Batalha de Gettysburg

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Batalha de Gettysburg
Parte da Guerra de Secessão
Thure de Thulstrup - L. Prang and Co. - Battle of Gettysburg - Restoration by Adam Cuerden (cropped).jpg
Batalha de Gettysburg, por Thure de Thulstrup
Data 1 a 3 de julho de 1863
Local Gettysburg, Pensilvânia, Estados Unidos
Desfecho Vitória da União
Beligerantes
 Estados Unidos  Estados Confederados
Comandantes
George Meade
John Reynolds 
Winfield Hancock
Daniel Sickles
George Sykes
John Sedgwick
Oliver Otis Howard
Henry Warner Slocum
Alfred Pleasonton
Robert O. Tyler
Henry Jackson Hunt
Robert E. Lee
James Longstreet
Richard Stoddert Ewell
A. P. Hill
J. E. B. Stuart
Unidades
Exército do Potomac Exército da Virgínia do Norte
Forças
104 256[1] 75 000[1]
Baixas
23 049[1]
  • 3 155 mortos
  • 14 529 feridos
  • 5 365 capturados ou desaparecidos
28 063[1]
  • 3 903 mortos
  • 18 735 feridos
  • 5 425 capturados ou desaparecidos

A Batalha de Gettysburg, ocorrida nos arredores e dentro da cidade de Gettysburg, Pensilvânia, foi o embate com o maior número das vítimas na Guerra de Secessão e ponto culminante da segunda invasão do norte pelo exército confederado do general Robert E. Lee. No final, o Exército do Potomac comandado pelo major general George Meade derrotou os ataques do Exército da Virgínia do Norte comandado pelo general Lee, suspendendo a invasão confederada no Norte.

A racionalização de Lee para iniciar a Campanha de Gettysburg concentrava-se no fato de que, com a guerra se arrastando, o Sul via suas reservas de homens e suprimentos se esgotarem contra o Norte, que tinha uma população quatro vezes maior e um potencial industrial vastamente superior. No final de 1862, os federais foram derrotados na Batalha de Fredericksburg e cinco meses depois, veio outra vitória confederada, desta vez em Chancellorsville, debilitando consideravelmente o exército da União na Virgínia. O general Lee então concebeu a segunda invasão dos territórios nortenhos, destruindo o Exército do Potomac, colocando-se numa posição para ameaçar as cidades do Norte, como Washington, D.C., Filadélfia e Baltimore, o que forçaria o presidente Abraham Lincoln a negociar e enfim encerrar a guerra. A União se moveu rapidamente para reorganizar suas forças e Lincoln dispensou Joseph Hooker do comando, colocando em seu lugar o cauteloso, porém pragmático, general George Meade.

A invasão confederada começou em 3 de junho de 1863, cruzando o Vale do Shenandoah e passando por Maryland. Um mês depois, as forças de Lee invadiram a Pensilvânia, com a cavalaria na vanguarda. Em 1 de julho, unidades avançadas dos exércitos do norte e do sul colidiram inesperadamente próximo a cidade de Gettysburg. Reconhecendo o valor estratégico daquela região, Lee ordenou que suas forças se concentrassem naquela pequena cidade e destruíssem as forças federais por lá, mas Geroge Meade agiu mais rápido do que o antecipado e mandou reforços. Assim, em questão de horas, a luta em Gettysburg evoluiu para uma conflagração generalizada entre o Exército do Potomac e o Exército da Virgínia do Norte. No segundo dia, todas as tropas de ambos os lados estavam finalmente reunidas e assumiram suas posições. Os confederados tomaram a iniciativa, convergindo sobre os flancos das forças da União de forma feroz, mas sem sucesso. A luta foi particularmente violenta em Culp's Hill e Cemetery Hill. Apesar da pressão, as linhas federais mantiveram-se firmes e ambos os lados sofreram pesadas baixas.

