Capitão de mar e guerra

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Capitão de mar e guerra (pré-AO 1990: capitão-de-mar-e-guerra) é a designação do posto de maior patente de oficial superior na Marinha Portuguesa e na Marinha do Brasil, sendo equivalente ao de coronel no Exército e na Força Aérea. Com as mesmas caraterísticas, o posto existe também nas componentes navais das forças armadas de outros países da CPLP, como Angola e Moçambique. Nas marinhas de outros países o posto correspondente tem designações várias, como "capitão de navio" (Espanha, França, Itália, etc.), "Capitão do Mar" (Alemanha), "comandante" (Escandinávia), "Capitão de primeira classe" (Rússia) ou simplesmente "capitão".

História[editar | editar código-fonte]

Até então, o comandante de um navio era simplesmente chamado "capitão". Se comandava um conjunto de navios, além do seu próprio, era chamado "capitão-mor", como acontecia, por exemplo nas esquadras que partiam de Lisboa para a Índia. Sempre que se reunia uma frota, ou esquadra, o seu capitão-mor era nomeado pelo Rei, sendo frequentemente escolhidos nobres sem experiência de navegação. Esta situação altera-se em 1641 quando foram nomeados capitães de mar e guerra na frota que António Teles de Meneses comandou contra os espanhóis. Na carta de patente da nomeação de um destes Miguel de Cabedo, é referida a sua experiência anterior nas Armadas da Coroa e do Estado do Brasil como justificativa para a sua nomeação.

Na obra Memórias Militares de António de Couto Castelo Branco (1707), surge nova referência ao posto, descrito como …o qual mandava em tudo, como o governador de uma praça. …devia saber marcar o sol…, conhecer a variação da agulha…, …safar a nau para combate e manobrá-la para ganhar barlavento.

Num códice do século XVIII existente na biblioteca da Universidade de Coimbra, as funções e conhecimentos necessários para obter o posto são melhor especificados. Contudo, seria em 1722, com o Regimento do Capitão de Mar e Guerra, publicado em 31 de março, que ao longo dos seus 43 capítulos são expressos os seus deveres e funções. Uma curiosidade é que, no século XVIII, havia 2 capitães de mar e guerra a bordo, sendo que o segundo - de acordo com o regimento de 24 de Abril de 1736 - exercia as funções que hoje estão mais próximas as de um capitão-tenente, pois incluíam fazer a ronda do navio, acompanhado por um sargento, um condestável e um cabo de esquadra que levava o lampião, mas não podia mudar o rumo, ou virar de bordo, ou outra ação relativa à navegação, sem autorização do primeiro. Era este capitão de mar e guerra que orientava as manobras com a ajuda de um apito, para evitar …gritos e ruídos que ordinariamente causavam confusão., ainda segundo o seu regimento.

Insígnias e distintivos de capitão de mar e guerra e de postos equivalentes[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]