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Bugia (Argélia)

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 Nota: Para outros significados, veja Bugia.
Mapa da Argélia com a localização de Bugia
Vista do porto de Bugia

Bugia[1] (Bgayet em cabila; em tifinague; بجاية‎ em árabe; Bougie, Béjaïa, em francês) é uma cidade portuária no litoral mediterrâneo da Argélia. Capital da província homônima, é banhada pelo golfo de Bugia. É a maior cidade da Cabília e uma das maiores cidades de língua cabila, com 187 076 habitantes (2005).[2]

A cidade constitui-se no principal pólo industrial da Cabília e possui um dos grandes portos de petróleo e comércio do Mediterrâneo, ademais de um aeroporto internacional.

Etimologia e uso

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Segundo J.P. Machado, a antiguidade da forma vernácula parece indicar que o topônimo foi recebido pela língua portuguesa diretamente do árabe بجاية‎ Bidjāya, e não por intermédio do correspondente francês Bougie.[3] Modernamente, os francófonos preferem a forma Béjaïa para a cidade.[4]

Os substantivos comuns "bugia" (tipo de vela com cera e pavio) e "bugio" (sinônimo de macaco) advêm do topônimo Bugia, devido ao fato de que a cidade exportava cera e, possivelmente, macacos.[5]

Em 27 ou 26 a.C., no local da atual Bugia, o Imperador Augusto fundou a colônia Julia Augusta Saldensium Septimana Immunis, para assentar veteranos da VII Legião Cláudia.[6] Esta cidade de Saldas (Saldae) foi incorporada à província da Mauritânia Cesariense em 42.

A cidade foi evangelizada no século V, tornou-se ariana durante o domínio vândalo e, em seguida, com a sua captura pelos berberes, muçulmana.

Na altura do século XI, a cidade foi refundada pela dinastia berbere dos Hamádidas, tornando-se sua capital, bem como um centro cultural e um porto importante. Ali, já na época do Califado Almóada, o filho de um mercador pisano, postumamente conhecido como Fibonacci, aprendeu os numerais arábicos e os levou, juntamente com a matemática moderna, para a Europa medieval. Após a ocupação espanhola (1510–1555), a cidade foi tomada pelos turcos otomanos. Até sua captura pelos franceses em 1833, Bugia era uma base para os piratas da Berbéria.

Notas

  1. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 363 
  2. http://www.wbejaia.gov.dz/population.htm
  3. Machado, J.P., Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, verbete "Bugia".
  4. Petit Larousse Illustré, verbete "Béjaïa".
  5. Dicionário Houaiss, etimologia do verbete "bugia".
  6. Outras fontes atribuem a fundação ao Imperador Vespasiano, no século I da Era Cristã.
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