Em 3 de julho, no terceiro dia de lutas, combates voltaram a acontecer em Culp's Hill e em outras áreas das frentes de batalha, mas sem mudanças drásticas ao sul e norte. O general Lee então concebeu um ataque contra o centro das linhas da União, onde ele acreditava que o inimigo estaria mais fraco. O seu segundo em comando, o general James Longstreet, protestou contra essa ação, mas Lee permaneceu irredutível. Assim, na tarde daquele dia, mais de 12 mil soldados confederados cruzaram o campo aberto e atacaram as linhas da União na área de Cemetery Hill. No que ficou conhecido como Pickett's Charge (ou "a Carga de Pickett"), as forças confederadas sofreram enormes perdas e o ataque foi repulsado pelo exército nortenho. Sem alternativa, Lee ordenou uma retirada geral, dando a vitória na Batalha de Gettysburg para a União. Somadas as baixas de ambos os lados, perto de 50 mil americanos foram mortos, feridos ou desapareceram, sendo uma das batalhas mais sangrentas da história dos Estados Unidos.

Em 19 de novembro, o presidente Lincoln visitou o campo de batalha de Gettysburg para inaugurar o primeiro cemitério nacional do país para enterrar os veteranos unionistas da guerra, realizando um dos seus mais famosos discursos.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Baixas da batalha. Gettysburg, julho de 1863

Até o verão de 1863, a Confederação colecionou vitórias no teatro de operações leste da Guerra Civil dos EUA. Após o último sucesso em Chancellorsville, em maio de 1863, Lee conduziu o seu Exército da Virgínia do Norte pelo Vale do Shenandoah, esperando chegar até Harrisburg ou mesmo Filadélfia. Com isso buscava desmoralizar o oponente a ponto de forçar negociações de paz em termos favoráveis à Confederação.

Uma brilhante vitória em solo inimigo aumentaria ainda a chance de conseguir apoio de potências internacionais, alguma das quais já incomodadas com as ambições continentais dos EUA. Adicionalmente, Lee deslocaria as suas tropas das regiões da Virginia devastadas pela guerra, que pouco podiam oferecer para subsistência dos seus soldados, para ricas regiões além do rio Potomac.[2]

Sob pressão do presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, o Maj. Gal. Joseph "Fighting Joe" Hooker moveu o Exército do Potomac em perseguição a Lee, mas foi substituído no comando pelo Maj. Gal. George Gordon Meade, apenas três dias antes da batalha. Meade assumiu o comando em plena situação de crise, com o exército abalado pelas sucessivas derrotas e sem tempo para uma preparação adequada.

Ordem da Batalha - União[editar | editar código-fonte]

Pelo Exército do Potomac, tomaram parte na batalha sete corpos de infantaria:

  • Primeiro Corpo de Exército, sob Maj. Gal. John F. Reynolds (morto);
  • Segundo Corpo de Exército, sob Maj. Gal. Winfield S. Hancock (gravemente ferido);
  • Terceiro Corpo de Exército, sob Maj. Gal. Daniel E. Sickles (gravemente ferido);
  • Quinto Corpo de Exército, sob Maj. Gal. George Sykes;
  • Sexto Corpo de Exército, sob Maj. Gal. John Sedgwick;
  • Décimo Primeiro Corpo de Exército, sob Maj. Gal. Oliver O. Howard;
  • Décimo Segundo Corpo de Exército, sob Maj. Gal. Henry W. Slocum.

Desde as reformas promovidas por Joseph Hooker, a cavalaria da União passaria a emular a organização eficiente da sua contraparte confederada, concentrando as brigadas até então distribuídas pelos corpos de infantaria num único corpo de cavalaria, sob um único comando:

  • Corpo de Cavalaria, sob Maj. Gal. Alfred Pleasonton.

Gal. Brig. Henry J. Hunt, comandante da artilharia do Exército do Potomac traria ao campo de batalha a sua própria inovação. Além das baterias distribuídas para cada um dos corpos de infantaria e cavalaria, Hunt manteria uma grande reserva de artilharia, que poderia direcionar com liberdade aos pontos em que o seu apoio fosse mais necessário:

  • Reserva de Artilharia, sob Gal. Brig. Robert O. Tyler.

Ordem da Batalha - Confederação[editar | editar código-fonte]

Após a morte do Ten. Gal. Thomas “Stonewall” Jackson, Gal. Lee optou por dividir o Segundo Corpo do Exército do Norte da Virgínia em dois. Assim, a sua infantaria passaria a ter três corpos:

A cavalaria continuaria sob um único comando central:

Mas o mesmo não ocorria com a artilharia, dividida em brigadas alocadas cada uma a uma divisão de infantaria ou a cavalaria. Esse sistema mostrou se de difícil coordenação.

