Batalha de Pisa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de Pisa
Invasão visigótica da Itália
Data Começo de 409
Local Próximo de Pisa, Itália
Desfecho Vitória de Olímpio
Beligerantes
Império Romano Império Romano Visigodos
Hunos
Comandantes
Império Romano Olímpio Ataulfo
Baixas
Leves Mais de 1 000 mortos

A Batalha de Pisa foi travada no começo de 409 nos arredores da cidade italiana de Pisa entre um contingente de 300 hunos comandados pelo general Olímpio e um exército germano-huno liderado pelo nobre Ataulfo, cunhado do rei visigótico Alarico (r. 395–410). Apesar da diferença numérica, Olímpio foi capaz de derrotar Ataulfo e seu exército, obrigando-o a marchar para junto de Alarico. Os visigodos deram prosseguimento à sua invasão à Itália que culminou no Saque de Roma em agosto de 410.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Ataulfo estava estacionado com seu exército na região da Panônia desde ao menos 408, provavelmente como tribuno da gente (tribunus gentis) ou prepósito do limite (praepositus limitis).[1] Em 409, recebeu o pedido de ajuda de seu cunhado Alarico que estava nesta época invadindo a Itália. Alarico estava negociando com o imperador Honório (r. 395–423) em Ravena (então capital do Império Romano do Ocidente) e Ataulfo cruzou o Vêneto e dirigiu-se para Pisa, no outro lado da península.[2][3] Ali encontrou-se com o general Olímpio, o chefe supremo do exército imperial após a queda de Estilicão, e seu contingente de 300 hunos.[4]

Batalha e rescaldo[editar | editar código-fonte]

O desenrolar da batalha não foi registrado pelas fontes contemporâneas. Somente se sabe que o exército romano era numericamente inferior ao de Ataulfo. As forças rivais encontraram-se em algum local próximo a cidade de Pisa e Olímpio conseguiu derrotar e repelir o exército invasor, que perdeu mais de 1 000 de seus soldados;[5] Thomas S. Burns sugeriu que pereceram 1 100 dos soldados de Ataulfo.[1]

Após ser derrotado, Ataulfo reagrupou seus soldados e marchou em direção de Ravena, onde encontrou-se com Alarico.[3] No mesmo ano, após não conseguir acordar a paz com Honório, Alarico reuniu suas tropas e tentou tomar Roma pela segunda vez. O usurpador Prisco Átalo (r. 409–410), escolhido pelo senado após o ataque de Alarico e talvez sob sua instigação, nomeou Ataulfo conde dos domésticos equestres,[6][7] posição que reteria até o ano seguinte. Ainda em 409, Ataulfo e Alarico foram convidados pelo general Jóvio a participarem das discussões de paz presididas em Arímino e Ataulfo liderou um grande exército contra seu inimigo pessoal Saro e seus 300 homens em Piceno.[8]

Referências

  1. a b Burns 1994, p. 247.
  2. Arce 2007, p. 73.
  3. a b Hinojo 2004, p. 141.
  4. Martindale 1980, p. 802.
  5. Martindale 1980, p. 177; 802.
  6. Castro 2000, p. 33.
  7. Bury 2008, p. 117.
  8. Martindale 1980, p. 177.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Arce, Javier (2007). Bárbaros y romanos en Hispania (400-507 A.D.). Madri: Marcial Pons. ISBN 978-84-96467-57-6 
  • Burns, Thomas S. (1994). Barbarians Within the Gates of Rome: A Study of Roman Military Policy and the Barbarians, Ca. 375-425 A.D. (em inglês). Bloomington, Indiana: Indiana University Press. ISBN 0253312884 
  • Bury, John Bagnell (2008). A History of the Eastern Roman Empire from the Fall of Irene to the Accession of Basil I (A.D. 802–867). Londres: Cosimo, Inc. ISBN 1605204218 
  • Castro, Maria R. Valverde (2000). Ideología, simbolismo y ejercicio del poder real en la monarquía visigoda: un proceso de cambio. Salamanca: Edições da Universidade de Salamanca. ISBN 84-7800-940-X 
  • Hinojo, Pablo Fuentes (2004). Gala Placidia: una soberana del imperio cristiano. San Sebastián: Nerea. ISBN 84-89569-98-3 
  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). The prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press