Capitania da Baía de Todos os Santos
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Agosto de 2013) |
Capitania da Baía de Todos os Santos Capitania Real da Bahia Capitania da Bahia | ||||
| ||||
Brasão
| ||||
Bahia em laranja no mapa do Brasil em 1709. | ||||
Continente | América do Sul | |||
Capital | Salvador | |||
Língua oficial | Português | |||
Religião | catolicismo | |||
Governo | monarquia absoluta | |||
Governador | ||||
• 1769 | Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas (primeiro) | |||
• 1821 | Manuel Pedro de Freitas Guimarães (último) | |||
História | ||||
• 1534 | Fundação | |||
• 1821 | Dissolução |
A Capitania da Baía de Todos os Santos foi uma das capitanias do Brasil durante o período colonial.
História[editar | editar código-fonte]
A costa do atual estado brasileiro da Bahia foi atingida e reconhecida por navegadores portugueses em 1500.
A baía que lhe dá o nome foi descoberta no dia 1 de novembro - dedicado, pelo calendário católico, a Todos os Santos -, pela primeira expedição exploradora em 1501.
Com o estabelecimento, pela Coroa Portuguesa, do sistema de Capitanias Hereditárias para a colonização do Brasil (1534), o território do atual estado da Bahia estava distribuído entre vários lotes:
- da foz do rio São Francisco à do rio Jiquiriçá, doado a Francisco Pereira Coutinho (Capitania da Baía de Todos os Santos);
- da foz do rio Jiquiriçá à do rio Coxim, a Jorge de Figueiredo Correia (Capitania de Ilhéus); e
- da foz do rio Coxim à do rio Mucuri, a Pero do Campo Tourinho (Capitania de Porto Seguro).
O lote que constitui a Capitania da Baía foi doado em 5 de março de 1534. Quando o seu donatário chegou, dois anos mais tarde, já existia na baía de Todos os Santos uma pequena comunidade de europeus entre os quais se destacava Diogo Álvares Correia, o Caramuru, com a esposa, Catarina Paraguaçu, e muitos filhos.
Com o auxílio destes, Francisco Pereira Coutinho fundou uma povoação (Vila do Pereira depois Vila Velha, 1536) no alto de Santo Antônio da Barra, onde ergueu uma casa-forte (Castelo do Pereira). A paz reinou durante alguns anos, estabelecendo-se engenhos e espalhando-se as culturas de cana-de-açúcar, algodão e tabaco.
Ao final de quase uma década, o estabelecimento inicial foi arrasado por um maciço ataque dos Tupinambás (1545), que forçou os colonos a se refugiarem na vizinha Capitania de Porto Seguro. Negociada a paz, ao retornarem à Vila do Pereira, o donatário e os colonos naufragaram durante uma tempestade diante da Ilha de Itaparica, tendo os sobreviventes sido capturados e devorados pelos indígenas (1547).
Diante dessa tragédia, as terras de Francisco Coutinho foram adquiridas aos respectivos herdeiros pela Coroa Portuguesa (1548), para nelas ser estabelecido o Governo-geral da colônia, tornando-se, assim, a primeira Capitania Real do Brasil. Os demais estabelecimentos da região, à época (Capitanias de Ilhéus e de Porto Seguro), também foram devastados pelo indígena revoltado.
A partir de então a Capitania Real da Baía tornou-se a sede das colônias portuguesas na América, sendo fundada, para esse fim, a cidade de São Salvador da Bahia, pelo primeiro Governador-geral, Tomé de Sousa.
As ilhas e terras do Recôncavo transformar-se-iam, mais tarde, em "capitanias autônomas":
- Capitania de Itaparica e Tamarandiva – a ilha de Itaparica, doada em sesmaria pelo Governador-geral Tomé de Sousa a D. Violante da Câmara, foi transformada em capitania e depois doada por D. João III, em 1558, a seu vedor da Fazenda, D. Antônio de Ataíde, primeiro conde da Castanheira, que a legou para seu filho homônimo, o segundo conde da Castanheira.
- Capitania do Paraguaçu - a sesmaria do rio Paraguaçu, doada a Álvaro da Costa, filho do Governador-geral Duarte da Costa, foi transformada em capitania em 1566, em recompensa pela contribuição do seu donatário na expulsão dos indígenas do Recôncavo. Por um documento de 1571, sabe-se que essas terras iam “da parte da barra do dito Rio de Peroassu da parte do sul até a barra do Rio de Jaguaripe por costa”.
Às vésperas da Independência do Brasil, a 28 de fevereiro de 1821, a Capitania da Baía tornou-se uma província e assim permaneceu durante todo o período imperial. Com a Proclamação da República Brasileira (1889), a província tornou-se o atual estado da Bahia.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- ALVES FILHO, Ivan. História dos Estados Brasileiros. Rio de Janeiro: Revan, 2000. 240p. ISBN 8571061785
- BUENO, Eduardo. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999. 288 p. il. ISBN 8573022523
- Sousa, Gabriel Soares de (1987). Tratado descritivo do Brasil em 1587. São Paulo: Ed. Nacional/ Brasília: INL. ISBN 85-04-00217-9.
- TAVARES, Luís Henrique. História da Bahia. São Paulo: Editora UNESP; Salvador: EDUFBA, 2001. 544p. mapas, il. ISBN 8571393702