Barco de Oseberga
Barco de Oseberga | |
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Barco de Oseberga | |
Carreira | |
Construção | ca. 820 |
Características gerais | |
Comprimento | 22 m |
Velocidade | 10 nós |
O barco de Oseberga (em norueguês: Osebergskipet) é um barco víquingue encontrado numa grande mamoa, uma sepultura situada na quinta de Oseberga, na proximidade do Fiorde de Oslo, mais exatamente, perto de Tønsberg, na comuna de Vestfold, na Noruega. A escavação foi levada a cabo pelo arqueólogo sueco Gabriel Gustafson e pelo arqueólogo norueguês Haakon Shetelig em 1904-1905.[1]
O barco e o seu conteúdo encontram-se em exposição no Museu de barcos viquingues de Oslo, na ilha de Bygdøy.
O barco[editar | editar código-fonte]
O barco foi construído quase completamente com madeira de carvalho e enquadra-se no tipo karv. Possui cerca de 22 metros de comprimento e 5 metros de largura, com um mastro de aproximadamente 10 metros de altura. Com uma vela de cerca de 90 m², o barco podia atingir uma velocidade de 10 nós. Possui 15 pares de buracos para os remos, o que significa que poderiam remar 30 pessoas em simultâneo. O restante equipamento inclui uma âncora de ferro e um leme largo. A proa e a popa do barco encontram-se decoradas de forma elaborada, com baixos relevos complexos em madeira, num estilo denominado Oseberga.
O barco foi construído em 820 e foi usado para navegar durante vários anos, antes de ser usado na sepultura. Apesar de ser próprio para viagens marítimas, é relativamente frágil, pensando-se que tenha apenas sido usado para viagens costeiras.
Os esqueletos[editar | editar código-fonte]
Foram encontrados dois esqueletos de duas mulheres na sepultura. Uma delas, tendo entre 60 e 70 anos de idade, sofria de artrite avançada. A segunda tinha entre 25 a 30 anos de idade. Não é claro qual dela seria mais importante em vida (apesar de uma se encontrar vestida com camadas de seda azul, um símbolo de grande riqueza, dada a raridade da seda azul), ou se alguma teria sido sacrificada para acompanhar a outra na morte. O opulência do rito do enterro e dos bens encontrados na sepultura sugere que se tratou de um funeral de alguém de muito elevado estatuto.
A análise dendrocronológica das madeiras da sepultura indicam que o enterro teve lugar no Outono de 834. Apesar da identidade da mulher mais importante não ser conhecida, foi sugerido que possa ter sido o enterro da rainha Åsa Haraldsdottir, do clã de Yngling, mãe de Halfdan, o Negro e avó de Haroldo I da Noruega. Mas esta teoria é hoje geralmente rejeitada, pensando-se que ela possa ter sido uma sacerdotisa.
Os artefactos[editar | editar código-fonte]
A sepultura foi violada na antiguidade, tendo sido os metais preciosos levados. Apesar disso, foram encontrados diversos artefactos da vida diária, durante as escavações de 1904-1905. Este incluíam quatro trenós com uma decoração elaborada, uma carroça de madeira de quatro rodas ricamente esculpida e baús de madeira. Incluíam ainda outras peças mais mundanas, como ferramentas agrícolas e para a casa, uma série de peças têxteis, tais como roupas de lã, sedas importadas e tapeçarias finas.
A sepultura de Oseberga é uma das poucas fontes de têxteis da Era Viquingue e a carroça é a única da altura encontrada até hoje. Foi também encontrado um pavão, o que é bastante surpreendente, dado que estas aves são nativas de climas quentes e a Noruega não possuía certamente um tal clima.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Navios víquingues
- Museu dos barcos viquingues de Oslo
- Museu de barcos viquingues de Roskilde
- Funeral viquingue
Referências[editar | editar código-fonte]
Christensen, A.E. Ingstad, A.S. and Myhre, B. (1992) "Oseberg Dronningens Grav - Vår Arkeologiske Nasjonalskatt i Nytt Lys", Oslo
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- O barco de Oseberg
- Conservação do trenó de Gustafson
- Têxteis do barco de Oseberg
- Índice de barcos viquingues noruegueses
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(ajuda)