Cara a Cara (telenovela)
Cara a Cara | |||||
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Informação geral | |||||
Formato | Telenovela | ||||
Criador(es) | Vicente Sesso | ||||
País de origem | ![]() | ||||
Idioma original | (em português) | ||||
Produção | |||||
Diretor(es) | Jardel Mello Arlindo Pereira | ||||
Elenco | ver "Elenco" | ||||
Tema de abertura | "Cara a Cara" - Antônio Marcos | ||||
Exibição | |||||
Emissora original | ![]() | ||||
Transmissão original | 16 de abril de 1979 - 30 de dezembro de 1979 | ||||
Episódios | 223 | ||||
Cronologia | |||||
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Cara a Cara é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Bandeirantes e exibida de 16 de abril a 30 de dezembro de 1979, em 223 capítulos sendo substituída por Pé de Vento.[1]. Estreou às 20h, mas um mês depois foi transferida para as 19h.
Foi escrita por Vicente Sesso e dirigida por Jardel Mello e Arlindo Pereira.
Produção e repercussão[editar | editar código-fonte]
Cara a Cara fez sucesso na época de sua exibição, reunindo astros da Rede Globo e da Rede Tupi, que já estava em decadência. Principalmente após a mudança para a faixa das 19h, horário no qual o autor já havia levado ao ar grandes sucessos como "Minha Doce Namorada" (1971) e "Uma Rosa com Amor" (1972), ambas na Globo.
O cantor Antônio Marcos, na época casado com a atriz Débora Duarte, interpretou o mecânico Nando, um papel importante na telenovela, formando um trio com Fúlvio Stefanini e Luiz Gustavo. Antônio Marcos, inclusive, cantava o tema de abertura da telenovela.
David Cardoso, astro de grandes bilheterias na época no gênero chamado de pornochanchada, ao ser convidado para fazer a telenovela, segundo conta no livro David Cardoso - Persistência e paixão, disse que queria o mesmo salário de Fernanda Montenegro, por ser o galã, e que seu nome fosse o primeiro nos créditos de abertura. Cardoso diz ter sido atendido.
A mesma TV Bandeirantes exibiu, a partir da década de 1980, um programa também chamado Cara a Cara, apresentado por Marília Gabriela, que nada tinha a ver com a telenovela.
Segundo dados, o próprio Vicente Sesso realizou duas adaptações desta novela, as duas com o nome da original, Cara a Cara: a primeira em 1982, na Venezuela, pela RCTV, protagonizada por Gustavo Rodríguez, Franklin Virgüez, Javier Vidal e Loly Sánchez, e a segunda em 1984, na Argentina, pela ATC, protagonizada por Verónica Castro.
Sinopse[editar | editar código-fonte]
A trama principal gira em torno do mistério que cerca a protagonista Ingrid Von Schubert (Fernanda Montenegro), recém-chegada da Europa. Ela declara que só agora podia voltar, e que seu pai está internado em um asilo de loucos. Por que ela teria decidido voltar ao Brasil? Quais são suas intenções? Como vivia antes? Os únicos que a conhecem realmente são seu advogado, Carlos (David José), e seu acompanhante, Johnny (André Loureiro), que sempre estão a seu lado. Eles, porém, não revelam nada a ninguém.
Tonho (David Cardoso) é um tipo manobrado pelo pai, que acha o estudo uma coisa desnecessária, obrigando-o a viver numa fazenda. Numa propriedade vizinha, mora Regininha (Débora Duarte), filha de Tarquínio (Edson França) e Belinha (Márcia de Windsor), uma família de quatrocentões decadentes. Ela despertará uma grande paixão em Tonho. A moça acabara de chegar da Europa onde, dizem os pais, estava estudando, mas essa não parece ser a razão verdadeira.
Tarquínio e Belinha parecem formar um casal perfeito. Mas o casamento deles é feito apenas de aparências: na realidade, nem dormem na mesma cama. Para esconder esse fato, Belinha chega ao ridículo de desarrumar, todas as manhãs, o lado vazio da cama do casal. Mas é inútil a encenação. Todos conhecem a verdadeira situação e, por isso, os filhos, Regininha e Julinho (Roberto Pirillo), são muito grilados. Junto com eles mora também a velha tia Milu (Carmem Silva), que também tem um grande segredo: não se sabe se ela é louca ou apenas finge ser.
