Biblioteca Pública Benedito Leite

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Biblioteca Pública Benedito Leite
Biblioteca Pública Benedito Leite
Fachada da biblioteca
País  Brasil
Tipo Pública estadual
Estabelecida 1829
Localização Praça do Pantheon, Centro, São Luís, Maranhão
Acervo
Tamanho 140.000 obras
Depósito legal Sim. Depósito legal estadual[1]
Acesso e uso
População servida Aberta ao público
Website [2]

Biblioteca Pública Benedito Leite está localizada na Praça do Pantheon, no Centro Histórico de São Luís. É a maior biblioteca pública do Maranhão e a 11.ª maior do Brasil, com um acervo de cerca de 140 mil obras nacionais e estrangeiras.[2] Como instituição, é também uma das mais antigas do país, tendo mudado de sede diversas vezes da sua fundação até os dias atuais.

A instituição da Biblioteca Pública[editar | editar código-fonte]

Sua criação foi proposta por Antônio Pedro da Costa Ferreira em uma sessão no Conselho Geral da Província, em 8 de julho de 1826 e apesar de aprovada, não se concretizou devido à falta de recursos. Em 17 de junho de 1829, o presidente da província, Cândido José de Araújo Viana, enviou um expediente ao imperador D. Pedro I solicitando autorização para a construção da Biblioteca Pública, o que foi recusado, novamente, devido à ausência de recursos.[3] O presidente recorreu à subscrição popular. Depois de três anos, a Assembleia Legislativa Provincial autorizou sua criação, que ocorreu em 29 de setembro de 1829. Foi inaugurada em 3 de maio de 1831, contendo 1448 volumes e ocupando uma das salas do Convento do Carmo, na Rua do Egito. Os livros foram adquiridos com o dinheiro da arrecadado pela subscrição popular e através de doações.[4]

Sem condições de ser mantida pelo Estado e com a deterioração de grande parte do acervo, a biblioteca é anexada ao Liceu Maranhense pela Lei nº 752, de 1º. de junho de 1866, aprovada pela Assembleia Legislativa Provincial; em 1872, pela Lei nº 991 de 10 de junho, passa a ser tutelada pela Sociedade Onze de Agosto, que vem à falência em 1880; em 1º de julho de 1882, o presidente da província transfere o que restava do acervo para uma sala na Igreja da Sé e em 1886, novamente para o Convento do Carmo, onde a biblioteca fica esquecida por anos.[4] Em 1892, é transferida para o canto Henrique Leal, na Rua Afonso Pena, e em 5 de junho de 1895, sob a direção do professor José Ribeiro Amaral, para a atual sede da Academia Maranhense de Letras, na Rua da Paz. É reinaugurada ao público em 25 de janeiro de 1898, sob a direção de Antônio Francisco Leal Lobo. A biblioteca é novamente transferida para a Rua do Egito em 1914, permanecendo ali até 1927, quando retorna à Rua da Paz; e em 1931, é transferida provisoriamente para o sobrado nº 107 desta rua.[3]

Em 24 de abril de 1918, o governador José Joaquim Marques havia sancionado a Lei nº 816, autorizando a construção ou adaptação de um edifício com a função própria de abrigar a Biblioteca Pública, entretanto, sem que fosse tomada nenhuma providência.[3]

Sede atual[editar | editar código-fonte]

Biblioteca Benedito Leite, na Praça do Pantheon, em São Luís (MA)

Em meados do século XX, foi iniciada a construção da sede atual, projetada pelo arquiteto João Magalhães de Araújo e executada pelo engenheiro Antônio Alexandre Bayma,[5] durante o governo de Sebastião Archer da Silva, sendo inaugurada em 12 de setembro de 1951. O prédio, localizado na Praça Deodoro, possui estilo neoclássico, com elementos como colunas em estilo grego, alas semicirculares, uma cúpula central e janelas encimadas por frontões. Pelo Decreto nº 1316 de 8 de abril de 1958, a Biblioteca Pública do Estado recebe o nome de Biblioteca Pública Benedito Leite, em homenagem ao ex-governador do Maranhão.[3]

Interdição e reforma[editar | editar código-fonte]

A Biblioteca foi interditada para reformas em setembro de 2009, pois, de acordo com a Defesa Civil, o edifício apresentava riscos que o tornavam impróprio para uso.[6] As obras foram iniciadas em novembro de 2010 e, apesar da previsão de conclusão para o início de 2012, só foram finalizadas em 2013. A biblioteca foi reinaugurada em 9 de maio, com um investimento de R$ 7 milhões. As obras incluíram a recuperação total da estrutura física, construção de novos espaços, acessibilidade para deficientes, aquisição de equipamentos de alta tecnologia e enriquecimento do acervo com 10 mil obras.[2]

Complexo Deodoro[editar | editar código-fonte]

Em 2018, o seu entorno passou por uma ampla reforma, em projeto coordenado pelo IPHAN e a Prefeitura, que incluiu a Praça do Pantheon e as Alamedas Silva Maia e Gomes de Castro, com nova pavimentação de concreto lapidado e granito, itens de acessibilidade, caramanchões, bancos de pedras de lioz, novo sistema de iluminação e paisagismo, com a plantação de arbustos nativos e a volta dos bustos dos escritores. [8]

Biblioteca Pública na atual sede da AML, em 1908

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lei nº. 496, Art. 13, de primeiro de agosto de 1898[1]
  2. a b «Após mais de três anos fechada, Biblioteca reabre com novidades». Portal Mearim. 9 de maio de 2013. Consultado em 10 de julho de 2013 
  3. a b c d «Histórico». Biblioteca Benedito Leite. Consultado em 9 de julho de 2013 
  4. a b Castro, Cesar Augusto; Silva, Diana Rocha da; Castellanos, Samuel Luis Velázques. «A Biblioteca Pública do Maranhão como instituição educacional». Scielo. Consultado em 9 de julho de 2013 
  5. «Conheça detalhes sobre a Biblioteca Pública Benedito Leite». G1. 27 de maio de 2013. Consultado em 9 de julho de 2013 
  6. «Fechamento da biblioteca Benedito Leite preocupa usuários do acervo». Jornal Pequeno. 8 de agosto de 2009. Consultado em 10 de julho de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]