Boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022

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O boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que serão realizados em fevereiro na cidade de Pequim, na China, foram anunciados pelos Estados Unidos, o primeiro a aderir ao boicote, em 6 de dezembro de 2021.[1] Após a decisão do governo Biden de não enviar nenhum representante americano à cerimônia de abertura dos jogos, uma porção de países – entre eles a Austrália – também decidiram boicotar o evento.[2]

Uigures em uma manifestação na ONU, em Nova Iorque. A apreensão de Uigures em campos de internato na província de Xinjiang é o principal motivo do boicote liderado pelo ocidente.

Entre os principais motivos para o boicote está a crise da China com o ocidente relacionada aos povos uigures, na província chinesa de Xinjiang, os quais são enviados a campos de internato, sendo tais atitudes consideradas uma violação aos direitos humanos[3] e até mesmo de genocídio por parte de alguns países.[4]

Países que aderiram ao boicote[editar | editar código-fonte]

País Líder Notas
 Austrália Scott Morrison Em 8 de dezembro de 2021, a Austrália decidiu aderir ao boicote diplomático liderado pelo seu aliado, os Estados Unidos, tornando-se o segundo país a particular da oposição ao evento sediado na China.[2]
 Bélgica Alexander De Croo Em 18 de dezembro, a Bélgica aderiu ao boicote diplomático à China, justificando ser uma oposição ao país devido as supostas violações de direitos humanos.[5]
 Canadá Justin Trudeau Em 8 de dezembro de 2021, o Canadá anunciou que boicotaria o evento esportivo.[6]
 Dinamarca Mette Frederiksen Em 14 de janeiro de 2022 o ministro das relações exteriores dinamarquês, Jeppe Kofod, anunciou que o Reino da Dinamarca aderiu ao boicote devido as crescentes preocupações em relação aos direitos humanos na China.[7]
 Estados Unidos Joe Biden Em 6 de dezembro de 2021, o secretário de imprensa, Jen Psaki, anunciou que seu país não enviaria nenhum representante oficial à China em ocasião dos jogos olímpicos.[8]
 Japão Fumio Kishida O país anunciou em 24 de dezembro de 2021 que não enviaria representantes governamentais para a nação vizinha e pediu que a China garanta o respeito à liberdade e aos direitos humanos. Apesar dessa decisão, o porta-voz do Japão destacou que a presidente do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Seiko Hashimoto, e o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Yasuhir Yamashita, viajarão a Pequim para os Jogos de Inverno. Hashimoto vai a capital chinesa "para expressar gratidão e respeitar os atletas e outras pessoas que apoiaram os Jogos de Tóquio" organizados em 2021.[9]
 Kosovo Albin Kurti O país anunciou que boicotaria os jogos olímpicos em apoio aos Estados Unidos.[10]
 Lituânia Gitanas Nausėda O país pediu em novembro de 2021 que os Estados Unidos e a União Europeia liderassem um boicote diplomático contra o governo chinês devido a embates políticos relacionados a ilha de Taiwan.[11] O país, que é membro da UE, aderiu prontamente ao boicote americano.[12]
 Reino Unido Boris Johnson Em 8 de dezembro de 2021, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que nenhum ministro ou representante de seu país compareceria ao evento.[13]

Países que não enviaram representantes por outros motivos[editar | editar código-fonte]

País Líder Notas
 Nova Zelândia Jacinda Ardern O país da Oceania justificou em dezembro de 2021 a ausência de representantes no evento devido à pandemia de Covid-19 e o rápido espalhamento da variante ômicron, porém o país ressaltou que em outras ocasiões já se posicionou contrário às supostas violações de direitos humanos na China.[14]
 Países Baixos Mark Rutte Em 14 de janeiro de 2022 o reino europeu anunciou que não enviaria representantes à Pequim para os Jogos Olímpicos devido a onda de Covid-19.[15]
 Suécia Magdalena Andersson O país nórdico garantiu que não enviaria nenhum representante diplomático à Pequim em ocasião dos jogos olímpicos. Porém, deixou claro que tal decisão não se trata de um "boicote", mas de prevenção contra a Covid-19.[16]

Países que se opuseram ao boicote[editar | editar código-fonte]

Abaixo, a reação negativa de alguns países em relação ao boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.

