Armadas da Índia

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Armada portuguesa, Livro de Lisuarte de Abreu, 1565.

As Armadas da Índia foram as frotas de navios enviadas anualmente por Portugal para a Índia, principalmente para Goa. Estas armadas faziam a chamada Carreira da Índia, seguindo a rota do Cabo iniciada por Vasco da Gama em 1497-1499 com a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Contudo este artigo, compreende aqui as armadas anteriores, enviadas pelo Infante D. Henrique a partir de 1412, e que contribuíram para a descoberta desta rota.

Desde a sua descoberta, a rota do Cabo foi dominada pelos portugueses, tendo sido percorrida, de 1498 a 1635, por 917 partidas de armadas do Tejo para uma viagem que demorava cerca de seis meses a chegar ao destino. Durante mais de oitenta anos, as armadas da Índia puderam circular pela Rota do Cabo. O seu tamanho aumentou progressivamente desde os 120 tonéis da “S. Gabriel”. As naus típicas do tempo de D. Manuel I deslocavam 400 toneladas e atingiram as 900 toneladas durante o reinado de D. João III. A nau média da Carreira era em geral de 400 toneladas, seguindo em frotas acompanhadas de algumas caravelas. A guarnição tradicional de uma nau contava entre as 120 e as 168 tripulantes, contando-se obrigatoriamente um capitão, um escrivão, dois pilotos, mestre de manobra das velas, contramestre, guardião, capelão, carpinteiro, calafate, tanoeiro, barbeiro que servia de cirurgião, meirinho, cozinheiro, despenseiro e vários soldados e bombardeiros, além de marinheiros e grumetes.

Armadas[editar | editar código-fonte]

1497[editar | editar código-fonte]

8 de junho[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Piloto Mestre Contramestre Escrivão
São Gabriel 120 tonéis 20 Vasco da Gama Pêro de Alenquer Gonçalo Álvares
São Rafael 100 tonéis 70 Paulo da Gama João de Coimbra João de Sá
Bérrio 50–90 t Nicolau Coelho Pêro Escobar Álvaro de Braga
São Miguel 110 ou 200 t Gonçalo Nunes Afonso Gonçalves
L 850 46 253 Ch
C: a
  • 1497 - Vasco da Gama 8 de Junho "Armada de quatro navios. Sucedendo El Rei D. Manuel I a El Rei D. João II. Prosseguiu estes descobrimentos este mesmo ano da sua sucessão, acabando a armada que El Rei D. João II tinha deixado começada; e 1497, enviou à descoberta da Índia quatro navios, ainda que em realidade não eram mais de três; porque o quarto era uma Caravela que logo saiu destinada a queimar-se aonde se pegassem dela os abastecimentos que levava sobressalentes. Era capitão mor Vasco da Gama e os dois, Paulo da Gama seu irmão e Nicolau Coelho; da caravela foi Gonçalo Nunes criado do Gama, até que tirados dela os abastecimentos queimaram-na antes de chegar à Aguada de S. Brás. Descobriu a Índia o Gama e voltou ao Reino."

"Partiu Vasco da Gama a descobrir a India a 8. de Junho, hum Sabbado"…[1]

Vasco da Gama ia na nau S. Gabriel, com o piloto Pêro de Alenquer, o escrivão Diogo Dias e o mestre Gonçalo Álvares; Paulo da Gama na nau S. Rafael, com o piloto João de Coimbra, o escrivão João de Sá e Álvaro Velho (possível autor do diário de bordo); Nicolau Coelho na Bérrio, com o piloto Pêro Escobar e o escrivão Álvaro Braga; e na caravela (comprada pelo rei ao mercador de Lisboa Aires Correia) ia seu comandante Gonçalo Nunes.

14 setembro[editar | editar código-fonte]

Nau Capitão Piloto Mestre Escrivão
São Gabriel Vasco da Gama Pêro de Alenquer Gonçalo Álvares Diogo Dias
São Rafael Paulo da Gama João de Coimbra João de Sá
Bérrio Nicolau Coelho Pêro Escobar Álvaro de Braga
Navio de
mantimentos
Gonçalo Nunes Afonso Gonçalves    

Vinha também o primeiro sacerdote português que entrou na Índia: Frei Pedro da Covilhã, companheiro e confessor de Vasco da Gama nesta viagem, que será martirizado em 7 de Julho de 1498 pelos gentios da Índia.

A armada de cerca 160 homens, marinheiros e soldados, deixa a ilha de Cabo Verde a 3 de Agosto, chega à Baía de Santa Helena (África do sul) a 7 de Novembro. Aí fica 9 dias durante os quais tenta de entrar em relação com a população: Fernão Veloso que tinha partido para o interior à descoberta dessa gente, volta ao navio com muita pressa: "e foi tanta a pedrada , e fréchada sobre o batel, que quando Vasco da Gama chegou para os apaziguar, foi fréchado per huma perna, e Gonçalo Álvares Mestre do navio S.Gabriel, e dous marinheiros leváram cada hum sua [2] "... Depois destas peripécias, em 22 de Novembro, dobra o cabo da Boa Esperança. Chega à Angra de S. Brás a 25, passa à vista de Natal em 25 de Dezembro. A 10 de Janeiro de 1498 chega à Terra da Boa Gente, onde permanece cinco dias. Atinge o rio dos Bons Sinais (Zambeze) a 25, alcança Moçambique a 2 de Março, Mombaça a 7 de Abril, Melinde a 14 e, aí, recebe um piloto guzarate, que o conduz a salvo até Calecut, onde chega a 20 de Maio, após 312 dias de viagem.

A armada regressa em 30 de Agosto. Em 15 de Setembro chega às ilhas de Santa Maria, e em 19 à ilha Angediva, onde Vasco da Gama repara as suas naus. Aí embarca um judeu que, embora tivesse sido baptizado com o nome de Gaspar da Gama, ficou conhecido por "Gaspar da Índias". Em 5 de Outubro inicia o regresso a Portugal.

A 2 de Janeiro de 1499, a armada avista a costa da África; a 7, chega a Melinde e a 12 a Mombaça. A nau S. Rafael, incapaz de navegar tem de ser queimada. A 20 de Março a armada dobra o Cabo da Boa Esperança. As naus S. Gabriel e Bérrio chegam às ilhas de Cabo verde, Paulo da Gama está doente e Vasco da Gama receando sua morte no mar, faz aparelhar uma caravela para atingir os Açores o mais rapidamente possível.

A caravela atinge a Ilha Terceira e Paulo da Gama morre na cidade de Angra, onde é sepultado. Nicolau Coelho é encarregado de levar ao rei a boa nova da descoberta. Chega a Lisboa a 9 de Julho.

Vasco da Gama chega a Lisboa em 29 de Agosto.

Nessa expedição morreram cerca de 100 homens, vítimas de acidentes e de doença.

Faria y Sousa, Ásia Portuguesa, parte III, 1675 : "Memória de todas las Armadas…"

1500[editar | editar código-fonte]

9 de março[editar | editar código-fonte]

Livro de Lisuarte de Abreu: Pedro Álvares Cabral, Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Nuno Leitão, Bartolomeu Dias, Diogo Dias, Vasco de Ataíde, André Gonçalves, Rui de Miranda, Luís Pires , João Fernandes, Diogo de Figueiró. Não faz menção de Duarte Pacheco Pereira, que ia apenas como passageiro, assim como Aires Correia, feitor de Calecute.[3] Também ia o agora célebre escrivão dessa armada, Pero Vaz de Caminha.

"Partíram (…) a hum sabbado nove dias de Março."[1]

Dois navios "eram de particulares, num investia o conde de Portalegre, no outro eram sócios D.Álvaro de Bragança, Bartolomeu Marchionni e Girolamo Sernigi."[3]

Bartolomeu e Diogo Dias iam para Sofala.

1501[editar | editar código-fonte]

  • 1501 - D. Manuel I determina que todos os anos, entre Fevereiro e Março, saia uma armada de naus de carreira para a Índia.
  • 15 de Março "Armada de quatro naus eram caravelas.

Capitão mór João da Nova Alcaide de Lisboa, e os três Diogo Barbosa criado de D. Álvaro de Portugal [ D. Álvaro de Bragança, Francisco de Novais, Fernando Vinete ou Vicente, Florentino. Descobriu o Nova à ida a Ilha da Conceição [sic](Ascensão); e à volta a de Santa Helena."

Livro de Lisuarte de Abreu: João da Nova, Duarte Pacheco, Rui de Abreu, e Miçe Vicente.

Livro das Armadas: por Duarte Pacheco vem Fernão Pacheco nome que é depois substituido por Diogo Barbosa. Por Fernando Vinete vem Misser Vineto, ou Fernam Vinet.

Teresa Lacerda dá os nomes seguintes: João da Nova, Francisco Novais, Fernão Pacheco, e Misser Vinet, este ao "serviço de Bartolomeu Marchionni, um abastado comerciante florentino, instalado em Lisboa e que foi um dos grandes investidores da Carreira da Índia".[3]

Livro de Lisuarte de Abreu, 1565.

"Deo á véla a 5. de Março."[1]

1502[editar | editar código-fonte]

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Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Piloto Mestre Contramestre Escrivão
São Gabriel 100 t 20 Vasco da Gama Pêro de Alenquer Gonçalo Álvares
São Rafael 750 t 70 Paulo da Gama João de Coimbra João de Sá
Bérrio 50–90 t Nicolau Coelho Pêro Escobar Álvaro de Braga
São Miguel 110 ou 200 t Gonçalo Nunes Afonso Gonçalves
L 850 46 253 Ch
C: a


l[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Piloto Mestre Contramestre Escrivão
São Gabriel 100 t 20 Vasco da Gama Pêro de Alenquer Gonçalo Álvares
São Rafael 750 t 70 Paulo da Gama João de Coimbra João de Sá
Bérrio 50–90 t Nicolau Coelho Pêro Escobar Álvaro de Braga
São Miguel 110 ou 200 t Gonçalo Nunes Afonso Gonçalves
L 850 46 253 Ch
C: a

1503[editar | editar código-fonte]

  • 1503 "Armada de cinco naus. Capitão Mór Estêvão da Gama, filho de Aires, primo de Dom Vasco; e os outros Lopo Mendes de Vasconcelos, Tomás de Carmona [ ou de Cremona ], Lopo Dias criado de D. Álvaro de Portugal [ D. Álvaro de Bragança ], João de Bonagracia [ Giovanni Buonagrazia ou Buanagracia] Italiano."
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Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Piloto Mestre Contramestre Escrivão
São Gabriel 100 t 20 Vasco da Gama Pêro de Alenquer Gonçalo Álvares
São Rafael 750 t 70 Paulo da Gama João de Coimbra João de Sá
Bérrio 50–90 t Nicolau Coelho Pêro Escobar Álvaro de Braga
São Miguel 110 ou 200 t Gonçalo Nunes Afonso Gonçalves
L 850 46 253 Ch
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Aparece que há grande confusão com essas "três" armadas.

No livro de Lisuarte de Abreu, vem uma só para esse ano, de 19 naus.

Esse ano a armada foi dividida em duas partes: a primeira comandada por Vasco da Gama, de 14 naus e uma caravela, parte de Lisboa em 10 de Fevereiro; a segunda de cinco naus, comandado por Estêvão da Gama (nau Flor de la Mar), no primeiro de Abril. Mais tarde, chegados à Índia e ficando 17 naus e 2 caravelas, a armada é dividida em duas outras partes : uma esquadra de cinco naus e uma caravela, comandada por Vicente Sodré, exclusivamente para a guerra; o resto sob o comando de Vasco da Gama, para embarcar fazenda, mas também podendo guerrear.

1503[editar | editar código-fonte]

Capitão-mor António de Saldanha, e os outros, Rui Lourenço Ravasco, Diogo Fernandes Piteira [ Diogo Fernandes Pereira ]que ia também por mestre da sua nave, e que derrotado sem saber por onde ia, descobriu a Ilha de Socotorá.

Destinada ao estreito do mar Vermelho.

No Livro de Lisuarte de Abreu vem só uma armada. Foram realmente três, a primeira (de Afonso de Albuquerque (nau Sant'Iago), com Duarte Pacheco Pereira (nau Espírito Santo) e Fernão Martins de Almada ou Almeida (nau S. Cristóvão)) partiu de Lisboa em 6 de Abril de 1503, a segunda com o primo Francisco de Albuquerque, partiu em 14 desse mês [ outros historiadores indicam Duarte Pacheco, nesta armada ]; e a terceira (de Antonio de Saldanha) partindo um mês mais tarde. Couto indica as datas respetivas de Março para a primeira armada, "entrada de Abril" para a segunda, e 15 de Abril para a terceira.[1]

Passageiro : Giovanni da Empoli, como agente comercial das firmes Gualterroti e Frescobaldi e de Bartolomeu Marchionni.

1504[editar | editar código-fonte]

João de Barros, Ásia, I, vii, 9, falando desta armada: "em as quais naus levava mil e duzentos homens, muita parte deles fidalgos e criados del-Rei, toda gente mui limpa e tal que com razão se pode dizer que esta foi a primeira armada que saiu deste reino de tanta e tam luzida gente e de tam grandes naus."

Foi Angediva a primeira terra que tocou esta Armada, na Índia. Depois foi ter a Cananor, Calecute que bombardeou, e Cochim.

1505[editar | editar código-fonte]

A capitania dessa armada fora inicialmente dada a Tristão da Cunha, que devia governar a Índia; mas por cegueira transitória que atacou este fidalgo foi transferida para D. Francisco de Almeida.

Comissões de serviço: "Vasco Gomes de Abreu devia andar entre o cabo de Guardafui e o cabo Comorim; João da Nova por capitão-mor de Cambaia; Pêro Ferreira Fogaça ia capitanear a fortaleza de Quíloa".[3]

Outro tripulante: Fernão de Magalhães

Íam 1500 homens de guerra. Onze das naus eram para voltar com carga ( Rui Freire, Fernando Soares, Vasco Gomes de Abreu, Sebastião de Sousa, Pedro Ferreira Fogaça, João da Nova, Antão Gonçalves, Diogo Correia, Lopo de Deus, e João Serrão ; onze para ficar de armada na Índia (D. Fernando d'Eça, Bermudo Dias ou Alonso Bermudez, Lopo Sanches, Gonçalo de Paiva, Lucas da Fonseca, Lopo Chanoca, João Homem, Gonçalo Vaz de Góis, e Antão Vaz).

Ao regressar ao Reino, com Fernão Soares, Antão Gonçalves descobriu, a 1 de Fevereiro de 1506, a ilha de Madagáscar.

18 de maio[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão
S. João Pêro de Anhaia
L _ _ _ Francisco de Anhaia
Ch _ _ _ Pero Barreto de Magalhães
A _ _ _ R
Total 2870 142 1109
C: a

Logo depois da partida, a Armada dando a volta do oceano Atlântico chega tanto a sul que encontra a neve, e que a água doce e até o vinho gelam. Nessa ocasião o "capitão" Gonçalo Álvares, que desde 45° s de latitude mantém o cabo para nordeste, descobre a ilha à qual dá o seu nome, hoje chamada internacionalmente Gough Island.[4] Arnold Van Wickeren é o único que encontrei fazendo referência a Gonçalo Álvares como capitão. Será que este substituiu João Leite neste ofício ? ou é lapso, e Gonçalo seria o piloto mor desta armada ? e será este o mesmo que o mestre do barco S. Gabriel da primeira armada de Vasco da Gama ?

Segundo Couto a primeira dessas armadas "deu à vela em 15 de Março", a segunda "logo em Maio", e a terceira "no Setembro seguinte".[1]

1506[editar | editar código-fonte]

Partiram essas duas armadas em 6 de Abril, Afonso de Albuquerque "hia para ficar na Costa da Arabia, no Cabo de Guardafú [ Cabo Guardafui, e até Moçambique havia de ir debaixo da bandeira de Tristão da Cunha".[1]

Teresa Lacerda fala só de 9 velas para a primeira armada (não faz menção de João da Veiga, nem de Tristão Rodrigues, seriam passageiros ?), e de 5 para a segunda (ausência de João da Nova)

1507[editar | editar código-fonte]

Teresa Lacerda fala de três armadas em vez de duas, com os seguintes tripulantes : De Jorge de Melo Pereira, com Henrique Nunes de Leão e Gonçalo Carneiro (partiu a 13 de Abril) ; de Fernão Soares, com Rui da Cunha (partiu no mesmo dia); e de Filipe de Castro, com seu irmão, saíndo de Lisboa o 15 do mesmo mês.

Mapa da cidade de Cochim,in Histoire générale des Voyages, 1761.

Couto diz que esta última era de só seis naus, Lopo Cabreira (ou Cabral) indo na mesma nau capitánia. Vasco Gomes de Abreu "hia provído na capitanía de Çofala [ Sofala ] ; (…) Diogo de Mello havia de ficar por Capitão Mór das náos, que fossem á India tomar a carga : todas estas náos invernáram em Moçambique [ onde deviam construir a fortaleza ], e só Fernão Soares foi tomar Cochim. Este ano tremeo a terra nesta Cidade a 15. de Julho por espaço de huma hora com alguns intervallos muito rijamente." "Partiram as quatorze náos em 15. de Abril".[1]

1508[editar | editar código-fonte]

Jorge de Aguiar devia servir como capitão-mor do mar da Arábia e Pérsia. Depois de seu desaparecimento foi seu sobrinho, Duarte de Lemos, que o substituiu. Teresa Lacerda fala de 12 velas. Não cita Pedro de Ataíde, nem João Mago, mas sim João Colaço, "cavaleiro da guarda do rei".

