Borracha

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Colheita do látex da seringueira.

A borracha natural é o produto primário da coagulação do látex da seringueira (Hevea brasiliensis). Hoje, a borracha sintética, cotômero natural em algumas aplicações e complementar em outras, é produzida a partir de derivados de petróleo. Tanto uma como outra tem como polímero fundamental o poli-isopreno. A diferenciação se dá por adição de pigmentos e processos vulcanização com graus distintos. Há inúmeras aplicações industriais e domésticas obtidas a partir de métodos de industrialização, como a vulcanização, que modificam as características naturais especialmente quando adicionada de solventes.

História[editar | editar código-fonte]

Pelas de borracha aguardando as composições de carga da Ferrovia Madeira-Mamoré (início do século XX).

Foi a extração e comercialização da borracha que promoveu grande expansão na colonização da região Norte, atraindo riqueza e causando transformação cultural e social e grande impulso econômico e cultural às cidades de Manaus e Belém, até hoje os grandes centros da região.

Na primeira década do século XX, ocorreu um grande desenvolvimento da extração da borracha, na Região Norte do Brasil, reflexo principalmente da grande produção de pneus necessários à indústria automobilística mundial em expansão. A partir de 1912, a produção de borracha brasileira entrou em declínio em função da concorrência estrangeira, notadamente a inglesa, com suas plantações na Ásia.

O segundo ciclo da borracha - 1942/1945[editar | editar código-fonte]

Em 1942 o governo brasileiro fez um acordo com o governo dos Estados Unidos (Acordos de Washington), que desencadeou uma operação em larga escala de extração de látex na Amazônia. A operação ficou conhecida como a Batalha da Borracha.

Desta Amazônia viveria outra vez o ciclo da borracha durante a Segunda Guerra Mundial, embora por pouco tempo. Como forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que culminou na queda de 97% da produção da borracha asiática.

Isto resultaria na implantação de mais alguns elementos, inclusive de infraestrutura, apenas em Belém, desta vez por parte dos Estados Unidos. A exemplo disso, temos o Banco de Crédito da Borracha, actual BASA; o Grande Hotel, luxuoso hotel construído em Belém em apenas 3 anos, onde hoje é o Hilton Hotel; o aeroporto de Belém; a base aérea de Belém; entre outros.

Produção mundial[editar | editar código-fonte]

País Produção em 2018
(toneladas anuais)
 Tailândia 4 744 250
Indonésia 3 630 268
 Vietname 1 137 725
 Índia 978 317
 China 824 000
 Malásia 781 996
Costa do Marfim 461 000
Filipinas 423 371
 Guatemala 349 546
Myanmar Myanmar 212 949
 Brasil 199 870
Nigéria 145 150
Fonte: Food and Agriculture Organization[1]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ARAUJO LIMA, José Francisco de. Amazônia, a Terra e o homem - Com uma "Introdução à Antropogeografia". Prefácio de Tristão de Ataíde. Vol. 104 da Coleção Brasiliana (Biblioteca Pedagógica Brasileira). São Paulo, Companhia Editora Nacional, 3ª ed., 1945 [1].
  • BATISTA, Djalma. O complexo da Amazônia. Rio de Janeiro: Conquista, 1976.
  • BENCHIMOL, Samuel. Manáos do Amazonas - Memória empresarial, vol. 1 (Manaus: ACA (Associação Comercial do Amazonas) - Fundo Editorial / Governo do Estado do Amazonas, 1994).
  • BOTINELLY, Theodoro. Amazônia: uma utopia possível. Manaus: Editora da Universidade do Amazonas, 1990.
  • BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias: vultos do Passado. Rio de Janeiro: Ed. Conquista, 1973.
  • COLLIER, Richard [2]. The river that God forgot: the story of the Amazon rubber boom. Londres: Collins, 1968 [3].
  • MELLO, Thiago de. Manaus, Amor e Memória. 2ª ed. Manaus: Suframa, 1984 (4ª. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989).
  • SCHEINA, Robert L. Latin America's Wars: The Age of the Caudillo, 1791-1889, Volume 1. Nova Iorque (EUA): Brassey's, 2003.
  • SOUZA, Márcio [4]. Breve História da Amazônia. São Paulo: Ed. Marco Zero, 1994.
  • SOUZA, Márcio [5]. Silvino Santos: o pioneiro do ciclo da borracha. Rio de Janeiro: Funarte, 1999.
  • VILLAR, Valter Luciano Gonçalves. Configurações de brasilidade: uma leitura de Cacau, de - Jorge Amado e Safra, de Abguar Bastos (tese de Doutorado em Letras). Orientadora: Wilma Martins de Mendonça. João Pessoa: UFPB (Universidade Federal da Paraíba), 2009.
  • WEINSTEIN, Barbara. The Amazon Rubber Boom, 1850-1920 [6]. Palo Alto, Califórnia (EUA): Universidade de Stanford, 1983.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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