Carl Peter Thunberg

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Carl Peter Thunberg
Nascimento 11 de novembro de 1743
Jönköping
Morte 8 de agosto de 1828 (84 anos)
Thunaberg, Uppsala
Sepultamento Cemitério Antigo de Uppsala
Nacionalidade Sueco
Cidadania Suécia
Alma mater
Ocupação botânico, explorador, pteridólogo, briólogo, escritor, zoólogo, ornitólogo, médico, professor universitário, lepidopterologia, micologista, filósofo, naturalista
Prêmios
Empregador Universidade de Uppsala
Campo(s) Botânica

Carl Peter Thunberg (Jönköping, 11 de novembro de 1743 — Thunaberg, Uppsala, 8 de agosto de 1828) foi um explorador, naturalista e botânico sueco. É conhecido como o pai da botânica sul-africana e o Lineu japonês.[1]

Prodromus plantarum

Biografia[editar | editar código-fonte]

Thunberg segue os cursos de Lineu na Universidade de Uppsala. Obtém os títulos de doutor em medicina e em história natural em 1767. Em 1770 deixou a Suécia para ir para Paris, onde continuou seus estudos nestas duas disciplinas.

Em 1771, durante uma viagem aos Países Baixos, estudou os jardins botânicos e os museus de Amesterdão e de Leida. Propõe-se ir visitar as colónias holandesas e o Japão, com o fim de recolher especímenes para os jardins botânicos holandeses. Parte em dezembro de 1771 como médico, a bordo de uma embarcação da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais. Chega ao Cabo, onde permanece três anos na colónia holandesa, para aprender a língua. Seu objectivo é poder fazer-se passar por holandês no Japão, país aberto somente aos negociantes protestantes holandeses. Durante sua estadia, realiza várias expedições ao interior da região, encontrando por vezes grandes perigos, com o fim de recolher especímenes de plantas e animais.

Em março de 1775, Thunberg viaja até à ilha de Java e permanece em Batávia durante dois meses. Em agosto de 1775 chega à feitoria da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais situada na minúscula ilha artificial de Dejima (120 m por 75 m) na baía de Nagasaki, conectada a terra por uma terraplanagem. Trabalha aí como cirurgião (1775-1776). Como os holandeses desta feitoria, quase não tinha a possibilidade de ir a terra. Pôde, no entanto, conduzir algumas investigações botânicas. Com o fim de obter mais especímenes, negocia ante seus intérpretes o intercâmbio de conhecimentos da medicina ocidental em troca de novos especímenes vegetais. Em meados de 1776, pôde acompanhar o director da colónia holandesa em uma visita ao xogum em Edo (o antigo nome de Tóquio). Durante esta longa viagem, pôde colectar numerosas plantas.

Thunberg deixa o Japão em novembro de 1776. Depois de uma curta paragem em Java, chega a Colombo, Ceilão (actualmente Sri Lanka), em julho de 1776. Realiza várias viagens à ilha, em particular, para visitar a colónia holandesa de Agalla.

Em fevereiro de 1778, Thunberg deixa Ceilão para ir para Amsterdão. Durante a viagem durante duas semanas no Cabo, chega a Amsterdão em outubro de 1778. Vai em primeiro lugar a Londres onde tem uma entrevista com Sir Joseph Banks. Aprecia a colecção japonesa do naturalista alemão Engelbert Kaempfer (1651-1716) que havia estado, antes dele, em Dejima. Encontra também Johann Reinhold Forster que lhe proporciona visitar as colecções recolhidas após a segunda viagem de James Cook.

De volta à Suécia em março de 1779, inteira-se da morte de Lineu, ocorrida um ano antes. Faz a sua substituição na Universidade de Uppsala, como professor de medicina e de história natural (1781).

O resultado de suas investigações aparecem com o título de Flora Japonica em 1784. Dá a numerosas novas espécies, o epíteto de japonica; a maioria procediam na realidade da China, importadas para o Japão para adornar os jardins do país.

Em 1788, publica o relato da sua viagem, com o título de Voyages de C.P. Thunberg au Japon par le Cap de Bonne-Espérance, les Isles de la Sonde. O relato da sua estadia em Dejima é bastante obscuro.

Completa a sua obra botânica com Prodomus plantarum em 1800, Iconos plantarum japonicarum em 1805 e Flora capensis em 1813. Publica numerosos artigos nas publicações científicas suecas e de outros países. É feito membro honorário de 26 sociedades científicas. Autor prolífico, atribuem-se-lhe 112 obras.

Foi dedicado em sua honra o género tropical Thunbergia (da família das Acanthaceae). Também se lhe dedicaram mais de 250 espécies vegetais e animais.

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Carl Peter Thunberg

Publicações selecionadas[editar | editar código-fonte]

  • Botânica
    • Flora Japonica (1784)
    • Prodromus Plantarum Capensium (Uppsala, 1794).
    • Flora Capensis (1807, 1811, 1813, 1818, 1820, 1823)
    • Voyages de C.P. Thunberg au Japon par le Cap de Bonne-Espérance, les Isles de la Sonde, etc.
    • Icones plantarum japonicarum (1805)
  • Entomologia
    • Donationis Thunbergianae 1785 continuatio I. Museum naturalium Academiae Upsaliensis, pars III, 33-42 pp. (1787).
    • Dissertatio Entomologica Novas Insectorum species sistens, cujus partem quintam. Publico examini subjicit Johannes Olai Noraeus, Uplandus. Upsaliae, pp. 85–106, pl. 5. (1789).
    • D. D. Dissertatio entomologica sistens Insecta Suecica. Exam. Jonas Kullberg. Upsaliae, pp. 99–104 (1794).


  1. «Thunberg, Carl Peter | Encyclopedia.com». www.encyclopedia.com. Consultado em 12 de maio de 2022