1509[editar | editar código-fonte]

Teresa Lacerda cita Marco, Alemão; e Luís Coutinho, em vez de Álvaro Pires ou Álvaro Fernandes e de Fernão Jusarte. E acrescenta que "D. Fernando Coutinho (mais alto fidalgo que D. Manuel I enviara à Índia até então), marechal do Reino, tinha como principal missão conduzir Afonso de Albuquerque no cargo de governador que, renitentemente, o vice-rei D. Francisco de Almeida se recusava a entregar. Por outro lado, D. Fernando partiu para a Índia com o objectivo de conquistar Calecut."

O Códice acrescenta: "D. Francisco de Almeida se embarcou para o Reino por assim o mandar Sua Alteza. Depois de partido (…)forão o Governador e Marichal com toda a armada sobre Calicut onde desembarcarão e tendo destruida e saqueada a cidade foi morto o Marechal e muitos Capitães e soldados. No fim deste anno entregou o Vice-Rei a governança a Affonso de Albuquerque e se veio para o Reino com 3 náos, e foi morto pelos Cafres na Aguada do Saldanha. Este Vice-Rei tomou por força das armas duas cidades populosas na India, fez 3 reis tributarios à Coroa de Portugal, fez as primeiras 4 fortalezas de pedra e cal que os portuguezes tiverão na India; venceo os Turcos do Soldão sobre a cidade de Dio, e desbaratou a sua armada; foi mui valeroso, inteiro na Justiça, despresador da fazenda, e zeloso do serviço de seu Rei."[5]

1510[editar | editar código-fonte]

Partiram "a 8. de Março", segundo Couto, que ao Gerónimo "Cernige" de Faria e Sousa chama Gerónimo Sarnigo. Teresa lacerda chama-o Dinis Sernigi (estrangeiro).

"Diogo Mendes de Vasconcelos não passou a Malaca como lhe El Rei mandara por lho impedir o Governador Affonso de Albuquerque."[5]

16 de março[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão
S F
L 850 46 253 Ch
Ch 450 20 134 Fr
A 270 16 110 R
Total 2870 142 1109
C: a
Vista de Goa, in Braun e Hogenberg, 1600

"E isto para descobrir a Ilha de São Lourenço, e assentar nella feitoria que não teve effeito"",[5] e se possível, carregar gengibre na ilha de Matatana.[3] ]

Em 25 de Novembro Afonso de Albuquerque Conquista Goa

1511[editar | editar código-fonte]

  • 1511 - Dom Garcia de Noronha e Pedro Mascarenhas

25 de março[editar | editar código-fonte]

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Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão
S Garcia de Noronha
L Pêro Mascarenhas
Ch Aires da Gama
A Jorge de Brito
A Cristóvão de Brito
A Manuel de Castro Alcoforado
Total
C: a

"Destas 6 naos só 3 passarão á India, e a náo de Jorge de Brito descubrio o Penedo de São Pedro. Neste anno tomou Affonso de Albuquerque Malaca, e em Agosto fez a fortaleza de que foi o 1º Capitão Ruy de Brito Patalim, a que poz o nome da Famosa Nossa Senhora da Victoria."[5] ] Couto diz que partiram a 19 de Abril.

1512[editar | editar código-fonte]

["Neste ano se fez a fortaleza de Calicut a que se pos nome Nossa Senhora da Conceição de que foi 1º Capitão Francisco Nogueira."[5] ]

Teresa Lacerda, que não cita Vicente de Albuquerque, diz que "Jorge de Melo Pereira partia nomeado para capitão da fortaleza de Cananor"

1513[editar | editar código-fonte]

Teresa Lacerda, e o códice da BN, não citam Jorge Lopes.

1514[editar | editar código-fonte]

[ "E neste ano se fez a fortaleza de Coulão, a que se poz o nome São Thomé, e foi 1º Capitão e Feitor Heitor Rodrigues."[5] ] ]

[ "Luís Dantas foi o primeiro a chegar à costa oriental africana, onde carregou, em Moçambique, cobre e marfim, (…) Por seu turno, João Serrão, cavaleiro da Casa Real, fora à Índia para proceder ao reconhecimento do mar Vermelho até ao Suez".[3]]

"O desejo de implantação comercial nessa zona justificava-se por ser rica em gengibre. Porém, no seu principal porto, Matatana, existia uma comunidade de muçulmanos oriundos da costa de Melinde que dificultaram a execução da tarefa ordenada a Luís Figueira que permaneceu na ilha durante seis meses, sem qualquer sucesso, acabando a população por se levantar contra ele, obrigando-o a fugir para Moçambique, onde encontrou o seu companheiro de viagem Pedro Eanes. No tempo que esteve em S. Lourenço fez algumas viagens de reconhecimento geográfico identificando um bom porto a que deu o nome de Sto. António".[3]

1515[editar | editar código-fonte]

  • 1515 - Lopo Soares de Albergaria Governador com Duarte Galvão, Mateus da Etiópia e o Padre Francisco Álvares=
Lopo Soares de Albergaria, Governador, in Livro de Lisuarte de Abreu

Teresa Lacerda fala de treze velas apenas, mas que "constituíam a maior armada enviada ao Oriente desde 1509". Não cita D. Aleixo de Menezes, Lopo Cabreira nem Lopo Cabral, António Lobo Falcão, nem Álvaro de Brito; mas acrescenta o nome de Álvaro Barreto (que não é o mesmo que Álvaro Teles Barreto).

"Sabemos que com a chegada da nova armada foram substituídos os capitães das principais fortalezas, a saber: Cristóvão de Távora substituiu Sancho de Tovar, em Sofala; D. Guterre de Monroy, D. João de Eça em Goa; Simão da Silveira, Jorge de Melo Pereira em Cananor; Álvaro Teles, Francisco Nogueira em Calecut; Diogo Mendes de Vasconcelos, Pêro Mascarenhas em Cochim; Jorge de Brito, Jorge de Albuquerque em Malaca".[3]

Nessa armada parte Duarte Galvão, enviado como embaixador à Etiópia ou Abissínia, acompanhando o regresso de Mateus, o emissário da rainha Helena ao monarca português. Tinha como companheiro o padre Francisco Álvares. Duarte galvão falecendo antes de chegar ao destino, foi nomeado para o substituir D. Rodrigo de Lima, chegando á corte da Abbissínia em Abril de 1520 acompanhado do padre Francisco, que depois escreveu a famosa Verdadeira imformação das terras dos preste João das Índias, publicada em Lisboa em 22 de Outubro de 1540.

"Chegáram á India juntamente com o Governador Lopo Soares."[1]

1516[editar | editar código-fonte]

1517[editar | editar código-fonte]

["António de Saldanha, veterano da Índia, partiu para o Oriente com o importante cargo de capitão-mor do mar da Índia, tendo como principal missão «andar em armada» na costa da Arábia e nas portas do mar Vermelho; (…) Manuel de Lacerda, também veterano da Índia, ia nomeado capitão de Calecut, cargo que só veio a assumir, em 1519, permanecendo no comando da capitania até 1522, data em que regressou ao Reino. Pêro Quaresma, outro capitão muito experimentado nas lides do Oriente, ia para feitor de Cochim".[3] ]

O Livro de Lisuarte de Abreu fala de duas armadas, a segunda de Tristão de Meneses "pera Maluco o mesmo ano". Teresa Lacerda também fala de duas armadas, mas a segunda, partindo também em Abril, era composta de Fernão de Alcaçova, que ia como capitão-mor (enviado por D. Manuel I "como vedor da fazenda do Estado da Índia, com isenção em relação ao governador, com alçada sobre Sofala até à China") ; e de Afonso Henriques [ Afonso Henriques de Sepúlveda e João de Torres que se destinavam às Molucas. As duas embarcações eram de armadores, um navio pertencente a D. Nuno Manuel e o outro a Duarte Tristão, frequentes investidores na armada da Índia.

Teresa Lacerda não cita Gonçalo Rodrigues, o grego, nem D. Gastão Coutinho. Acrescenta : "Do seu regimento (de Diogo Lopes de Sequeira) constava a construção de uma fortaleza em Diu, o descobrimento da ilha de Maçua e o envio de um novo embaixador ao Preste João. (…) Rui de Melo estava nomeado para capitão da fortaleza de Goa, D. Aires da Gama para a de Cananor, Garcia de Sá haveria de ocupar a de Malaca, D. João de Lima a de Calecut e Sancho de Tovar a de Sofala. Por seu turno, Lopo Cabreira, que no tempo do vice-rei fora feitor de Cananor, estava nomeado alcaide-mor de Malaca. João Gomes, com a sui generes alcunha de Cheira-Dinheiro foi despachado por Diogo Lopes para as ilhas Maldivas, onde construiu a primeira casa forte portuguesa, acabando por morrer às mãos dos mouros. (…) Pêro Paulo Marchionni era filho do conhecido Bartolomeu Marchionni, um dos vários investidores da armada desse ano".[3] ]

Teresa Lacerda fala de só uma armada para esse ano, que compreende Rafael Catanho (e não Castanho), e Rafael Perestrelo. Não cita Diogo Calvo, nem Garcia Chainho. Acrescenta : "O capitão-mor ia provido na capitania de Malaca, substituindo Afonso Lopes da Costa, cargo que tinha desempenhado no tempo do governo de seu tio, Afonso de Albuquerque. (…) O Dr. Pêro Nunes para vedor da fazenda, isento no cível e crime do governador e com tutela sobre a fazenda. (…) Os capitães [[Diogo Fernandes de Beja, Lopo de Brito, Rafael Catanho e Rafael Perestrelo iam nomeados para diversos cargos, respectivamente, para a capitania que se havia de construir em Diu, para capitão do Ceilão e os dois últimos para irem à China. Segundo João de Barros, Pêro da Silva haveria de andar por «capitão do trato» entre Cochim e Ormuz.

Capitão-mor Jorge de Brito; e os outros Pêro Lopes de Sampaio, Pêro Lourenço de Melo, Gaspar da Silva, Lopo de Azevedo, Pedro da Silva, Lopo de Brito, Pedros Eanes Francês, André Dias Alcaide de Lisboa, (que eu creio deve sêr "alcalde", e não "Alcaide"", porque estes dois oficios se nomeam e escrevem em Portugal de um só modo que é Alcaide; e o que não o é de alguma fortaleza, corresponde a Alguazil em Castela onde Alcalde é Ministros dos maiores de justicia, e alcaide é o que tem a seu cargo uma fortaleza ); D. Diogo de Lima, António de Azevedo [ Ou Lopo de Azevedo ], Francisco paulo; Bartolomeu Marchione [ou Pêro Paulo Marchionni, armador, filho de Bartolomeu a quem apertencia o navio ], e Rui Vaz Pereira, cuja nave indo navegando a toda fúria, subitamente ficou suspensa: pensaram têr dado nalguma areia; e era que um monstro marino a pegou sobre si e a suspendeu, sustentando-a pela proa com a cabeça, pela pupa com a cauda, pelos lados por as barbatanas; coisa estupenda; assim se esteve um quarto de hora até que a deixou. Aqui se encontraram quatorze capitães, e não mais de dez naus: senão é que houve este ano duas armadas, e foram das outras os quatro que sobram: o houve o engano que dissemos na do ano 1517. Veja-se."

Teresa Lacerda fala bem de dez naus, mas não cita Pedro da Silva, Lopo de Brito, Pedro Eanes, nem Francisco Paulo. Acrescenta: "A armada de 1520 surgiu num contexto de política internacional, tratando-se de uma resposta à notícia da viagem de Fernão de Magalhães que, ao serviço de Carlos V, tentava alcançar as Molucas pela via ocidental. Em resposta, D. Manuel enviou Jorge de Brito como capitão-mor de uma frota que tinha como principal missão a construção de uma fortaleza nestas ilhas. O monarca dotou a empresa de homens de armas, artilharia e munições, assim como, nomeou os oficiais que deveriam servir no dito forte. Castanheda relata-nos o grande secretismo que envolvia esta delegação ao Oriente, espalhando-se o boato que Jorge de Brito ia construir uma fortaleza em Samatra.(…) Gaspar da Silva estava nomeado capitão de Chaul; Pêro Lopes de Sampaio, capitão da fortaleza que se deveria construir nas ilhas Maldivas; André Dias estava incumbido de fazer o carregamento das especiarias; enquanto Pêro Lourenço de Melo tinha recebido a mercê de uma viagem para a China; Manuel de Sousa Tavares e Rui Vaz Pereira estavam destinados a ingressar na Armada da Índia. O infortunado D. Diogo de Lima arribou uma vez mais ao Reino não conseguindo, pela segunda vez consecutiva, abordar o Índico, tarefa que viria a realizar no ano seguinte. (…) Quanto a Lopo de Azevedo, integrou o serviço do governador Diogo Lopes de Sequeira acompanhando-o, em Dezembro de 1521, na armada a Ormuz".

Teresa Lacerda substitui António Rico por D. Diogo de Lima. Segundo João Paulo Oliveira e Costa, a armada e a nomeação de D. Duarte para governador procurou consolidar a "segunda vaga da expansão portuguesa na Ásia" que tinha como principais linhas o estrangulamento do comércio muçulmano em Samatra, nas Maldivas, no Guzerate, no mar Vermelho e no Ceilão, a extensão das fortalezas portuguesas à China, o estabelecimento em Madagáscar e a aliança com o Preste João. D. Luís de Meneses levava a capitania-mor do mar da Índia. A maioria dos capitães da armada partia com nomeação para o comando de capitanias: João de Melo e Silva ia para Coulão; D. João de Lima para Calecut; Francisco Pereira Pestana tinha a mercê da capitania de Goa; D. João da Silveira o comando de Cananor; Diogo de Sepúlveda ia para Sofala e Sebastião de Sousa deveria ficar por capitão da ilha de S. Lourenço, explorando o comércio do gengibre. Martim Afonso de Melo Coutinho ia indigitado capitão-mor de uma armada à China. Por último, Gonçalo Rodrigues Correia e Vicente Gil na qualidade de armadores das próprias naus, deveriam regressar da Índia com os produtos do Oriente..[3] ]

Para esta armada, Couto diz que "no caminho desapareceu huma das náos, e com as duas foi tomar Moçambique." O mesmo autor, a estas duas armadas para 1521, acrescenta, falando da que partiu a seguir, da Índia :

"No mesmo tempo partíram quatro náos pera a China, de que era capitão Mór Martim Affonso de Mello, e os mais Vasco Fernandes Coutinho, Diogo de Mello, seu irmão [, e ] Pedro Homem" (os três primeiros eram irmãos).

As outras fontes falam duma armada de três naus. Couto diz que o capitão-mor é D. Pedro de Castelo Branco, e o Livro de Lisuarte de Abreu diz simplesmente "Capitães o ano 522", mas a bandeira das quinas está desenhada sobre o navio deste capitão.

Fernando de Castro Brandão divide a armada pelo menos por dois, ao indicar a data de 15 de Abril para a partida da nau Victoria de Diogo de Melo, e do 23 de Maio, para a nau S. Miguel de D. Pedro de Castelo Branco !

Couto, dá-nos uma armada de sete naus, sem António de Abreu, nem Simão Sodré, e em vez de D. António de Almeida, diz D. António de Almada; no livro de Lisuarte de Abreu, vem também uma armada de sete naus, mas esta vez sem Diogo da Silva nem Simão Sodré. Porém Aires da Cunha é denominado Simão Sodré da Cunha no Livro das Armadas… o que indica que é a mesma pessoa já que todos os escritos assinalam que se perdeu em Moçambique.

1524[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão
S. João Vasco da Gama
L _ _ _ Fa
Ch _ _ _ Per
A _ _ _ R
Total 2870 142 1109
C: a

Couto fala de 14 naus apenas: não cita Pedro Velho, Rui Gonçalves, Francisco de Sá, D. Simão de Meneses, D. Jorge de Meneses, nem D. Fernando de Mora… na edição fac-simile do Livro de Lisuarte de Abreu, diz-se que a armada "compunha-se de nove naus e cinco caravelas", e cita "D. Francisco (mas devia sêr D. Fernando) de Monroy"… Enquanto Fernando de Castro Brandão fala de uma armada composta de 10 naus e 3 caravelas…

Em 25 de dezembro morre Vasco da Gama, em Cochim. O seu corpo é trasladado para Portugal em 1538.

1525[editar | editar código-fonte]

Couto diz que armada (de cinco naus) não tinha capitão-mor; e não cita Vicente Gil que parece que era o armador. Fernando de Castro Brandão atribui a Filipe de Castro a capitanía-mor.


Desta vez também Couto diz que não havia capitão-mor. Fernando de Castro Brandão atribui a Francisco de Anhaia a capitanía-mor.

Fernando de Castro Brandão fala só de quatro naus.

canal de Moçambique e S. Lourenço (Madagascar), Bellin, 1748.

A nau de Nuno da Cunha, perdeu-se na ilha de São Lourenço. "o governador teve de invernar em Mombaça, que tomou pelas armas, e no ano imediato ainda foi a Ormuz antes de chegar a Goa."[6]

António Tenreiro, agente de D. João III e membro da delegação da embaixada de Baltasar Pessoa em nome do antigo governador D. Duarte de Meneses ao Châh Esmâ’il de Pérsia em 1523-1524, parte da Índia para Portugal por terra : Viagem que conta no seu famoso "Itinerário de António Tenreiro que da Índia veio por terra a este reyno de Portugal (...) o anno de 1529 ".

Couto não cita Baltasar da Silveira e diz do capitão Henrique Moniz "que trouxe dois filhos, Ayres Moniz e António Moniz, que depois foi Governador da India. " Fernando de Castro Brandão fala só de três naus para este ano, e o livro de Lisuarte de Abreu, quatro (Diogo da Silveira, Henrique Monis, Rui Mendes de Mesquita, e…Baltasar da Silveira.

