Boca Livre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Boca Livre
Boca Livre
Informação geral
Origem Rio de Janeiro, RJ
País  Brasil
Gênero(s)
Período em atividade 1978–presente
Gravadora(s) Universal Music
Integrantes Maurício Maestro
Zé Renato
David Tygel
Lourenço Baeta
Ex-integrantes Cláudio Nucci
Fernando Gama

Boca Livre é um grupo musical brasileiro de MPB, formado em 1978.[1]

Com seu estilo refinado, o Boca Livre se destaca por suas composições e também pelas versões de músicas de outros compositores. Seus arranjos instrumentais e, principalmente, vocais fogem da métrica convencional utilizada por outros grupos, através do uso de acordes vocais dissonantes e revezamentos nos solos. Fizeram turnês nos EUA e na Europa e parcerias com nomes como Milton Nascimento, Edu Lobo e Tom Jobim. Seu estilo já foi comparado ao grupo francês Gipsy Kings, criado no final dos anos 70. Apesar de ser um grupo com repertório, arranjos e expressividade muito originais, seus membros reconhecem suas influências musicais, como a da bossa nova.[2]

História[editar | editar código-fonte]

O grupo vocal e instrumental formado em 1978 por Maurício Maestro (contrabaixo e vocal), Zé Renato (violão e vocal), Cláudio Nucci (violão e vocal) e David Tygel (viola 10 cordas e vocal) participou, naquele ano, do disco "Camaleão", de Edu Lobo, excursionando com o compositor através do Projeto Pixinguinha.

Seu nome provavelmente guarda relação com a frase inpiradora "Boca Livre Para Cantar".

O grupo se tornou rapidamente conhecido, sobretudo dentre as faixas mais jovens, e se manteve em temporadas longas e muito concorridas no Rio de Janeiro, como no importante Teatro Ipanema. Em 1979, lançou de forma independente o LP Boca Livre, que ultrapassou a vendagem de cem mil cópias, um marco inédito na música independente daquela época, com destaque para as canções "Toada" (Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho) e "Quem tem a viola" (Zé Renato, Claudio Nucci e Xico Chaves). [3][2]

Participou, em 1980, do "Show do Primeiro de Maio", realizado no Riocentro (RJ).

Em junho de 1980, Claudio Nucci desligou-se do conjunto, sendo substituído por Lourenço Baeta. Com essa nova formação, o grupo gravou "Bicicleta" (1980), LP independente que contou com as participações especiais de Tom Jobim e Naná Vasconcelos, lançou o Lp Folia (PolyGram,1982) e Boca Livre (PolyGram, 1983) de primeira música romantica do grande clássico " Panis Et Circenses" com Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Em 1989, o quarteto lançou pela Som Livre o LP "Boca Livre em concerto", gravado ao vivo durante temporada no Canecão (RJ).

Em 1992, David Tygel desligou-se do conjunto, sendo substituído por Fernando Gama. Nesse ano, o quarteto lançou "Dançando pelas sombras", pela MPB/Warner.

Em 1994, após sucessivas turnês e participações em festivais de música nos Estados Unidos, Europa e Canadá, o grupo regravou a canção "Dança do Ouro", para Deseo, álbum solo de Jon Anderson, vocalista da banda Yes. Nesse ano, a gravadora Green Linnet lançou "Dançando pelas sombras" no mercado internacional.

No mesmo ano, o conjunto lançou "Song Boca", pela gravadora Velas. O disco, contemplado com o Prêmio Sharp, incluiu sucessos de sua carreira, além de um livro de partituras com arranjos vocais assinados por Maurício Maestro.

No ano seguinte, após mais uma turnê, o quarteto gravou em Nova York o CD Americana, com a participação de Naná Vasconcelos e de músicos norte-americanos. O disco foi lançado pela gravadora Velas no Brasil e no exterior.

Em 1998, o Boca Livre foi contemplado pela segunda vez com o Prêmio Sharp, como Melhor Grupo Brasileiro, com o CD comemorativo dos 20 anos de carreira Boca Livre convida, 20 anos. O disco contou com participação especial de Claudio Nucci e David Tygel, integrantes da formação original do grupo, além de Djavan, Chico Buarque, Gal Costa, Milton Nascimento, Beto Guedes, Erasmo Carlos, Frejat, Ricardo Silveira, Sérgio Dias e Paulinho Moska. Apresentou-se em temporada no Teatro Rival (RJ) e nas principais capitais do país, além de participar do Summer Stage Festival de Nova York (EUA), dividir o palco em Miami (EUA) com João Gilberto e apresentar-se no Panamá (Panamá) e Caracas (Venezuela).

