Bagoas Mamicônio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bagos Mamicônio
Morte 364
Etnia Armênio
Progenitores Pai: Amazaspo (?)
Religião Catolicismo

Bagos (em armênio/arménio: Բագոս), Bagoas (em grego: Βαγώας; romaniz.:Bagóas) ou Bagas Mamicônio (em grego: Βαγας; em armênio/arménio: Բագաս Մամիկոնյան) foi uma nobre armênia do século IV.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Bagos é a forma armênia do persa antigo Baga-, "deus", que também foi registrado em grego como Bagoas (Βαγώας). Também teve seu nome registrado como Bagas, tanto em grego como armênio.[1][2]

Vida[editar | editar código-fonte]

Dinar de Sapor II (r. 309–379)
Soldo de Joviano (r. 363–364)

Bagos pertencia à família Mamicônio, mas sua genealogia é incerta. Segundo Christian Settipani, pode ter sido filho de Amazaspo, que supostamente era filho de Artavasdes I e a filha do rei da Ibéria Amazaspo III (r. 260–265).[3]Cyril Toumanoff o colocou como filho de Artavasdes II, o filho de Vache I e neto de Artavasdes I. Para ambos, era irmão de Amazaspiano I, Amazaspui, Baanes, Bassaces I e Vardanes I.[4][5]

Nina Garsoïan descarta a ideia de Toumanoff, pois as fontes deixam claro que Artavasdes II era jovem no ponto que é citado, de modo que seria improvável que fosse pai de tantos filhos. Em correção, toma o Amazaspes citado no capítulo XXXVII do livro V das Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino como um segundo filho de Vache I. Também supõe que este Amazaspes teve ao menos duas esposas, a primeira delas sendo mãe de Bassaces, Vardanes, Amazaspui, Amazaspiano/Amazaspes e Bagos, e a segunda sendo mãe de Baanes e outros possíveis filhos. O motivo disso é que Baanes é citado como meio-irmão de Amazaspui (Histórias Épicas, IV.xlix).[6]

Seja como for, se sabe que foi um dos comandantes do rei Ársaces II (r. 350–368) durante a invasão em 363 da Armênia por tropas do Sapor II (r. 309–379) do Império Sassânida e seus generais. A invasão ocorreu após os romanos e o imperador Joviano (r. 363–364) acordarem o tratado que pôs fim ao conflito até então em curso, obrigando os romanos a deixarem os armênios à sua própria sorte.[6][7] De acordo com as Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino (século IV), Bagos liderou parte das tropas do reino contra um exército sob o general Andicã. Eles se encontraram na Batalha de Areste (364), que terminou numa vitória decisiva armênia. Porém, Bagos morreu ao ser esmagado por um elefante, depois que o golpeou com sua espada e não teve tempo de fugir. Diz ainda Fausto que atacou o animal por achar que estivesse sendo conduzido por Sapor já que portava as insígnias reais. Nina Garsoïan suspeita que a forma como a sua morte é relatada é uma alusão bíblica ao episódio da morte de Eleazar Auarã em 1 Macabeus 6:43.[8]

Referências

  1. Justi 1895, p. 59.
  2. Fausto, o Bizantino 1989, p. 362.
  3. Settipani 2006, p. 132.
  4. Toumanoff 1990, p. 329.
  5. Settipani 2006, p. 131-132.
  6. a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
  7. Potter 2004, p. 520, 527.
  8. Fausto, o Bizantino 1989, p. 155; 378.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvarde 
  • Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung 
  • Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7 
  • Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila