Elevado da Perimetral

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Elevado da Perimetral
Elevado da Perimetral
Vista do Elevado da Perimetral
Nome oficial Avenida Perimetral
Arquitetura e construção
Material Concreto, vigas de aço corten
Início da construção 1950 (74 anos)
Data de abertura 1960 (64 anos) (1.° trecho)

1978 (46 anos) (2.° trecho)

Data de encerramento 1.° trecho: 2 de novembro de 2013 (10 anos)[1]
2.° trecho: 25 de janeiro de 2014 (10 anos)[2]
Geografia
Via 4 faixas
Localização Centro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Coordenadas 22° 53' 40.4" S 43° 11' 10.1" O

O Elevado da Perimetral, também conhecido como Via Elevada da Perimetral, foi uma via suplementar sobre a avenida Rodrigues Alves, que ligava os principais entroncamentos rodoviários do Rio de Janeiro.[3] Atendendo a zona Norte, o elevado interligava 70% do trânsito que partia da zona Sul em direção à ponte Rio-Niterói, à Linha Vermelha e à avenida Brasil e seguia sobre a avenida Rodrigues Alves até a região do aeroporto Santos Dumont, onde se unia com a avenida Infante Dom Henrique no Aterro do Flamengo, ligando-se diretamente à avenida Atlântica e outras vias marginais à orla na zona sul.

Cortava os bairros do Caju, parte de São Cristóvão, Santo Cristo, Gamboa e Saúde, com circulação pelo elevado estimada em quarenta mil veículos.

Era uma das mais importantes vias da cidade, permitindo o acesso direto ao aeroporto Santos Dumont e à ponte Rio-Niterói, além de interligar a própria ponte, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, a rodovia Washington Luís (BR-040), a Via Dutra (BR-116), a antiga estrada Rio–São Paulo (BR-465) e a rodovia Rio-Santos (BR-101), garantindo, assim, ligação direta com a Baixada Fluminense, a zona Norte, a zona Sul, a zona Oeste e, opcionalmente, ao Centro carioca.[4]

Iniciada nos anos 1950, a construção do elevado foi feita em etapas, tendo sido inaugurado um trecho de cada vez. O primeiro trecho foi o que ligava o aeroporto Santos Dumont e a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, inaugurado em 1960. O elevado, em boa parte desse trecho, se situava acima da avenida Alfred Agache e do antigo túnel Engenheiro Carlos Marques Pamplona — hoje incorporado ao túnel Prefeito Marcello Alencar — na Praça XV.[5]

O segundo trecho teve obras iniciadas em 1968, levando dez anos para se concluir. O trecho inaugurado, em 1978, compreendia o entorno da zona Portuária, e na sua maior parte, se situava acima da avenida Rodrigues Alves.[6]

Críticas[editar | editar código-fonte]

O viaduto costumava ser criticado por ter mudado consideravelmente a estética do Cais da Gamboa e por bloquear a vista da cidade, de quem está vindo de navio, bem como bloquear a vista do mar para quem está em terra. Na área sobre a avenida Rodrigues Alves, havia também a queixa de que o viaduto deixava a avenida mais perigosa, reduzindo a iluminação e tornando o lugar ermo, propício para assaltos. Além da questão estética, o viaduto também desvalorizou as casas localizadas no entorno da avenida, dando um aspecto sombrio ao lugar.

No traçado, cuja meta era desviar o tráfego intenso vindo da avenida Brasil para o centro carioca,[4] houve uma falha de projeto, com a inclusão de duas alças de acesso ao viaduto, uma na avenida Rodrigues Alves, em direção norte, e outra na Candelária, em sentido sul e a menos de quinhentos metros do final do viaduto, de modo que as duas inclusões produziam um efeito de afunilamento ou gargalo, causando os engarrafamentos.

Demolição[editar | editar código-fonte]

Prefeitura do Rio de Janeiro implode mais 300 metros do Elevado da Perimetral, em 20 de abril de 2014. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Por vinte anos, políticos e urbanistas discutiram a demolição do elevado da Perimetral, pois ele não se harmonizaria com a zona portuária. As obras de demolição faziam parte do projeto Porto Maravilha e estavam previstas para começar entre 2011 e 2013, logo após a construção da Via Binário do Porto e dos túneis do Binário e da Via Expressa, que convergiriam, em passagens subterrâneas, todo o tráfego de veículos que circulava pelo elevado,[7] somado ao preexistente abaixo da praça XV e que atendia o centro da cidade. A demolição foi feita por partes, sendo a primeira parte efetuada em novembro de 2013.[1][8] A última implosão do elevado foi feita efetuada em abril de 2014.[9]

Durante as obras de demolição, seis vigas de aço, avaliadas em cerca de 100 mil reais, desapareceram da zona portuária e nunca foram recuperadas.[10][11][12]

Crítica à demolição[editar | editar código-fonte]

Houve quem propusesse, ao invés da demolição, o uso para jardins suspensos[13] ou para trens de monotrilhos, mais econômicos e sustentáveis com baixo ruído interligando os dois aeroportos do Rio de Janeiro: o Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona Norte) e o Santos Dumont (no Centro).[14]

Referências

  1. a b Brito, Guilherme (24 de outubro de 2013). «Elevado da Perimetral, Rio, fecha definitivamente no dia 2 de novembro». G1. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  2. «Paes prevê transtornos após fechamento da Perimetral». Redação SRZD. 26 de janeiro de 2014. Consultado em 10 de outubro de 2023. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  3. «A História secreta da Perimetral»Subscrição paga é requerida. O Globo. 2 de novembro de 2013. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  4. a b «Prefeitura estuda derrubar parte do Viaduto da Perimetral». O Dia. 22 de dezembro de 2006. Consultado em 10 de outubro de 2023. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2007 
  5. «Perimetral estará pronta em março e obra levou 20 anos» 198 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 23 de outubro de 1977. p. 30. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  6. Villela, Gustavo (16 de julho de 2017). «Elevado da Perimetral foi inaugurado duas vezes: por JK, em 1960, e Geisel, em 1978»Subscrição paga é requerida. O Globo. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  7. «Derrubada da Perimetral vai transformar a paisagem e o trânsito». Cidade Olímpica. 30 de novembro de 2011. Consultado em 10 de outubro de 2023. Arquivado do original em 1 de junho de 2012 
  8. Torres, Livia; Machado, Mariucha; Silveira, Daniel (24 de novembro de 2013). «Primeiro trecho do Elevado da Perimetral é implodido no Rio». G1. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  9. «Veja o Elevado da Perimetral, no Rio, antes e depois da implosão». G1. 20 de abril de 2014. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  10. «Polícia investiga roubo de vigas no valor de 100 mil reais». Veja. 10 de outubro de 2013. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  11. Daflon, Rogério (30 de maio de 2016). «Sumiço de vigas de 110 toneladas é o mistério da Olimpíada». Exame. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  12. Lemos, Marcela (19 de fevereiro de 2020). «Vigas da Perimetral e estátuas: furtos continuam sem resposta no Rio». Universo Online. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  13. Neves, Ricardo (4 de outubro de 2012). «Salvem o Elevado Perimetral no Rio!». Época Negócios. Consultado em 10 de outubro de 2023. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2019 
  14. «Rio de Transportes discute o futuro da cidade». Planeta COPPE. 28 de agosto de 2013. Consultado em 10 de outubro de 2023. Arquivado do original em 14 de julho de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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