Primeiro dia da batalha[editar | editar código-fonte]

Mapa da batalha, 1 de julho.

Na manhã de 1 de Julho de 1863, nenhum dos dois comandantes julgava-se preparado para aceitar engajamento.[3] A maior parte das forças de ambos os lados ainda marchava na direção de Gettysburg, um importante entroncamento viário. Para Lee, a situação era agravada pela falta de contato com a cavalaria de J. E. B. Stuart, o seu principal elemento de reconhecimento. Stuart, que chegou ao campo de batalha apenas no decorrer da tarde do segundo dia, acabou severamente criticado por ter partido numa expedição estratégica, perturbando comunicações e pilhando suprimentos na retaguarda da União, mas deixando o Exército da Virgínia do Norte as cegas. Lee começou o dia com a concentração de forças superior, mas sem saber exatamente o que encontraria do lado oposto.

O confronto começou quando a 1a. Divisão de Cavalaria dos EUA detectou as forças de Lee, que estavam em marcha a noroeste de cidade. O comandante da divisão, Gal. John Buford, mesmo sem ordens superiores, ocupou rapidamente as colinas baixas de Herr Ridge, McPherson Ridge e Seminary Ridge. A visão e a iniciativa de Buford mostrar-se-iam mais tarde decisivas para o resultado da batalha. Combatendo desmontados e tirando vantagem da suas carabinas de retrocarga, os cavaleiros da União retiveram a divisão confederada do Gal. Maj. Henry Heth, com três vezes mais homens,[4] durante duas horas. Esse tempo foi suficiente para permitir que o Meade tomasse posse das elevações dominantes mais ao sul. Pela primeira vez em muito tempo, o exército de Potomac combateria com a vantagem do terreno alto.

A já exausta cavalaria de Buford foi substituída pelos infantes do 1º. Corpo de Exército, sob Gal. John Reynolds. A essa altura, os seus 19 mil soldados combatiam 24 mil confederados ao longo de uma frente de 3 milhas.[3] Inicialmente, os federais estancaram o avanço dos rebeldes, mas a um enorme preço. Algumas unidades, como a famosa "Brigada de Ferro", perderam dois terços do seu efetivo.[3] O próprio Reynolds, um dos mais proeminentes comandantes da União, foi morto logo no início do confronto. O comando do 1º Corpo passou para o Maj. Gal. Abner Doubleday. Com a chegada do Gal. Lee ao campo de batalha, os corpos confederados de A. P. Hill e Richard Ewell foram liberados para entrar no combate. Em franca inferioridade numérica, as tropas federais foram desalojadas das colinas e fluíram para a cidade, onde sofreram importantes baixas nas ruas congestionadas por soldados em retirada. Entretanto, uma considerável parte do contingente federal conseguiu recuar para posições defensivas fortes, onde Meade já estava concentrando o seu Exército.

Segundo dia da batalha[editar | editar código-fonte]

Mapa da batalha, 2 de julho.

No primeiro dia, grande parte das tropas dos dois lados ainda estava por tomar a posição no campo de batalha. O amanhecer do dia seguinte, 2 de Julho de 1863, os exércitos estavam já quase completamente dispostos. Os federais ocupavam uma formidável posição em forma de anzol. A linha estendia-se de sul a norte sobre a longa elevação conhecida como Cemetery Ridge. A “curva” do anzol era formada pelas elevações Cemetery Hill e Culp's Hill, voltadas para o norte. O formato do perímetro defensivo dava aos unionistas a vantagem das linhas internas. As tropas podiam ser deslocadas rapidamente no interior do anzol, reforçando quaisquer pontos que estivessem sob ameaça. Os confederados ocuparam uma posição paralela, muito mais aberta.

