Bernardinho

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Bernardinho
Bernardinho
Bernardinho em 2016.
Informações pessoais
Nome completo Bernardo Rocha de Rezende
Modalidade Voleibol
Nascimento 25 de agosto de 1959 (64 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Clube Sesc-Flamengo

Bernardo Rocha de Rezende CavMM (Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1959), conhecido como Bernardinho, é um ex-jogador, treinador de voleibol, economista,[1] e empresário[2] brasileiro. Atualmente, treina o Sesc-Flamengo e a Seleção Brasileira de Voleibol Masculino.[3]

Como treinador, Bernardinho é um dos maiores campeões da história do voleibol, acumulando mais de trinta títulos importantes em vinte e dois anos de carreira dirigindo as seleções brasileiras feminina e masculina. Entre 2001 e 2017, foi o técnico da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino, tendo conquistado dois ouros olímpicos (2004 e 2016), três Campeonatos Mundiais, duas Copas do Mundo, três Copas dos Campeões e oito Ligas Mundiais. Conjuntamente à sua passagem pela Seleção Brasileira de Voleibol Feminino, Bernardinho conquistou seis medalhas olímpicas consecutivas (de 1996, em Atlanta, a 2016, no Rio de Janeiro): dois bronzes, duas pratas e dois ouros.

Como empresário, possui diversos empreendimentos de sucesso, tendo estrelado em comerciais de alguns deles, incluindo a maior rede de academias da América Latina,[4] bem como projetos sociais como o Instituto Compartilhar, que visa desenvolver jovens de comunidades carentes por meio do esporte[5] e a eduK, que promove o empreendedorismo através de cursos on-line.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como Bernardinho, nasceu em 25 de agosto de 1959. Formado em economia pela PUC-Rio,[1] jogou vôlei de 1979 até 1986, defendendo times do Rio de Janeiro e a seleção brasileira. Em 1988, parou de jogar, começando a carreira de treinador como assistente-técnico da seleção Bebeto de Freitas, nas Olimpíadas de Seul. Dois anos depois, treinou a equipe feminina do Perugia, na Itália, onde ficou até 1992. No ano seguinte, dirigiu a equipe masculina do Modena. Em seguida, Bernardinho retornou ao Brasil e, em 1994, assumiu o comando da seleção feminina brasileira adulta até 2000. Depois disso assumiu a seleção masculina, ficando até 2016.

O êxito nas quadras fez do técnico um conferencista requisitado. Inspirado pela Pirâmide do Sucesso, criação do treinador John Wooden, mito do basquete universitário norte-americano e que usa a figura geométrica para ensinar o passo a passo do sucesso, Bernardinho desenvolveu a "Roda da Excelência". Nela, dispõe valores como trabalho em equipe, liderança, motivação, perseverança e outros conceitos comuns a manuais de recursos humanos.

Bernardinho com os filhos Bruninho e Júlia e a então esposa Fernanda Venturini, após a final da Olímpiada de 2016.

Bernardinho foi casado com a jogadora de voleibol Fernanda Venturini de 1999 a 2020, tendo duas filhas, Júlia e Vitória.[6] Por causa da mais nova largou a Seleção Francesa de Voleibol Masculino, com a qual havia assinado em 2021 visando a Olimpíada de Paris.[7]

Antes, foi casado com a ex-jogadora de voleibol Vera Mossa, com quem teve Bruno Mossa de Rezende, o Bruninho, que é levantador da seleção brasileira masculina de vôlei.

Bernardinho em 2003

Em março de 2005, após o ouro nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, foi admitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro especial.[8]

Foi escolhido o melhor treinador da Super Liga Feminina 2007/2008[9] e pelo Comitê Olímpico Brasileiro, por quatro anos consecutivos, o melhor treinador do Brasil.[10]

Bernardinho em 2009

É autor dos livros Bernardinho - Cartas a um jovem atleta - Determinação e Talento: O caminho da Vitória[11] e Transformando Suor em Ouro.[12] Em 11 de janeiro de 2017, foi anunciada a sua saída da Seleção Brasileira de voleibol masculino após um ciclo de 16 anos, sendo substituído por Renan Dal Zotto.[13]

Ostentando mais de 30 títulos de relevo em não menos de quatro décadas de carreira como atleta profissional e treinador, Bernardinho teve a oportunidade de atuar por dezenas de equipes brasileiras e internacionais. Em que pese sua ostensiva presença no mundo do voleibol e atuação pelos outros três gigantes do esporte carioca, declara-se torcedor de longa data do Botafogo de Futebol e Regatas.[14][15]

