementino Azevedo 1933 - 1935

Acelino Costa (primeiro eleito) 1935 - 1938

Rosalvo Figueiredo 1938 - 1940

Elizete Figueiredo (primeira mulher) 1938 - 1940

Aldon Figueiredo 1940 - 1945

Inephânio Cardoso 1945 - 1947

Manoel Ventura Costa 1947 - 1947

Sebastião Figueiredo 1947 - 1951

José Afonso de Souza 1951 - 1955

Estácio Vieira da Cruz 1956 - 1959

Clóvis Ribeiro Aragão 1960 - 1963

Vilobaldo Cardoso 1964 - 1967

Jackson de Sá Figueiredo 1967 - 1967

Moisés Gomes Feitosa 1968 - 1971

Rubens Oliveira 1971 - 1973

Manoel Iolando Feitosa 1974 - 1977

Rubens Oliveira 1978 - 1983

Manoel Joaquim Porto 1984 - 1988

José Carlos dos Santos 1989 - 1992

Manoel Joaquim Porto 1992 - 1996

Manoel Messias dos Santos 1996 - 1996

José Carlos dos Santos 1997 - 2000

Eurico de Souza Filho 2001 - 2004

Eurico de Souza Filho (primeiro reeleito) 2005 - 2008

Marcos José Barreto 2009 - 2012

Carlos André de Moura 2013 - 2013

José Carlos dos Santos (primeiro com três mandatos) 2013 - 2016

Francisco Francismário Rodrigues de Lucena 2017 - 2020

Francisco Francismário Rodrigues de Lucena 2021 - 2024

Diogo Barbosa de Souza 2024 -

População Histórica
AnoPop.±%
1940 13 802—    
1950 17 477+26.6%
1960 15 122−13.5%
1970 15 910+5.2%
1980 16 125+1.4%
1991 16 365+1.5%
2000 18 344+12.1%
2010 20 056+9.3%
2022 20 131+0.4%
Censo demográfico brasileiro[8]

Parte de seu território encontra-se dentro do polígono das secas, com temperaturas médias anuais de 25,1°C e precipitação média de chuvas de 897,8 mm/ano. Seu relevo apresenta colinas e tabuleiros nos rios, e os solos são férteis de consistência argilosa. A vegetação do município varia da Capoeira, Caatinga, Campos Limpos e Sujos. Aquidabã encontra-se em duas bacias hidrográfica: a do Japaratuba e a do São Francisco, seus principais afluentes na região são o rio Poção e o riacho Jacaré.[1]

As receitas municipais vêm principalmente da pecuária de bovinos, suínos e ovinos e avicultura de galináceos. A produção agrícola é principalmente de mandioca, milho, leite, abacaxi e feijão. Há uma progressão no comércio da região, enquanto que a indústria regional se mantém em declínio.[1]

O município conta com duas praças esportivas, o Ginásio Poliesportivo Israel Mota de Oliveira, com capacidade para 4.000 pessoas sendo sede de tradicionais equipes do futsal sergipano, são elas, S.C.Corinthians Aquidabãense, São Paulo Aquidabãense F.C, C.A.Palmeirasbã e Moto Táxi F.C. O município também é sede da Associação Esportiva Força Jovem Aquidabã, clube de futebol profissional fundado em 2006 e que disputa a Série A2 do Campeonato Sergipano desde a edição de 2008.[9] A equipe manda seus jogos na outra praça esportiva do município, o Estádio Manoel Joaquim Porto, que tem capacidade para 2.000 pessoas.[10]

[11]

Referências

  1. a b c d Projeto Cadastro da Infra-Estrutura Hídrica do Nordeste[ligação inativa], Diagnóstico do Município de Aquidabã, 2002.
  2. «Estimativa Populacional 2016». Estimativa Populacional 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 4 de outubro de 2013. Consultado em 19 de agosto de 2016 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 26 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-aquidaba.html
  6. Acervo Biblioteca IBGE, Acervo documentação territorial: Aquidabã.
  7. a b CINFORM - História dos Municípios. Edição Histórica. Globo Cochrone. 2002
  8. https://www.ibge.gov.br/  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. «Clubes profissionais». Federação Sergipana de Futebol. Consultado em 21 de julho de 2011 
  10. CBF (15 de setembro de 2009). «CNEF - Cadastro Nacional de Estádios de Futebol» (PDF). Consultado em 10 de novembro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 14 de outubro de 2009 
  11. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/se/aquidaba.html