Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria

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Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria
Info/Ferrovia

Comboio de mercadorias na década de 1910
Informações principais
Área de operação Marinha Grande
Portugal Portugal
Tempo de operação Século XIX–Século XX
Operadora Administração das Matas
Interconexão Ferroviária Linha do Oeste, na Marinha Grande
Especificações da ferrovia
Bitola bitola Decauville 600 mm
600 mm (1,97 ft)
Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria
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São Pedro de Moel
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Pedreanes
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L.ª do OesteFigueira da Foz
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Unknown route-map component "XBHF-R"
Marinha Grande
Unknown route-map component "CONTgq" One way rightward
L.ª do Oeste Rossio

O Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria, igualmente conhecido como Comboio de Lata, foi uma rede ferroviária no concelho de Marinha Grande, que servia o Pinhal de Leiria, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Transporte de lenha com a locomotiva a vapor O&K MNN1 com aprox. 50 cv, 1936
Locomotiva MNN2 com trem de passageiros, 1923
Locomotiva MNN3, 1935

O caminho de ferro era de via estreita, utilizado o sistema Decauville.[1] Tinha um rede com cerca de 30 Km de comprimento, circulando principalmente no Pinhal de Leiria, e parcialmente no interior da Marinha Grande.[2] Servia principalmente para o transporte de mercadorias, como madeira, pedra e areia,[2] mas também era utilizado pelas populações no acesso à praia ou ao pinhal, especialmente no feriado municipal, coincidente com a Festa da Ascensão.[3]

Utilizava locomotivas a vapor alimentados a lenha, sendo o material apelidado de comboio de lata pela população, devido às suas reduzidas dimensões, aludindo aos comboios de brinquedo, construídos em metal.[2] Era gerido pela Administração das Matas.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Na década de 1850, o engenheiro francês Wattier foi encarregado de estudar os vários traçados possíveis para as linhas férreas de Lisboa até ao Porto e à fronteira com Espanha, tendo apresentado como uma das alternativas a passagem por Leiria, de forma a desenvolver o aproveitamento comercial do Pinhal de Leiria, que era mal servido pelo Porto da Figueira da Foz.[4] Esta solução não foi aceite, tendo em vez disso a Linha do Norte sido construída ao longo do interior do país.[4]

O primeiro caminho de ferro na região foi a Linha do Oeste, cujo lanço entre Torres Vedras e Leiria abriu à exploração em 1 de Agosto de 1887.[5]

Efeitos de uma tempestade de Inverno em 1941 no Pinhal de Leiria, vendo-se um troço do caminho de ferro.

Construção e funcionamento[editar | editar código-fonte]

O caminho de ferro do Pinhal de Leiria foi construído por iniciativa de António Mendes de Almeida, uma das principais figuras dos Serviços Florestais portugueses, criados em 1886.[1] A circulação terminou em 1965.[2] Em 1923 entrou ao serviço pelo menos uma locomotiva a vapor, que funcionou durante cerca de 42 anos, até ao final da linha.[2]

Recuperação[editar | editar código-fonte]

Em 1996, a Junta de Freguesia da Marinha Grande fez obras de restauro numa das locomotivas, que estava em São Pedro do Moel, tendo-a depois colocado em exposição na Feira de Artesanato e Gastronomia do concelho.[2]

No século XXI, ressurgiu o interesse em recuperar parcialmente o Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria, principalmente por parte da Câmara Municipal da Marinha Grande.[3] Em Outubro de 2011, a autarquia da Marinha Grande organizou o passeio pedestre Percurso PR1 Trilho da Antiga Linha do Comboio de Lata, em São Pedro de Moel, com cerca de 6,4 km de extensão.[6] Em 2 de Abril de 2015, o Jornal da Marinha Grande relatou que a Associação Amigos do Comboio de Lata tinha lançado uma petição para pedir a reinstalação do caminho de ferro, destacando a sua importância para a história da Marinha Grande.[2] No Verão de 2018, o município anunciou a realização de vários investimentos estruturais para o resto do ano, tendo a recuperação do antigo caminho de ferro sido considerada uma das prioridades.[3] Em 9 de Janeiro de 2019, o periódico Região de Leiria noticiou que a autarquia da Marinha Grande tinha contratado, em Dezembro de 2018, uma empresa para estudar a instalação de uma linha turística entre São Pedro de Moel e a Marinha Grande.[3] O município também adquiriu uma das antigas locomotivas do caminho de ferro, a n.º 2.[3]

Em Maio de 2019, o Centro de Recursos para a Inclusão Digital da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria lançou o livro infantil Comboio de lata, sobre o caminho de ferro do Pinhal de Leiria.[7]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Caminho de Ferro do Pinhal de Leiria

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Recordando a nossa história florestal: António Mendes de Almeida» (PDF). Floresta para Todos (5). sociedade portuguesa de Ciências florestais. Junho de 2011. p. 3. Consultado em 26 de Novembro de 2019 
  2. a b c d e f g h «Petição pública para colocar o 'comboio de lata' no Centro». Jornal da Marinha Grande. 2 de Abril de 2015. Consultado em 26 de Novembro de 2019 
  3. a b c d e ALMEIDA, Carlos S. (9 de Janeiro de 2019). «Estudo avalia regresso do antigo Comboio de Lata». Região de Leiria. Consultado em 26 de Novembro de 2019 
  4. a b ABRAGÃO, Frederico (16 de Setembro de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 65 (1650). p. 393-400. Consultado em 26 de Novembro de 2019 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  5. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 26 de Novembro de 2019 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  6. «Passeio pedestre "Trilho da Antiga Linha do Comboio de Lata"». Público. 4 de Outubro de 2011. Consultado em 26 de Novembro de 2019 
  7. TEIXEIRA, Paula Fernandes (21 de Maio de 2019). «Politécnico de Leiria apresenta livro infantil multiformato "Comboio de lata"». Região de Leiria. Consultado em 27 de Novembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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