Aula invertida

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Sala de aula invertida (em inglês: flipped classroom) é uma metodologia de blended learning pesquisada desde 1990. Entretanto, potencializou-se no ano de 2007, nos Estados Unidos da América, com os professores Jonathan Bergman,[1] Karl Fisch e Aaron Sams.[2] Esse tipo de estratégia pedagógica tem como objetivo usar o melhor dos recursos presenciais e virtuais, facilitando a aprendizagem dos estudantes.

Designa-se aula invertida porque inverte a lógica de organização da sala de aula. Com ela, os alunos aprendem o conteúdo em suas próprias casas utilizando Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), por meio de videoaulas ou outros recursos interativos, como jogos de computador,[3] textos, vídeos ou outro conteúdo adicional para estudo.[4][5]

O professor torna-se o mediador e a tecnologia, suporte para que os estudantes acessem conteúdos e informações antes da aula. O tempo em sala, então, é optimizado e dedicado à discussões, dúvidas, pontos-chave e dinâmicas em grupos[6] assim como o professor passa a ser o dinamizador para a realização de exercícios, atividades em grupo e realização de projetos. Aí aproveita para tirar dúvidas, aprofundar no tema e estimular discussões,[3] a fazer também análises, avaliações e dinâmicas.

Essa modalidade tem como resultado uma maior interação entre professores e estudantes e permite um melhor aproveitamento a alunos com dificuldades na aprendizagem. Para os estudantes que têm mais facilidade em aprender, a aula invertida dá a oportunidade de estudarem assuntos novos, além do currículo padrão.[7]

Pilares[editar | editar código-fonte]

De acordo com a comunidade Flipped Learning Network, existem quatro pilares fundamentais da sala de aula invertida, definida por sua sigla FLIP[8]:

Flexible environment (Ambiente flexível): os educadores criam espaços adaptáveis ​​onde os alunos escolhem quando e onde aprendem, proporcionando grande adaptabilidade ao processo. Além disso, os professores são flexíveis em suas expectativas, nos tempos de aprendizagem e na avaliação dos alunos.

Learning culture (Cultura de aprendizagem): O modelo de aprendizagem invertida muda deliberadamente a instrução para uma abordagem centrada no aluno, na qual o tempo de aula é gasto explorando tópicos com mais profundidade e criando mais oportunidades de aprendizado. Os alunos participam ativamente na construção do conhecimento, enquanto avaliam seu aprendizado de uma maneira que pode ser pessoalmente significativa.

Intentional content (Conteúdo intencional): os educadores pensam continuamente em como podem usar o modelo FLIP para ajudar os alunos a desenvolver a compreensão conceitual e a fluência processual. Os professores usam o conteúdo intencional para maximizar o tempo de aula, a fim de adotar métodos e estratégias de aprendizagem ativos centrados no aluno.

Professional educator (Educador profissional): os educadores profissionais observam continuamente os seus alunos, fornecendo-lhes feedback relevante em todos os momentos, bem como avaliando o seu trabalho. Os educadores profissionais são reflexivos em sua prática, interagem uns com os outros para melhorar a qualidade de seus ensinamentos, aceitam críticas construtivas e toleram "o caos controlado em suas salas de aula".

Referências

  1. E se a sala de aula desse uma cambalhota?, por Marlene Carriço, Observador, 13/9/2016
  2. Sala de aula invertida, SOS Professor
  3. a b Método que inverte a lógica tradicional: os alunos aprendem em casa e usam a sala de aula para tirar dúvidas, Porvir, 26 de abril de 2013
  4. Sala de aula invertida para uma aprendizagem invertida, por Roberto Flores Lacorte, 19/Abril/2015
  5. .. outros formatos tais como podcasts, blogs, utilizando as seguintes ferramentas: Google Drive, Dropbox, Facebook, Twitter, Youtube, Slideshare, sites Wiki e os alunos acessam em casa, na hora que desejarem, e quantas vezes quiserem.O professor pode criar vídeos curtos de 8 a 12 minutos ou até mesmo selecionar vídeos e palestras da internet. Outra dica é incluir nos vídeos perguntas-chaves para o aluno responder quando retornar à sala de aula - Sala de aula invertida, SOS Professor (http://www.sosprofessor.com.br/blog/sala-de-aula-invertida/).
  6. Sala de Aula Invertida, GoConqr
  7. Bergmann, Jonathan; Sams, Aaron (2012). Flip your classroom (em inglês). [S.l.]: International Society for Technology in Education. p. 19-33. ISBN 978-1-56484-315-9 
  8. «Pillar 1: Flexible Environment Archives - Flipped Learning Network Hub». Flipped Learning Network Hub (em inglês). Consultado em 30 de março de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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