Batalha de Marawi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de Marawi
Conflito Moro e Guerra ao Terror


Um prédio em Marawi em chamas após um bombardeio da força aérea filipina.
A localização de Marawi, em Lanao del Sur, na ilha de Mindanau.
Data 23 de maio23 de outubro de 2017
Local Marawi, Lanao del Sur, Região Autônoma de Mindanau
Filipinas
Desfecho Vitória decisiva do governo filipino[1]
  • Lei marcial imposta a região de Mindanau por 60 dias;
  • Morte de Isnilon Hapilon, um dos líderes mais proeminentes dos movimentos islamitas filipinos;[2]
  • Após cinco meses de combates, a cidade de Marawi é completamente retomada pelas forças de segurança filipinas;
Beligerantes
Filipinas

Apoio:

Estado Islâmico do Iraque e do Levante
Comandantes
Filipinas Rodrigo Duterte
Filipinas Delfin Lorenzana
Filipinas Eduardo Año
Filipinas Ronald dela Rosa
Isnilon Hapilon [2]
Omar Maute [8]
Abdullah Maute [8] Mahmud Ahmad
Amin Bacu
Unidades
Forças Armadas Filipinas
Polícia Nacional Filipina
Abu Sayyaf
Grupo Maute
Guerreiros Islâmicos pela Liberdade de Bangsamoro
Ansar Khalifa Philippines
Forças
+ 6 500[9] + 1 000 (auge)[10]
Baixas
168 mortos,[11]
+ 1 400 feridos,[12]
60 desaparecidos[13][14]
978 mortos[11]
12 capturados[15]
Civis: 125 mortos[16]
180 000 evacuados[17]
84 760 deslocados a força de suas casas[18]
Soldados filipinos em seus veículos avançando pelas ruas nas cercanias de Marawi.

A Batalha de Marawi (também conhecida como Crise de Marawi) foi um combate armado que estava acontecendo na cidade de Marawi, em Mindanau, entre forças do governo das Filipinas e militantes dos grupos islamitas salafitas Abu Sayyaf e Maute, que são organizações terroristas filiadas ao grupo Estado Islâmico (EI). A violência na cidade começou em 23 de maio de 2017[19][20] e demorou cinco meses para que a região fosse libertada por completo pelas forças do governo central filipino.[21][22]

A batalha[editar | editar código-fonte]

O sul das Filipinas, especialmente Mindanau, é onde fica a maioria da população muçulmana filipina. A região sofre com movimentos extremistas por décadas. Frequentemente, o governo filipino ordena operações militares em regiões sob controle ou sob forte influência dos islamitas para tentar sufocar os movimentos terroristas.[19]

Ao fim de maio de 2017, o exército filipino lançou uma grande operação para capturar Isnilon Hapilon, o líder da organização terrorista Abu Sayyaf, após receberem denúncias de que ele estaria na cidade de Marawi para se encontrar com a liderança do grupo Maute.[23][24] Combates violentos começaram quando os homens de Hapilon abriram fogo contra soldados e policiais, recebendo apoio de outros grupos terroristas filiados a organização Estado Islâmico do Iraque e do Levante.[25]

Guerrilheiros islamitas, a maioria afiliados ao grupo Maute, atacaram os militares e ocuparam vários prédios na cidade de Marawi, incluindo a prefeitura, a universidade local, um hospital e um presídio.[25] Eles também tomaram o controle de diversas ruas e atearam fogo em uma igreja cristã e em várias escolas e instalações universitárias.[23][26] A Catedral de Marawi também foi atacada, com muitos fiéis sendo feitos reféns.[27]

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, respondeu a escalada da violência declarando lei marcial em Mindanau por 60 dias (o máximo de tempo permitido pela constituição). Forças de segurança adicionais também foram enviadas para a região, especialmente para Marawi, intensificando os combates.[28] Postos de controle foram colocados nas ruas e dezenas de indivíduos foram presos. No final, após cinco meses de luta, pelo menos 1 300 pessoas (incluindo 160 policiais ou soldados e mais de 900 terroristas) foram mortas.[29]

Ao fim de maio, o governo filipino afirmou que pelo menos 90% de Marawi já havia sido reconquistada. Batalhas intensas, especialmente no centro da cidade, ainda eram reportadas no começo de junho.[30][31] Segundo o comando das forças de segurança filipinas, os líderes do notório Grupo Maute (os irmãos Omar e Abdullah Maute) foram mortos em um tiroteio com soldados do exército em 10 de junho.[8] Em agosto de 2017, boa parte do centro de Marawi já havia sido recapturado por tropas do governo filipino, incluindo a Grande Mesquita da cidade.[32]

Em julho, o líder do Estado Islâmico nas Filipinas, Isnilon Hapilon, teria se refugiado em alguma mesquita de Marawi para evitar a captura. Nos próximos dois meses, o exército filipino iniciou uma série de operações de limpeza para destruir os últimos focos de resistência dos terroristas, recuperando prédios estratégicos (como a delegacia central e a principal mesquita da região) e importantes pontes.[33] Em 16 de outubro, o governo das Filipinas anunciou que Isnilon Hapilon havia sido morto durante um tiroteio entre soldados e jihadistas. Sua morte foi saudada como um grande golpe para os movimentos islamitas filipinos.[34]

