Batalha de Sadá

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Batalha de Sadá
Rebelião Houthi no Iêmen e Revolução Iemenita

Cidade de Sadá, onde os combates ocorreram.
Data 19–26 de março de 2011
Local Sadá , Iêmen
Desfecho Vitória dos rebeldes Houthis.
Mudanças territoriais Houthis assumem o controle da província de Sadá
Beligerantes
Iémen Governo iemenita
  • Tribos de Alabedim
  • Forças de segurança
Houthis
Comandantes
Iémen Taha Hajer
Iémen Uthman Mujalli
Abu Ali Abdullah al-Hakem al-Houthi
Fares Mana'a
45 mortos[1]

Batalha de Sadá (Sa'dah) eclodiu em março de 2011 entre os insurgentes hutis e as forças tribais leais ao presidente iemenita Ali Abdullah Saleh na cidade de Sadá, no norte. Após dias de fortes confrontos, os hutis conseguiram capturar toda a província de Sadá, incluindo sua capital provincial, e estabeleceram uma administração independente, marcando assim a primeira província do Iêmen a abandonar o controle do governo central desde que uma revolta nacional começou em 2011.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 2011, após o sucesso da Revolução Egípcia e da Revolução Tunisiana, a Primavera Árabe se espalhou para muitos países, incluindo o Iêmen. Os houthis, oficialmente conhecidos como Ansar Allah, declararam seu apoio ao levante iemenita de 2011 contra Ali Abdullah Saleh e uma grande multidão de seguidores houthis se uniu aos protestos no décimo dia.[2] Durante fevereiro e março, milhares de manifestantes realizavam marchas semanais na cidade de Sadá, desde os portões da cidade velha até os quartéis de segurança do exército de Saleh.[3]

Enquanto isso, os confrontos começaram em janeiro nos arredores da cidade de Sadá, entre os Houthis e a tribo Alabedim, liderados pelo xeique Uthman Mujalli, um chefe tribal anti-houthi. Mujalli também foi um parlamentar da província de Sadá, representando o partido governante Congresso Geral do Povo. Poucas semanas após o início dos confrontos, o movimento de protesto estudantil iniciado na capital Sana'a logo se espalhou para outras partes do Iêmen. Os rebeldes houthis começaram a colocar cerco a Mujalli e seus seguidores. Mais tarde, o governo da província de Sadá ficou sob crescente pressão à medida que os protestos contra o governo cresceram, bem como o colapso gradual da segurança local.[4]

Tomada de Sadá[editar | editar código-fonte]

Em 18 de março, franco-atiradores do governo dispararam contra um protesto na capital iemenita Sana'a, no que ficou conhecido como "Massacre de Karama", que provocou indignação em todo o país e uma série de deserções do governo.[5]

Em resposta ao evento sangrento, os combatentes houthis invadiram a cidade de Sadá no dia 19 de março, supostamente explodindo casas e infligindo pesadas baixas civis.[6] Isso levou a um intenso conflito com as tribos de Al Abdin, nas quais 45 pessoas foram mortas e 13 casas foram destruídas. Os Houthis atacaram o sitio militar de Telmus, com vista para a cidade, e capturaram várias metralhadoras, projéteis de morteiro, armas e tanques. Os rebeldes houthis prevaleceram nos combates e incendiaram a casa do xeique Mujalli, destruindo todos os seus bens e confiscando dezesseis carros.[1] O governador de Sadá, Taha Hajer, em seguida fugiu da província para Sana'a[7] e a polícia abandonou seus postos.[8] Posteriormente, todos os líderes do quartel-general do exército de Sadá entregaram seus equipamentos e bases militares ao grupo houthi.[7]

Em 27 de março, os rebeldes houthis estavam no controle total da cidade,[1] administrando e controlando todas as instalações do governo e postos de controle[8] e dominando todas as entradas da cidade.[1]

Resultado[editar | editar código-fonte]

Em 26 de março,[7] o comandante de campo dos houthis, Abu Ali al-Hakim, nomeou Fares Mana'a, um dos traficantes de armas mais importantes do Oriente Médio e ex-aliado de Saleh como governador de Sadá. Mana'a rompeu com Saleh depois que ficou preso por meses em Sana'a e resignou do partido Congresso Geral do Povo para unir forças com os houthis, juntamente com vários outros políticos importantes de Sadá.[1] Mais tarde, os Houthis proclamaram uma administração separada totalmente independente do governo do Iêmen,[7] composto por rebeldes, residentes e comandantes militares desertados.[9]

A conquista de Sadá pelos houthis resultou em mais de um ano e meio de relativa paz e estabilidade na província.[10] Desde então, a província de Sadá também se tornou famosa como um reduto dos Houthis, onde se acredita que líderes importantes como Abdulmalik al-Houthi ali residam.[11]

Referências

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Battle of Sa'dah».