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Associação Fonográfica Portuguesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Associação Fonográfica Portuguesa
AFP
Associação
Atividade Musical
Fundação 1989 (35 anos)
Sede Lisboa
Website oficial http://www.afp.org.pt/index.php [inativo]
https://www.audiogest.pt/ (por inerência)

A Associação Fonográfica Portuguesa (ou AFP), criada em 1989, sucedeu ao Grupo Português de Produtores e Fonogramas e Videogramas (GPPFV) e a União dos Editores de Vídeo e Áudio, sendo atualmente a única associação da indústria fonográfica a vigorar em Portugal.[1]

As editoras fundadoras foram a PolyGram (atual Universal Music), EMI-Valentim de Carvalho, Selecções do Reader's Digest, Edisco, Sony Music (antiga CBS), Círculo de Leitores, BMG e Valentim de Carvalho (VC). Em outubro de 1991, foi criada a Associação Fonográfica Independente, entretanto já extinta, cujo objetivo era defender os interesses das editoras que não integravam a AFP.[2]

Um dos principais objetivos da AFP é a defesa dos direitos e interesses da indústria fonográfica. As suas atividades principais são o combate à pirataria das obras protegidas pelos direitos de autor, o acompanhamento do processo legislativo dos mesmos processos (a nível local e internacional), a divulgação de dados estatísticos, como tabelas de vendas, levantamentos de mercado e ainda a atribuição de galardões, como discos de ouro e platina.[1]

Desenvolve um trabalho constante, de acompanhamento com as autoridades, combatendo a pirataria, e presta formações nas áreas técnicas, relacionadas com a música gravada.[1] É o grupo português da IFPI[3], que representa mais de 1450 empresas musicais.[4]

Promoveu até 2012 um programa no canal 1 da televisão pública portuguesa (RTP1) denominado Top+, onde eram divulgados os topos de vendas musicais semanais conforme as tabelas oficiais da AFP.[1]

As resoluções declaradas da AFP, atualmente, são:[1]

  1. Defesa dos direitos e interesses da indústria fonográfica;
  2. Combate à pirataria das obras protegidas;
  3. Acompanhamento de processos legislativos, a nível local e internacional;
  4. Divulgação de dados estatísticos.

Tops Nacionais de Singles e de Streaming

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Desde janeiro de 2016, a AFP, juntamente com a Audiogest e a empresa de estudos de mercado Gfk, passou a compilar duas novas tabelas: o Top Nacional de Singles e o Top Nacional de Streaming. Durante quatro anos, o Top Nacional de Singles foi constituído por 100 postos, tendo passado a incluir 200 postos em janeiro de 2020.

O Top Nacional de Singles junta os números dos downloads pagos de faixas, em grande maioria feitos através do iTunes, aos números das reproduções em serviços de streaming Spotify, Apple Music, Deezer, Tidal e Napster. Também chegou a compilar os números do Groove Music e do Google Play Música, serviços extintos em 2017 e 2020, respetivamente, tendo o último sido substituído pelo YouTube Music. De fora, fica aquela que é a maior fonte de consumo de música pela internet em Portugal, o YouTube, devido "à incapacidade de se distinguir se as versões tornadas públicas naquela plataforma correspondem às licenciadas pelas editoras discográficas", segundo a AFP. De notar que, por exemplo, já desde fevereiro de 2013 que a Billboard inclui os números de cliques em temas musicais disponibilizados pelo YouTube nos números da sua principal tabela de faixas, a Hot 100[5], e que o facto de o Top Nacional de Singles não incluir os números daquela plataforma de vídeo prejudica as posições dos artistas portugueses, que são bastante mais ouvidos no YouTube do que em qualquer plataforma de streaming áudio (por exemplo, o êxito "Faz Gostoso", de Blaya, tem, à data de abril de 2021, 39 milhões de reproduções no YouTube e "apenas" 11 milhões na plataforma de streaming áudio mais popular em Portugal, o Spotify).

O Top Nacional de Streaming inclui os números do consumo de música feito em Portugal através dos mesmos serviços que o Top Nacional de Singles.[6]

A decisão de criação destas tabelas deveu-se ao forte incremento do consumo de música através de plataformas de streaming em Portugal, refletindo uma tendência mundial. Segundo a AFP, em 2015 o streaming representava "mais de 30% do mercado total de música em Portugal e cerca de 80% do mercado digital de música em Portugal." Ao apresentar os novos tops, no início de 2016, a AFP caracterizou o streaming também como sendo "de longe a forma de consumo de música com o maior crescimento dos anos [anteriores], tendo já superado em muito o download." No ano de 2015, o mercado de streaming apresentou uma taxa de crescimento muito próxima dos 60%.[7][8]

Por norma, quem ficava em primeiro lugar na tabela de streaming ficava também em primeiro lugar no top de singles, devido ao grande peso dos resultados do streaming em Portugal.