O livro de Lisuarte de Abreu mostra 9 naus e os mesmos nomes de capitães, e diz que não havia capitão-mor, assim como Couto que fala de seis naus, não citando Duarte da Fonseca, Diogo da Fonseca, nem Baltasar Gonçalves. Fernando de Castro Brandão fala de 6 naus e 3 caravelas, e na introdução da edição fac-simile do Livro de Lisuarte de Abreu aprende-se que foram duas caravelas capitaneadas por Duarte da Fonseca e Diogo da Fonseca, que partiram mais tarde do grosso da armada, em 13 de Maio; e que uma terceira caravela "terá saído em 3 de Junho com uma das naus."

Couto diz que este ano não havia capitão-mor e que o Doutor Pedro Vaz foi na armada de 1532, como capitão-mor. Fernando de Castro Brandão fala de seis naus e o Livro de Lisuarte de Abreu há quatro naus, com Manuel de Macedo naufragado com os seus na ilha de Calicare a combater contra 8 galés inimigas. Na introdução desse livro diz-se que a Relação das armadas não situa a perda de Manuel de Macedo na ilha de Calicare mas "detraz do cabo do Comorim em hua ilha rasa defronte de Calicaré".

  • 1532 10 de Abril "Armada de cinco naus. Capitão-mor o Doutor Pedro Vaz [ ou Pêro Vaz do Amaral ] , e os outros Vicente Gil, D. Estevão da Gama, D. Paulo da Gama, António de Carvalho, Juanin Gines. O Doutor Pedro vaz arribou. Outra memória diz que este ano foi por capitão-mor D. Estevão da Gama, e que com ele foi este Doutor que tinha arribado o ano passado. E este parece o certo, porque não é credível que um Letrado não conhecido havia de ir por capitão-mor em armada aonde ia D. estevão que era filho de D. Vasco da Gama, e que tinha sido capitão-mor dos mares Índicos, e grande homem notório. Aqui sobra um capitão, se as naus não foram mais de cinco."

Couto, como já dissemos , diz que era Pedro Vaz o capitão-mor, "que hia por Veador da Fazenda da India, e por capitão de Cochim". Fernando de Castro Brandão fala de 4 naus capitaneadas por Estevão da Gama, assim como o Livro de Lisuarte de Abreu, com cinco naus, mas não cita "Juanin Gines" mas bem "Pedro Vaz Veador da Fazenda" (Po Vaãz Vdor dafzda).

Couto diz que a armada era constituída de duas capitanias: "a primeira de D. João Pereira que hia despachado com a capitanía de Goa, Francisco de Paiva e Diogo Mendes; o outro capitão Mór era D. Gonçalo Coutinho, que também levava a capitanía de Goa".

Fernando de Castro Brandão fala de doze velas, assim como o livro de Lisuarte de Abreu que não cita Simão Delgado e diz Francisco em vez de Gonçalo Fernandes.

Garcia da Orta para Goa como físico do capitão-mor.

No livro de Lisuarte de Abreu falta uma página desta armada, comprovando isso o fato de faltar a primeira parte do nome do capitão da armada (Fernão Peres de And)"rade no ano de 533". Na introdução da edição fac-simile deste livro diz-se que o capitão-mor era Simão Pêro de Andrade, e cita Martim de Freitas Camelo, parecendo associar dois capitães citados por Manuel de Faria em um só…

É neste ano de 1536, que o Livro de Lisuarte de Abreu situa a armada de Jorge Cabral, com os mesmos capitães que Faria e Sousa dá para o ano de 1537. Assim o faz Fernando de Castro Brandão, que indica a partida de "Jorge Cabral, com 4 naus" em 10 de Março.

Faria e Sousa como Diogo do Couto, parecem têr invertido as datas destas duas armadas : efetivamente, segundo o Livro de Lisuarte de Abreu, e como também Faria e Sousa escreve mais abaixo, é neste ano de 1537 que a armada descrita por este para 1536, vai para a Índia. O Livro de Lisuarte de Abreu não dá capitão-mor, e a Relação das Armadas indica D. Pedro da Silva da Gama, que segundo Fernando de Castro Brandão partiu em 12 de Março. (vêr a seguir)

Segundo Fernando de Castro Brandão, "embarcado irá Fernão Mendes Pinto."

Para esta armada Couto diz que não tinha capitão-mor, e que era de cinco naus, mas só cita quatro capitães, excluindo João de Lima, Brás Delges, Baltasar Banha, e Fernão de Morais. O livro de Lisuarte de Abreu apresenta seis naus e por João de Lima diz António de Lima. Não faz menção de Brás Delge nem de Baltasar Banha.

["D. Garcia de Noronha foi por Vice-Rei e na náo em que elle foi se embarcou o Governador Nuno da Cunha, que falleceo de doença na viagem" (de regresso)][5]

Primeiro Cerco de Diu

O livro de Lisuarte de Abreu concorda com a lista. Couto, como Fernando de Castro Brandão, fala de cinco naus, e não menciona António de Abreu.

Couto acrescenta: "nenhuma náo destas passou á India, e todas invernáram em Moçambique, e o Governador Martim Affonso partio em Abril pera a India em hum Galeão, e levou em sua companhia a sua náo, que se foi perder em Baçaim [ rio de Cabras ], e elle chegou a Goa em Maio de 1542."O códice das Armadas diz, "Neste anno vierão os primeiros Padres da Companhia e Francisco Xavier por Superior delles, e a 1ª casa que fundarão foi no Seminario da Santa Fé, Collegio de São Paulo em Goa.(…) Nestas náos veio o Governador D. Estevão da Gama, que succedeo no governo por morte do Vice-Rei D.Garcia de Noronha.".[5]

Couto diz que não havia capitão-mor; acrescenta que Vicente Gil "se perdeo na Costa de Melinde". Fernando de Castro Brandão fala de cinco naus sob capitania de Fernão de Álvares da Cunha. O livro de Lisuarte de Abreu dá os mesmos nomes que Couto, mas na sua introdução moderna assinala que uma nota do manuscrito da British Library, "Relação das Náos e Armadas da India etc.", diz ter ido por Capitão-mor este mesmo Fernão D'Álvares da Cunha. Nesta mesma Relação aprende-se que este capitão se integrou na armada seguinte, como veremos, por ter arribado ao Reino, neste ano de 1542. O facto explica a razão pela qual o seu nome não está incluido nesta armada.

D. João de Castro ia acompanhado dos seus dois filhos, "O Capitão-mor do mar D. Álvaro de Castro (que foi por El Rei"), e D. Fernando."Todos forão e vierão a salvamento e nestas naos veio Martim Afonso de Sousa que havia sido Governador."[5]

["O Capitão-mor chegando a Cochim soube que o Governador estava prestes para ir descercar Dio, foi-se lá direito, e achou-se na batalha, e voltou com todas as naos a salvamento a este Reino."[5] ]

  • 3 de Dezembro "Armada de uma nau. Partiu em Dezembro com uma só nau Leonel de Sousa, Não dizemos o tempo em que partiram as armadas por ser sempre entre Fevereiro e Abril ; e dizemo-lo quando partiram algumas em tempo extravagante."
Diu, in Histoire générale des voyages, 1750
Segundo cerco de Diu

Fernando de Castro Brandão, diz que o capitão-mor era D. Pedro da Silva da Gama . Assim como Couto, o códice da BN diz que não havia, e acrescenta que a partida se fez em duas data : 23 e 28 de Março.

O Códice da BN diz o seguinte a propósito desta armada : "Em 22 de Maio de 48 chegou a Goa hum Navio que deste Reino partio de que era Capitão Pero de Sá pelo qual ElRei D. João mandou ao Governador [ D. João de Castro ] o titulo de Vice-Rei e que servisse outros 3 annos, e disse que partirão junto com elle outros 2 navios do Reino de que erão Capitães Martim Correa da Silva, e Antonio Pereira."

Couto diz que partiram em Dezembro e que "invernáram em Moçambique por chegarem tarde", e que foi esta armada que levou a notícia da nomeação do Vice-Rei.

O Códice da BN diz João Ferreira de Barros por João Figueira, e acrescenta que " Todos forão e vierão a salvamento"… E no manuscrita da British Library diz-se que era capitão-mor Diogo Botelho Pereira.

[ Em 1 de Fevereiro ] "Larga de Lisboa Tomé de Sousa, 1.° governador-geral do Brasil, com incumbência de fundar na Baía uma cidade (S. Salvador). Acompanha-o o padre Manuel da Nóbrega e outros jesuitas". (Fer. C. Brandão) ]

  • 1550 D. Afonso de Noronha Vice-Rei 18 de Maio (Algumas destas náos partirão o 1º de Maio, outras a 2, e D. Álvaro de Ataide [ como o capitão-mor ] a 18 do mesmo.;[5] também aparece a data de 28 de Março! ] "Armada de cinco naus.
  • Capitão-mor D. Afonso de Noronha [na nau S. Pedro] que ia por Vice-Rei da Índia [ e "em Novembro foi tomar Ceilão" ], e com ele esteve alistado Luís de Camões que [ afinal ] ficou, e foi de aí a três anos : e os outros Capitães Lopo de Sousa [ no galião Biscainho ] que arribou, D. Álvaro de Ataíde [ no galeão S. João, «de Diogo de Castro Rio, e hia por seu contrato» (Couto) ] (filho do Conde Almirante D. Vasco da Gama, que ia provido da Capitania de Malaca) que no regresso se perdeu no Cabo de Boa Esperança, D. Jorge de Meneses Barroche [ na nau Santa Anna ] que arribou, D. Diogo de Noronha o Arcos[9] [na nau Flore de la Mar], que se perdeu, salvando-se a gente e a fazenda."

O Códice da BN acrescenta que "D. Diogo de Noronha, (…) invernou em Moçambique, e depois se foi perder em Mazagão junto a Baçaim [ "e foi toda a gente por terra a Goa" (Couto) ],(…) D. Alvaro de Ataide da Gama, que foi haver vista de Pegu [ ! ] em altura de 16 graus pelo que cuidarão os Officiaes que erão os Ilheos Queimados que estão junto a Goa, e foi a Cochim a 26 de Setembro e na volta se perdeo na Terra do Natal em que vinha por Capitam Manoel de Sousa Sepulveda. As mais vierão ao Reino a salvamento. Na náo em que foi o Vice-Rei se embarcou o Governador Jorge Cabral que succedeo no governo por morte do Governador Garcia de Sá.

Naufrágio do "Galeão Grande S. João" de Manuel de Sousa Sepulveda, in Bernardo Gomes de Brito, Historia Trágico-Marítima, Lisboa, 1735.

Na História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, vem a Relaçaõ da muy notavel perda do galeaõ Grande S. Joaõ Em que se contaõ os grandes trabalhos, e lastimosas cousas que acontecèraõ ao Capitaõ Manuel de Sousa Sepulveda, e o lamentavel fim, que elle, e sua mulher, e filhos, e toda a mais gente houveraõ na Terra do Natal, onde se perdèraõ a 24 de Junho de 1552.[10]

Diz Manuel de Faria e Sousa (que foi também principal biografa e comentador de Luís de Camões), no prefácio à sua edição comentada dos Lusíadas, que esse ano Camões destinava-se a passar à Índia. E cita do registo dessa Armada , que Faria encontrou, o seguinte : " Luís de Camões, filho de Simão Vaz e Ana de Sá, moradores em Lisboa, na Mouraria ; escudeiro, de 25 anos, barbirruivo, trouxe por fiador a seu pai; vai na nau de S. Pedro dos Burgaleses." Ia assentado entre os homens de armas. Afinal não embarcou.

Capitão-mor Diogo Lopes de Sousa e os outros D. Diogo de Almeida [ "filho do Contador Mór, que engeitou seis annos a Capitanía de Dio, e foi tomar Cochim em Novembro" (Couto] ], Ayres Monis Barreto, Misser Bernardo [ Armador ], Lopo de Sousa, Jacome de Mello, Francisco Lopes de Sousa, [ despachado com a capitanía de Maluco ] D. Jorge de Meneses, que arribou, Lucas Giraldez. Aqui há nove capitães, e das naus não se encontram mais de oito e noutra memória mais de seis".

Códice da BN : "todos voltarão ao reino a salvamento".

A propósito de Antonio Moniz Barreto, Couto diz que foi "despachado com a capitanía de Baçaim, e se foi perder no rio de Betre trinta léguas de Goa, e salvou-se toda a gente" !

Segundo Fernando de Castro Brandão, esta armada partiu "com o 1.° bispo da Baía, D. Pedro Fernandes Sardinha, para o Brasil. Acrescenta que anterioremente, a 3 de fevereiro Manuel de Sousa de Sepúlveda regressa à Índia.

  • 1553 - Fernão Álvares Cabral com Luíz de Camões 24 de Março ] "Armada de cinco naus. Capitão-mor Fernão Álvares Cabral [ na Nao S. Bento de Sua Alteza, que era a mayor, e melhor que então havia na carreira[10] " ], e os outros, D. Paio de Noronha [ que invernou em Moçambique que ia na nau Santa Maria do Loreto ], Rui Pereira da Câmara [ nau Santa Maria da Barca ], Belchior de Sousa [ ou Belchior de Sousa Lo ] [ na náo Santa Cruz, que se perdeo á torna viagem" (Couto) ou na nau Conceição segundo a História trágico-Marítima... ], Manuel Teles ou Telo [ de Meneses ], cuja nave [ Santo António ] se queimou no porto de Lisboa quando estava de partida. O capitão-mor se perdeu à volta na Terra do Natal [ onde morreo a gente quasi toda (códice) ]. Desta partida falava Luís de Camões em umas Estâncias do Canto seisto condenadas por ele mesmo ao tempo que imprimiu aquel poema: e não consegui eu explicarlas por não têr sabido isto. Nesta armada passou à Índia Luís de Camões embarcado com o próprio Cabral."
Relação summaria da viagem que fez Fernão D'Alvares Cabral, etc. in História Trágico-marítima.

No dia de Corpus Christi de 1552 Camões tinha ferido um certo Gonçalo Borges. Preso, foi libertado por carta régia de perdão de 3 de Março de 1553 : " é um mancebo e pobre e me vai este ano servir à Índia". Embarca então nesta armada. O mesmo Manuel de Faria e Sousa encontrou o registo dessa Armada onde vem, sob o título "Gente de guerra", o seguinte assento: " Fernando Casado, filho de Manuel Casado e de Branca Queimada, moradores em Lisboa, escudeiro; foi em seu lugar Luís de Camões, filho de Simão Vaz e Ana de Sá, escudeiro; e recebeu 2400 como os demais".

Faz parte da História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, a "Relaçaõ summaria Da viagem que fez Fernaõ D'Alvares Cabral, desde que partio deste Reyno por Capitaõ mór da Armada que foy no anno de 1553. às partes da India athé que se perdeo no Cabo de Boa Esperança no anno de 1554.[10] " Escrita por Manoel de Mesquita Perestrello, que ia nessa mesma nau capitánea. diz ele : "a Nao S. Bento (...) levava por Piloto Diogo Garcia o Castelhano, por Mestre António Ledo, e por Contra-Mestre Francisco Pires. (...) Só entre todos os de sua Armada [ Fernaõ D'Alvares Cabral ] passou aquele ano à India, e foy surgir na entrada do mez de Fevereiro à Barra da Cidade de Goa (...). [ Vai depois a Cochim onde recebe a carga, e ] "Desmarràmos da Barra de Cóchim para este Reyno huma quinta feira, primeiro dia de Fevereiro do anno de 1554".

O códice da BN dá o nome de D. Manoel de Mello[desambiguação necessária] por Manuel Telles ou Telo, e João Lopes de Sousa em vez de Belchior de Sousa. Cita apenas quatro naus, Couto três naus, e o Livro de Lisuarte de Abreu duas.

[ Em 8 de Maio "O padre José de Anchieta embarca em Lisboa para a Baía, na esquadra do novo governador-geral D. Duarte da Costa" (F.C.Brandão]

1554[editar | editar código-fonte]

Armada de seis naus. Capitão-mor D. Pedro Mascarenhas que ia por vice-rei da Índia, cuja nau [ S. Boaventura ] se perdeu no porto de Goa [ em 23 de Setembro ] depois de estar descarregada, e os capitães eram Manuel Telo [ de Meneses , que arribou á Ilha de São Tomé ], Belchior de Sousa, Miguel de Castanhoso, Fernão Gonçalves de Sousa [ "filho do Chanceller que foi tomar Ormuz" (Couto) ] , Francisco de Gouveia [ que invernou am Moçambique ] . O Telo, parece ser aquel cuja nau se queimou o ano passado.".

Dom Pedro Mascarenhas Vice-Rei 2 de Abril (segundo F.C.Brandão)</ref>
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Navio Homens Capitão
S. Boaventura Pedro Mascarenhas
_ Manuel Telo
_ Belchior de Sousa
A _ Miguel de Castanhoso
Fernão Gonçalves de Sousa
Francisco de Gouveia
Total
C: a

O Códice da BN diz que partiu esta armada em 20 de Abril. Acrescenta que "A náo de Miguel de Castanhoso, é huma nova que se fez na India em que se embarcou o Vice-Rei D. Afonso porque a de Melchior de Sousa[sic] desapareceo á vinda para este Reino. Fernão Gonçalves de Sousa invernou em Mombaça. (…) Por morte do Vice-Rei succedeo no governo Francisco Barreto."

