Bouar
Bouar é uma cidade localizada no oeste da República Centro-Africana, próxima à fronteira com Camarões. É a capital da prefeitura de Nana-Mambéré. Sua população era de 40 353 habitantes em 2003, data do último censo oficial do país.[1]
A cidade está situada em um planalto a quase 1.000 metros acima do nível do mar e é conhecida por abrigar o Campo Leclerc, uma base militar francesa.
Bouar é famosa por seus megalitos, com cerca de setenta grupos dessas formações rochosas localizadas na cidade e nas áreas ao norte e leste. Os Megalitos de Bouar, datados do final do Neolítico (c. 3500–2700 a.C.), foram adicionados à lista preliminar do Patrimônio Mundial da UNESCO em 2006, na categoria Cultural.[2] O nome da cidade vem da palavra gbaya para feijão, hbouar.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Centenas de megalitos de granito foram erguidos ao redor de Bouar durante o final da Idade da Pedra por uma antiga sociedade agrícola. Esses monumentos são conhecidos como tanzunu na língua gbaya.[4] Os gbayas se estabeleceram na região por volta do século XVI,[4] e a cidade de Bouar foi fundada por volta de 1840 pelo chefe Bogbafeï, no local de um campo de feijões. Seu neto, Mbarta, chefiou a comunidade entre 1904 e 1916 e é lembrado como um herói local.[3][5]
Durante o período colonial, Bouar foi ocupada pelos franceses em 1882 e integrada ao Congo Francês em 1894. Em 1911, a região foi cedida à Alemanha pelo Acordo Marrocos-Congo, tornando-se parte da colônia de Neukamerun, até ser reconquistada pela França durante a Primeira Guerra Mundial.[6] Os alemães haviam estabelecendo-se na cidade em 1913, construindo um posto militar e uma estrada.[3] Em 1928, Bouar passou a fazer parte da colônia francesa de Ubangui-Chari.[carece de fontes]
Na década de 1920, o centro colonial da cidade foi ocupado e incendiado por rebeldes gbayas durante a rebelião Kongo-Wara, um dos maiores movimentos de resistência à dominação francesa na região. Em 1948, Bouar tornou-se o centro administrativo da prefeitura de Ouham-Pendé, substituindo Bozoum. Posteriormente, a parte ocidental da prefeitura foi reorganizada como Nana-Mambéré, com Bouar como capital.[3] A eletricidade chegou à cidade em 1952, e em 1960, com a independência da República Centro-Africana, Bouar manteve seu papel estratégico na região.[carece de fontes]
Referências
- ↑ City population 2011.
- ↑ Unesco 2025.
- ↑ a b c d Degras 2012, pp. 20, 62.
- ↑ a b David 1982, pp. 43-77.
- ↑ ACF 2019.
- ↑ Bradshaw 2016, p. 137.
Bibliografia consultada
[editar | editar código-fonte]- «Principal Cities – Central African Republic» (em inglês). City population. Consultado em 31 de janeiro de 2025. Cópia arquivada em 23 de fevereiro de 2011
- «Les mégalithes de Bouar» (em francês). Unesco. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- Degras, Alain (2012). Akotara: Un triptyque consacré aux Gbayas du Nord-Ouest Centrafricain (PDF) (em francês). Bouar: Order of Friars Minor Capuchin. Cópia arquivada (PDF) em 21 de julho de 2022
- David, Nicholas (1982). «Tazunu: Megalithic Monuments of Central Africa». Azania: Archaeological Research in Africa (em inglês). 17 (1). doi:10.1080/00672708209511299
- «Marie-Noëlle Koyara célèbre la fête de noël en différé avec les enfants de Bouar» (em francês). Agence Centrafricaine de Presse. 31 de dezembro de 2019. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- Bradshaw, Richard; Fandos-Rius, Juan (2016). Historical Dictionary of the Central African Republic (em inglês) New ed. Lanham, Maryland: Rowman & Littlefield. ISBN 9780810879911