Cacauicultura
A cacauicultura é a atividade agrícola relacionada à plantação de cacau. O cultivo no Brasil, principalmente no estado da Bahia, desde a década de 90 sofre com a praga da vassoura-de-bruxa, doença que ataca os meristemas do cacaueiro e causa grandes perdas na produção.[1][2][3][4]
Produção mundial[editar | editar código-fonte]
O cacau é cultivado em cerca de 17 milhões de hectares em todo o mundo.[5] A produção somada de Costa do Marfim e Gana representa 60% da oferta global.[6] De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), os dez maiores produtores mundiais em 2005 foram:[7]
Posição, País | Valor (Int'l $1,000*) |
Produção (toneladas métricas) |
---|---|---|
1 Costa do Marfim | 1.024.339 | 1.330.000 |
2 Gana | 566.852 | 736.000 |
3 Indonésia | 469.810 | 610.000 |
4 Nigéria | 281.886 | 366.000 |
5 Brasil | 164.644 | 213.774 |
6 Camarões | 138.632 | 180.000 |
7 Equador | 105.652 | 137.178 |
8 Colômbia | 42.589 | 55.298 |
9 México | 37.281 | 48.405 |
10 Papua-Nova Guiné | 32.733 | 42.500 |
*Baseado nos preços internacionais no triênio 1999–2001
No Brasil[editar | editar código-fonte]
O Estado da Bahia é o maior produtor do Brasil, porém sua capacidade produtiva foi reduzida em até 60% com o advento da vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo fitopatogênico Crinipellis perniciosa, atualmente Moniliophthora perniciosa. O Brasil, então, passou do patamar de país exportador de cacau para importador, não sendo completamente autossuficiente do produto.
Apesar da enfermidade, o cacau ainda se constitui numa grande alternativa econômica para o Sul da Bahia e possui na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) a sua base de pesquisa, educação e extensão rural. Com o apoio do órgão, cultivares clonais mais resistentes ao fungo têm sido introduzidas, porém formas mais severas de controle do patógeno ainda precisam ser descobertas. Essas formas podem vir futuramente com os resultados do Projeto Genoma Vassoura de Bruxa, que visa a estudar o genoma do fungo e elaborar estratégias mais eficientes no seu controle biológico. É uma iniciativa da CEPLAC que conta com o apoio da EMBRAPA e de laboratórios de universidades da Bahia (UFBA, UESC e UEFS) e de São Paulo (UNICAMP).
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira
- Zona turística da Costa do Cacau
- Região cacaueira da Bahia
- Ciclo do cacau em São Tomé e Príncipe
Referências
- ↑ «Ministério libera Tricovab contra a vassoura-de-bruxa». www.ceplac.gov.br. Consultado em 24 de janeiro de 2016
- ↑ «Trichoderma stromaticum». BPDB: Bio-Pesticides DataBase (em inglês). 2011. Consultado em 24 de janeiro de 2016
- ↑ Medeiros, F. H. V.; A.W.V. Pomella, J.T. de Souza, G.R. Niella, R. Valle, R.P. Bateman, D. Fravel, B. Vinyard, P.K. Hebbar (2010). «A novel, integrated method for management of witches' broom disease in Cacao in Bahia, Brazil». Crop Protection (em inglês). 29 (7): 704–711. doi:10.1016/j.cropro.2010.02.006
- ↑ Loguercio, Leandro Lopes; Aítala Carvalho de Carvalho, Givaldo Rocha Niella, Jorge Teodoro de Souza, Alan W. Villela Pomella (2009). «Selection of Trichoderma stromaticum isolates for efficient biological control of witches' broom disease in cacao» (requer pagamento). Biological Control (em inglês). 51 (1): 130–139. doi:10.1016/j.biocontrol.2009.06.005
- ↑ CBS Interactive Business Network
- ↑ Loucoumane Coulibaly; Joe Bavier (11 de abril de 2014). «Gold rush threatens West Africa's cocoa future» (em inglês). Reuters. Consultado em 11 de abril de 2014
- ↑ FAO.org