Batalha da Montanha do Lobo-branco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A batalha da Montanha do Lobo-branco[1] foi uma batalha travada em 207 d.C., no final da dinastia Han, entre os senhores da guerra Cao Cao e Yuan Shang.[2] A batalha surpresa[3] teve lugar na China setentrional, além das fronteiras da dinastia Han.[4] A vitória obtida por Cao Cao[5] acabou com as esperanças dum domínio Wuhuan, que tornaram-se menos influentes, perderam forças e gradualmente foram absorvidos na China ou nas tribos Xianbei.[6]

Contexto[editar | editar código-fonte]

A vitória de Cao Cao na batalha de Guandu foi decisiva e propiciou uma viragem na luta pelo poder com Yuan Shao. Yuan Shao morreu dous anos depois,[7] e o seu filho mais novo, Yuan Shang, foi feito seu sucessor. O seu filho mais velho, Yuan Tan, ficou furioso e lutou contra o seu irmão mais novo.[8] Isto acabou num conflito interno entre as forças de Yuan Shao; os conselheiros de Yuan Shao e os seus antigos generais também ficaram divididos entre as duas facções do conflito — uma apoiou Yuan Shang, enquanto a outra apoiou Yuan Tan.[8] Cao Cao aproveitou a oportunidade para lançar um ataque à base de Yuan Tan em Liyang.[8] Yuan Tan aliou-se com Cao Cao contra Yuan Shang, mas Cao Cao acusou-o de ter violado alguns termos da aliança e matou-o em batalha.[5] Por outro lado, Yuan Shang foi derrotado por Cao Cao e foi a Norte para juntar-se a um irmão seu, Yuan Xi.[5]

A batalha[editar | editar código-fonte]

No outono do oitavo mês lunar, tendo chegado o exército de Cao Cao ao vale do rio Daling (大凌河), Tadun e seus aliados repararam que estava a avançar o inimigo e abandonaram as suas posições preparadas, indo ao encontro de Cao Cao no Norte. Tadun, juntamente com Yuan Shang, Yuan Xi e os dous chanyus Wuhuan, Louban e Wuyan (烏延), foram ao encontro das forças de Cao Cao na Montanha do Lobo Branco (白狼山; perto do actual Lingyuan, Liaoning)

O encontro foi repentino para ambas partes. Confrontados com uma força inimiga muito grande numericamente, os homens pouco armados de Cao Cao tiveram medo. Os Wuhuan, por outra parte, estavam evidentemente despreparados para a batalha, porque não estavam nas formações adequadas nem tinham tomado a iniciativa de perturbar a marcha de Cao Cao.[9] Cao Cao subiu uma elevação para observar as formações inimigas. Ele viu que os Wuhuan estavam desordenados e imediatamente disse aos seus soldados para aproveitar esta fraqueza. Com o general Zhang Liao a liderar a ofensiva, a força leve derrotou a cavalaria Wuhuan, e a brigada de Cao Chun capturou Tadun.[10] Em pouco tempo, Tadun e muitos dos seus homens tinham sido mortos, e a batalha tinha findado. Mais de 200 000 soldados chineses e homens da tribo Wuhuan renderam-se a Cao Cao.[11]

Consequências[editar | editar código-fonte]

A vitória obtida por Cao Cao[5] acabou com as esperanças dum domínio Wuhuan, que tornaram-se menos influentes, perderam forças e gradualmente foram absorvidos na China ou nas tribos Xianbei.[5] Yuan Shang e Yuan Xi foram a Liadong à procura de protecção baixo o senhor da guerra Gongsun Kang, em 207, mas Gongsu matou-os, possivelmente por considerá-los uma ameaça à sua autoridade. Desta maneira, a maioria da China setentrional foi unificada baixo o controlo de Cao Cao, que pôde direccionar a sua atenção a Sul.[5]

Referências

  1. Vang, Christopher Thao (20 de janeiro de 2016). Hmong Refugees in the New World: Culture, Community and Opportunity (em inglês). [S.l.]: McFarland. ISBN 9781476622620 
  2. Thorne, T. P. M. (9 de maio de 2013). Crouching Dragon: The Journey of Zhuge Liang (em inglês). [S.l.]: PaMat Publishing. ISBN 9780957500402 
  3. Thorne, T. P. M. (9 de maio de 2013). Crouching Dragon: The Journey of Zhuge Liang (em inglês). [S.l.]: PaMat Publishing. ISBN 9780957500402 
  4. Clauson, Gerard (4 de novembro de 2005). Studies in Turkic and Mongolic Linguistics (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781134430116 
  5. a b c d e f Crespigny, Rafe de (28 de dezembro de 2006). A Biographical Dictionary of Later Han to the Three Kingdoms (23-220 AD) (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9789047411840 
  6. Graff, David (2 de setembro de 2003). Medieval Chinese Warfare 300-900 (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781134553532 
  7. Connolly, Peter; Gillingham, Emeritus Professor of History at the London School of Economics John; Gillingham, John; Lazenby, John (13 de maio de 2016). The Hutchinson Dictionary of Ancient and Medieval Warfare (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781135936747 
  8. a b c Yuan, Gao (16 de agosto de 2006). Las 36 estrategias chinas: La sabiduría de Oriente para Occidente (em espanhol). [S.l.]: EDAF. ISBN 9788441418196 
  9. BOLTZ, William G.; DE CRESPIGNY, Rafe; YOUNG, Gregory. Northern Frontier: The Policies and Strategy of the Later Han EmpireThree Generals of Later Han. 1987.
  10. Chen Shou. Records of the Three Kingdoms, vol. 9
  11. de Crespigny (1996), Jian'an 12: E
Ícone de esboço Este artigo sobre batalhas (genérico) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.