Carlos Emanuel III da Sardenha
Carlos Emanuel III | |
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Retrato por Maria Giovanna Clementi, c. 1730 | |
Rei da Sardenha | |
Reinado | 3 de setembro de 1730 a 20 de fevereiro de 1773 |
Antecessor(a) | Vítor Amadeu II |
Sucessor(a) | Vítor Amadeu III |
Dados pessoais | |
Nascimento | 27 de abril de 1701 Turim, Saboia, Sacro Império Romano-Germânico |
Morte | 20 de março de 1773 (71 anos) Turim, Sardenha |
Sepultado em | Basílica de Superga, Turim, Itália |
Esposas | Ana Cristina de Sulzbach Polixena de Hesse-Rotemburgo Isabel Teresa de Lorena |
Descendência | Vítor Amadeu, Duque de Aosta Vítor Amadeu III da Sardenha Leonor de Saboia Maria Luísa de Saboia Maria Felicidade de Saboia Emanuel Felisberto, Duque de Aosta Carlos, Duque de Chablais Carlos, Duque de Aosta Maria Vitória de Saboia Benedito, Duque de Chablais |
Casa | Saboia |
Pai | Vítor Amadeu II da Sardenha |
Mãe | Ana Maria de Orleães |
Religião | Catolicismo |
Carlos Emanuel III (em italiano: Carlo Emanuele III di Savoia, Turim, 27 de abril de 1701 – Turim, 20 de março de 1773) foi o Rei da Sardenha de 1730 até sua morte.[1][2][3] Era o filho mais novo do rei Vítor Amadeu II e sua esposa Ana Maria de Orleães.
Biografia
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Por Maria Giovanna Clementi
Carlos Emanuel era baixo e magro, e na corte era chamado ironicamente de Carlino. Vítor Amadeu II não tinha amor pelo filho, humilhou-o publicamente, forçou-o a abandonar seu passatempo favorito, a caça, e até interferiu em seus assuntos familiares, permitindo que o príncipe dormisse com sua esposa apenas uma vez por semana.[4]
Em 1727, Vítor Amadeu assumiu a educação política do filho, exigiu sua presença em reuniões com ministros e, então, realizou um exame, forçando-o a explicar cada decisão que tomava. Finalmente, em 3 de setembro de 1730, Vítor Amadeu abdicou do trono em favor de Carlos Emanuel. No entanto, um ano depois, insatisfeito com a forma como seu filho estava conduzindo o reino, ele decidiu retomar a coroa. Carlos Emanuel, então, ordenou a prisão de seu pai e o exilou no Castelo de Rivoli, onde ele morreu em 1732.[5]
Durante a Guerra da Sucessão da Polônia (1733–1738), Carlos Emanuel aliou-se à França, conquistou o Ducado de Milão, derrotou as forças imperiais em Guastalla e adquiriu Novara.[5]
Durante a Guerra da Sucessão Austríaca, ele lutou no lado austríaco contra as forças aliadas da França e da Espanha, recebendo apoio financeiro e naval da Grã-Bretanha e da República dos Países Baixos. Em 1747, ele obteve uma vitória esmagadora sobre os franceses na Batalha de Assietta, e seus territórios foram salvos quando o principal campo de batalha se mudou para o norte, nos Países Baixos. Com o Tratado de Aquisgrão, ele recuperou Saboia e Nice, bem como Vigevano, dos franceses.[5]
Carlos Emanuel recusou-se a participar da Guerra dos Sete Anos, porque no final da sua vida decidiu concentrar-se na reforma do seu reino desgastado pela guerra.[5] Defendeu os direitos do Estado contra a Igreja e buscou promover o progresso econômico e social.[nota 1] Promulgou um novo código em 1771, permitindo que os camponeses comprassem terras da nobreza, mas sob pressão da elite ele cancelou sua própria iniciativa.
Carlos Emanuel morreu em Turim em 1773. Foi sepultado na Basílica de Superga.[6]
Família
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- Casou por procuração em 16 de fevereiro de 1722 e em pessoa em Vercelli em 15 de março de 1722 com Ana Cristina Luísa de Sulzbach, filha de Teodoro de Wittelsbach-Deux-Ponts, Conde palatino de Sulzbach; tiveram um filho:
- Vítor Amadeu (7 de março de 1723 - 11 de agosto de 1725), Duque de Aosta.