Também tem a família de Orestes (Rolando Boldrin), casado pela segunda vez com Zeni (Irene Ravache). Estes são os novos-ricos e vivem em função do dinheiro, esbanjando cafonice. Natércia (Baby Garroux) e Tatiana (Ana Maria Nascimento e Silva) são as filhas do primeiro casamento de Orestes. Com eles vive, ainda, Fábio (Fausto Rocha), irmão bem mais novo de Zeni.
Francisco (Luis Gustavo), ou Fran, é o moço pobre que se vira de todas as maneiras para frequentar a alta sociedade. Ele e Bebeto (Osmar de Mattos) sempre aparecem em meio aos tipos milionários da trama. Bebeto também é pobre, mas leva vida de milionário.
Mas nem só de tradição familiar, de novos ricos e penetras que é feita a trama. O lado mais humilde também está na história, representado por várias famílias. Uma delas é a da dona Amélia (Wanda Kosmo), viúva, mãe de Dudu (Fúlvio Stefanini), dono de uma oficina mecânica, Carolina (Maria Isabel de Lizandra), estudante de Filosofia, e Bruno (Taumaturgo Ferreira), estudante de Odontologia. Na oficina de Dudu, também trabalham os irmãos Nando (Antônio Marcos) e Tico (Mário Marcos), que enfrentam problemas com o patrão, pois preferem ouvir música a trabalhar.[2]
Elenco[editar | editar código-fonte]
- Fernanda Montenegro - Ingrid Von Schubert
- Débora Duarte - Regininha
- David Cardoso - Tonho
- Luis Gustavo - Francisco "Fran"
- Fúlvio Stefanini - Dudu
- Antônio Marcos - Nando
- Irene Ravache - Zeni
- Rolando Boldrin - Orestes
- Maria Isabel de Lizandra - Carolina
- Wanda Kosmo - Amália
- Márcia de Windsor - Belinha
- Édson França - Tarquínio
- Roberto Pirillo - Julinho
- Carmem Silva - Milú
- Taumaturgo Ferreira - Bruno
- Fausto Rocha - Fábio
- Ana Maria Nascimento e Silva -Tatiana
- André Loureiro - Johnny
- Mário Marcos - Tico
- Nathália Timberg - Renée
- Helô Pinheiro - Elisa
- Arlindo Barreto - Ronaldo
- João Kleber - Camané
- Ruthinéa de Moraes - Mimi
- Raymundo de Souza - Zé Roberto
- Célia Coutinho - Márcia
- Valdir Fernandes - Rafael
- Betty Saddy - Carla
- Edith Siqueira - Maria Totonha
- Roberto Bolant - Lúcio
- Paixão de Jesus - Celia
Reprises[editar | editar código-fonte]
Cara a Cara foi reprisada em três oportunidades: Entre 6 de outubro de 1980 a 26 de junho de 1981, pela manhã; Entre 28 de novembro de 1983 a 10 de fevereiro de 1984, às 18h; Em 1991, às 11h da manhã.
Audiência[editar | editar código-fonte]
Por ter Fernanda Montenegro como protagonista, a Band esperava atingir a vice-liderança com a novela e para isso fez uma estrondosa campanha de publicidade nos jornais, revistas e outdoors anunciando "a nova novela de Fernanda Montenegro".[3] Cara a Cara estreou com apenas 5 pontos de audiência, reinaugurando uma faixa considerada "morta", até então ocupada por filmes da década de 1940.[4] Questionado sobre o baixo índice inicial, Carlos Augusto de Oliveira, diretor da emissora, disse "A tendência real é que Cara a Cara só vai ser conhecida daqui a 60 ou 90 dias. Não fazíamos novela antes, é um trabalho de conquistar um público novo".[4]
E de fato isso aconteceu: a partir do segundo mês a trama foi crescendo na audiência e tirou a vice-liderança de Dinheiro Vivo, da Rede Tupi, chegando a marcar 20 pontos.[5]
Referências
- ↑ «Cara a Cara». Teledramaturgia. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «NOVELAS DA REDE BANDEIRANTES-ANOS 70». Consultado em 13 de julho de 2019
- ↑ «CARA A CARA COM CYBORG». Revista Movimento. 25 de abril de 1979. Consultado em 9 de fevereiro de 2021
- ↑ a b «A briga pelo Ibope entre Boni e Guga, ganhou Avancini». ISTO É. 25 de abril de 1979. Consultado em 9 de fevereiro de 2021
- ↑ «Reta Final de Cara a Cara na vice-liderança». Jornal do Brasil. 18 de novembro de 1979. Consultado em 8 de fevereiro de 2021
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Cara a Cara no IMDb