BANTUMEN

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BANTUMEN
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A BANTUMEN (Portugal, 2015), é uma plataforma de media online portuguesa com foco em cultura, parte do cenário dos novos media independentes do país, e a primeira plataforma de comunicação digital dedicada à comunidade negra jovem falante de português com base na Europa. Além de uma revista online e um podcast, a BANTUMEN também tem uma agência de comunicação. Sua sede fica em Lisboa e o seu financiamento é feito através do trabalho com marketing de conteúdo, publicidade de pequenas marcas e peças patrocinadas.

História[editar | editar código-fonte]

A revista foi fundada em 2015 por dois jornalistas, Eddie Pipocas (Edwaldo Pegado) e Vanessa Sanches, que se conheceram enquanto trabalhavam no portal SAPO. Os fundadores iniciaram o projeto com o desejo de poder trabalhar em uma linha editorial que refletisse o pensamento deles enquanto jornalistas negros e, assim, a revista nasceu e cresceu em Angola, de onde os dois trabalhavam na época, diretamente para a Sapo Internacional.[1] Se no início a revista apresentava uma temática generalista, atualmente seu conteúdo é focado em cultura urbana, especialmente em música, dos países africanos de língua lusófona e sua diáspora. Além de seus dois co-fundadores, o projeto conta com mais três jornalistas em Portugal e outros três em Angola.[2]

Em setembro de 2020, o prédio onde ficava a redação pegou fogo, ardendo o escritório da BANTUMEN e a casa de treze famílias - incluindo a do fundador Eddie Pipocas. O incêndio destruiu computadores e materiais de vídeo e fotografia; além de alguns importantes trabalhos como as duas horas de entrevista com a equipe do premiado filme Ao Fim do Mundo, de Basil da Cunha. Após a tragédia, um dos seguidores da revista teve a iniciativa de criar um financiamento coletivo para ajudar o projeto a voltar aos trabalhos editoriais e em pouco tempo a meta de quatro mil euros foi ultrapassada.[3][4]

No mesmo ano, em parceria com a organização SOS Racismo, a plataforma co-produziu o documentário Olhares sobre o racismo, de Bruno Cabral, Eddie Pipocas e Dércio Ferreira, como parte de uma iniciativa do DocLisboa. [5][1][6]

Uma das iniciativas mais recentes da plataforma reuniu, em 2021, uma lista com as cem personalidades negras mais influentes da lusofonia: a Bantumen Power List. A listagem tem por objectivo reconhecer profissionais negros e lusófonos de diversas áreas de atuação que promovam um sentido de representatividade para esta comunidade. A activista Grada Kilomba, a jornalista Conceição Queiroz, o músico Dino D’Santiago e o futebolista Reinildo, são alguns dos nomes agraciados com a distinção anual.[7][8] A cerimônia de divulgação da lista aconteceu no Teatro Municipal São Luiz em Lisboa, em uma iniciativa promovida em conjunto com a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC). Dentre os nomeados, dezessete nomes são de personalidades da Angola, dezessete do Brasil, quinze de Cabo Verde, nove da Guiné-Bissau, dez de Moçambique, sete de São Tomé e Príncipe e vinte e cinco de Portugal.[9][10][11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «"O racismo é um sufoco permanente" — SOS Racismo e Bantumen mostram-no em documentário». Gerador. 17 de fevereiro de 2021. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  2. Henriques, Joana Gorjão. «Revista "Bantumen" perdeu tudo em incêndio mas projecto vai seguir em frente». PÚBLICO. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  3. André, João Gabriel Ribeiro, Rita Pinto, Mário Rui; Shifter (9 de setembro de 2020). «A 'redação' da Bantumen ardeu, e o projecto precisa de ajuda para renascer das cinzas». Shifter. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  4. «Campanha online para fazer a revista Bantumen renascer das cinzas». Afrolink. 8 de setembro de 2020. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  5. «Olhares sobre o Racismo». Doclisboa 2020. 8 de janeiro de 2021. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  6. «Documentário sobre os 30 anos do SOS Racismo ocupa Padrão dos Descobrimentos». Esquerda. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  7. Silva, Raquel Dias da. «Estas são as 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia». Time Out Lisboa. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  8. «Defesa moçambicano entre as 100 personalidades africanas mais influentes da Lusofonia (Lille)». A Bola. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  9. «Dino d'Santiago, Patrícia Mamona e Conceição Queiroz entre as 100 personalidades negras influentes da lusofonia». CNN Portugal. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  10. Digital, Bismuto Labs-Web Design e Marketing (14 de dezembro de 2021). «Bantumen distingue as 100 personalidades negras mais influentes dos países lusófonos». Comunidade Cultura e Arte. Consultado em 16 de janeiro de 2022 
  11. «Bantumen escolhe as 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia». Rimas e Batidas. 14 de dezembro de 2021. Consultado em 17 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]