Em 2000, fez um espetáculo no Metropolitan (RJ), ao lado do conjunto 14 Bis. O show foi gravado ao vivo e lançado em CD. No final desse ano, Zé Renato desligou-se do grupo para dedicar-se exclusivamente à sua carreira solo, sendo substituído por Claudio Nucci, integrante da formação original do quarteto.

Em 2006, voltou a atuar com sua formação tradicional, integrada por Zé Renato, David Tygel, Lourenço Baeta e Maurício Maestro. Nesse ano, apresentou-se no Teatro Rival BR e no Canecão, no Rio de Janeiro. No repertório, "Trenzinho caipira” (Villa-Lobos e Ferreira Gullar), "Correnteza” (Tom Jobim e Luiz Bonfá), "Feito mistério” (Lourenço Baeta e Cacaso), "Caxangá” (Milton Nascimento e Fernando Brant), "Caravana” (Alceu Valença e Geraldo Azevedo), “Dança do ouro” (Lourenço Baeta e Zé Renato), “Al Outro Lado Del Rio” (Jorge Drexler), “Fazenda” (Nelson Angelo), "Mistérios” (Maurício Maestro e Joyce), "Eleonor Rigby” (Lennon e McCartney), "Não é céu” (Vitor Ramil), "Quando ela fala” (Carlos Lyra, sobre poema de Machado de Assis), "The first circle” (Lyle Mays e Pat Metheny), "“Desenredo” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), "Bicicleta” (Zé Renato), "Eu no futuro” (Lula Queiroga e Lulu Oliveira) e "Panis et circensis” (Caetano Veloso e Gilberto Gil), "Toada” (Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho) e “Quem tem a viola” (Zé Renato, Claudio Nucci, Xico Chaves e Juca Filho), "Valsa de uma cidade” (Ismael Netto e Antônio Maria), “Diana” (Toninho Horta e Fernando Brant) e “Ponta de areia” (Milton Nascimento e Fernando Brant). O espetáculo apresentado no Teatro Rival BR contou com uma banda formada por João Carlos Coutinho (piano), Márcio Bahia (bateria), Marcelo Bernardes (sax e flauta) e Iura Ranevsky (violoncelo). No espetáculo do Canecão, Marcos Nimrichter assumiu o piano e o acordeom. O show contou ainda com a participação do ator Paulo José, que também assinou o roteiro.

Lançou, em 2007 o CD e o DVD "Boca Livre e ao vivo", em show no Canecão (RJ), com a participação de Roberta Sá, Rodrigo Maranhão, Renato Brás, Fred Martins e Marcelo Mariano, além do grupo MPB-4.

Em 2008, foi contemplado com o Prêmio Tim de Música, na categoria Melhor Grupo/MPB, pelo disco “Boca Livre ao vivo”.

Em 2013, lançaram o disco Amizade,[4] que no ano seguinte rendeu-lhes a categoria banda de MPB do Prêmio da Música Brasileira. Em 2016, com o apoio financeiro do cantor panamenho Rubén Blades, gravaram um disco com canções do repertório de Blades, e atraíram atenção inusitada ao ver a Polícia Federal batizar uma ação como Operação Boca Livre.[2]

Em 2021 , em meio à crise mundial do COVID-19 , o grupo ainda teve divergências internas que fez com seus integrantes decidissem pela suspensão das atividades artísticas, que se mantinham ininterruptas desde sua fundacão em 1978. [5][6][7]

Em 2023 , o Boca Livre foi agraciado com um Grammy de Melhor Álbum de Pop Latino com 'Pasieros' que foi gravado com o artista panamenho Rubén Blades em 2011, porém só lançado em 2022.[8] Neste ano de 2023, o grupo conseguiu superar as divergências de 2021 e está de volta às atividades artísticas, com projetos de gravações de novas músicas e com uma crescente agenda nacional de shows.

