Associação Nacional de Escritores

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Associação Nacional de Escritores
Associação Nacional de Escritores
Tipo sociedade civil[1]
Fundação 1963[2]
Sede Brasília, Distrito Federal[3]
Membros 340[3]
Línguas oficiais português
Presidente Fabio de Sousa Coutinho
(desde 2015)[4]

A Associação Nacional de Escritores (ANE) é uma instituição cultural brasileira. Está sediada em Brasília, capital nacional. Fundada em 21 de abril de 1963, foi uma das primeiras instituições culturais da cidade e deu origem a outras entidades, como a Academia Brasiliense de Letras, o Sindicato de Escritores no Distrito Federal e o Clube de Poesia de Brasília.[2][3]

A associação foi instalada primeiramente na Livraria Dom Bosco, depois funcionou no Teatro Nacional e atualmente conta com sede própria, inaugurada em 1996. Ao longo de sua história, recebeu 340 associados. Entre as atividades desenvolvidas, a entidade afirma realizar concursos, seminários e conferências; representações, leituras de poesia e prosa; organização de encontros de escritores e de edições; intervenções diversas em questões de interesse social e cultural, e colaboração com outras entidades literárias.[2][3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A Associação Nacional de Escritores foi fundada em 21 de abril de 1963 na Livraria Dom Bosco. Figuraram, entre os fundadores, personalidades como Almeida Fischer, Cyro dos Anjos, Pompeu de Sousa, Alphonsus de Guimaraens Filho, Nelson Omegna, Victor Nunes Leal, Afonso Felix de Sousa, Carlos Castello Branco, Cândido Motta Filho, entre outros.[3][5] Mais tarde, recepcionou outros membros: em 2005, estimou-se que contava com 200 sócios, em várias cidades brasileiras, embora a maioria morasse em Brasília.[2][3] A ANE informou que no decorrer de sua história contou com 340 membros, incluindo os já falecidos, e mantinha em seu sítio eletrônico relação de todos eles.[6]

Em março de 1965, a diretoria da ANE realizou sua primeira reunião. Durante alguns anos, esteve sediada no Teatro Nacional de Brasília e mais tarde realizou os encontros nas casas de seus associados. Em 1996, inaugurou uma sede própria, um edifício construído em terreno doado pela Novacap, que contava com auditório com 80 lugares e uma biblioteca com um acervo de mais de seis mil livros.[3][2][1]

Objetivos[editar | editar código-fonte]

Em seu estatuto, a Associação Nacional de Escritores declarou buscar "contribuir para o desenvolvimento cultural do país, defender os direitos fundamentais dos escritores e zelar pelos seus interesses, inspirados nos seguintes princípios e reivindicações:"[1]

a) Defesa permanente de nossa herança literária, científica e artística; das nossas tradições e da língua nacional; criação de condições novas que atendam às crescentes necessidades culturais de nosso povo. Nesses termos, empenhar-se-ão os escritores em que sejam criados estímulos a todas as atividades literárias, artísticas, científicas e técnicas, e promoverão campanha para que os poderes públicos executem uma justa e eficiente política cultural, destinando maiores verbas à instrução e educação, ao incentivo das artes, das letras e da pesquisa científica; à ampliação da rede de escolas destinadas aos três graus de ensino, subordinada a rigoroso planejamento técnico-científico. Cuidarão ainda os escritores da consecução, pelos poderes competentes, de medidas visando a melhores condições do ensino e do livro; ao incentivo e desenvolvimento da produção editorial e do comércio livreiro, com o consequente barateamento da obra impressa; à consolidação da produção cinematográfica; à difusão do jornalismo, e ao florescimento das artes plásticas, do teatro e da música brasileiros. b) Defesa intransigente das liberdades humanas da livre manifestação do pensamento em todas as suas formas de expressão. c) Apoio a uma conduta brasileira de coexistência pacífica com todos os povos, a fim de tornar possível o intercâmbio cultural, econômico e científico, indispensável ao seu pleno desenvolvimento.d) Solução dos problemas éticos e profissionais do escritor, lutando-se pelo conjunto de reivindicações e aspirações dos homens de letras do Brasil, tais como: definição do escritor; proteção ao trabalho intelectual; salários e direitos autorais condizentes; maiores dotações orçamentárias para fins culturais; bolsas de estudo de viagem; expansão do mercado do livro; alfabetização intensiva; tratamento tarifário especial para o papel, o livro e todos os instrumentos e material de aplicação cultural. e) Prestação de assistência cultural através de cursos populares, de caráter gratuito, sobre literatura brasileira.