- Casou depois em Thonon-les-Bains em 23 de julho de 1724 com Polixena de Hesse-Rotemburgo (21 de setembro de 1706-13 de janeiro de 1735 Turim), condessa de Hesse-Rheinfels-Rotenburg, da dinastia de Hesse; era filha de Ernesto Leopoldo, conde de Hesse-Rheinfels-Rotenburg; tiveram seis filhos:
- Vítor Amadeu III (26 de junho de 1726 - 16 de outubro de 1796), rei da Sardenha de 1773 a 1796.
- Leonor (28 de fevereiro de 1728 - 15 de agosto de 1781)
- Maria Luísa (25 de março de 1729 - 22 de junho de 1767), freira.
- Maria Felicidade (19 de março de 1730 - 13 de maio de 1801)
- Emanuel Felisberto (17 de maio de 1731 - 23 de abril de 1735), Duque de Aosta.
- Carlos (23 de julho de 1733 - 29 de dezembro de 1733), Duque de Chablais.
- Casou em Turim em 1 de abril de 1737 com Isabel Teresa de Lorena, filha de Leopoldo I, Duque de Lorena, e de Isabel Carlota de Orleães, filha do duque de Orleães e de Madame Palatine. Era irmã do imperador Francisco I. Herdeiro jacobita legítimo. Tiveram três filhos:
- Carlos (1 de dezembro de 1738 - 25 de março de 1745), Duque de Aosta.
- Maria Vitória (22 de junho de 1740 - 14 de julho de 1742)
- Benedito (21 de junho de 1741 - 4 de janeiro de 1808); Duque de Chablais em 1796, Marquês de Ivrea em 1796. Casou em Turim em 19 de março de 1775 com sua sobrinha Maria Ana, princesa de Saboia, filha de seu irmão Vítor Amadeu II da Sardenha.
Ancestrais
[editar | editar código-fonte]Ancestrais de Carlos Emanuel III da Sardenha[7] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Notas e referências
Notas
- ↑ Fez novas convenções com Benedito XIV (Papa de 1740 a 1759), que antes apoiara o Marquês de Ormea, e sempre lhe manifestara amizade. Por duas convenções em 1741, o rei recebeu o vicariato apostólico pelos feudos papais, mediante pagamento de uma renda, e nas questões dos benefícios eclesiásticos, as rendas dos benefícios vagos e sua administração. Apesar de sua amizade, o comissário papal tinha posição difícil em suas relações com o presidente do senado, Caissotti. Finalmente em 6 de janeiro de 1742, o Papa deu instruções aos bispos, nas quais ficou sendo dever dos bispos estrangeiros indicar vigários para as partes de suas dioceses no território do Piemonte, diminuindo a jurisdição eclesiástica, e a propriedade da Igreja em terras que fora obtida após 1620 ficou sujeita aos impostos civis ordinários. Em 1750, o Papa desistiu de numerosas rendas que obtinha no Piemonte em troca de pequena indenização. Carlos Emanuel III permaneceu em excelentes relações com Roma, apesar de dificuldades ocasionais. Merlini foi de novo recebido em Turim como núncio e o rei, cuja inclinação era piedosa, buscou promover os interesses da religião, promover a disciplina cristã e apoiar os direitos da Igreja em outras terras.
Referências
- ↑ Casanova, Giacomo Chevalier de Seingalt (1997). History of My Life (em inglês). 7. Baltimore: JHU Press. p. 336
- ↑ Atkinson, C. T. (2018). A History of Germany 1715-1815 (em inglês). Abingdon-on-Thames: Routledge. p. 539
- ↑ Black, Jeremy (2014). The Power of Knowledge: How Information and Technology Made the Modern World (em inglês). New Haven: Yale University Press. p. 220
- ↑ Symcox, Geoffrey. (1983). Victor Amadeus II: Absolutism in the Savoyard State, 1675-1730. [S.l.]: University of California Press. p. 74, 228—232. ISBN 978-0520049741
- ↑ a b c d «Charles Emmanuel III» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 27 de fevereiro de 2015. Cópia arquivada em 27 de fevereiro de 2015
- ↑ Huberty, Michel; Giraud, Alain; Magdelaine, F. and B. (1985). L'Allemagne Dynastique, Tome IV – Wittelsbach. France: Laballery. p. 82, 141, 166, 202, 273, 310–311. ISBN 2-901138-04-7
- ↑ Frederic Guillaume Birnstiel, ed. (1768). Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans (em francês). Bourdeaux: [s.n.] p. 24
Carlos Emanuel III da Sardenha Casa de Saboia 27 de abril de 1701 – 20 de março de 1773 | ||
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