O dia foi de sucesso parcial para as tropas rebeldes (confederados), que desalojaram os federais de algumas posições que estavam a frente da linha defensiva principal de Cemetery Ridge. Wheatfield, Devil's Den, e Peach Orchard foram palcos de combates sangrentos, com algumas posições mudando de mãos várias vezes. O centro da linha federal viu-se sobre grande ameaça, forçando o seu comandante Gal. Winfield Hancock a medidas desesperadas. Num determinado momento, Hancock ordenou que 289 homens do regimento 1st Minnesota avançassem sobre a força de aproximadamente 1 000 a 1 100 confederados, integrantes da Brigada de Alabama sob Gal. Cadmus Wilcox, da divisão de Gal. Anderson.[5] O regimento cumpriu a missão de retardar o avanço sulista até a chegada de reforços, mas ficou reduzido a apenas 47 homens.[6]

No flanco direito da União, os defensores repeliram os ataques a Cemetery Hill e Culp's Hill, em grande parte devido as boas fortificações improvisadas nessa última elevação pelo general de brigada George Greene.

Ao sul, deu se um dos mais famosos episódios de toda a guerra. Por um grosseiro erro de avaliação do Gal. Sickles,[7] a estratégica colina de Little Round Top havia sido deixada vaga. No extremo sul do perímetro federal, a posição flanqueava toda a linha defensiva sobre Cemetery Ridge. Caindo em mãos confederadas, as defesas da União estariam sob ameaça de colapso. O erro foi detectado apenas a tempo para se deslocar para o local uma única brigada de infantaria federal. Eram quatro regimentos relativamente fracos, reforçados por uma bateria de artilharia e mais um regimento de infantes novaiorquinos. Não houve tempo para qualquer preparação das posições. Essas defesas precárias resistiram a múltiplos assaltos de toda uma divisão confederada, sob John Bell Hood. A maior pressão foi suportada pelo regimento no extremo esquerdo da União, o 20th Maine. Sob perigo de ter seu flanco contornado, o regimento manobrou para recusar o flanco, formando um ângulo na linha defensiva. Sob repetidos ataques de forças vastamente superiores, o regimento solitário acabou por se ver sem munição para continuar o combate. Então, o Cel. Joshua Chamberlain ordenou que o 20th Maine partisse à carga, de baionetas caladas. A última onda de atacantes rebeldes foi forçada à rendição e a posição foi assegurada para União. Cel. Chamberlain foi lançado para a fama, que no pós-guerra lhe renderia diversos mandatos como governador do estado cujas tropas comandou.

Terceiro dia da batalha[editar | editar código-fonte]

Mapa da batalha, 3 de julho.

No terceiro dia de batalha ocorreram os mais importantes combates de cavalaria. Os confederados sob J.E.B.Stuart tentaram atingir a retaguarda do Exército de Potomac contornando o seu flanco direito, mas foram detidos pela cavalaria federal sob David Gregg e George A. Custer (o mesmo que morreria combatendo índios Lakotas na Batalha de Little Big Horn). No flanco oposto, Gal. Judson Kilpatrick enviou a cavalaria da União numa mal concebida carga contra as posições confederadas, repelida com facilidade pelo corpo de exército de Longstreet.

Mas o dia ficou marcado na história pelo ambicioso assalto confederado, hoje conhecido como “Pickett’s Charge”. Gal. Lee optou por empreender a carga contra o centro das posições federais em Cemetery Ridge, esperando que o Meade tivesse enfraquecido o centro para reforçar as alas que estiveram sob ataque no dia anterior. Mas o movimento foi corretamente antecipado por Meade, que manteve o centro forte.

A execução coube ao experiente Ten. Gal. James Longstreet, braço direito do Lee. Ao receber a missão, Longstreet, segundo suas memórias pós guerra, teria dito ao comandante sulista que, tendo sido militar a vida inteira, sentia-se confiante em dizer que jamais existiu um corpo de 15 000 soldados capazes de executar tal assalto com sucesso.[8] Esses combatentes vieram das divisões de Maj. Gal. Isaac R. Trimble, Brig. Gal. J. Johnston Pettigrew e Maj. Gal. George Pickett. Do outro lado, aguardava o Segundo Corpo do Exército de Potomac, sob Maj. Gal. Winfield S. Hancock.