Formações[editar | editar código-fonte]

Boca Livre durante o 25º Premio da Musica Brasileira no Theatro Municipal.
1978 - 1980
1980 - 1992
1992 - 2000
2000 - 2005
2006 - 2021

2022

O grupo Boca Livre permaneceu inativo neste ano de 2022

2023 - Atualmente

Linha do Tempo[editar | editar código-fonte]


Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns de estúdio
Álbuns ao vivo

DVD[editar | editar código-fonte]

Participações[editar | editar código-fonte]

  • Vital Lima & Hermínio Bello de Carvalho: Pastores da Noite (Música: Açaizeiro) (1978)
  • Milton Nascimento: Clube da Esquina N°2 (Música: Mistérios) (1978)
  • Edu Lobo: Camaleão (Música: Trenzinho do Caipira, Canudos, Sanha da Mandinga) (1978)
  • Toninho Horta: Terra dos Pássaros (Música: Serenade) (1980)
  • Teca Calazans & Ricardo Vilas: Povo Daqui (Musica: Velha Amizade) (1980)
  • Alberto Rosenblit & Mario Adnet (Música: Penedo) (1980)
  • Edu Lobo: Tempo Presente (Música: Rio das Pedras) (1980)
  • Francisco Mario: Revolta dos Palhaços (Música: O Homem Mais Forte do Mundo) (1980)
  • Guilherme Arantes: Coração Paulista (Música: Brasília) (1980)
  • A Arca de Noé (Música: A Casa) (1980)
  • Milton Nascimento: Sentinela (Música: Canção da América (Unencounter)) (1980)
  • A Arca de Noé 2 (Música: O Ar(o vento) (1981)
  • Cris & Cristina (Música: Tira-Gosto) (1981)
  • Toquinho: Doce Vida (Música: Lembranças (Dedicado a Tenorio Jr.)) (1981)
  • Quarteto em Cy: Caminhos Cruzados (Música: Borzeguim) (1981)
  • Nana Caymmi: Mudança dos Ventos (Músicas: Estrela da Terra, Meu Bem Querer) (1981)
  • Claudio Nucci (Músicas: Luz do Dia) (1981)
  • Biafra: Despertar (Música: Três Palavras) (1981)
  • Chico Lessa (Música: Me Pega, Me Larga) (1982)
  • Gilberto Gil e Caetano Veloso: Romantico com (Música: Panis et Circenses) (1983)
  • Rá-Tim-Bum (Tema: Rá-Tim-Bum) (1989)
  • Quarteto em Cy: Claudio Santoro-Prelúdios e Canções de Amor (Musicas: Amor em Lágrimas, Acalanto da Rosa, Luar de Meu Bem) (1989)
  • Joyce: Ao Vivo (Música: Monsieur Binot) (1989)
  • Toninho Horta: Moonstone (Músicas: Yarabela, Spirit Land) (1989)
  • Guinga: Delirio Carioca (Música: Visão de Cego) (1993)
  • Joyce: Revendo Amigos (Música: Clareana) (1993)
  • Jon Anderson: Deseo (Música: Dança do Ouro) (1994)
  • Ivan Lins: Anjo de Mim (Música: Saudades de Casa) (1995)
  • Fernando Gama (Música: Violas e Punhais) (1995)
  • Ivan Lins: Viva a Noel Rosa (Música: Pierrot Apaixonado) (1997)
  • Felipe Cordeiro: Outra Esquina (Música: Juba San, Outra Esquina) (2000)
  • Mão Amiga (Música: Entre Nós, Planeta Água, Ponta de Areia) (2001)
  • Zé Renato & Wagner Tiso: Memorial (Música: Amo-te Muito) (2002)
  • Rubén Blades: Mundo (Músicas: The First Circle, Consideración(Oriente)) (2002)
  • Ivan Lins: Acariocando (Música: Lua Sagrada) (2006)

Referências

  1. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. «Boca Livre». Consultado em 22 de dezembro de 2014 
  2. a b c Felitti, Chico (3 de julho de 2016). «Banda Boca Livre sugere que operação da PF mude nome para 'Rega-Bofe'». Folha de S. Paulo. Consultado em 5 de julho de 2016 
  3. «Zé Renato - Boca Livre». www.zerenato.com.br. Consultado em 5 de julho de 2016 
  4. Boca Livre Ao Vivo
  5. Ferreira, Mauro (17 de janeiro de 2021). «Zé Renato e Lourenço Baeta deixam o grupo Boca Livre por divergências políticas». g1.globo.com. Consultado em 20 de janeiro de 2021 
  6. Ferreira, Mauro (21 de janeiro de 2021). «David Tygel também deixa o Boca Livre, quatro dias após Zé Renato e Lourenço Baeta saírem do grupo». g1.globo.com. Consultado em 21 de janeiro de 2021 
  7. «Maurício Maestro: 'Quem mais perdeu nessa história fui eu'». Terra. Consultado em 21 de janeiro de 2021 
  8. «Vitória do Boca Livre no Grammy soa como honraria póstuma na trajetória do grupo, inativo desde 2021». G1. Consultado em 6 de fevereiro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Este artigo sobre uma banda ou grupo musical do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.