O Códide da BN troca António Fernandes por Jácome de Melo, como as outras relações, à excepção de Couto. Acrescente que "Francisco Nobre, se perdeo nos baixos de Pero dos Banhos e a gente se salvou e foi a Cochim no batel, e em huma caravella que fizerão. [ Couto diz "e fizeram uma naveta, em que foram a Cochim" ] Jacome de Mello estando surto na Ilha 3ª deo á costa, e as mais voltarão ao Reino."

Faz parte da História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, a "Relaçaõ do Naufragio da naoConceyçaõ, de que era capitaõ Francisco Nobre, a qual se perdeo nos baixos de Pero dos Banhos aos 22. dias do mez de Agosto de 1555." Escrita por Manoel Rangel, o qual se achou no dito Naugragio : e foy despois ter a Cóchim em Janeiro de 1557.[10]

Fernando de Castro Brandão, diz que a armada partiu com doze religiosos Jesuitas, com destino à Etiópia [ vêr ano seguinte ].

Couto não fala de António Fernandes para esta armada, e acrescenta que "destas náos só D. João passou ao Reyno [!], e as outras invernáram em Moçambique". As outras relações citadas dão os mesmos nomes que Faria e Sousa à excepção de Jácome de Melo, perdido o ano passado. De António Fernandes, na nau S. Paulo, dizem que invernou no Brasil e chegou a Goa "o derradeiro de Janeiro."

Foi este ano, segundo António Coimbra Martins,[11] que nosso historiador Diogo do Couto partiu para a Índia. Iam a mais da nau Graça, a São Gião, São Vicente, São Paulo, e a Flor de la Mar "em a qual eu também passei a estas partes, moço de quinze anos"…(Couto, Década 7, livro 8, cap. 2 do manuscrito original da Torre do Tombo.

Carlos Alexandre de Morais, diz-nos que foi este ano, e nesta armada que segue para à Índia o padre Gonçalo da Silveira, que chegado a Goa, "é nomeado provincial da Índia, cargo que ocupa até 1559. Nesta armada segue a primeira expedição missionária com destino à Etiópia."[12] [ vêr ano 1555 ]

Deixo a integralidade da relação do códice da BN , mais preciso sobre a infelicidade desta armada: [ A armada de ] de "D. Luiz Fernandes de Vasconcelos, Capitão-mor partio a 5 e a 30 de Abril, Capitães Cide de Sousa, Braz da Silva, Antonio Mendes de Crasto, que invernou em Melinde, e voltando se perdeo na Ilha de São Thome, e João Rodrigues Salema de Carvalho que invernou em Moçambique, e tornando para o Reino invernou ahi outras duas vezes e se perdeo a Náo, e o Capitão-mor invernou no Brasil, e voltando para o Reino se perdeo na Ilha de S. Lourenço e se salvou elle no batel com 70 pessoas" !

Faz parte da História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, a "Relaçaõ do Naufragio da nao Santa Maria da Barca De que era Capitaõ D. Luis Fernandes de Vasconcellos. A qual se perdeo vindo da India para Portugal no anno de 1559."[10]

Foi nessa armada que em 30 de Abril de 1557, na capitánia, embarcou o novo governador geral do Brasil Mem de Sá (irmão do poeta Sá de Miranda).

O códice da BN acrescenta: "A náo do Vice-Rei, voltando nella para este Reino João Rodrigues Carvalho arribou a Moçambique, e tornando a fazer viagem se perdeo na Terra do Natal, e a gente se salvou na náo [ Águia, que também se chamava a Patifa ] de Francisco Barreto que havia sido Governador da India que invernou em Moçambique, e tornou a Goa, e depois veio a salvamento a este Reino.

Vem na História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, a "Relaçaõ da Viagem, e Successo que tiveraõ as naos Agui, e Garça Vindo da India para este Reyno no Anno de 1559 etc." Escrita pelo Padre Manoel dBarradas da Companhia de Jesus.[10]

"Neste anno tomou o Vice-Rei, Damão em 2 de Fevereiro de 1559, a que poz nome Nossa Senhora da Purificação, o 1º Capitão D. Diogo de Noronha; e no mesmo anno tomou a fortaleza de Balsar, o 1º Capitão Álvaro Gonçalves Pinto.

"Nestas naos veio nova que falecera El Rei D. João 3º deste nome em 11 de Junho do anno passado de 1557 succedeo-lhe no Reino seu neto El Rei D. Sebastião 1º deste nome."

Outros tripulantes : Lisuarte de Abreu na nau Rainha.

Couto só dá cinco naus para este ano, chama a Lisuarte de Andrade "Luiz Duarte de Andrade", e diz que invernou em Moçambique ; acrescenta que Rui de Melo da Camara, na nau S. Paulo, arribou ao Reino. Não fala de Francisco de Sousa.

As outras relações também dão seis naus.

22 de Dezembro, "desmarram de Lisboa as caravelas de Paulo Dias de Novais, levando mais Jesuitas para a conversão dos gentios de Ngola (Angola)."[8]]

Acresenta a crónica da BN,[5] que efetivamente "Ruy de Mello da Camara, (…) o anno atrás havia arribado ao Reino. O qual invernou no Brasil, e tornando a fazer viagem se foi perder na Ilha de Samatra". continua dizendo que o "Capitão-mor invernou na India e veio o anno seguinte. [ e ] Neste mesmo tempo fez o Vice-Rei a fortaleza de Manar a que poz o nome São Francisco, e passou para ella todos os moradores da fortaleza da pescaria, e Punhicale, e foi o próprio Capitão Manoel Rodrigues Coutinho. Também tomou Japhanapatam."

Relação da viagem, e Naufragio da nao S. Paulo, etc. in História trágico-marítima

Pode lêr-se na "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, a "Relaçaõ da Viagem, e Naufragio da nao S. Paulo que foy para a India no anno de 1560. De que era Capitaõ Ruy de Mello da Camera, mestre Joaõ Luis, e piloto António Dias. Escrita por Henrique Dias, criado do S.D. Antonio Prior do Crato."[10]

O códice da BN acrescenta que Francisco Figueira de Azevedo "havia arribado o anno atrás, e foi Capitão-mor do mar D. Francisco Mascarenhas sobrinho do Vice-Rei todos voltarão ao Reino a salvamento e veio nesta armada D. Constantino [ de Bragança ] que havia sido Vice-Rei na nao Chagas que elle fez á sua custa. Por morte do Conde Vice-Rei succedeo no governo João de Mendoça."

Couto acrescenta que D. Jorge Manuel ia na "náo S. Martinho que se perdeo na volta pera o Reyno"; o códice da BN não fala de D. Rodrigo mas de D. Pedro da Crasto; e o Livro de Lisuarte de Abreu diz deste D. Rodrigo "capitão do Cedro que foi ter a Cochim."

O códice da BN diz de Diogo Lopes de Lima que a "nao se soçobrou na barra de Goa estando meia carregada", que Vasco Fernandes arribou, não ao Brasil, mas ao reino [ assim como Couto, que le dá o nome de Vicente ] e acrescenta que "Vasco Lourenço depois de estar surto em Goa deo á costa com tormenta".

O códice da BN diz que "Damião de Sousa arribou á volta a Moçambique, e Francisco Portocarreiro [ Couto chama-o "Porto Carneiro" ] arribou também a Moçambique, mas não se perdeo, e voltarão salvamento, e nestas naos veio João de Mendoça que havia succedido no Governo da India por morte do Conde de Redondo [ D. Francisco Coutinho ]."

O códice da BN acrescenta que a nau de Pêro Peixoto da Silva, "e a do Capitão-mor voltando para este Reino invernarão em Moçambique, e o mesmo succedeo a Bartolomeu de Vasconcelos que ao entrar da barra se perdeo. As mais vierão a salvamento."

O Códice da BN acrescenta que "Nestas náos veio por Bispo de Cochim Frei Henrique de Távora da ordem de S. Domingos e foi ordem para D. Jorge Temudo Bispo de Cochim ser segundo Arcebispo ... [sic] [ de Goa ] por renunciação do Arcebispo D. Gaspar. Todas as naos forão e vierão a salvamento."

O códice da BN acrescenta que "Na náo do Vice-Rei voltou o Vice-Rei D. Antão que invernou em Moçambique, e o mesmo succedeo á nao de Pero Cesar, e a de Damião de Sousa ficou na India por não poder fazer viagem. D. Antão morreo na viagem, as naos vierão a salvamento."

O códice diz que "Francisco Ferreira ficou na India, e veio o anno seguinte, e todos voltarão a salvamento."

Acrescenta que "A 18 de Abril partio Francisco Barreto que havia sido Governador da India com tres naos para a conquista de Monomotapa. Estas <tres> náos como desembarcou a gente em Moçambique passárão á India e lá ficarão." Trata-se da armada que Manuel de Faria e Sousa situa em terceiro lugar em 1570, n° 139, e que colocamos em seguida :

O códice da BN acrescenta que as "náos [ de Nuno de Mendonça, ou Mendoça ] ficarão na India."

Códice da BN : "Manoel de Mesquita em hum Galeão que invernou em Moçambique, e chegou á India em Setembro do anno seguinte, e voltarão todas [ estas duas armadas ] ao Reino a salvamento."

Diogo do Couto acrescenta: "nesta Armada veio alçada á India, e de Moçambique pera cá trouxe o Viso-Rey mais duas náos; Manoel de Mesquita, capitão, no Galeão S. João, que tinha partido primeiro que o Viso-Rey em 13 de outubro, que vinha descubrir o Cabo da Boa Esperança, e huma Naveta, em que tinha vindo Vasco Fernandes Homem á conquista do Monomotapa com o Governador Francisco Barreto, o qual o Viso-Rey armou em Moçambique, e deo a Capitanía a D. Jorge de Menezes que depois foi Alferes Mór do Reyno."

Couto diz que "destas náos a S. Gregorio se passou ao Reyno, todas as mais invernáram em Moçambique, e foi-se o Viso-Rey D. Antonio nesta armada na náo Capitânia"; e o códice da BN acrescenta o seguinte : "á volta invernarão em Moçambique, e Luis de Alter se perdeo no Brasil arribando para este Reino as mais vierão: nestas naos voltou para o Reino D. António de Noronha que havia sido Vice-Rei em dous annos, e ficou governando António Moniz Barreto.

E no derradeiro deste anno partio Bartolomeu de Vasconcelos por Capitam de hum navio que invernou em Moçambique."

O códice da BN não cita este último Bartolomeu e acrescenta que "todas forão e vierão a salvamento."

Como podêmos constatar esta três relações de que nos servimos para estes três últimos anos, citam um Bartolomeu de Vasconcelos que parte só, em Dezembro de 1572, para Faria e Sousa, 1573 para o códice da BN, e 1574 (desta vez fazendo parte duma armada de seis naus) para Diogo do Couto. Couto parece confundi-lo com outro capitão, a quem Faria e Sousa chama Bartolomeu de Valadares, mas este não está compreendido na armada citada pelo códice, que só tem cinco naus… Será o mesmo homem ?

Fernando de Castro Brandão, quanto a ele, tal como o códice, também o dá partido em Dezembro de 1573, e diz que a armada de 74 era só de quatro naus… e acrescenta :

Códice da BN : "Forão e vierão a salvamento."

Couto diz que "Ruy Lourenço de Távora na náo Chagas, faleceo antes de chegar a Moçambique"; que Simão Vás Telo ia na nau "Santo Espirito, Dom Jorge Baroche na , foi-se nella por Capitão Francisco de Melo Roncador [sic], Mem Pereira de Sá [sic] em S. Luiz, e tornou nella por Capitão D. Duarte de Sá o velho." Carlos Alexandre de Morais dá-nos a informação que "André Furtado de Mendonça parte para a Índia a cargo de Rui Lourenço de Távora" e o códice da BN acrescenta "e outra náo em que hia o Embaixador do Idalcão."

Este último códice (tal como Fernando de Castro Brandão) situa outra armada neste ano : "Em 2 de Março do mesmo anno partio Mathias de Albuquerque para Malaca, e Balthasar Peçanha que se perdeo entrando pela barra de Moçambique, e a nao de Mathias de Albuquerque ficou na India, as mais naos voltarão a este Reino a salvamento." (vêr ano seguinte)

Malaca, in Histoire générale des voyages, 1750

O Códice da BN diz que foi à vinda que a nau de Manuel de Medeiros se perdeu, e acrescenta: "e se salvou toda a gente, as mais vierão a este Reino a salvamento e nesta armada veio António Moniz Barreto, que havia sido Governador da India, e ficou governando D. Diogo de Menezes." Couto situa esta armada em 1578.

  • 2 de Março (segundo o códice - vêr ano de 1576) ; 7 de Março (segundo Couto) - "Armada de duas naus. Capitão-mor Matias de Albuquerque [ na nau Santa Catharina ] que ia por capitão-mor de Malaca; e o outro Baltasar Pessanha [ nau S. Jorge ] que se perdeu ao entrar a Moçambique. Esta armada em outra memória está no ano antecedente (vêr ano 1576, segundo o códice)."

Carlos Alexandre de Morais, diz-nos que Matias de Albuquerque ao chegar a Malaca (em 1577) derrota o sultão de Achém em batalha naval, e ""lhe causa 1600 baixas".

  • 16 de Outubro (códice da BN) ou Novembro "Armada de tres naus. Capitão-mor o Conde de Atouguia D.Luís de Ataíde [ na nau Santo Antonio ], que ia segunda vez por Vice-Rei da Índia, e os dois Nuno Velho Pereira [ nau Trindade ] , e João Álvares Soares, que foi numa caravela,e que havia sido escrivão na Feitoria de Diu, e depois o foi da fazenda em Portugal. Partiu esta armada em Novembro, porque El-Rei D. Sebastião que estáva em vésperas de se ir perder em África não podendo sofrer os concelhos prudentes de Dom Luís de Ataíde para liberar-se dele lhe deu este cargo, e o enviou em tal tempo. Ele pediu a El-Rei que lhe desse Nuno Velho e João Álvares para leva-los consigo pela satisfação que tinha deles."

O códice acrescenta que "invernou em Moçambique e chegou á India em 20 de Agosto [ Carlos Alexandre de Morais dá a data de 31 de Agosto) do anno seguinte, e lá ficarão todas. Achou no governo D. Diogo de Menezes."

Couto situa esta armada em 1579 e acrescenta que Nuno Velho vinha "despachado com a Capitanía de Sofala."

  • 157824 de Março - "Armada de tres naus. Capitão-mor Jorge da Silva [ na nau S. Luiz ], e os dois Mendo da Mota [ nau S. Gregorio ], e Estevão Cavaleiro [ nau Caranja ]. Esta foi a última armada que despachou El-Rei D. Sebastião que por Agosto deste ano se perdeu em África. E é de ponderar que em todos os 21 anos do seu Reinado não saíu de Lisboa uma armada grande para a Índia, e as mais delas foram de só quatro naves. Alfin fue gobierno de Rey quando sucede niño [sic], e de Rei que quando teve já idade para entender-se, só entendeu no modo de se perder, governado de homens vaníssimos."

Couto situa esta armada em 1579, como a anterior, e também como a seguinte

O códice acrescenta que "as náos voltarão todas a este Reino a salvamento, e nesta Armada veio D. Diogo de Menezes, que havia sido Governador da India."

Couto situa esta armada em 1580. O códice da BN diz que a nau de Rodrigo de Meirelles de Mesquita "ficou na India. As mais naos vierão a este Reino a salvamento."

Couto que situa esta armada em 1581, não cita João de Betancor de Vasconcelos, nem Manuel Soares de Melo, mas João Debita Corte-Real na nau S. Gregorio, que "foi a Cochim", e diz que D. Simão de Meneses "arribou ao Reyno."

O códice não cita D. Simão de Meneses e acrescenta que a armada "entrou em Lisboa com todas as 3 naos estando nella D. Filippe o 1º deste nome."

O códice da BN diz de D. Francisco de Mascarenhas "Vice-Rei e Capitão-mor". Não cita Diogo Pessanha, e acrescenta: "E para Malaca hum Galeão de que era Capitão Leonel de Lima, que voltando para este Reino invernou em Moçambique, e não pode fazer viagem. A nao de Manoel de Miranda desapareceo á volta e elle ficou na India. Nestas naos veio o Governador Fernão Telles que succedeo ao Conde de Atouguia."

O códice diz que Antonio de Mello de Castro, Capitão-mor comprou a viagem a Pêro Peixoto da Silva, que Diogo Taveira "invernou em Moçambique, e dahi voltou com a carga de Leonel de Lima"; que a gente da nau de Luís Caldeirão que se tinha perdido no Rio de Quilimane antes de chegar a Moçambique "se salvou em jangadas". E que "só a nao de Gonçalo Rodrigues Caldeira chegou a Goa a salvamento, e voltou a este Reino o anno seguinte, em sua companhia veio D. Miguel da Gama na sua náo Nossa Senhora das Reliquias por Capitão-mor com todos os poderes e ordenados que tem os que vão deste Reino que lhos deo o Conde de Santa Cruz, que então era Vice-Rei pela falta que havia de naos, e S. Magestade confirmou o que fez o Vice-Rei a D. Miguel da Gama pela meia viagem. (vêr também ano seguinte)

O códice da BN diz de Manuel de Medeiros: "que neste mesmo anno partio para Malaca"; e acrescenta o seguinte: "Vindo para este Reino Estevão Alvo lhe deo hum temporal que lhe levou a varanda e a elle e a hum sobrinho que nunca mais apparecerão, e todas as náos vierão a salvamento a este Reino."

O códice da BN não fala nem de Gonçalo, nem de Antonio Ribeiro Pinto, diz João Paes Leite em vez de João Pais Freire ; acrescenta que "Affonso Pinheiro Telles" ia num Galeão para Malaca; e "[ que a nau de Mathias Leite invernou em Moçambique, e veio a salvamento e as mais".