A carga foi precedida pelo fogo de preparação de mais de 150 peças confederadas, constituindo a maior concentração de fogo de artilharia daquela guerra. O bombardeio foi bastante ineficaz, em parte devido a temporização falha dos projeteis fabricados nos estados do sul. O fogo de contrabateria lançado pelos federais foi muito melhor sucedido. Mesmo os tiros longos, que ultrapassavam as posições da artilharia rebelde, causavam sérias baixas castigando a infantaria que estava aguardando a ordem para assalto na mata logo atrás. Henry J. Hunt, o comandante da artilharia da União, reteve deliberadamente a cadência de tiro da usual uma salva a cada três minutos para 12 salvas por hora, privilegiando precisão e poupando a munição para o momento em que ao confederados estariam mais vulneráveis.[9]

Num determinado momento, Hunt ordenou cessar fogo. Os Confederados concluíram que as baterias federais havia sido postas fora de combate. Desejando poupar a escassa munição para suportar o assalto, os rebeldes também suspenderam as salvas. Nesse momento 12 500 homens, marchando ombro a ombro, deixaram a mata para atravessar os longos 1 200 m até as linhas inimigas, completamente expostos aos tiros das linhas da União. No caminho, encontraram uma cerca que contribuiu para retê-los por mais tempo sob a mira. Já próximos do alvo, as tropas confederadas receberam violento fogo enfiado das baterias habilmente dispostas por Hunt. Num único ponto, os rebeldes atingiram a linha federal, mas os reforços estancaram a penetração rapidamente e os atacantes foram repelidos. Mais de metade dos homens que começaram a carga não retornou às suas linhas. Lee, reconhecendo a derrota, ordenou a retirada.

Meade obteve uma grande vitória, mas aos olhos de Lincoln falhou em não manter uma perseguição vigorosa aos rebeldes em retirada. Por esse motivo, embora mantido no cargo, foi colocado sob comando de Ulysses Grant, um ousado general transferido da frente ocidental.

Baixas[editar | editar código-fonte]

Memorial 1

As baixas dos exércitos de Potomac e da Virgínia do Norte somaram algo entre 46 mil e 51 mil homens. A União reportou ter perdido 23 055 soldados (3 155 mortos, 14 531 feridos e 5 369 capturados ou desaparecidos). Os números do lado confederado são mais difíceis de estimar. Fala se em até 28 mil baixas. O respeitado livro de Busey e Martin Regimental Strengths and Losses reporta 23 231 baixas (4 708 mortos, 12 693 feridos, 5 830 capturados ou desaparecidos).

Aproximadamente oito mil corpos humanos tinham que ser rapidamente enterrados. Perto de três mil carcaças de cavalo foram queimadas. Sob o sol escaldante de verão, a população local sofreu com doenças durante vários meses após a batalha.

Consequências[editar | editar código-fonte]

As consequências mais evidentes da vitória da União, além da interrupção do progresso dos confederados rumo ao norte, aconteceram no âmbito moral. Quebrou-se o mito de invencibilidade do Gal. Lee, o que devolveu entusiasmo à causa Yankee, ao mesmo tempo que introduziu o germe da dúvida na cabeça dos combatentes sulistas.

As esperanças dos políticos confederados de conseguir apoio internacional murcharam.

No plano econômico, os bônus de guerra emitidos pelos Estados Confederados da América sofreram uma severa desvalorização, agravando as dificuldades econômicas já existentes devido ao bloqueio naval.

Entretanto, vários historiadores argumentam que outros fatores foram mais importantes para definir o resultado da guerra. A queda de Vicksburg dividiu a Confederação em dois, e abriu caminho para a famosa Marcha ao Mar de Sherman. Igualmente significativo foi Ulysses Grant ter sido alçado ao comando no teatro de operações leste. Ao contrário dos seus antecessores, Grant manteve uma pressão ininterrupta sobre Lee, sofrendo o custo de assustadoras baixas dos dois lados. Mas as baixas confederadas, ao contrário das da União, não podiam ser repostas com facilidade. Numa guerra de atrito, a vitória acabaria nas mãos da União.

Referências[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d Fuller, Grant & Lee, p.286
  2. Eicher, p.501
  3. a b c McPherson, p.654
  4. McPherson, p.653
  5. Leehan
  6. McPherson, p.660
  7. McPherson, p.657
  8. Longstreet, 22%
  9. Rice, 39%

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