Cancro do útero

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 Nota: Não confundir com cancro do colo do útero.
Cancro do útero
Cancro do útero
Especialidade Oncologia
Sintomas Cancro do endométrio: hemorragia vaginal, dor pélvica[1]
Sarcoma uterino: hemorragia vaginal, nódulo na vagina[2]
Tipos Cancro do endométrio, sarcoma uterino[3]
Fatores de risco Cancro do endométrio: obesidade, síndrome metabólica, diabetes do tipo 2, antecedentes familiares da doença[1]
Sarcoma uterino: radioterapia na região da bacia[2]
Tratamento Cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal, terapia dirigida[1][2]
Prognóstico Taxa de sobrevivência a 5 anos: 81% (EUA)[4]
Frequência 3,8 milhões (2015)[5]
Mortes 90 000 (2015)[6]
Classificação e recursos externos
CID-10 C55
CID-9 179
CID-11 1551596364
eMedicine 258148
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Cancro do útero (português europeu) ou câncer uterino (português brasileiro) são dois tipos de cancro que se desenvolvem nos tecidos do útero.[3] O cancro do endométrio forma-se no revestimento do útero, enquanto o sarcoma uterino se forma nos músculos ou tecidos que suportam o útero.[1][2] Os sintomas mais comuns de cancro do endométrio são hemorragias vaginais fora do comum ou dor pélvica.[1] Os sintomas mais comuns de sarcoma uterino são hemorragias vaginais fora do comum ou a presença de um nódulo na vagina.[2]

Entre os fatores de risco para o cancro do endométrio estão a obesidade, síndrome metabólica, diabetes do tipo 2 e antecedentes familiares de cancro do útero.[1] Entre os fatores de risco para o sarcoma uterino estão antecedentes de radioterapia à região da bacia.[2] O diagnóstico de cancro do endométrio baseia-se geralmente numa biópsia aos tecidos do endométrio.[1] O diagnóstico de sarcoma uterino pode ser suspeito com base nos sintomas, podendo ser confirmado com toque vaginal ou exames imagiológicos.[2]

Na maioria dos casos é possível curar o cancro do endométrio, embora o sarcoma uterino seja mais difícil de tratar.[3] O tratamento pode consistir numa combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e terapia dirigida.[1][2] Após o diagnóstico, a taxa de sobrevivência a cinco anos nos Estados Unidos é de 81%.[4]

Em 2015, o cancro do útero afetava cerca de 3,8 milhões de pessoas, tendo sido a causa de 90 000 mortes.[5][6] Embora o cancro do endométrio seja relativamente comum, o sarcoma uterino é raro.[3] Nos Estados Unidos, os cancros do útero correspondem a 3,6% de todos os novos casos de cancro em cada ano.[4] Os cancros do útero são mais comuns em mulheres entre os 55 e 74 anos de idade.[4]

Tipos[editar | editar código-fonte]

Causas[editar | editar código-fonte]

Geralmente ocorrem em mulheres que tiveram excesso de estrogênio no seu sistema reprodutor, especialmente se o nível de progesterona for mais baixo que o normal. Esse desequilíbrio hormonal favorece o endurecimento do útero e crescimento dos tumores.[8]

Fatores de risco[editar | editar código-fonte]

Os factores que podem elevar o nível de estrogênio incluemː[9]

  • Obesidade e dieta rica em gordura animal (40% dos casos);
  • Idade maior que 50 anos;
  • Não ter filhos;
  • Genética, inclusive de outros cânceres;
  • Brancas tem mais risco que negras;
  • Menarca antes dos 12 anos;
  • Administração prolongada de hormonas estrogênicas, não compensada por administração de progestogênicos;
  • Tamoxifeno, um medicamento para prevenir ou tratar o câncer de mama;
  • Outras doenças como Diabetes, Síndrome de Lynch e hiperplasia do endométrio;
  • Radioterapia abdominal ou pélvica.

Diferentemente do cancro cervical, que é raro em mulheres que não tenham tido relações sexuais, o cancro do endométrio pode afectar mulheres virgens e é mais comum nas que tenham tido poucos ou nenhum filho. A utilização de contraceptivos orais diminui para metade o risco de cancro do endométrio.

Sintomas e sinais[editar | editar código-fonte]

Os sintomas incluemː[9]

No entanto, várias outras situações podem também ser a causa deste tipo de hemorragias e dores, como endometriose.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico tem de ser feito a partir de uma amostra do revestimento uterino obtida por biópsia ou por dilatação e curetagem. O esfregaço cervical (Teste de Papanicolaou) é uma forma de rastreio eficaz do cancro do útero. Também pode ser identificado por ultrassom.[10]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O cancro do endométrio em fase muito precoce é geralmente tratado através de histerectomia simples com ou sem remoção das trompas de Falópio e dos ovários. Alguns cirurgiões aconselham também a dissecação e biópsia dos gânglios linfáticos da pelve e do abdômen. Dependendo do estágio também pode ser recomendada a radioterapia. Terapia hormonal para aumentar a progesterona e diminuir o estrogênio ajudam a reduzir o crescimento de células tumorais. Pode também ser utilizado tratamento com medicamentos antineoplásticos.[9]

No caso de detecção e tratamento precoces, a taxa de sobrevivência de cinco anos é superior a 80%. Deve-se seguir fazendo acompanhamentos regulares pois possuem chance de recorrência.[11]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d e f g h «Endometrial Cancer Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 26 de abril de 2018. Consultado em 3 de fevereiro de 2019 
  2. a b c d e f g h «Uterine Sarcoma Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 3 de outubro de 2018. Consultado em 3 de fevereiro de 2019 
  3. a b c d «Uterine Cancer». National Cancer Institute (em inglês). 1 de janeiro de 1980. Consultado em 3 de fevereiro de 2019 
  4. a b c d «Uterine Cancer - Cancer Stat Facts». SEER (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2019 
  5. a b GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  6. a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/S0140-6736(16)31012-1 
  7. MD, Melissa McConechy; David Huntsman, MD; Cheng-Han Lee, MD, PhD and Blaise Clarke. «Uterine Carcinosarcoma (MMMT) Research Report». Liddy Shriver Sarcoma Initiative. Consultado em 3 de maio de 2021 
  8. «The Basics on Endometrial Cancer». WebMD (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 
  9. a b c «Uterine Cancer - Risk Factors and Prevention». Cancer.Net (em inglês). 25 de junho de 2012. Consultado em 3 de maio de 2021 
  10. «Uterine Cancer Diagnosis, Stages, Treatment & Causes». MedicineNet (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 
  11. «Treatment of Endometrial Cancer». WebMD (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 

Ver também[editar | editar código-fonte]