Cardarigano (século VII)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cardarigano
Nacionalidade
Império Sassânida
Ocupação General

Cardarigano (em grego: Καρδαριγάν; romaniz.:Kardarigán; em latim: Cardariganus) foi um general sassânida do começo do século VII que lutou na guerra bizantino-sassânida de 602-628. Ele é usualmente distinguido de outro general persa de mesmo nome que esteve ativo durante a década de 580.[1] Seu nome é na verdade um título honorífico que significa "falcão preto".[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Dinar de ouro de Cosroes II (r. 590–628)
Tremisse de Heráclio (r. 610–641)

Quando o Cosroes II (r. 590–628) declarou guerra contra o usurpador Focas (r. 602–610), enviou Cardarigano e Sarbaro contra as posições bizantinas na Armênia e Anatólia (c. 607/608). De acordo com uma fonte siríaca, que ecoou na Crônica de Teófanes, o Confessor, as forças de Cardarigano teriam sitiado muitas cidades, conquistado a Armênia, e marchado através da Capadócia, Galácia e Paflagônia alcançando a Calcedônia em 608 ou 609. Esta informação, contudo, é considerada imprecisa pelos estudiosos modernos.[3][4]

Cardarigano reaparece em 626, como o segundo-em-comando do exército sob Sarbaro que havia partido para sitiar Constantinopla com os ávaros. No evento, a destruição pelos bizantinos de uma frota dos ávaros forçou os persas a um papel passivo no cerco, que foi repelido. Neste conjuntura, Cosroes enviou uma carta para ele, ordenando que ele matasse Sarbaro, assumisse o comando do exército e retornasse à Pérsia.[3] A carta foi interceptada pelos bizantinos, que alteraram-na para mostrar que Cosroes tinha ordenado a execução de não menos que 400 oficiais do exército. Isto provoca uma revolta contra Cosroes, e Sarbaro e o exército concluem uma aliança com o imperador bizantino Heráclio (r. 610–641).[5]

Cardarigano lealmente apoiou Sarbaro. Em 630, Sarbaro matou o rei legítimo, o xá Artaxes III (r. 628–630) e tomou o trono para si. Cardarigano opôs-se contra seu antigo comandante, mas foi derrotado e morto.[3]

Referências

  1. Martindale 1992, p. 270-271.
  2. Haldon 2001, p. 53.
  3. a b c Martindale 1992, p. 271.
  4. Greatrex 2002, p. 186.
  5. Greatrex 2002, p. 205.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Greatrex, Geoffrey; Samuel N. C. Lieu (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Haldon, John (2001). The Byzantine Wars: Battles and Campaigns of the Byzantine Era. Stroud, Gloucestershire: Tempus. ISBN 0-7524-1795-9 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8