Estilo de jogo[editar | editar código-fonte]

Bernardinho é um perfeccionista ao extremo, que enfatiza sempre o ritmo forte de treinamento. Fabi, líbero da Seleção Feminina e bicampeã olímpica, afirmou, em reportagem dada ao SporTV, que "as cobranças excessivas do Bernardinho são reflexo de um profissional que busca a perfeição e exige o melhor em qualquer circunstância".[17] Além disso, Ele gosta de mexer na estrutura da qual as equipes que treina dispõem.[18]

Um procedimento muito adotado por ele nos treinamentos é seu incansável esforço de tirar seus atletas da "zona de conforto".

Quando técnico da Seleção Feminina, uma das primeiras medidas do técnico foi a inclusão da musculação na rotina de treinamento, o que fez com que a qualidade técnica das jogadoras se unisse ao desenvolvimento da força física. A revista Época publicou, em 1998, uma reportagem intitulada ‘Musas Turbinadas’, em que dizia que a Seleção contava com 12 atletas e um tirano que levava às jogadoras às lágrimas.[19]

Na Seleção Masculina, os períodos de treino aumentaram, a integração entre os jogadores também.[18]

Outro ponto de mudança na Era Bernardinho foi a renovação de talentos. Ele soube mesclar novos nomes que aos poucos se incorporam à seleção.[18]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Às vésperas do início dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, Bernardinho envolveu-se em uma polêmica ao optar pela escalação de última hora de seu filho Bruno no lugar do titular Ricardinho. A decisão levantou suspeitas de nepotismo sobre o treinador e seu filho, que enfrentaram resistência de parte do público e vaias da torcida brasileira em sua estreia na competição.[20][21]

Anos mais tarde, em 27 de março de 2019, Bernardinho criticou a jogadora Tifanny, primeira atleta transexual no vôlei profissional, durante a partida do Sesc-RJ e o Sesi-Bauru, 3 sets a 1 para o time paulista, pelas quartas de final da Superliga de Vôlei. Bernardinho se irritou em um lance da atleta e esbravejou para seu banco de reservas Um homem, é fo**! . Uma câmera flagrou o desabafo de Bernardinho.[22]

Após o momento de irritação na derrota, Bernardinho se desculpou pelas redes sociais:

Títulos conquistados[24][editar | editar código-fonte]

Como jogador[editar | editar código-fonte]

Como técnico[editar | editar código-fonte]

Clubes[editar | editar código-fonte]

Seleção Feminina[editar | editar código-fonte]

Seleção Masculina[editar | editar código-fonte]

Empresário[editar | editar código-fonte]

Além de conferencista, Bernardinho também é empresário em várias frentes de negócio distintas e faz parte do conselho de administração de todas elas:

  • Delírio Tropical[2] - rede de restaurantes fundada em 1983 com 9 unidades no Rio de Janeiro.
  • Grupo Bodytech[4] - rede de academias com 50 unidades (sendo 37 sob a marca Bodytech e 13 sob a marca Fórmula) e mais de 87 mil alunos.
  • Instituto Compartilhar[5] - ONG criada por Bernardinho com a missão de desenvolver jovens de comunidades carentes por meio do esporte.
  • eduK[32] - instituição de ensino online voltada para cursos profissionalizantes.
  • Escola de Vôlei Bernardinho - tem o objetivo incentivar a prática do voleibol infantil de forma divertida aliando técnica aos valores fundamentais para a formação de um cidadão, a partir de uma metodologia de ensino específica para crianças entre 7 e 13 anos de idade. A escola é a maior referência em ensino de minivôlei.

Política[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2013, Bernardinho filiou-se ao PSDB após ter sido convidado por Aécio Neves, então presidente nacional do partido, que o considerava um bom nome para disputar o governo do Rio de Janeiro nas eleições de 2014.[33]

Em abril de 2017, Bernardinho trocou de partido e filiou-se ao NOVO, partido pelo qual chegou a cogitar uma candidatura para disputar as eleições de 2018 no Rio de Janeiro – ao final, não concretizada.[34]