Associados[editar | editar código-fonte]

Filiação[editar | editar código-fonte]

Dois dos associados da ANE: o senador Pompeu de Sousa, à esquerda, e o ministro Nélson Backer Omegna, à direita[6]

De acordo com disposições estatutárias, a ANE admite novos sócios que tenham atendido a um dos seguintes requisitos: i) tenha publicado livro como autor único ou co-autor; ii) seja tradutor de obras literárias editadas em livro; iii) seja autor ou co-autor de peça teatral com valor literário, publicada ou representada; iv) seja autor de qualquer trabalho nos gêneros mencionados nas letras anteriores, ainda inédito, mas que tenha merecido prêmio em concurso público.[1] A admissão de novos membros ocorre por decisão da Diretoria, em voto secreto e pela manifestação da maioria dos diretores presentes. Além dos requisitos de admissão, exige-se o apoio de dois associados ou do presidente de uma das comissões estaduais. Uma vez admitido, há a obrigação de ajudar financeiramente a associação, de acordo com contribuição fixada pela Diretoria.[1]

Órgãos[editar | editar código-fonte]

O Estatuto da ANE estabeleceu como seus órgãos dirigentes a Diretoria, o Conselho Administrativo e Fiscal, as comissões dirigentes dos núcleos estaduais e a Assembleia Geral. Os cargos diretivos e do Conselho Administrativo são eletivos, sem direito a remuneração e com mandato de dois anos.[1] A Diretoria é composta pelo presidente, primeiro vice-presidente, segundo vice-presidente, secretário-geral, primeiro secretário, segundo secretário, primeiro tesoureiro, segundo tesoureiro, diretor de edições, diretor de cursos, diretor de biblioteca e diretor de divulgação.[1]

Presidentes[editar | editar código-fonte]

Cyro dos Anjos foi o primeiro presidente da Associação Nacional de Escritores
Bernardo Élis presidiu a instituição de 1981 a 1983

Desde 1963, a ANE teve os seguintes presidentes:[4][2]

Presidente Início Fim
Cyro dos Anjos 1963 1965
Cândido Mota Filho 1965 1969
Almeida Fischer 1969 1979
Domingos Carvalho da Silva 1979 1981
Bernardo Élis 1981 1983
Ronaldes de Melo Souza 1983 1985
Alan Viggiano 1985 1987
Napoleão Valadares 1987 1989
Alan Viggiano 1989 1993
Napoleão Valadares 1993 1995
Danilo Gomes 1995 1997
Branca Bakaj 1997 2005
Napoleão Valadares 2005 2007
Joanyr de Oliveira 2007 2009
Fontes de Alencar 2009 2011
José Peixoto Júnior 2011 2013
Kori Bolivia 2013 2015
Fábio de Sousa Coutinho [7] 2015

Referências

  1. a b c d e f g «Estatutos da Associação Nacional de Escritores - ANE» (PDF). Associação Nacional de Escritores. Consultado em 30 de julho de 2020 
  2. a b c d e f Costa, Luiz Carlos Guimarães (2005). História da literatura brasiliense. Brasília: Thesaurus Editora. 439 páginas. ISBN 9788570625151 
  3. a b c d e f g «A Associação Nacional de Escritores». Associação Nacional de Escritores. 2020. Consultado em 30 de julho de 2020 
  4. a b «Presidentes». Associação Nacional de Escritores. 2020. Consultado em 30 de julho de 2020 
  5. «Sócios fundadores». Associação Nacional de Escritores. 2020. Consultado em 30 de julho de 2020 
  6. a b «Associados». Associação Nacional de Escritores. 2020. Consultado em 30 de julho de 2020 
  7. https://alo.com.br/impresso/sex-05-05-2023/

Ligações externas[editar | editar código-fonte]