A primeira canção de um artista português ou lusófono a chegar ao n.º 1 do Top Nacional de Singles foi "Amar pelos Dois", de Salvador Sobral, na 20.ª semana de 2017. A primeira canção de um artista português ou lusófono a passar mais do que uma semana no primeiro posto dessa tabela foi "Faz Gostoso", de Blaya, em 2018. A primeira canção de um artista brasileiro a chegar ao nº 1 foi "Menina Solta", Giulia Be, em 2020.

Os discos de ouro e platina são certificações, atribuídas pelas empresas editoras fonográficas, que premeiam os fonogramas que tenham atingido o número mínimo de 7.500 unidades vendidas. As 7.500 unidades equivalem a um disco de ouro e as 15.000 a um disco de platina.[9] Os discos de diamante são galardoados pelas editoras discográficas a partir da décima platina.[10][11][12]

Álbuns

Certificação Antes de 1990[12] Entre 1990 e 2004[12] Entre 2005 e 2010[13][14] Depois de 2011[15]
Prata 15.000 10.000 Extinta Extinta
Ouro 25.000 20.000 10.000 7.500
Platina 50.000 40.000 20.000 15.000
DVD e vídeos musicais
Certificação Antes de 2001[16] Depois de 2001[13][16]
Prata 5.000 Extinta
Ouro 7.500 4.000
Platina 10.000 8.000

Anti-Pirataria e direitos

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A APF combate a pirataria, e juntamente com órgãos da autoridade, como a GNR, dispõe de notícias sobre esse assunto,[17] e ainda o código completo do Código de Direito de Autor.[18]

Referências

  1. a b c d e «"Associação Fonográfica Portuguesa"». Associação Fonográfica Portuguesa. Consultado em 19 de Abril de 2009. Arquivado do original em 28 de novembro de 2009 
  2. Castelo-Branco, Salwa (2010). Enciclopédia da Música em Portugal no século XX. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 79. ISBN 978-989-644-091-6 
  3. «National Groups». IFPI. Cópia arquivada em 25 de junho de 2014 
  4. «"Local record industry associations"». IFPI (em inglês). Consultado em 31 de julho de 2009. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2009 
  5. «YouTube Clicks Included In Billboard Chart». Sky News. 22 de fevereiro de 2013. Consultado em 14 de julho de 2023 
  6. Correia, Rute (7 de setembro de 2020). «Jogar à tabela para chegar mais longe». Inerruptor. Consultado em 11 de outubro de 2024 
  7. Costa, Nelson (12 de janeiro de 2016). «Portugal já tem TOP oficial de streaming e TOP oficial de singles». ESC Portugal. Consultado em 12 de abril de 2017 
  8. Cadete, Miguel (12 de janeiro de 2016). «Vem aí o top português de streaming». Blitz. Consultado em 12 de abril de 2017 
  9. «"Discos de Ouro e Platina"». Associação Fonográfica Portuguesa. Consultado em 5 de novembro de 2012 [ligação inativa] 
  10. «Marco Paulo encerra festa dos 50 anos de carreira com três espetáculos». Jornal de Notícias. Consultado em 2 de fevereiro de 2017 
  11. «Marco Paulo completa 50 anos de carreira». RTP. Consultado em 2 de fevereiro de 2017 
  12. a b c Billboard 3 ago. 1996
  13. a b Crise emagrece galardões discográficos
  14. «Certification Award Levels» (PDF). IFPI. 2007. Consultado em 16 de fevereiro de 2017 
  15. «International Certification Award levels» (PDF). International Federation of the Phongraphic Industry. Setembro de 2011. p. 2. Cópia arquivada (PDF) em 22 de janeiro de 2012 
  16. a b «Xutos & Pontapés ocupam primeiro lugar no top DVD's». Sapo. Consultado em 4 de fevereiro de 2016 [ligação inativa] 
  17. «"Notícias"». Associação Fonográfica Portuguesa. Consultado em 19 de Abril de 2009 
  18. «"O Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos"» (PDF). Associação Fonográfica Portuguesa. Consultado em 19 de abril de 2009. Cópia arquivada (PDF) em 21 de setembro de 2010 

Ligações externas

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