País Líder Notas
 Argentina Alberto Fernández O presidente do país, Alberto Fernández, viajará à Pequim para participar do evento olímpico.[17]
 Coreia do Norte Kim Jong-un Apesar de ter desistido de participar dos jogos olímpicos por motivos causados pela pandemia de COVID-19, o país manifestou apoio à China para a realização do evento.[18]
 Coreia do Sul Moon Jae-in Ao contrário de seus aliados, Japão e EUA, o país sul-coreano anunciou que não aderirá ao boicote diplomático e enviará representantes à Pequim. Segundo a Coreia do Sul, a China é uma parceira estratégica para o processo de desnuclearização da península coreana.[19]
 Cuba Miguel Díaz-Canel Apesar de Cuba não particular dos Jogos de Inverno, o Comitê Olímpico Cubano criticou o boicote liderado pelo vizinho, os Estados Unidos, e lamentou os países que aderiram.[20]
 França Emmanuel Macron O país europeu não aderiu ao boicote e vai enviar representes aos Jogos Olímpicos de Inverno. É prevista a presença do próprio presidente.[21]
 Itália Mario Draghi O Comitê Olímpico Nacional Italiano informou que seu país não irá aderir ao boicote diplomático.[22]
 Letônia Egils Levits O governo letão anunciou que apesar do presidente Levits não viajar à Pequim, isso não significa que o país báltico aderiu ao boicote diplomático e destacou que a embaixadora da Letônia na China representará a nação.[23]
 Rússia Vladimir Putin O governo russo rechaçou o boicote e disse que é uma tentativa de atrapalhar o desenvolvimento da Rússia e China, além de criticar a mistura de política com esporte por parte dos países aderentes.[24]
 Venezuela Nicolás Maduro O país sul-americano rechaçou a proposta de boicotar o evento esportivo e prestou apoio ao Governo Chinês, descrevendo o boicote como um "ato desesperado".[25]

Referências

  1. «EUA decidem boicotar Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim – DW – 07/12/2021». dw.com. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  2. a b «Austrália se une ao boicote diplomático dos EUA aos Jogos de Inverno de Pequim; China diz que ninguém se importa». G1. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  3. Minas, Estado de; Minas, Estado de (17 de dezembro de 2021). «China critica novas sanções americanas pela situação dos uigures». Estado de Minas. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  4. «Parlamento do Canadá classifica de "genocídio" tratamento da China aos uigures». ISTOÉ DINHEIRO. 23 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  5. «Bélgica adere a boicote diplomático contra China na Olimpíada de Inverno». ISTOÉ Independente. 19 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  6. «Canadá se junta ao boicote diplomático aos Jogos de Inverno». R7.com. 8 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  7. https://lorena.r7.com/post/Paises-europeus-acolhem-boicote-as-Olimpiadas-de-Inverno-de-Pequim
  8. «Estados Unidos anunciam boicote diplomático aos Jogos de Inverno de Pequim». Poder360. 6 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  9. «Japão não enviará representantes governamentais aos Jogos de Inverno Pequim-2022». www.uol.com.br. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  10. «Beijing Winter Olympics: When are they and why is there a boycott?». BBC News (em inglês). 16 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  11. «Lituânia pede que Estados Unidos e União Europeia liderem um boicote a Pequim 2022 - Surto Olímpico». www.surtoolimpico.com.br. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  12. «Que países aderiram ao boicote aos Jogos Olímpicos de inverno?». euronews. 13 de dezembro de 2021. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  13. «Reino Unido adere ao boicote diplomático às Olimpíadas de Inverno de Pequim». CNN Brasil. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  14. EFE, Gazeta do Povo e Agência. «Reino Unido, Canadá e Austrália se juntam ao boicote diplomático aos Jogos de Pequim». Gazeta do Povo. Consultado em 27 de dezembro de 2021 
  15. https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/dinamarca-adere-ao-boicote-diplomatico-as-olimpiadas-de-inverno-de-pequim/
  16. https://www.record.pt/modalidades/jogos-olimpicos/jogos-olimpicos-de-inverno/detalhe/covid-19-suecia-nao-envia-representantes-oficiais-a-pequim2022
  17. Lins, Aquiles (27 de dezembro de 2021). «Alberto Fernández estará na abertura dos jogos de inverno de Pequim». Brasil 247. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  18. Brasil, Sputnik (10 de janeiro de 2022). «COVID-19 e 'forças hostis': Coreia do Norte desiste das Olimpíadas de Inverno na China». Sputnik Brasil. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  19. Lusa, Agência. «Coreia do Sul não vai aderir ao boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno». Observador. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  20. «Cuba critica boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim – Jovem Pan». Cuba critica boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim – Jovem Pan. 10 de dezembro de 2021. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  21. «Macron fura boicote diplomático e vai à Rússia torcer na semifinal». www.uol.com.br. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  22. «Comitê italiano critica boicote dos EUA aos Jogos de Pequim». Terra. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  23. https://www.insidethegames.biz/articles/1116974/belgium-beijing-2022
  24. «Rússia critica boicote diplomático dos EUA a Jogos de Inverno Pequim2022». www.jn.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  25. Brasil, Sputnik (10 de dezembro de 2021). «Venezuela contesta boicote dos EUA aos Jogos Olímpicos de 2022 em Pequim: 'Ato desesperado'». Sputnik Brasil. Consultado em 6 de janeiro de 2022 

Ver também[editar | editar código-fonte]