Batalha dos Salgueiros

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Batalha dos Salgueiros
Guerra Gótica (376–382)

Mapa da Cítia Menor. Nos Salgueiros está situado a nordeste.
Data setembro de 377[1]
Local Nos Salgueiros, Mésia Secunda.
Desfecho Vitória goda
Beligerantes
Império Romano Godos
Comandantes
Ricomero
Trajano
Profuturo
Desconhecido
Forças
desconhecidas desconhecidas
Baixas
altas altas

A Batalha dos Salgueiros ou nos Salgueiros (em latim: Ad Salices) foi uma batalha travada em 377 numa região ou cidade conhecida como "Nos Salgueiros", na Mésia Secunda (atualmente Bulgária), entre o exército romano liderado pelos generais Ricomero, Trajano e Profuturo e o exército gótico liderado por um comandante desconhecido no contexto da Guerra Gótica de 376-382. Teve como resultado a vitória gótica perante as tropas romanas que foram obrigadas a retirar-se para Marcianópolis (atualmente Devnja).[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Durante o século IV, o Império Romano estava sofrendo com crescentes invasões em suas fronteiras, uma vez que à época, na Europa, os hunos estavam expandindo seu poder diante das tribos locais. Os godos, que no período estavam assentados no mar Negro, constantemente pressionavam as fronteiras romanas do rio Danúbio.[3] Em 376, eles haviam sido autorizados a entrar no território romano, mas, oprimidos pelos oficiais romanos (entre eles Lupicino), se rebelaram e começaram uma onda de saques através da Trácia, reunidos sob a liderança de Fritigerno.[4]

O imperador Valente (r. 364–378), naquele momento, estava estacionado em Antioquia, na Síria, onde se preparava para uma guerra contra o Império Sassânida. Ele decidiu enviar dois de seus generais, Profuturo e Trajano. Ambos conseguiram deter temporariamente o avanço gótico, no entanto, os godos eram numericamente superiores, o que levou os oficiais romanos a retirarem-se para Marcianópolis, onde juntariam suas forças com aquelas sob comando dos oficias Ricomero e Frigérido.[5]

Batalha[editar | editar código-fonte]

Ricomero, principal comandante do exército, havia estabelecido que a tática de batalha seria pressionar os godos a manterem-se onde estavam até suas provisões se esgotarem e, quando estivessem em marcha, os romanos os atacariam. No entanto, Fritigerno, ao invés de fazer o que os romanos imaginavam, reuniu nas cercanias todos os destacamentos godos próximos e preparou-se para um ataque. Os romanos, então, sem escolha, foram obrigados a lançar um ataque contra as tropas góticas.[5]

Os exércitos de ambos os lados estavam, em certo ponto, equilibrados. No início, a ala romana esquerda foi quebrada, mas, graças ao reforço das tropas locais, os romanos foram capazes de sustentar a luta até o anoitecer.[5] A batalha concluiu-se com pesadas baixas para ambos os lados, e os romanos foram forçados a retirar-se para Marcianópolis.[6]

Referências

  1. Heather 2005, p. 174.
  2. Nort 2007, p. 193.
  3. Wolfram 1990, p. 72.
  4. Wolfram 1990, p. 119.
  5. a b c Amiano Marcelino 397, p. XXXI.7.1-16.
  6. Wolfram 1990, p. 122.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Heather, Peter (2005). The Fall of the Roman Empire: A New History of Rome and the Barbarians. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0195159543 
  • Nort, Richard M. Van (2007). The Battle of Adrianople and the Military Doctrine of Vegetius. Ann Arbor, Michigan: ProQuest. ISBN 0549257985