1585[editar | editar código-fonte]

1585[editar | editar código-fonte]

kkk
Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão
Santiago Fernão de Mendonça Furtado
L 850 46 253 Ch
Ch 450 20 134 Fr
A 270 16 110 R
Total 2870 142 1109
C: a

Faz parte da "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, o naufrágio da nau Santiago, escrita por Manoel Godinho Cardoso.[10]

O códice da BN cita Diogo Taveira em vez de Diogo Teixeira da Cunha, diz que João Gago de Andrade ia num Galeão para Malaca, e que ele como André Moreira "arribarão a este Reino desaparelhados, e André Moreira tornou a fazer viagem". Acrescenta que a nau "de Fernão Cota vindo por Capitão della Reimão Falcão arribou a Moçambique donde invernou, e ficou por não poder fazer viagem, e voltarão ao Reino a salvamento Diogo Taveira, e André Moreira."


1586[editar | editar código-fonte]

12 de abril[editar | editar código-fonte]

Predefinição:Citação1 "Armada de seis naus. Capitão-mor D. Jerónimo Coutinho, e os outros Antonio Gomes de Gois, Miguel de Abreu, Francisco Cavaleiro, cuja nau sobrecarregada se perdeu na barra de Cochim estando partida. João Trigueirosna nau S. Filipe, que na volta na altúra das Ilhas Açores foi tomado pelo Corsário Draque; João Andradeque o anno atras tinha arribado (códice), que encalhou na Ilha de São Tomé."

O códice da BN diz que "João Trigueiros tomou em Moçambique a carga de Reimão Falcão, e voltou para este Reino e vindo na altura das Ilhas o tomou Francisco Draguez Cossario Inglez." Que "Miguel de Abreo voltou para este Reino e arribou a Ormuz, e por não poder fazer viagem veio a carga della na nao Rosario. Que a de Antonio Gomes de Goes se desfez na India por não poder fazer viagem."

Acrescenta que "João Gago de Andrade invernou em Moçambique e dahi veio a Angola a concertar-se por vir desaparelhada, e partindo dahi se veio perder na Ilha de São Thome, salvou-se a gente e parte da fazenda. O Capitão-mor e huma náo que se fez na India vierão a salvamento a este Reino.Carlos Alexandre de Morais indica que João Gago de Andrade comandava um galeão "com correio oficial para o vice-rei, que é atacado no Atlântico por 2 navios ingleses, que, após duro combate, são obrigados a retirar."

"Nestas naos vinha para o Reino o Arcebispo de Goa Fr. Vicente da Fonseca, que morreoem 1587 diante do Sul da África antes de chegar a Portugal.

"Neste anno veio da India D. Fernando de Castro que havia sido Capitão de Chaul, em huma nao sua que se chama Nossa Senhora de Guadalupe."

Também voltou nesse ano para o reino Jan Huygen van Linschoten.

O códice da BN acrescenta : "Neste anno veio da India D. Pedro de Castro na nao S. João de que era Capitão e 1º que havia sido Capitão de Sofala."

Carlos Alexandre de Morais cita como tripulante "o soldado Salvador Ribeiro de Sousa, natural de Ronfe, concelho de Guimarães, que virá a ser rei do Pegu, no Golfo de Bengala", como vem descrito no Breve discurso em que se contem a conquista do Reyno de Pegu na Índia Oriental, pelos portuguezes em tempo do Viso-Rey Ayres de Saldanha; sendo capitam Salvador Ribeiro de Souza, chamado Massinga, natural de Guimaraens, a quem os naturaes de Pegu elegerão por seu Rei no anno de 1601.

O códice diz que a "nao de Estevão da Veiga vindo da India se perdeo abaixo do Cabo das Correntes [sic], salvou-se muita gente e morreo D. Paulo de Lima, e Bernardim de Carvalho, as mais naos vierão a salvamento a este Reino e hua feita na India que o Governador Manoel de Sousa comprou para El Rei."

Acrescenta: "Nestas naos forão Breves do Papa a Frei Matheus da Ordem de Christo Bispo de Cochim para ser Arcebispo de Goa, e a Fr. André de S. Maria da Ordem de S. Francisco para ser Bispo de Cochim.

"Neste anno mandou El Rei ao Vice-Rei da India que não fizesse merce da sua fazenda aos Capitães mores nem menores das naos da India."

A propósito do naufrágio que houve nesta armada, Diogo do Couto escreve em 1611, uma relação com o título seguinte : "Relação do Naufragio da nao S. Thomè Na Terra dos Fumos, no anno de 1589. E dos grandes trabalhos que passou D. Paulo de Lima Nas terras da Cafraria athé sua morte. A rogo da Senhora D. Anna de Lima irmã do dito D. Paulo de Lima no Anno de 1611". in "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, Lisboa 1736.

Diogo do Couto, "Naufragio da nau S. Thomé", in História trágico-maritima, de Bernardo Gomes de Brito, 1735-1736

O códice da BN diz que "o Capitão-mor vindo para este Reino errou S. Helena e veio fazer agoada ao Brasil.

"A nao do Capitão-mor á vinda para este Reino pelejou sete dias com 4 naos; e todas vierão a salvamento."

O códice diz ele que "o Vice-Rei passando o Cabo e cometendo a viagem por fora parecendo ao piloto que se via sinaes das Ilhas de Mamale mas por lhe levantarem levantes se foi na volta de Mascate, e por não poder entrar no Estreito arribou a Sacotora, e por lhe cassarem as amarras estando surto foi invernar a Moçambique donde chegou o 1º de Janeiro de 91 e dahi partio para a India em navios de remo donde chegou em 15 de Maio, e a sua nao foi em Setembro com as da viagem, e voltando nella para este Reino o Governador Manoel de Sousa desapareceo."

Acrescenta o códice: "A naveta de Diogo Pereira tomarão os Inglezes ao 3º dia que partio de Lisboa. O Galeão desapareceo. A caravela foi invernar a Moçambique, e em Setembro do anno seguinte foi á India."

O códice da BN diz "A náo capitania vindo demandar a Ilha do Corvo foi tomada da armada Ingleza, e lançarão a gente em terra. A nao de Antonio Teixeira vindo demandar as Flores e achando ahi a mesma armada por verem que não se podião defender surgirão junto da terra donde se salvou a gente e poserão fogo a náo."

Faz parte da "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, a "Relação do naufragio da nao S. Alberto, no Penedo das Fontes no anno de 1593. E itinerario da gente, que delle se salvou, athé chegarem a Moçambique." Escrita por João Baptista Lavanha em 1597.[10]

O Códice da BN diz que "Sebastião Gonçalves de Arvellos arribou ao Reino. (…). A nao do Capitão-morFrancisco de Melo Canaveado por se elle passar na India á nao Chagas, vinha nella por Capitão Julião de Faria, e por fazer muita agoa varou na Aguada de São Braz, e quase toda a gente se salvou, e forão dahi por terra ao Cabo das Correntes e dahi a Moçambique.

"A náo de Antonio Rodrigues de Tavora foi por fora a Cochim, e vindo da Ilha tendo visto as Ilhas arribou a Vigo e veio a esta cidade de Lisboa a 27 de Fevereiro de 94. O Capitão-mor vinha na nao Chagas feita na India e por lhe quebrar o mastro do traquete com tormenta junto ao Cabo de Boa Esperança arribou a Moçambique donde invernou, e partindo dahia veio tomar Angola, e à vista do Fayal em vespera de S. João pelejárão com ella tres navios Inglezes, que lhe pegarão fogo com que se queimou toda sem della se salvarem mais de treze homens, trazendo a maior parte da gente das naos Santo Alberto e Nazareth.

Na História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, vem o "Tratado das batalhas, e sucessos (…) da Nao Chagas com os Inglezes entre as Ilhas do Açores, etc." Escrito por Melchior Estácio do Amaral.[10]

Comprou a viagem a D. Manoel Pereira de Murça [sic]."

O códice da BN diz que a nau de Pêro Gonçalves "por não tomar as Ilhas de Santa Helena e Ascensão foi ao Brasil, e estando surta em Pernambuco lhe deo hum temporal com que se perdeo e deo á costa, salvou-se a mor parte da fazenda. A nao de Antonio Teixeira de Macedo arribou a Moçambique e por não estar para fazer viagem para a India em Setembro de 94 e no golfão se foi perder indo-se ao fundo, e a gente se salvou na nao São Paulo, de que era Capitão Sebastião Gonçalves de Arvelos. A nao São Francisco ficou na India e veio no anno de 95. A nao de Lopo de Pina invernou em Sacotorá e foi em Maio á India, e vindo para este Reino no anno de 95 desapareceo. Desta armada só a nao do Capitão-mor veio a este Reino a salvamento neste anno, e a de que foi por Capitão Julião de Faria no anno de 91 que por ficar elle na India veio por Capitão della D. João Pereira que depois foi Conde da Feira, e das Ilhas para a terra pelejou muitos dias com cinco navios Ingleses, e veio a salvamento.

"Comprou a viagem a Christovão de Noronha, o Codorno."

O Códice da BN acrescenta que o Capitão Antonio Teixeira de Macedo "do dia que partio de Goa a hum mez varou no deserto por não ter vigia, salvou-se pouca gente e nenhua fazenda, a do Capitão-mor e a de Luiz de Souto vierão a salvamento."

O Códice da BN acrescenta que "João Paes Freire veio a salvamento. Antonio Carvalho indo do Reino invernou em Moçambique. Gaspar Palha passou á India, e voltando para este reino invernou em Moçambique donde se descarregou a nao por não poder fazer viagem e tornou a carga a Goa. Antonio Carvalho voltou ao Reino a salvamento no anno de 97."

Faz parte da "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, a "Relação da viagem E successo que teve a nao S. Francisco Em que hia por capitão Vasco da Fonseca, (…)" escrita pelo Padre Gaspar Affonso "Hum dos oito da Companhia, que nella hião.[10] "

O códice da BN diz que a "nao do Vice-Rei chegou a Moçambique em 7 de Setembro e por lhe afirmarem os Pilotos que ainda tinha a monção em 25 de Setembro chegou a 10 graus e meio da banda do Norte, 50 legoas da barra de Goa, mas a corrente da agoa o levou a Sacotorá donde arribou a Mombaça e ahi surgio a 4 de Dezembro e dahia partio para a India em fustas de remo, e chegou a Goa a 22 de Maio: e na mesma monção foi a sua nao invernar a Bombaim e estando carregada em Cochim para vir nella Mathias de Albuquerque se lhe pegou o fogo dia de Reis de 98 e ardeo toda sem se salvar cousa alguma, pelo que veio na nao São Martinho da Armada de D. Affonso de Noronha de que era o Capitão Christovão de Siqueira de Alvarenga: A náo de Vasco da Fonseca arribou ao Brasil com o leme quebrado donde carregou de assúcares, e vindo para este reino lhe deo hum contraste com que arribou a Porto Rico, e por chegar desbaratada descarregou o que levava e tornando a fazer sua viagem achou hua armada Ingleza na Ilha de São Miguel que a obrigou a varar em terra donde se perdeo em Novembro de 98, as outras tres forão e vierão a salvamento.

O Códice da BN acrescenta : "os quaes forão e vierão a salvamento.

"Comprou a viagem a Fernão de Mendoça que se perdeo duas vezes nos annos de 85 e 91."

O códice da BN acrescenta que Cosme de Lafetá ia "em hum galeão para Malaca." E que "Estas naos se fizerão á vela a 4 de Abril e surgirão em Belem e depois em Santa Catarina, e não sahirão a barra pela ter tomada huma armada Ingleza, de que era Capitão-mor o Conde Camorlão George Clifford, 3rd Earl of Cumberland, e a 14 de Maio tornarão para sima, e desarmarão, e não forão este anno naos á India.

"Comprou a viagem a D. Christovão Manoel de Vilhena."

O Códice da BN diz que "D. Jerónimo Coutinho, Capitão-mor partio a 6 de Fevereiro, Capitães João Paes Freire, Sebastião da Costa, e Diogo de Sousa os quaes forão e vierão todos a salvamento.

O códice da BN acrescenta que "A náo de Simão de Mendoça se perdeo na Costa da Cafraria 40 legoas antes de chegar a Moçambique donde elle morreo e a mor parte da gente. João Soares á volta da India por escorrer a Ilha de Santa Elena foi fazer aguada ao Brasil e chegou a Lisboa em Novembro havendo chegado as outras todas em Agosto.

"Neste anno visitou o Arcebispo de Goa D. Frei Aleixo por ordem do Papa a Christandade de São Thome e fez Concilio em que derão obediencia ao Sumo Pontifice Romano."

O Códice da BN acrescenta que "voltou para este Reino o Conde da Vidigueira Vice-Rei que partio de Goa a 25 de Dezembro e chegou a Lisboa em 27 de Maio de 601 sem amainar vela. Gaspar Palha Lobo desapareceo no Val das Égoas: Gonçalo Rodrigues Caldeira chegou a Goa, e por a sua nao não estar para fazer viagem, ficou lá, e veio a gente do mar della na nao de Manoel Pinto Pereira, e a nao em que foi o Vice-Rei partio de Cochim por Capitão della D. Juliano de Noronha, e invernou em Moçambique, e continuando sua viagem o anno seguinte a tomarão os corsarios á vista de Cezimbra. Nestas naos forão Breves para Francisco Rodrigues, Religioso da Companhia ser Bispo de Angamale que hé nas serras de Cocim onde habitão os Christaos a que chamão de São Thomé."

Na "História trágico-marítima" de Bernardo Gomes de Brito, vem o "Tratado das batalhas, e sucessos do Galeão Santiago com os Olandezes na Ilha de Santa Elena, etc." Escrito por Melchior Estácio do Amaral.[10]

O códice da BN cita Jorge de Moura em vez de Jorge de Mendonça; e acrescenta falando das duas armadas, que "o Capitão-mor D. Francisco Tello, Constantino de Menelao, e Diogo Paes de Castello branco arribarão ao Reino, os mais passarão á India, e voltarão a este Reino a salvamento salvo o Capitão-mor Antonio de Mello de Castro, que o tomarão os inimigos em Santa Elena, e o Galeão de Manoel Paes da Veiga se perdeo em Sacotorá, e salvando-se a gente e fazenda se perdeo a mor parte indo para a India em Fustas."

O códice da BN acrescenta que "a náo de Vicente de Sousa ficou na India, e a nao de Sebastião de Macedo invernou lá, e veio o anno seguinte, e as mais vierão a salvamento.

"As náos de que erão Capitães Constantino de Menelao, e Diogo Paes de Castellobranco vindo da India arribarão com tormenta a Vigo aonde descarregarão."

O códice da BN acrescenta : "Todos forão e voltarão a salvamento.

"Comprou a viagem a Simão de Mendoça."

Capitão-mor D. Martim Afonso de Castro, que ia por Vice-Rei; e os outros Manuel Barreto Rolim, Francisco ou Martim do Vale de Moura, António de Mendonça que ia na nau S. Filipe, e se perdeu entre Sofala e Moçambique, salvando-se toda a gente e toda a fazenda."

O códice da BN não diz a mesma coisa, e também fala do capitão "Braz Telles de Menezes, que estava nomeado por Capitão-mor e por ir o Vice-Rei, foi debaixo da sua bandeira, (…) Braz Telles, Manoel Barreto, e Francisco do Valle arribarão ao Reino. O Vice-Rei invernou em Moçambique, e dali na monção de Maio foi em Fustas á India, e a sua náo na monção de Setembro. A nao de Antonio de Mendoça se foi perder na Costa da Cafraria antes de chegar a Moçambique.

Macau, in Histoire Générale des Voyages Século XVIII

O códice da BN diz o seguinte : "As naos de Vicente de Brito, e Manoel Telles de Tavora, posto que partirão em companhia de Álvaro de Carvalho erão da armada de Braz Telles, e a ella sujeitas, e sendo elle Capitão-mor das naos primeiro se houvera de começar o assento por elle, que por Alvaro de Carvalho, que não foi Capitão-mor mais que de 3 galeões, o seu, os de Manoel Mascarenhas, e D. Francisco de Noronha, que ião para ficar d'armada no mar de Malaca.vêr Armada 183

"A nao capitania a 7 de Fevereiro de 606 voltando para este Reino por erro do piloto varou na Ilha de São Lourenço, e esteve em seco 14 dias, e no cabo delles sahio com perda de quasi toda a gente; foi invernar a Mombaça, e dahi passou a Goa onde por a nao não poder fazer viagem se passou a outra em que Braz Telles veio o anno seguinte e chegou a Lisboa a salvamento indo primeiro a Vigo com tormenta.

"A nao de que era Capitão Pero da Silva tomou o Vice-Rei D. Martim Affonso de Castro para ir nella a Malaca, e deo-lhe a em que elle havia ido e partindo de Goa com o Capitão-mor por se apartar delle deo em seco na Ilha de São Lourenço na bahia de São Vicente onde perdeo o leme, voltou a Moçambique onde invernou e se fez outro. Partio dali para o Reino, no Cabo da B. E. perdeo o leme, e foi a Angola fazer outro com que continuou sua viagem até a Ilha 3ª onde chegou em estado que não pode passar adiante, e se descarregou e veio a fazenda em navios da armada de D. Luis Fajardo"capitán general de la Armada del mar Océano" de Castela a Lisboa.

"A nao de que era Capitão Manoel Barreto Rollim partio de Cochim embarcou-se nella o Vice-Rei Aires de Saldanha que faleceo de doença antes de chegar á Ilha 3ª a nao se perdeo nos cachopos a 15 de Setembro de 606, salvou-se pouca gente e nenhuma fazenda.