Referências

  1. a b Digital, Portal PUC-Rio. «Portal PUC-Rio Digital». puc-riodigital.com.puc-rio.br. Consultado em 10 de agosto de 2017 [ligação inativa]
  2. a b Isto É Gente. «Sou um cara pacato». Terra. Consultado em 3 de junho de 2013 [ligação inativa]
  3. «Bernardinho volta a ser técnico da seleção masculina de vôlei». GE.com. Consultado em 28 de Dezembro de 2023 
  4. a b «Gigante do fitness». Veja Rio. Abril. Consultado em 3 de junho de 2013 [ligação inativa]
  5. a b Estadão. «Bernardinho lança projeto sócio-esportivo no Rio». Consultado em 3 de junho de 2013 
  6. Globo.com. «Bernardinho conversa com chefs durante café com Ana Maria». Consultado em 20 de outubro de 2008 [ligação inativa]
  7. Bernardinho diz que saiu da seleção francesa para cuidar da filha
  8. BRASIL, Decreto de 22 de março de 2005.
  9. Melhor do Vôlei. «I Troféu Melhor do Vôlei». Consultado em 24 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  10. COB. «Prêmio Brasil Olímpico». Consultado em 24 de agosto de 2008 
  11. ISBN 8535220712
  12. ISBN 8575422421
  13. Melhor do Vôlei. «Bernardinho deixa seleção após 16 anos; Renan dal Zotto é novo técnico». Consultado em 11 de janeiro de 2017 
  14. GLOBOESPORTE.COM. «Botafoguense, Bernardinho volta ao Flu e recorda tempos de jogador». Consultado em 24 de janeiro de 2024 
  15. GLOBOESPORTE.COM. «Bernardinho reforça projeto responsável com Fla, lembra recado de Fabi e diz: "Zico é ídolo"». Consultado em 24 de janeiro de 2024 }}
  16. blogdojuca.uol.com.br/ A atitude Bernardinho
  17. sportv.globo.com/ Fabi se preocupa com estresse de Bernardinho e confessa: "Já chorei"
  18. a b c d extra.globo.com/ Uma década de Midas: os dez anos de Bernardinho no comando da seleção masculina de vôlei
  19. RAMOS, C. H. Musas turbinadas. Revista Época, Rio de Janeiro, p. 52-53, 26 out. 1998
  20. Lello Lopes. «Apoio a Ricardinho tem faixas e vaias a Bernardinho». UOL Esporte. Consultado em 24 de janeiro de 2024 
  21. Carol Oliveira e Simone Evangelista. «Bruno:'Ninguém está brincando de família'». GLOBOESPORTE.COM. Consultado em 24 de janeiro de 2024 
  22. «Bernardinho reacende polêmica com Tiffany durante derrota e se desculpa». ESPN. Consultado em 22 de março de 2023 
  23. «Bernardinho desabafa sobre Tiffany durante partida: 'Um homem é fo…'». Placar. Consultado em 1 de setembro de 2022 
  24. CBV. «Copa do Mundo Masculina: Brasil é bicampeão». Consultado em 24 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  25. «Rexona derrota Osasco de virada e é campeão sul-americano - Esportes». Estadão. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  26. «Rexona fatura o título do Sul-Americano de Clubes de Vôlei - Esportes». Estadão. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  27. PapelUberlândia, Por Lucas; MG. «É tetra! Rio de Janeiro bate Praia Clube e conquista Sul-Americano em Minas». globoesporte.com. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  28. «Rexona-Ades leva o título da Copa do Brasil de vôlei Feminino». Terra. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  29. «Rexona-Sesc conquista tricampeonato da Copa do Brasil Feminina de Vôlei | Gaúcha 2020». Gaúcha 2016. Consultado em 26 de agosto de 2021 [ligação inativa]
  30. «Rexona-AdeS vence o Pinheiros e é campeão da Supercopa Brasil feminina de Vôlei | Gaúcha 2020». Gaúcha 2016. Consultado em 26 de agosto de 2021 [ligação inativa]
  31. «Rio de Janeiro vence Praia Clube e fatura o bicampeonato da Supercopa - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  32. «Bernardinho lança startup de cursos online». Exame. Abril. Consultado em 3 de junho de 2013 
  33. Estadão. «Bernardinho fará imersão no PSDB para sair candidato». Consultado em 29 de agosto de 2013 
  34. «Bernardinho troca o PSDB pelo Partido Novo, diz jornal». Zero Hora. 21 de abril de 2017. Consultado em 23 de abril de 2017 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Radamés Lattari
Brasil Técnico da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino
2001–2017
Sucedido por
Renan Dal Zotto