Cardeal-bispo
Um cardeal-bispo ou cardeal da Ordem dos Bispos é um dos mais importantes prelados da Igreja Católica.
Originalmente este era o título daqueles escolhidos para presidir a uma das sete sés suburbicárias de Roma. Em 1965, o Papa Paulo VI pelo moto próprio Ad purpuratorum patrum decretou que também os Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais elevados ao Colégio Cardinalício passariam a fazer parte da Ordem dos cardeais-bispos, ficando hierarquicamente imediatamente a seguir dos demais cardeais-bispos suburbicários.
Os cardeais-bispos embora recebam o título de uma igreja suburbicária de Roma não possuem, desde o pontificado do São João XXIII, quaisquer poderes de administração sobre as mesmas dioceses que possuem um outro bispo residencial. Mantem-se, contudo, a tradição dos Cardeais tomarem posse das Igrejas de que são titulares e de colocarem na fachada da Igreja o respectivo brasão de armas.
Apesar de existirem sete igrejas suburbicárias: Óstia, Albano, Frascati, Palestrina, Porto-Santa Rufina, Sabina-Poggio Mirteto e Velletri-Segni, existem apenas seis cardeais-bispos, já que o Decano do Colégio Cardinalício assume sempre a diocese de Óstia, aquando da sua nomeação, mantendo igualmente a diocese suburbicária de que era titular. Apenas os cardeais-bispos elegem e podem ser eleitos para o cargo de Decano do Colégio Cardinalício, carecendo a eleição de posterior confirmação pontifícia.
O Patriarca de Lisboa e o Patriarca de Veneza apesar de gozarem do raro privilégio de serem elevados ao Colégio Cardinalício no primeiro consistório após tomarem posse dos respectivos patriarcados, são encardinados na Ordem dos Cardeais-Presbíteros.
Os cardeais-bispos são os únicos a quem sempre foi requerida a ordenação episcopal. Aqueles que sendo cardeais não eram bispos, quando elevados a esta ordem, eram imediatamente ordenados. Em 1962 o Papa São João XXIII decretou que todos os prelados elevados ao Colégio Cardinalício devem ser ordenados Bispos, pelo que esta diferença entre a Ordem Episcopal e as demais ordens do Colégio Cardinalício deixou de ser relevante. Ainda assim, o pontífice pode dispensar da ordenação episcopal os escolhidos para cardeais (tal acontece algumas vezes quando o prelado nomeado cardeal é já de provecta idade). Nestes casos, estes cardeais, continuam a não ser elegíveis para a Ordem dos Bispos.
Ao contrário dos cardeais-diáconos que, após dez anos, podem optar por transitar à Ordem dos Cardeais-Presbíteros, a elevação à ordem dos cardeais-bispos é feita exclusivamente por nomeação pontifícia. Atendendo ao restrito número de vagas (apenas seis em qualquer determinado momento) os escolhidos são, em regra geral, membros de alto relevo da Cúria Romana, não correspondendo isso necessariamente a que os dignitários de altos cargos da cúria sejam os escolhidos. A título de exemplo o Cardeal Martínez Somalo, antigo Camerlengo da Santa Igreja Romana, era cardeal-diácono aquando da nomeação para Camerlengo em 1993 e é hoje cardeal-presbítero.
Os cardeais-bispos estão hierarquicamente acima de todos os demais cardeais e dentro da respectiva ordem estão ordenados em função da data de elevação à Ordem dos cardeais-bispos, independentemente da antiguidade no Colégio Cardinalício. O decano e o vice-decano ocupam respectivamente o primeiro e segundo lugar da hierarquia.
Lista[editar | editar código-fonte]
Atualmente os cardeais-bispos das igrejas suburbicárias e outras igrejas de Roma são:
- Cardeal Angelo Sodano, cardeal-bispo de Óstia e Albano, Decano do Colégio Cardinalício e antigo Secretário de Estado da Santa Sé
- Cardeal Roger Etchegaray, cardeal-bispo de Porto-Santa Rufina, Vice-Decano do Colégio Cardinalício e Presidente Emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz;
- Cardeal Giovanni Battista Re, cardeal-bispo de Sabina-Poggio Mirteto, Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos;
- Cardeal Francis Arinze, cardeal-bispo de Velletri-Segni, Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos;
- Cardeal Tarcisio Bertone, cardeal-bispo de Frascati, antigo Secretário de Estado da Santa Sé e Camerlengo da Câmara Apostólica;
- Cardeal José Saraiva Martins, cardeal-bispo de Palestrina, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos.
- Cardeal Pietro Parolin, cardeal-bispo de Santi Simone e Giuda Taddeo a Torre Angela e Secretário de Estado da Santa Sé.
- Cardeal Leonardo Sandri, cardeal-bispo de Santi Biagio e Carlo ai Catinari, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.
- Cardeal Marc Ouellet, cardeal-bispo de Santa Maria em Traspontina, e prefeito da Congregação para os Bispos.
- Cardeal Fernando Filoni, cardeal-bispo de Nostra Signora di Coromoto em San Giovanni di Dio e prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Os quatro Patriarcas de Rito Oriental membros do Colégio Cardinalício e da Ordem dos Bispos são:
- Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, Patriarca Emérito Católico Maronita de Antioquia;
- Cardeal Antonios I Naguib, Patriarca Católico Copta de Alexandria;
- Cardeal Béchara Pierre Raï, Patriarca Católico Maronita de Antioquia
- Cardeal Louis Raphaël I Sako, Patriarca Católico da Babilônia