Batalha de 4 de Maio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de 4 de Maio
Guerra da Independência do Brasil

Batalha de 4 de Maio
Data 4 de maio de 1823
Local Mar aberto perto de Salvador, Bahia.
Desfecho Inconclusivo
Vitória tática brasileira
Permanência portuguesa em Salvador
Beligerantes
Império do Brasil Reino de Portugal
Comandantes
Thomas Cochrane João Félix Pereira de Campos
Forças
1 Navio de linha
2 Fragatas
2 Corvetas
2 Brigues
1 Navio de Linha
1 Escuna
1 Brigue
1 Lugre
1 Sumaca
2 Fragatas
3 Charruas
3 Corvetas
Baixas
Nenhuma perda Nenhuma perda

A Batalha de 4 de maio de 1823 foi um combate naval ocorrido durante o bloqueio do porto de Salvador imposto pelo Almirante Thomas Cochrane, no contexto da Independência da Bahia, durante a Guerra de Independência do Brasil. As frotas brasileira e portuguesa se enfrentaram, resultando num empate. Não houve mortos.[1][2][3]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Desde que o novo governador da Bahia o brigadeiro Madeira de Melo assumiu o cargo em fevereiro de 1822, as tensões entre brasileiros e portugueses aumentaram estourando revoltas na capital Salvador que foram reprimidas por Madeira de Melo, quando D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, os brasileiros baianos já haviam abandonado Salvador indo para o Recôncavo Baiano, onde em Cachoeira os fazendeiros e comerciantes doaram grandes quantias em dinheiro para a criação de um exército voluntário para tomar Salvador que estava sob controle português. Em 1823, as lutas continuavam e na Batalha de Pirajá os brasileiros conseguem uma importante vitória sobre os portugueses isolando-os em Salvador. O isolamento causou crises alimentícias, pois a capital era a segunda mais rica e importante do país servindo como entreposto comercial e militar sendo abastecida pelas fazendas do Recôncavo, mas como esse território estava em mãos brasileiras, a capital ficou sem abastecimento gerando uma grande fome, obrigando os portugueses a lançarem 8 ataques à Ilha de Itaparica, porém também fracassaram. Em 1 de abril de 1823, no Rio de Janeiro, D. Pedro I enviou uma frota comandada pelo Almirante Thomas Cochrane para bloquear Salvador impedindo que reforços chegassem por mar.

A Batalha[editar | editar código-fonte]

Durante o caminho, outras embarcações se juntaram à frota. Em 30 de abril, os portugueses perceberam a frota brasileira e se prepararam. Em 4 de maio de 1823, logo após o nascer do Sol, a esquadra brasileira lançou-se sobre a esquadra portuguesa formada em duas colunas, para compensar a inferioridade numérica de 7 navios brasileiros contra 13 navios portugueses, Cochrane decide cortar a linha inimiga colocando a nau-capitânea Pedro I entre a charrua portuguesa Princesa Real e a fragata Constituição envolvendo assim a retaguarda inimiga antes que a vanguarda pudesse manobrar para socorrê-la, com isso a inferioridade numérica foi compensada.

O combate se iniciou ao meio-dia, minutos depois a linha portuguesa foi cortada, quando o Pedro I, um navio de linha, ficou em frente à charrua Princesa Real, a munição acabou por causa de dois portugueses que atrasaram a entrega dos cartuchos, com isso os brasileiros corriam o risco de serem envolvidos pela vanguarda portuguesa, Cochrane então ordena uma retirada, deixando a batalha sem um vencedor. Ele se estabelece no Morro São Paulo de onde planeja e cumpre o bloqueio, assim Madeira de Melo decide abandonar a capital na madrugada de 2 de julho de 1823, ele e os soldados portugueses embarcam, mas Cochrane percebe e os persegue até Portugal, conseguindo capturar 7 navios durante a perseguição. Salvador foi tomada pelas tropas brasileiras aderindo ao Império do Brasil.

Ordem de batalha[editar | editar código-fonte]

Brasil (Primeiro Almirante Thomas Alexander Cochrane)[editar | editar código-fonte]

Nomes dos navios envolvidos seguidos do número de canhões que o navio possuía (quando o número for conhecido):

  • Pedro I (74) (Navio Capitânia, Capitão de Fragata Thomas Crosbie)
  • Maria da Glória (36) (Capitão-Tenente Teodoro de Beaurepaire)
  • Piranga (50) (Capitão de Mar e Guerra David Jewett)
  • Liberal (24) (Capitão-Tenente Antônio Garção)
  • Guarani (16) (Comandante Antônio do Couto)
  • Real Pedro (14) (Comandante Justino de Castro)
  • Nichteroy (36) (Capitão de Fragata John Taylor)

Portugal (Chefe de Divisão João Félix Pereira de Campos)[editar | editar código-fonte]

Nomes dos navios envolvidos seguidos do número de canhões que o navio possuía (quando o número for conhecido):

  • Dom João VI (74)
  • Constituição (50)
  • Pérola (44)
  • Princesa Real (28)
  • Calypso (22)
  • Regeneração (26)
  • Activa (22)
  • Doze de Fevereiro (26)
  • Audaz (20)
  • São Gualter (20)
  • Príncipe do Brazil (26)
  • Restauração (26)
  • Conceição (8)

Referências

  1. Inácio Acioli de Cerqueira e Silva (1835). «Memórias históricas e políticas da província da Bahia». Biblioteca Digital de Literaturas de Língua Portuguesa - UFSC. p. 176. Consultado em 4 de julho de 2019 
  2. «As guerras da Independência». Quartel-General do Exército. Consultado em 4 de julho de 2019 
  3. «O Povo e a Guerra» (PDF). UFBA. Consultado em 4 de julho de 2019