Foi somente em 23 de outubro de 2017, após cinco meses de intensos combates e centenas de mortos, que o governo filipino declarou oficialmente que a cidade havia sido libertada, com as últimas posições dos jihadistas sendo superadas, encerrando assim a luta.[21]

Referências

  1. "Lorenzana says Marawi City siege is over". Página acessada em 24 de outubro de 2017
  2. a b News, ABS-CBN. «Terrorists Isnilon Hapilon, Omar Maute killed in Marawi battle». ABS-CBN News. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  3. «U.S. joins battle as Philippines takes losses in besieged city». Reuters. Consultado em 10 de junho de 2017 
  4. «Australia to send spy planes to help Philippines fight militants». Reuters. Consultado em 25 de junho de 2017 
  5. Duterte thanks China for firearms, ammo vs Mautes
  6. «President Duterte accepts rifles, multi-purpose vehicles from Russia». Presidential Communications Operations Office. 25 de outubro de 2017. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  7. «Duterte thanks Netanyahu for help in ending Marawi siege». Aljazeera English. Consultado em 7 de setembro de 2018 
  8. a b c News, ABS-CBN. «Military confirming reports Maute brothers killed in firefight». Consultado em 10 de junho de 2017 
  9. "Philippine airstrike accidentally kills 11 soldiers in besieged city Marawi". Página acessada em 2 de junho de 2017.
  10. «Ominous signs of an Asian hub for Islamic State in the Philippines». Reuters. Consultado em 31 de maio de 2017 
  11. a b AFP: Terrorist leaders in 500-square-meter pocket in Marawi
  12. AFP report on Marawi death toll: 603 terrorists,130 soldiers, 45 civilians
  13. 5 trapped cops rescued in Marawi. Tempo.com. 5 June 2017.
  14. 5 trapped cops rescued in Marawi. Tempo.com. 5 de junho de 2017.
  15. «Philippines says Islamist fighters on back foot in besieged city». 8 de junho de 2017. Consultado em 30 de agosto de 2017 – via Reuters 
  16. «Duterte: "That war in Marawi will continue until the last terrorist is taken out"». Minda News. 2 de junho de 2017 
  17. Tarrazona, Noel (29 de maio de 2017). «Mindanao crisis: Filipino senator asks Duterte's ministers not to disregard Constitution». International Business Times Singapore 
  18. «19 Civilians Killed, 85,000 Displaced as Philippines Continues to Battle Islamist Militants in Mindanao». IntelligencerPost. 29 de maio de 2017 
  19. a b «Marawi crisis: What we know so far». The Philippine Star. 25 de maio de 2017. Consultado em 30 de maio de 2017 
  20. "Combates entre islamistas e exército continuam no sul das Filipinas". Página acessada em 30 de maio de 2017.
  21. a b «Governo filipino anuncia o fim de batalha em cidade tomada por extremistas». G1. Consultado em 23 de outubro de 2017 
  22. «Total victory declared in Marawi over ISIL». Al Jazeera. Consultado em 24 de outubro de 2017 
  23. a b «TIMELINE: Maute attack in Marawi City». ABS-CBN News. 23 de maio de 2017. Consultado em 30 de maio de 2017 
  24. Morallo, Audrey (23 de maio de 2017). «AFP: Marawi clashes part of security operation, not terrorist attack». The Philippine Star. Consultado em 30 de maio de 2017 
  25. a b Nery, J. (24 de maio de 2017). «Key facts about a tumultuous Tuesday in Marawi City». Philippine Daily Inquirer. Consultado em 30 de maio de 2017 
  26. «UCCP Statement on the Burning of Dansalan College». Consultado em 25 de maio de 2017 
  27. «Mindanao: Churchgoers 'taken hostage' amid Marawi siege». Al Jazeera. 24 de maio de 2017. Consultado em 28 de maio de 2017 
  28. Morales, Yvette (24 de maio de 2017). «Duterte declares martial law in Mindana». CNN Philippines 
  29. Mangosing, Frances. «US Embassy Advises Citizens of Possible Chekpoints in Metro Manila». Philippine Daily Inquirer. Consultado em 29 de maio de 2017 
  30. PNA (31 de maio de 2017). «Government forces secure 90% of Marawi City – AFP». Update.PH. Consultado em 1 de junho de 2017 
  31. Genalyn Kabiling (31 de maio de 2017). «90% of Marawi cleared by troops». Manila Bulletin. Consultado em 10 de junho de 2017 
  32. Hernaez, Jeff (24 de agosto de 2017). «Troops retake Marawi mosque, but find no terrorists, hostages». ABS-CBN News. Consultado em 30 de agosto de 2017 
  33. «Hapilon hiding in Marawi mosque, says defense chief». ABS-CBN News. 3 de julho de 2017 
  34. "Governo das Filipinas confirma morte de emir do EI no país". Página acessada em 24 de outubro de 2017.