Saltar para o conteúdo

Batalha de Toro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Batalha de Toro
Parte da Guerra de Sucessão de Castela

Recriação da batalha por Francisco de Paula Van Halen c. 1850
Data 1 de março de 1476 (548 anos)
Local Toro
Desfecho inconclusivo
Beligerantes
Portugal

castelhanos joanistas

Aragão

castelhanos isabelinos

Comandantes
Rei Afonso V de Portugal

Príncipe João de Portugal

Garcia de Meneses, bispo de Évora

Alfonso Carrillo de Acuña, arcebispo de Toledo

Rei Fernando II de Aragão

Cardeal Mendoza

García Álvarez de Toledo

Henrique Enríquez de Mendoza

Forças
Cerca de 8 000 homens: Cerca de 8 000 homens:
  • 5 000 peões
  • 2 500 ou 3 000 cavaleiros
Baixas
Perto de 1 000 (mortos, presos e afogados) Muitas centenas (mortos e presos)

A batalha de Toro deu-se em 1 de Março de 1476, durante a Guerra de Sucessão de Castela, nas imediações de Toro, cerca de 30 km a a leste de Zamora, Espanha. Os combates opuseram tropas castelhanas e aragonesas isabelinas (apoiantes de Isabel de Castela) a tropas portuguesas e castelhanas joanistas (apoiantes de Joana de Trastâmara, a Beltraneja). Os isabelinos eram comandados pelo rei Fernando II de Aragão, o Cardeal Mendoza, García Álvarez de Toledo (1.º duque de Alba) e Henrique Enríquez de Mendoza (1.º conde de Alba de Liste). Os joanistas eram comandados pelo rei Afonso V de Portugal, o príncipe João de Portugal, Garcia de Meneses (bispo de Évora) e Alfonso Carrillo de Acuña (arcebispo de Toledo).

O soberano português fora a campo defender os direitos ao trono castelhano da sua sobrinha e consorte Joana de Trastâmara. Na batalha distinguiram-se o príncipe D. João (que viria a reinar como João II de Portugal), Gonçalo Pires Bandeira, e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiada a bandeira portuguesa.

A luta foi travada entre as tropas isabelinas de Leão e de Castela, reforçadas por quatro grandes divisões e por tropas aragonesas, e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do conde de Monsanto, do duque de Guimarães, do conde de Vila Real e pelas tropas castelhanas joanistas do arcebispo de Toledo. As tropas isabelinas estavam em desvantagem numérica,[contraditório] mas as tropas portuguesas mergulharam em desordem, abandonando o pavilhão real.

Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heróica bravura. Uma cutilada cortou-lhe a mão direita; indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte; decepam-lhe essa mão também; desesperado, toma o estandarte nos dentes, e resiste até cair. Os isabelinos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires Bandeira, com a ajuda de Diogo Gomes de Lemos, conseguiu recuperá-la.[1] [2] Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos; inutilizado de ambas as mãos para toda a vida, passando a ser conhecido como "O Decepado".

A última fase da batalha registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão. O contra-ataque joanista desbaratou as forças isabelinas, assenhoreando-se do campo de batalha. Enquanto isso, os isabelinos recuaram para a protecção das muralhas de Zamora. Conforme era normal pelas regras da guerra à época, permaneceu no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de Março, como sinal simbólico inequívoco da vitória.

Na realidade, o resultado da batalha foi inconclusivo, não obstante ter sido uma vitória dos apoiantes castelhanos da princesa Joana segundo as tradições de cavalaria da época.[a] Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.

Nota e referências

[editar | editar código-fonte]
  1. Tendo em conta que o estandarte português não foi perdido e as forças joanistas permaneceram 4 dias no campo de batalha após os combates, segundo as regras da guerra da época, a vitória foi dos joaninos.
  1. Freire, Anselmo Braamcamp (1921), Brasões da Sala de Sintra, Livro Segundo, Robarts - University of Toronto, Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, pp. 328-330 
  2. Soveral, Manuel Abranches de. «Filhos do 1.º senhor da Trofa - Diogo Gomes de Lemos». Casa da Trofa. Consultado em 1 de dezembro de 2022 


O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre a Batalha de Toro
Ícone de esboço Este artigo sobre História da Península Ibérica é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.