"A nao de que era Capitão D. João de Menezes Soutomaior também partio de Cochim a 16 de Janeiro varou na bahia de Cascaes, salvou-se toda a gente e a nao parte da fazenda.

"A nao de que era Capitão D. Francisco de Almeida por tocar na barra de Moçambique ficou-se concertando em Goa. Partio em Janeiro de 607, tomou Angola, e veio a este Reino a salvamento.

"Fez a viagem de seu tio Fernão Telles que foi Governador da India."

O códice cita quatro galeões, diz: "Alvaro de Carvalho, Capitão-mor de 4 galeões, que ficarão na India partio a 9 de Março, e mais hua nao que foi em sua companhia que havia de voltar para o Reino, Capitães dos galeões Manoel Mascarenhas Homem, D. Francisco de Noronha, Manoel Telles de Tavora, e da nao foi por Capitão Vicente de Brito de Menezes: todos estes galeões chegarão a salvamento a Goa, e assim a nao de Vicente de Brito que voltou ao Reino o anno seguinte.

  • 6 de Abril "Armada de uma caravela. Partiu uma caravela e por seu Capitão Belchior Rodrigues, para alcançar as naus com novos avisos ; alcançando-as na linha, e voltou-se"para Portugal e chegou a Lisboa a 18 de Junho do mesmo anno, e todos chegarão á India a salvamento[5] " ".

Esse ano também partiu para a Índia, não se sabe em que armada, Sebastião Gonçalves Tibau ou Tibão, do Tojal, que passou depois para Dianga no Arracão. Escapou ao massacre dos portugueses, em 1607, pelo rei de Arracão, que se quiz vingar de Filipe de Brito e Nicote, e apoderou-se da ilha de Sundiva, que governou vários anos.[15]

O códice da BN diz que esta armada era "em naos para haverem de voltar, e assim mais 7 galeões para ficarem na India: não partio este anno por tomar a barra hua armada Olandeza."

O códice da BN acrescenta: "As 3 naos do Capitão-mor D. Jerónimo Coutinho chegarão a Moçambique a tempo que se havia alevantado dali hua armada Olandeza que o teve de cerco sendo Capitão da fortaleza D. Estevão de Ataíde que alcançou delles victoria ; e o Capitão-mor com a gente destas naos restaurou as ruinas que o cerco havia feito; e sahindo dahi para a India se perdeo a nao de D. Francisco de Lima de que se perdeo tudo. O Capitão-mor e D. João de Menezes chegarão a Goa a salvamento e do mesmo modo voltarão a este Reino.

"João Correa de Sousa, e Luis de Brito de Mello chegarão a salvamento a Goa, e na barra se perdeo o galeão de Luis de Brito.

"A naveta de Jeronimo Telles Barreto foi tomada dos Olandezes na costa da India, elle cativo, e morreo vindo para Olanda com outros fidalgos que também vinhão cativos.

"A naveta de Diogo de Sousa estando invernada em Moçambique a queimarão os Olandezes quando lhe poserão 2º cerco cerco [sic] no anno de 608".

O códice da BN diz que "o Vice-Rei faleceo na viagem a 15 de Maio, e o seu corpo voltou a este Reino no navio de que era Capitão Manoel de Frias, que chegou a Lisboa a 24 de Julho do mesmo anno. O Almirante passou á nao do Conde, fez Capitão do seu galeão Vicente Monteiro esta nao invernou em Moçambique, e chegou a Goa a 27 de Maio de 609."

Também diz que "Miguel Correa de Menezes Baharem a 13 de Junho deo em Axem que he na Costa da Mina por erro do piloto, salvou-se a mor parte da gente e todo o dinheiro.

"A nao de D. Luiz de Sousa invernou em Moçambique e dali partio para a India em Abril de 609, estando surta no deserto em bom fundo, em altura de 6 graus da banda do Norte, a desemparou a gente sem haver occasião para isso, e salvou-se della muito pouca pela matarem os Cafres, e nenhua outra cousa.

"A nao de Pero de Tovar em Setembro do mesmo anno chegou á costa da India 12 legoas da barra de Goa para o norte, alli a mandou queimar o Arcebispo Governador para que a não tomasse hua armada Olandeza, que estava á vista, salvou-se toda a gente, dinheiro, e muita fazenda.

"Christovão de Siqueira de Alvarenga em Outubro do mesmo anno varou na costa da Cafraria 7 legoas antes de Moçambique, salvou-se toda a gente, dinheiro, muita fazenda, e artilheria.

"A nao de D. Pedro Mascarenhas arribou a Lisboa na altura da Ilha da Madeira.

Depois o códice acrescenta, com o título de "Successos dos galeões desta armada" os fatos seguintes:

"O de Vicente Monteiro, o de Diogo de Sousa de Menezes, e D. Lopo de Almeida invernarão em Moçambique e forão em compara da nao capitania a Goa a salvamento em 27 de Maio de 1609.

"O de Manoel de Matos de Almada, invernou em Moçambique e foi a Goa no mesmo tempo.

"O de Manoel da Cunha da Silva arribou a Angola e dahi voltou para este Reino e chegou a Lisboa a 23 de Janeiro de 1609.

"O de Francisco Sodré Pereira na altura de Moçambique o tomarão tres naos Olandezas.

"O de Constantino de Menezes arribou à Bahia de Todos os Santos a 17 de Julho, no mesmo anno partio para a India, a 4 de Fevereiro de 1609 junto do Cabo das Correntes se foi ao fundo, salvou-se no batel o Capitão-mor com pouca gente.

Parece por lápso, visto que cita cinco naus e apenas quatro nomes, Faria e Sousa atribui a Caravela a André Salema. Segundo o códice da BN que cita os mesmos nomes e junta-lhes Manuel de Frias, é esta último o capitão da caravela, que "invernou na Ilha do Ibo com todas estas embarcações, e dali partio a tempo que chegou a barra de Goa o 1º de Setembro de 1609. Os navios ficarão todos na India, a caravella voltou para este Reino e por Capitão della o Piloto mor Gaspar Ferreira partio de Goa a 10 de Dezembro de 1609 e chegou a Lisboa a 11 de Maio de 1610."

O códice da BN acrescenta : "O Capitão-mor foi e veio a salvamento, Manoel Barreto Rolim morreo na altura do Cabo, a nao arribou sem leme a Angola, e dahi voltou para este Reino.

"A nao de Luiz de Bardy ficou na India por não ter carga e veio o anno seguinte e chegou a este Reino a salvamento, e nella se embarcou o Arcebispo D. Frei Aleixo de Menezes, que havia governado aquelle Estado, e vindo das Ilhas Terceiras para terra pelejou valerosamente com 4 naos de cossairos.

"Na nao de Ambrosio de Pina se embarcou André Furtado que avia governado 3 vezes, morreo na viagem e o Capitão da nao, e ella veio a salvamento a Lisboa.

"A nao de Antonio Barroso voltando da India para este Reino foi á Bahia de Todos os Santos no Brasil, onde se perdeo, mas salvou-se toda a gente e fazenda.

"Neste mesmo anno partio de Goa para este Reino a náo em que ali chegou D. Christovão de Noronha e veio por Capitão della D. Pedro Coutinho e chegou a este Reino a salvamento.

"André Furtado avia succedido no governo ao Arcebispo Frei Aleixo de Menezes."

O piloto de D. Manuel era Simão Castanho, de quem existe o diário de bordo da nau Piedade.

Frazão de vasconcelos diz que a armada partiu o 22 de Março.

Capitão-mor Luís Mendes de Vasconcelos, e os outros João Travassos da Costa, Manuel Teles de Távora, na nau "Libramiento" que se perdeu na cabeça seca do Tejo. João Travassos morreu em Goa, e veio com sua nau ao Reino Jácome de Morais Sarmento. Com estas naus foi ao Arcebispo de Goa Dom Frei Aleixo de Meneses sua nomeação para Braga, que tanto melhor fora não têr sido, e a Dom Frei Cristóvão Bispo de Malaca o de Goa, e ao Doutor Gonçalo da Silva Inquisidor de Goa a de Malaca.

O códice da BN diz que "o Capitão-mor chegou a salvamento partio de Cochim, e voltando para este Reino tomou Angola. João Travassos da Costa foi carregar a Cochim, e partindo dali para este Reino arribou a Goa, onde invernou, e alli morreo. E o Vice-Rei fez Capitão da nao Jacome de Moraes Sarmento que partio em principio de Janeiro de 612 e por lhe quebrar o mastro grande arribou a Moçambique donde partio a 17 de Outubro do mesmo anno, chegou a Lisboa a 7 de Abril de 613 com muita gente morta."

O códice acrescenta que a Portugal "as naos chegarão todas juntas a 21 de Agosto de 612 e todas tomarão Santa Elena."

O códice acrescenta : "chegarão em Maio a Goa: Antonio de Abreo despachou o Vice-Rei na mesma caravella com aviso a Malaca, Manilha, e á China, e tudo fez com muita presteza, e satisfação."

  • 18 de Novembro "Armada de um galeão. Partiu em Novembro Capitão de um galeão Antonio Pinto da Fonseca que ia por Visitador, e Provedor das Fortalezas da Índia, como se lá não houvesse Vice-Reis; ou este houvesse de sêr melhor que eles : ao que deu boa conta de si, e soube negociar, pois veio a sêr Capitão de Malaca."
  • 10 de Dezembro "Armada de um galeão.

Partiu em Dezembro Capitão de um galeão João Cortes de Mendonça despachado a D. Jerónimo de Azevedo que servia de General da conquista de Ceilão havia 18 anos, a qeum enviava El-Rei o governo da Índia para que fosse suceder a Rui Lourenço de Távora com título de Vice-Rei ; parecendo que ele havia de sêr o remédioda Índia contra a peste da Holanda que já por alí laborava muito ; e ele também havia oferecido que seria Vice-Rei sem salário por sêr muito rico ; e ao fim nnao fez mais que os outros; e morreu em prisão miseravelmente. Para isso se despachou este galeão com grande pressa tão fora do tempo. Em tudo sobre estas expediçãos estão as memórias pouco ajustadas."

O códice da BN acrescenta : "o Capitão-mor e Christovão de Siqueira chegarão em Outubro a Goa, dali partirão juntos para este reino onde chegarão a salvamento. Em S. Elena peleijarão com 4 Olandezas de que tiverão vitória.

"D. Luiz da Gama invernou em Sacotorá, chegou a Goa em 10 de Abril de 613, e por elle ir entrar em Ormuz se embarcou na nao o Vice-Rei Ruy Lourenço de Tavora que chegou a Lisboa a salvamento a 15 de Setembro de 614. Na altura de Cabo de Boa Esperança peleijou com 2 naos Olandezas, e tomou Angola, entregou o governo ao Vice-Rei D. Jeronimo de Azevedo por ordem del Rei.

Capitão-mor D. Manuel de Menesesna nau Nossa Senhora da Luz que já o tinha sido no ano de 1609 ; e os outros Paulo Rangel de Castelo Branco, Manuel de Vasconcelos, Luís Furtado de Mendonça : e todos arribaram em fins de Agosto"arribarão a Lisboa em 23 de Agosto do mesmo anno"[5]. Enviou-se em Junho um navio com aviso, de que foi capitão Belchior Rodrigues, que chegou a Goa, e de volta morreu na viagem."

O códice da BN não dá a mesma data. Diz ele que foi em 28 de Janeiro que "partio hum navio para a India com aviso, de que foi por Capitão e piloto Belchior Rodrigues".

Acrescenta ; "Mandou Sua Magestade que comprasse a viagem de Pero de Sá."

Capitão-mor D. Manuel Coutinho, e os outros os mesmos três que haviam arribado essoutro anoPaulo Rangel de Castelo Branco, Manuel de Vasconcelos, Luís Furtado de Mendonça, e de novo João Soares Henriques, que se perdeu na costa de Melinde. A Capitana na volta se perdeu no Faial, o Rangel que ia na Remédios se perdeu na barra de Goa; a S. Boaventura em que ia Luís Furtado de Mendonça se perdeu. Rui de Melo de Sampaio, Francisco de Sousa Pereira : estes dois se nomeam este ano noutras memórias, mas não se encontra quem foram nas naus."

O códice diz ele o seguinte : "na monção de Setembro do mesmo anno chegarão a Goa o Capitão-mor e Manoel de Vasconcelos e a nao de Luis Furtado porque elle morreo na viagem.

"A nao do Capitão-mor por vir aberta varou na Ilha do Faial onde morreo alguma gente, e se perdeo a mor parte da fazenda.

"Na nao de que era Capitão Luis Furtado por morrer vinha por Capitão Manoel de Almada Freire e por fazer muita agoa vindo em sua compara o Capitão-mor e a náo de Manoel de Vasconcelos recolherão a gente e a largarão a . . . em altura de . . . graus da banda do Norte, e se apartarão della sem a verem ir ao fundo dois dias que estiverão á sua vista.

"A nao de João Soares Henriques por erro do piloto varou em huma restinga defronte de Melinde onde se perdeo, mas salvou-se toda a gente, fazenda, e artilheria.

"A nao de que era Capitão Paulo Rangel de Castellobranco invernou em Mombaça e foi a Goa a . . . de Maio de 615 estando carregada para vir para este Reino no anno seguinte se perdeo na barra de Goa, e não se salvou a fazenda.

A nao São Filippe veio a salvamento a este Reino, mas muito aberta, com frande damno nas fazendas, e morreo-lhe o Capitão-mor na viagem."

Capitão-mor D. Jerónimo Manuelna nau Nossa Senhora da Boa Nova , e os outros Francisco Lopes Carrasco, João Pereira Cortereal, e D. Antonio Telo. Este último indo de Madrid a Lisboa, e achando que tinham partido procurou alcança-las com uma caravela em que navegou até a Ilha da Madeira, e não encontrando-as voltou ao Reino, e caminhou por etrra até a Índia acompanhado do capitão Manuel do Prado, e chegaram a tempo que D.Antonio se embarcou na sua nau e voltou ao Reino. E o mesmo sucedeu ao Carrasco desde a Índia, de donde veio por terra a alcançar sua nau em Portugal. E a verdade é que de ambos puderam elas fugir com muita razão, pois se descuidavam delas ao tempo da partida. O João Pereira Cortereal na volta fez enforcar doishomens e matou outro de estocadas, porque se levantaram na nau contra ele. E aínda que tinha bom modo para obrigar a isso, não o podiam eles "tener para disculpar-se", e assim contando isso por façanha lhe fizeram mercêno Reino . Com esta armada foram recados Apostólicos para que Dom Frei Sebastião Bispo de Meliapor fosse a se-lo de Cochim por ter renunciado a esta Mitra Dom Frei Andres: e para que Frei Luís de Brito Agustino o fosse de Meliapor.

Votando o Capitão-mor D. Jerónimo Manuel no ano de 1616, pelejou na altura da Ilha das Flores com quatro naus de Cosários, e foi surgir na Ilha Terceira no meio de Julho de 1617, e ao fim veio ao Reino.

Este mesmo ano de 1615 vinha da Índia uma nau de que era capitão Francisco de Brito que se perdeu à frente da Ilha Querimba, salvando-se a gente, que com os duros trabalhos que resultam de semelhantes fortunas, foram saíndo a Moçambique e outras partes."

O códice da BN diz que "a nao de Francisco Lopes Carrasco que por ficar na India veio por Capitão della Francisco de Magalhães, o torto".

"A nao do Capitão-mor estando carregada para partir para este Reino em 27 de Janeiro e 616 lhe deo hum temporal que a obrigou a varar na barra de Goa, mas porque foi em vaza não recebeo mais damno que cortar os mastros: partio o anno seguinte e na altura da Ilha das Flores peleijou com 4 navios de Cossairos, e foi surgir na 3ª em 18 de Julho de 617 onde esperou pela nao de que era Capitão Lançarote da França Pita da armada de D. Manuel de Meneses e ambas vierão a salvamento."

Capitão-mor D. Manuel de Menesesna nau S. Julião, e os outros Lançarote da França Mendonçanau Nossa Senhora do Cabo , que arribou desde a linha eseu primo Lançarote da França Pitana Vencimento. Entre as Ilhas Comores pelejou D. Manuel com ingleses, e varando com sua nau a uma delas, e perdendo fazenda e alguma gente, passou com a outra a Mombassa, e a Goa, e voltou ao Reino num patacho que vinha de aviso. De maneira que não lhe sendo favorável esta navegação em baixeles grandes, foi-lhe num tão pequeno."

O códice da BN diz que foi com "4 naos Inglezas com que peleijou alguns dias, (…) e elle voltou a este Reino em hum patacho que veio com aviso em 21 de Junho de 617"; e acrescenta: " Por arribar o anno de 613 mandou Sua Magestade que tornasse a fazer a viagem de Pero de Sá."

Capitão-mor D. João Coutinho Conde de Redondo, que ia por Vice-Rei; e os três Nuno Álvares Botelho que ia por Almirante, Lançarote da França Mendonça, e João Pereira Cortereal."

O códice acrescenta : "João Pereira Cortereal, que o anno passado veio da India por Capitão de outra náo."

O códice acrescenta: "D. Nuno Souto maior da linha arribou a este Reino.

"Todos chegarão a Goa a salvamento na monção ordinaria.

"D. João de Almeida deixou em Moçambique as munições que levava para a fortaleza, e passou a Goa onde ficou o navio.

"As 4 naos voltarão a salvamento a este Reino e na em que foi o Conde de Redondo veio D. Jerónimo de Azevedo que acabou de ser Vice-Rei e da nao o levarão preso á Cova do castello."

