Baquíadas

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Os baquíadas foram uma importante família oligárquica que controlou Corinto por vários anos.

Ascensão[editar | editar código-fonte]

Um dos últimos reis de Corinto, Teleste, reinara por doze anos,[1] até ser assassinado por seus parentes.[2] Em seguida, [Nota 1] o poder passou a ser exercido pelos descendentes de Héracles, inicialmente duzentos em número, que, a cada ano, escolhiam um deles (o Presidente, ou Prytanes) para exercer o poder real.[2][3] Este regime durou até a tirania de Cípselo,[2][3] noventa anos depois.[2]

Governo oligárquico[editar | editar código-fonte]

O regime político em Corinto era dominado pela família dos baquíadas, descendentes de Héracles, que se tornaram extremamente ricos.[4]

A riqueza de Corinto também derivava de sua posição geográfica privilegiada: por um lado, era a passagem terrestre entre o Peloponeso e o resto da Grécia, por outro, era o caminho preferido pelos navios, por ter dois portos e permitir o transporte de carga, evitando a perigosa circunavegação do Peloponeso.[4] A isso somava-se a riqueza proveniente dos Jogos Ístmicos, que atraíam multidões à cidade.[4]

Queda[editar | editar código-fonte]

Os baquíadas apenas casavam-se entre si.[5] Um deles, Anfião, tinha uma filha coxa, chamada Labda,[Nota 2] que não conseguiu arrumar marido entre os baquíadas, casando-se com Eetion, filho de Echecrates, da deme de Petra e por origem um lápita, da raça de Caineus.[5]

Eetion não tinha filhos, e consultou o Oráculo de Delfos, que respondeu que seu filho governaria Corinto.[5] Esta profecia estava de acordo com uma profecia anterior que os baquíadas não tinham entendido, e que agora fazia sentido; assim, eles decidiram que os filhos de Eetion deveriam ser mortos.[5]

Quando nasceu um bebê, foram enviados dez homens à casa de Labda, e o primeiro que recebesse o bebê deveria matá-lo, jogando-o ao chão.[5] Por sorte, quando Ladba entregou o bebê, ele sorriu, e o primeiro homem teve compaixão, e passou-o ao segundo homem, e assim por diante, o bebê passando por todos, que, ao final, o devolveram à mãe.[5] Ao sairem da casa, eles discutiram, e resolveram voltar para matar o bebê, mas Labda ouviu tudo, e escondeu o bebê em uma urna de cereal.[5] O bebê não foi encontrado, e foi chamado de Cípselo, pelo local onde ele foi escondido.[5]

O descontentamento da classe média foi explorado por Cípselo que tomou o poder em 657 a.C., matando ou exilando os Baquíadas.

Alguns baquíadas[editar | editar código-fonte]

Um dos exilados por Cípselo foi Demarato de Corinto, cuja riqueza era tão grande que fez ele dominar a cidade da Tirrênia onde foi morar, e, na geração seguinte, fez seu filho se tornar rei de Roma.[4]

Outros baquíadas foram:

  • Eumelo, poeta épico do século VIII a.C.
  • Árquias, fundador de Siracusa em c. 734 a.C.
  • Arrabeu, rei de Lincéstide e bisavô de Filipe, o Grande.[6]

Notas e referências

Notas

  1. Segundo Diodoro Sículo, houve ainda o reinado de Automenes por um ano
  2. O nome é, possivelmente, uma referência à letra grega Lambda, que tem a forma de duas pernas com pés tortos para dentro

Referências

  1. Diodoro Sículo, Livro VII, 9.5
  2. a b c d Diodoro Sículo, Livro VII, 9.6
  3. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 2.4.4
  4. a b c d Estrabão, Geografia, Livo VIII, Capítulo VI, 20
  5. a b c d e f g h Discurso de Socles de Corinto contra a Tirania, citado em Heródoto, Histórias, Livro V, Terpsícore, 92 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  6. Estrabão, Geografia, Livro VII, Capítulo 7, 8

Precedido por
Teleste ou Automenes
Monarquia
Governo de Corinto
747 - 657 a.C.
Oligarquia
Sucedido por
Cípselo
Tirania