Capitão-mor D. Cristóvão de Noronha, e os outros o Almirante João Rodrigues Roxo, João Soares Henriques"que já avia ido por Capitão de outra nao no anno de 614 e se perdeo em Melinde" (códice), D. João ou D. Luis de Meneses, e Manuel Ribeiro. Nesta ArmadaNa nao almirante, foi o Padre Diogo Valente para Bispo do Japão por morte do Bispo Luís Serqueira. O capitão-mor comprou a muito dinheiro o não pelejar com umas naus inglesas no Cabo de Boa Esperança, e por isso veio preso ao Reino." O códice da BN fala de 3 naus e duas fustas de que eram capitães D. Luís de Meneses e Manuel Ribeiro. Acrescenta que "as 3 naos chegarão a Goa a salvamento. O Capitão-mor teve hum encontro com . . . naos Inglezas avante do Cabo de Boa Esperança: tomou Cochim e dahi passou a Goa onde o Vice-Rei o mandou prender e desapossar da Capitania e veio preso para este Reino. Diogo de Mendoça Furtado proveo o Vice-Rei na Capitania mor, e veio na nao de João Soares Henriques que faleceo antes de chegar a Goa.

"D. Luis de Menezes faleceo antes de chegar a Goa, e a urca em que elle hia chegou a salvamento.

"A urca em que hia Manoel Ribeiro tomarão os Inglezes que peleijarão com o Capitão-mor e depois de a roubarem a largárão foi tomar Moçambique, onde morreo o Capitão e ella com a mais gente se passou a Goa.

"Mandou Sua Magestade que comprasse a viagem de Luis Lobo da Veiga."

Esse ano, em 17 de Maio houve a "mais extraordinaria admiravel, e lastimosa tormenta de vento, que entre as memoraueis do mundo socedeo na India Oriental, na Cidadeportuguesa de Baçaim, & seu destricto".[16]

O códice da BN diz que a viagem era de "Pero de Sá de Menezes, que Sua Magestade lhe mandou comprasse". Acrescenta que Jeronimo Correa Peixoto tinha partido "a 29 de Março"; e que "a nao de Roque Froes arribou a esta cidade a 16 de Abril com o mastro grande quebrado. A nao de que era Capitão Jeronimo Correa Peixoto invernou em Moçambique na monção de Maio de 620 partio dali para Goa.

"O Capitão-mor e Francisco Ribeiro voltárão o anno seguinte a este Reino a salvamento."

"A nau Conceição que partiu este ano da Índia onde foi feita, pelejou com 16 navios Turcos junto à Ericeira foi queimada por eles em Outubro de 620 andando a Armada de Portugal por ali, de que era general Dom Antonio de Ataíde. Por isto foi acusado, e resultou da acusação fazê-lo Conde de Castro Daire, e outras mercês, que nunca teria alcançado em não haverse perdido aquela nave."

O códice da BN diz que a armada de Rui Freire de Andrade era de três galeões et duas urcas ; que "Ruy Freire com os seus 5 navios invernou em Moçambique. Partio dali para Ormuz na monção de Maio, na restinga de Melinde se perdeo o navio de que era Capitão Francisco de Mello, salvou-se a gente e a artilheria, e o mais que levava, tirado o casco.

"D. João de Almeida morreo na viagem, Ruy Freire chegou a Ormuz a salvamento com os 4 navios em 15 de Julho de 1620".

O códice da BN diz que o capitão-mor comprou a viagem a Pêro César d'Eça e que ia "Diogo de Mello de Castro em viagem propria." Acrescenta que "a nao de D. Francisco Lobo arribou a este Reino de 4 graus da banda do Norte e chegou a 17 de Setembro.

"O Capitão-mor invernou em Mombaça, e a nao de que era Capitão Pero de Moraes á entrada da barra de Mombaça tocou e se perdeo, salvando-se a gente, fazenda, e artilheria.

"A nao de que era Capitão-mor Diogo de Mello chegou a Cochim em fim de Novembro e passou logo a Goa onde chegou a 14 de Dezembro. Voltou para este Reino e chegou a salvamento a Santo Amaro."

O códice da BN diz que "Jacome de Moraes Sarmento foi por Capitão-mor de seis navios" ; fala de "Minas" de Monomotapa e acrescenta que "estes navios tanto que poserem a gente em Moçambique hão de passar á India para ficarem lá."

  • Data desconhecida, e 22 de Fevereiro "Armada de dois navios. Partiram também este ano dois navios apesar de não irem juntos, de um era Capitãode um patacho Diogo Barradas, que ia com avisos a Moçambique e a Goa; e o outroem 22 de Fevereiro Filipe da Cruz da Silveiraem outro patacho , de avisos a Malaca."
  • 1621 Dom Afonso de Noronha (segunda vez) por Vice-rei, com Jerônimo Lobo "Vieram este ano da Índia duas naus que lá se fizeram : uma a Conceição de que era capitão..............que na paragem de.................pelejou com 15 naus dos Turcos três dias ; já se iam desesperados de rendela, quando incendiendo-se ela eles voltaram e aínda apanharam muita riqueza e gente. Outra a S. João de que era capitão.............. que na altura do Cabo pelejou com três naus holandesas alguns dias ; e apertando-os o tempo ela se foi perder na Baía da Lagoa, e a gente com muita riqueza foi caminhando até Sofala e Moçambique aonde chegaram algumas pessoas sobre muitos meses e trabalhos ; e as mais vencidas deles deixaram a vida por aquelas terras."
  • 29 de Abril "Armada de quatro naus. Capitão-mor D. Afonso de Noronha"do Conselho de Estado d'El Rei Nosso Senhor" (códice), que ia por Vice-Rei e havia ido por por Capitão-mor da armada do ano de 1597. Ia por capitão da sua nau D. Francisco Lobo que havia arribado nela o ano antes ; e os outros eram D. Francisco Henriques, por Almirante, D. Rodrigo Lobo na nau S. Carlos, viagem comprada, na qual nau ia também o novo missionário jesuíta Jerônimo Lobo], Nuno Pereira Freireviagem própria . Obrigada duma tormenta arribou esta armada : e este foi o primeiro Vice-rei e Governador da Índia que saíndo deste reino arribou a ele."

O códice não diz que o Vice-rei arribou [e arribou verdadeiramente] , mas que "o Vice-Rei se embarcou na nao em que tinha arribado o anno atrás D. Francisco Lobo, que foi por Capitão da mesma nao para voltar nella." E acrescenta: "D. Francisco Henriques, Capitão de outra nao á ida ha de fazer o officio de Almirante, e á vinda de Capitão-mor."

Outros missionários jesuitas iam também nessa armada : o castelhano Pedro Marejon e Diogo Lopes.

O padre M. Gonçalves da Costa, às razões do insucesso dessa armada devido ao mau tempo que arrastou os navios "para o recôncavo da Guiné, como era de temer pelo adiantamento da estação", acrescenta o facto que as provisões apodreceram muito depressa, a carne de porco saíndo "já podre e ardida, o mesmo sucedendo ao vinho e ao arroz que parecia cal".

O códice da BN diz que "Estes galeões sahirão desta barra a 11 de Março, e porque ao dia seguinte tiverão huma grande tormenta tornarão a entrar pela barra os cinco delles mui destroçados, o de Luis de Moura esteve perdido na costa e recolheo-se no porto de Setúbal sem mastros, ali se concertou e partio para a India em 8 de Abril.

"A 24 de Abril mandou Sua Magestade que 4 galeões destes ficassem para a armada da Costa, e se passasse a gente e mantimentos delles ás náos, e o galeão mais pequeno fosse em compara dellas para levar a Moçambique o mineiro e mais coisas para o lavor das minas. Não chegou mais que a 5 graus da banda do Norte: esteve sobre os baixos de Santa Anna, arribou a este reino onde chegou com as 4 náos, e galeão de que era Capitão João Rodrigues da Cunha a 6 de Outubro de 621.

Ia nessa armada o missonário jesuita Jerônimo Lobo que tinha arribado na armada do ano passado. Iam com ele quatro companheiros : o castelhano Pedro Marejon, o italiano Juliano Baldinote e o português Jerónimo de Paiva.

O códice da BN diz ele : "Todosda armada de D. Francisco da Gama forão em conserva até passarem a linha o 1º de Maio, e no mesmo dia tiverão vista e falla de Sancho de Thobar da Silva, Capitão-mor de 2 galeões, e 2 patachos que partio de Lisboa a 20 de Março do mesmo anno, e com o galeão de que era Capitão Gonçalo de Siqueira se encontrou com as naos e forão seguindo sua viagem todos em conserva.

"Nos dois patachos erão Capitães Francisco Sodré Pereira que se foi concertar a Cabo Verde de huma agoa que fazia, e continuou sua viage, chegou a Goa, voltou para este Reino o anno seguinte e chegou a salvamento a Peniche, onde descarregou por haver muitos cossairos na Costa. Do outro patacho era Capitão Francisco de Almeida Cardozo que arribou da altura da Ilha da Madeira a este Reino.

"Na volta do Cabo de Santo Agostinho a 9 de Maio se apartou a náo São Thomé sem occasião de tempo por já la ventear muito sem acudir ao sinal que se lhe fez com peça.

"As 3 naos e 2 galeões forão continuando sua derrota e quasi na altura do Cabo a 20 de Junho tiverão vista de 3 naos de inimigos a que derão caça, mas por estarem longe e se fazerem na volta do mar desaparecerão.

"Em 6 de Julho na Terra do Natal deo hum raio no mastareo grande da nao capitánia que queimou parte da bandeira e levou algumas falcas do mastro sem matar, nem ferir nenhuma pessoa passou.

"A 20 de Julho se apartou o galeão de Sancho de Thobar sem occasião nenhuma. A 22 de noite se teve vista de 5 velas de inimigosnaus holandesas e inglesas , e a 23 pelejarão com as 3 náos, e pela náo almirante ficar muito atras e ser á vista de terra onde há grandes correntes e muitos baixos, e a briga durou até o sol posto, e passado ella mandou o Vice-Rei dizer ao Almirante pelo Capitão do galeão que se viesse chegando para elle pois o vento era favorável para o prover do necessário ao que respondeo que os seus Officiaes dizião que não podião ir e que determinava ir varar na Costa, como o fez naquella noite sem obedecer ao segundo recado, que lhe mandou o Vice-Rei que o não fizesse.


"A 4 de Outubro tiverão vista da Ilha de Callipene que he huma das de Mamalle, e forão continuando sua viagem. A 6 de manhã houverão vista de terra na altura de Porqua. O dia d'antes se tinha apartado o patacho de D. Francisco Mascarenhas que foi tomar Coulão e dahi a poucos dias veio a Cochim.

"O Vice-Rei com os outros dois patachos surgiu em Porqua a 6 do mez e por ser o vento contrario não entrou em Cochim senão a 11 onde soube da perda de Ormuz.

"Esta viagem que fez o Vice-Rei de Moçambique para Cochim foi nova e tem-se achado ser de muita importancia porque a todo o tempo se pode fazer.

"O Vice-Rei despachou logo hum patamar avisando o Governador da sua chegada, e que mandasse huma armada de remo como o fez e a 27 de Novembro chegou D. Manoel de Castro Pereira Capitão-mor de 15 sanguiceis, e muitos fidalgos em navios armados á sua custa, e muita quantidade de navios de cafila.

"O Vice-Rei comprou huma naveta a el Rei de Cochim que logo mandou concertar, e a deixou com carga de pimenta, drogas e roupas para vir para o Reino onde chegou a salvamento e por Capitão della Diogo Vaz de Siqueira.

"Em Cochim proveo o Vice-Rei em todas as coisas necessarias e partio para Goa em 6 de Dezembro, veio visitando as fortalezas de Cananor, Mangalor e Barçallor, e Onor, e as proveo do que lhes era necessário. Tanto ávante como o Cabo de Rama chegou Nuno da Cunha em navio da armada e avisou ao Vice-Rei que na barra de Goa estavão surtas 6 naos inimigas, que com as lanchas havião queimado hum patacho dos que havião ido de Cochim.

"O Vice-Rei chamou a conselho as principais pessoas da armada e posto que houve votos que desembarcasse no Rio do Sal, o Vice-Rei resolveo em o não fazer e ir pela barra á vista dos inimigos como o fez a 17 pela manhã ás 9 horas levando descoberto o farol e desenrolada a bandeira passou a tiro de peça das naos dos inimigos. O Vice-Rei foi desembarcar no forte da Aguada e o visitou, e a nao São Thomé que estava surta junto a elle que não partio aquelle anno pelos inimigos estarem na barra até o fim de Março, mas partio o anno seguinte de 624 e veio a salvamento ao Reino.

"O galeão de Sancho de Thobar da Silva estava já em Goa quando chegou o Vice-Rei e a 19 lhe entregou o Governador o governo."

Jerônimo Lobo ia no patacho do vice-rei.

O códice diz que "D. Diogo de Castello-branco faleceo antes de chegar a Moçambique onde se perdeo a nao com huma tormenta.

"Francisco Correa de Castello branco [sic] falleceo antes de chegar a Moçambique onde a sua nao invernou com a mais armada, e foi em Maio a Goa, voltando para este reino por Capitão D. Francisco de sá e por abrir no Cabo de Boa Esperança a levou o Capitão-mor com a mais armada a Santa Helena onde se descarregou toda da fazenda e artelharia, e se repartio pelas outras naos, e a outra forão buscar urcas do Brasil, e só o casco da nao se perdeo."

O códice diz que "D. Antonio Tello" era Capitão-mor destas duas armadas: 3 naos, 3 galeões, e 2 patachos, e acrescenta o seguinte: "D. Filippe Mascarenhas passou a Goa em Novembro. Á entrada de Moçambique encalhou a nao capitania na mesma restinga em que o anno dantes havia encalhado a nao do Vice-Rei mas por ser mais na ponta do baixo com lhe cortarem o mastro sahio e se concertou em Moçambique onde invernou, e foi em Maio a Goa, voltou para este Reino, e perdeo-se na barra de Lisboa donde se não salvou mais que a gente.

"O Galeão de Francisco Borges invernou em Moçambique e dali com ordem do Vice-Rei passou a Mascate, e veio depois a Goa.

"O Galeão de Bento de Freitas Mascarenhas se perdeo com tormenta em Moçambique.

"O patacho de Manoel Pessoa tomou-o hua náo inimiga antes de dobrar o Cabo de Boa Esperança e o largou: foi a Moçambique onde invernou, e dali o mandou o Vice-Rei a Mascate em companhia de Francisco Borges indo por Capitão delle Manoel do Prado de Magalhães e por erro do piloto se perdeo na Arabia. O patacho de Cosmo Cação chegou a Moçambique e ali se perdeo antes da tormenta."

1624[editar | editar código-fonte]

25 de março[editar | editar código-fonte]

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O códice como para o ano anterior fala duma só armada em que ia Nuno Álvares Botelho como "Capitão-mor de 2 naos, 1 galeão de carga e 5 de guerra"; Diz que Estas "3 embarcações chegarão a Goa, e voltarão para o reino, onde chegarão salvamento." E acrescenta :

"Esta armada foi sempre junta, tomou Moçambique, e chegou a Goa a 2 de Setembro do mesmo anno, e estes 5 galeões ficarão na India."

1625[editar | editar código-fonte]

O códice da BN acrescenta: "forão sempre juntas até Goa, onde chegarão a 5 de Setembro. Não tomarão Moçambique (…)

"Voltando para este Reino tomarão a Ilha 3ª e vindo para Lisboa as encontrou hua caravella com ordem dos Governadores para hirem á Corunha, como forão, por se temerem de huma armada que não sahio de Inglaterra. Estando na Corunha estas naos foi-as lá buscar a armada da Costa, de que era General D. Manoel de Menezes, fizerão-se á vela para Lisboa deo-lhes huma tormenta com que se perderão as naos e toda a armada, e se salvou só hum galeão e muito pouca gente."

1626[editar | editar código-fonte]

O códice fala de "2 naos e 1 galeão de carga"; diz que Lourenço Peixoto Cirne era Capitão do galeão e Almirante, que "todos chegárão a Goa a salvamento e voltarão para este Reino onde 2 náos chegarão a salvamento"; e que "O galeão se apartou dellas, e foi ao Brasil á Bahia de Todos os Santos onde se deteve até Janeiro de 629 em que chegou a salvamento mas deixou a pimenta e fazenda de partes na Ilha 3ª."

O códice diz : "Chegárão a Goa a salvamento e voltarão para o Reino, e partirão de Goa a 16 de Marçode 1628 . Nesta nao se embarcou o Conde da Vidigueira Vice-Rei onde lhe foi ordem para entregar o governo ao Bispo de Meliapor.

"O patacho se apartou da náo sem occasião em 5 de Maio e foi tomar Pernambuco no Brasil, donde partio para este Reino e foi tomado pelos inimigos, matarão o Capitam e outras pessoas.

"A náo teve 3 meses e meio de tormentas no Cabo de Boa Esperança e o passou a 20 de Setembro, e por haver falta de agoa forão a Angola onde surgirão a 13 de Outubro e dali partirão a 16 de Dezembro e entrarão em Lisboa o derradeiro de Marçode 1629 .

"João de Siqueira Varejão comprou esta viagem a D. Rodrigo Lobo.

Outra memória diz que Duarte Pessanha de Abrantes partiu em Outubro.

Capitão-mor D. Francisco Mascarenhas que ia por Vice-Rei ; e por capitão da sua nau Lançarote de França de Mendonça, e os das outras D. João de Meneses, Alferes mor do Reino, eAlmirante Antonio Coelho de Sampaioou António Pinheiro de Sampaio. Arribaram o Vice-Rei, e Lançarote ; o Alferes mor morreu na altura da Terceira de volta da Índia. Havendo o Vice-Rei averiguado que um cavaleiro usava de um crime sujo o condenou a morrer no fogo de uma bombarda ; e porque isto se fez na arribada foi acusado de que o havia feito não tendo poder para fazê-lo : e todavia foi julgado que tinha bem feito, e se lhe fez mercê do lugar de Conselheiro de Estado no Conselho que reside em Madrid."

O códice diz ele que : "Levou o Vice-Rei hua caravella para se passar a ella sendo necessario o que não fez e arribou ao Reino com elle Antonio Pinheiro"; que "a nao do Alferes mor passou á India, e chegou a Goa a 29 de Novembro", e que essa mesma nau foi a única a passar á Índia, e "chegou a Goa em Novembro do mesmo anno, partio de lá em Março de 629 e chegou a Lisboa em Outubro do mesmo anno. Das Ilhas para a terra falleceo o Alferes mor, e o Inquisidor Francisco Borges de Sousa."

O códice da BN acrescenta : "Os galeões de Luis Martim de Sousa, Andre Velho, Andre de Vasconcellos, Pedro Rodrigues Botelho chegarão a Goa com o Vice-Rei.

"O galeão de Francisco de Sousa de Castro se foi perder no baixo de João da Nova, e dali se salvou a mor parte da gente, e foi a Moçambique donde mandarão buscar a artilheria, e toda se salvou.

"O galeão de Vicente Leitão de Quadros 60 leguas antes do Cabo veio pedir ao Vice-Rei lhe mandasse salvar a gente e artilheria que se hia o galeão ao fundo. O Vice-Rei lhe não pode acodir, e o galeão não appareceo mais.

"Na monção de Outubro chegárão a salvamento as 3 naos e 4 galeões.

"As 3 naos partirão para este Reino em Março do anno seguinte e a nao em que havia ido o Vice-Rei chegou a Lisboa a 27 de Setembro de 630.

"A nao do Capitão-mor Francisco de Mello tomou Angola e chegou a Lisboa o 1º de Junho de 631.

"A nao São Gonçalo, Capitão Antonio Pinheiro de Sampaio morreo antes de chegar a Goa e voltou nella por Capitão Fernão Lobo de Menezes que com tormenta arribou a Bahia Formosa e estando nella surta e já concertada para fazer jornada deo á costa com hua tormenta, e da madeira da terra se fizerão 2 patachos em que se meteo a gente e parte da fazenda em hum delles se embarcou o piloto que era da nao, e foi para a India, no outro o Capitão e encontrando a nao Santo Ignacio se passou a ella, e a mais gente e parte da fazenda e largárão o patacho, o que se soube por hum grumete da nao São Gonçalo que da de Santo Ignacio se passou á nao Bom Jesu do Monte Calvario.

"O Capitão Fernão Lobo Falleceo na nao Santo Ignacio antes de chegar a Angola, e disse que na Bahia formosa se alevantára contra elle Roque Borges, casado em Goa, e recolhera a si o piloto, e escrivão da nao com outras pessoas que trazião a mor parte da pedraria, e se não sabe com que intento, nem para onde determinavaão fazer viagem.""

Capitão-mor D. Jorge de Almeida, e da outra Cristóvão Borges Corte Real. O Almeida ficou na Índia por General de Ceilão, e voltou na sua nau, que era Santo Ignácio de Loyala, António de Sousa de Carvalho que se perdeu na barra de Lisboa."

O códice da BN acrescenta: " A nao de Christovão Borges de volta da India chegou a Lisboa a 19 de Outubro de 631 veio com bandeira de Capitão-mor por ficar na India D. Jorge de Almeida, e na sua náo veio por Capitão Antonio de Sousa de Carvalho e tomou Angola em 8 de Agosto de 631 donde partio para este Reino a 9 de Dezembro do mesmo anno: encalhou a nao entre Paço de Arcos no 1º de Abrilde 1632 , salvou-se a gente, artilheria, e alguma fazenda."

Capitão-mor António de Saldanha, e da outra José Cabreiraou João Cabreira, ou José Cabral (códice): que arribaram com muita gente morta de infirmidades."

O códice acrescenta que Antonio de Saldanha, era "filho de João de Saldanha, o Abbade, a quem Sua Magestade fez mercê desta viagem e que a fosse logo servir, sem embargo de haver outros providos mais antigos: capitão da outra nao Joze Cabral que a comprou.

"Ambas as naos arribarão e entrarão em Lisboa a 19 de Setembro do mesmo anno. Chegarão á vista de Pernambuco, e dahi voltarão para este Reino e morreo em ambas muita gente."

O códice diz que eram dois patachos, e acrescenta que "o 1º ficou na India. O 2º veio e por Capitão delle Francisco Ribeiro que servio em Goa de Patrão mor, e chegou a esta barra em 30 de Outubro de 1632.

O códice diz: "Capitão-mor Antonio de Saldanha, e Joze Cabreira, que ambos tinhão arribado o anno antes" de onde se deduz que o capitão a quem este mesmo códice dava o nome de José Cabral, é o mesmo que este Cabreira, mas as diferentes memórias nunca dão exatamente o mesmo nome… Acrescenta: "Estando para partir não tiverão tempo para sahir da barra até 13 de Maio, em que se assentou em Conselho de Estado que não partissem por ser tarde, e o tempo estar do mar, e ainda esperarão ate 20 do mez.

"A 4 de Junho do mesmo anno partirão 3 patachos com aviso e socorro para a India, Capitães Manoel Martins Homem, Joze Pinto Pereira, Antonio da Cruz. Joze Pinto Pereira chegou em 11 de Julho de 633."

Capitão-mor António de Saldanhana nao Saude que havia arribado e que não tinha partido essoutro ano : e os outros, o Almirante José de Cabreira da Guardana nao Belem , e Gonçalo Rodrigues ou Nunes da Cunhana nao Sacramento. das duas caravelas eram capitães Amador Lousado, e João da Costa."

O códice diz que "Antonio de Saldanha chegou com Gonçalo Rodrigues da Cunha a esta barra de Lisboa em 21 de Junho de 635. E nas Caravelas Santo Antonio, Capitão João da Costa foi tomada dos Peckilingues em 15 de Maio de 1634, e a caravela Nossa Senhora da Nazareth, Capitão Amador Lourenço para os Rios de Cuama partio em o dia asima e veio em 19 de Abril de 1636, e a nao Belem se perdeo na terra do Natal em 21 de Junho de 1635."

Capitão-morJerónimo de Saldanha, e os dois Tomás Borralho, e Jerónimo de Castanheda de Vasconcelos."

O códice diz que eram uma nau, uma naveta e um galeão : "João de Saldanha na náo Nossa Senhora da Oliveira Capitão-mor morreo na India, veio em seu lugar Thomaz Borralho em 25 de Setembro de 635" ; "naveta São Filippe Capitão Thomaz Borralho, Galeão São Francisco de Borja Capitão Luis de Castanheda de Vasconcelose não Jerónimo estas embarcações ficarão na India."

O códice diz que a nau de Antonio Teles da Silva, com o Vice-Rei "Pedro da Silva", "foi a Malaca onde descarregou, chegou a 14 de Dezembro de 636". Que Luis de Castanheda de Vasconcellos "se perdeo na Roqua junto ao Guincho em 2 de Novembro de 636, e o patacho Nossa Senhora da Conceição foi queimado pelos Mouros no Rio das Maçãs em 17 de Dezembro de 637. A nao Saúde ficou em Malaca."

  • 1636 Gonçalo de Barros da Silva com Dom Frei Francisco dos Mártires Arcebispo de Goa

233. 4 de Abril "Armada de duas naus.

Capitão-mor Gonçalo de Barros da Silvana nau São João de Deos , e na outra o Almirante António Araújo de Mogueimesnau Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, que arribou. Na Capitánia foi para Arcebispo de Goa Dom Frei Francisco dos Mártires de S. Francisco."

O códice diz que Gonçalo de Barros da Silva, "queimou-se desastradamente dando crena na barra de Goa" e "Antonio de Araujo Moguemez arribou em 21 de Maio".

O códice diz: "João de Mello (…)veio em 5 de Maio de 639 e em seu lugar Gonçalo de Barros da Silva: e no Patacho Nossa Senhora dos Remédios que estava para ir aos Rios de Cuama Capitão Aires de Sousa da Silva.

"Neste anno veio de Cochim a naveta Santa Maria Madre de Deus em 3 de Maio e por Capitão della Luís de Freitas de Macedo."

Outra relação dá o nome de João Soares de Bivar por capitão-mor.

11 de Abril Armada de um galeão e uma nau. Capitão-mor do galeão Santo António Diogo de Mendonça Furtado, que "arribou em 15 de Outubro e na nau Nossa Senhora do Rosário Manuel Rangel de Castelo Branco arribou a Setúbal em 24 de Outubro do dito ano." (Códice)

  • 1640 João de Sequeira Varejão com João da Silva Telo de Meneses Vice-Rei, e Jerônimo Lobo

236. 26 de Março "Armada de quatro naus. Capitão-mor João de Sequeira Varejão em cuja nauAtalaia ia por Vice-rei da Índia João da Silva Telo de Meneses : e os outros capitães eram......................" Frutuoso Barbosa Jordão, Pedro de Almeida Cabral em Nossa Senhora da Rosa e Almas, Luís Ribeiro Pereira na naveta S. Maria Madre de Deus, e António Cabra ou Francisco Cabral na caravela Nossa Senhora da Oliveira e Santo António. (Ficou encompleta esta Armada por Faria e Sousa) .

O códice da BN diz ele que o Vice-rei "João da Silva Tello de Menezes, Conde de Aveiras[desambiguação necessária] "ia no galeão Santo António",e "João de Siqueira Varejão na nao Atalaia". Acrescenta que "as naos chegarão a Goa em 24 de Agosto", e que chegou a Lisboa "a Oliveira e Santo Antonio em 7 de Julho de 641."

Ía nessa armada o padre jesuíta Jerônimo Lobo para reitor de Baçaím, que tinham partido pela primeira vez em 1521, e tinha voltado a Lisboa em 8 de Dezembro de 1636.

  • 1 de Fevereiro "Armada de.......naus. Capitão-mor......................." Assim acaba a cronologia de Manuel de Faria e Sousa. Será que se trata do capitão (e não capitão-mor) João da Costa na caravela Nossa Senhora da Nazareth que tinha partido em Fevereiro e que o códice considera da armada de João de Sequeira Varejão ? Diz esse códice que "a caravela Nazareth chegou aquilisboa em 15 de Maio de 641." Carlos Alexandre de Morais indica que esse João da Costa também era piloto, e fez "a viagem Lisboa-Goa em 3 meses e 28 dias, facto assinalado na história da navegação dado o curto espaço de tempo em que se ralizou."

Conclui Manuel de Faria : Estas são as Armadas de que se tem notícia, e que saíram de Lisboa aos descubrimentos dos mares Africanos e Asiáticos desde o fundamento deles que foi pelos anos de 1412. dándo-lhes princípio o Infante D. Henrique filho quinto de El-Rei D. João o I e correm até este ano de 1640. E são 228. anos."

Conclui também o códice da BN : "Nenhuma cousa descobre mais para quanto hé huma pessoa, que Cargo de superioridade, e independencia. Vida debaixo de obediencia, hé luz encuberta, de que pouco se sabe. Prelacia hé luz sobre castiçal, de que todos julgão. Frei Luiz de Sousa, História de São Domingos, tomo 2º pagina 318.

Jozé Roberto Vidal da Gama, Ministro adjunto ao Conselho de Justiça do Conselho de Guerra, Conselheiro da Fazenda."

Capitão-mor Bartolomeu de Gonçalves, com Manuel de Lisboa. Levam o "Fidalgo Sancho Faria da Silva, portador da notícia oficial da Independência de Portugal. Na carta, o novo rei D. João IV pede sua rápida aclamação e promete enviar socorros no mês de Setembro.

"Quando os navios chegam à barra de Goa esta está bloqueada pelos holandeses. Só no dia 11 de Setembro se realiza, na Sé de Goa, o juramento de fidelidade.[12] "

Capitão-mor D. João da Gama, na nau S. Bento. Dirigindo-se à Ilha de Moçambique, com a intenção de reabastecer-se de alimentos e água, no dia 27 de Dezembro, quando a embarcação estava a entrar na barra de Moçambique, foi surpreendida por um furacão, os mastros partiram-se e foi empurrada para o recife, onde se partiu em dois.

Em 6 de Janeiro tinha partido o capitão António Cabral, e em 24 de Dezembro partiram os capitães João da Costa e Pedro de Oliveira.

12 de Abril Armada de cinco navios. Capitães: Pêro de Lemos, António Cabral,[desambiguação necessária] Amador Lousado, Luís Velho e António Rodrigues Chamissa.

8 de Abril Armada de dois navios de capitães : António da Costa Lemose Pedro Gonçalves Pereira.

  • 1649

16 de Janeiro – Armada de um navio:

Capitão António Dias.

15 de Abril Armada de dois navios.

Capitães: Vasco de Azevedo Coutinho, no Galeão novo Nossa Senhora do Bom Sucesso do Povo, que se perdeu a 8 de Setembro, "perto das ilhas de Angoxa, no quarto da modorra, com vento em popa, amarras telingadas e vigias na sobrecevadeira" [7] e Diogo Leite Pereira na nau S. Lourenço, "construída na ribeira de Goa, a qual se perdeu logo a 3 de Setembro nos baixos de Moxincale, como mui lastimosamente conta o jesuíta António Francisco Cardim, que era seu capelão".[7]

13 de maio[editar | editar código-fonte]

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Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Mestre Contramestre
Enxobregas Bastião de Morais Duarte Fernandes Panteleão Vaz
L 850 46 253 Ch
C: a

13 de maio Parte o Galeão Enxobregas, que não tinha partido com a segunda armada por causa de grossas avarias. Era uma das maiores naus do seu tempo, e "por ser veleiro e seguro esperavam chegasse a Goa adiante daqueles que lhe tomaram a dianteira".[7] Capitão Bastião de Morais, o dos óculos, piloto Pêro Dourado, velho navegador da Índia, mestre Duarte Fernandes, e contramestre Panteleão Vaz, o Cheira-Dinheiro. Passageiras a esposa e a filha de Rui da Cunha, provido com a fortaleza de Cananor.

1650[editar | editar código-fonte]

21 de abril[editar | editar código-fonte]

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Navio Tonelagem Canhões Homens Capitão Mestre Contramestre
s B D Luís Velho
L 850 46 253 Ch
C: a

21 de Abril Armada de cinco navios. Capitães: João da Silva Telo, Luís Velho, António Barreto Pereira, Luís de Utra Corte Real e Manuel da Fonseca Costa.

Em 8 de Fevereiro tinha partido o capitão António da Costa Le

"Para fazer frente à ofensiva holandesa contra o Estado Português da Índia, decidiram a Regente e os seus ministros tomar a medida que se impunha: a reconstituição da nossa armada de alto bordo da Índia. Para o cargo de Vice-Rei foi nomeado António Teles de Meneses (que já tinha sido governador), um dos raros chefes de mar que havia em Portugal (...). Durante a viagem faleceu António Teles de Meneses. A armada toda junta, o que era caso raro, chegou a salvamento a Mormugão a 5 de Setembro e à barra do Mandovi dois dias mais tarde.[17]"

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad Diogo do Couto: Décadas da Ásia, década X, livro I
  2. João de Barros, Ásia, Decada primeira. I parte, cap III
  3. a b c d e f g h i j k l m Teresa Lacerda: Capitães das Armadas da Índia no reinado de D. Manuel I
  4. Van Wickeren, Arnold : "Geschiedenis van Portugal en van de Portugezen overzee. Deel XIII"
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p Códice da BN Lisboa: "Das Armadas que partiram para a Índia" (1509-1640) - Transcrito por Paulo Guinote.
  6. a b c d Livro de Lisuarte de Abreu: edição em fac-simile. Lisboa, 1992.
  7. a b c d Francisco Maria Bordalo : O Galeão Enxobregas. Expo'98, Lisboa, Maio de 1997
  8. a b c d Fernando de Castro Brandão: História da Expansão Portuguesa, 1367 - 1580, uma cronologia. Heuris, Europress, 1995
  9. ou «o Corcoz, irmão de D. Fernão de Alvarez de Noronha, Capitão geral das galés de Portugal, e Sumilher que foi de El-Rey D. Sebastião» In Décadas da Ásia de Diogo do Couto. Década VI, parte segunda livro IX, cap. I. P. 223
  10. a b c d e f g h i j k l m História trágico-marítima de Bernardo Gomes de Brito, Lisboa 1735-1736
  11. António Coimbra Martins : Sobre a Génese da obra de Couto (1569-1600) Uma carta inédita. Arquivos do Centro Cultural Português. Fundação Calouste Gulbenkian, Paris 1974
  12. a b Carlos Alexandre de Morais : Cronologia Geral da Índia Portuguesa
  13. Diogo do Couto : Década XI, capítulo XXVIII
  14. Diogo do Couto : Década XI, capítulo XXIX
  15. Asia Portuguesa, parte III, p. 175-180
  16. Relaçam da mais extraordinaria admiravel, e lastimosa tormenta de vento, que entre as memoraueis do mundo socedeo na India Oriental, na Cidade de Baçaim, & seu destricto, na era de 1618. aos 17 do mes de Mayo.Lisboa, Por Pedro Craesbeeck, 1619
  17. «Cópia arquivada». Consultado em 25 de setembro de 2011. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2012 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

2003, India Route Project: Armadas que partiram para a Índia (1509-1640), World Wide Web, URL, http://nautarch.tamu.edu/shiplab/01guifrulopes/Pguinote-naubn2.htm, Nautical Archaeology Program, Texas A&M University.