Carlota Cristina de Brunsvique-Volfembutel

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carlota Cristina
Grã-Duquesa da Rússia
Duquesa de Brunsvique-Volfembutel
Carlota Cristina de Brunsvique-Volfembutel
Nascimento 28 de agosto de 1694
  Volfembutel, Brunsvique-Volfembutel, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 2 de novembro de 1715 (21 anos)
  São Petersburgo, Rússia
Sepultado em Catedral de Pedro e Paulo, São Petersburgo, Rússia
Nome completo Carlota Cristina Sofia
Marido Aleixo Petrovich, Czarevich da Rússia
Descendência Natália Alexeievna da Rússia
Pedro II da Rússia
Casa Guelfo (por nascimento)
Romanov (por casamento)
Pai Luís Rudolfo, Duque de Brunsvique-Luneburgo
Mãe Cristina Luísa de Oettingen-Oettingen
Religião Luteranismo

Carlota Cristina Sofia de Brunsvique-Volfembutel (Volfembutel, 28 de agosto de 1694 - São Petersburgo, 2 de novembro de 1715) foi a esposa do czarevich Alexei Petrovich da Rússia.

Família[editar | editar código-fonte]

Carlota Cristina foi a terceira filha do duque Luís Rudolfo de Brunswick-Wolfenbüttel e da princesa Cristina Luísa de Oettingen-Oettingen. Entre as suas irmãs estava a duquesa Isabel Cristina de Brunswick-Wolfenbüttel, mãe da imperatriz Maria Teresa da Áustria, o que a tornava tia-avó da rainha Maria Antonieta de França. Os seus avós paternos eram o duque António Ulrich de Brunsvique-Luneburgo e a princesa Isabel Juliana de Schleswig-Holstein-Sønderburg-Nordborg. Os seus avós maternos eram o príncipe Alberto Ernesto I de Oettingen-Oettingen e a duquesa Cristina Frederica de Württemberg.[1]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Retrato de Carlota Cristina no Museu Hermitage

Carlota foi educada na corte do rei Augusto II da Polónia já que a esposa deste, a princesa Cristiana de Brandenburg-Bayreuth, era sua parente distante e sua madrinha. Teve uma boa educação considerando a época. Em finais de 1709, o czar Pedro I da Rússia enviou o seu filho Alexei a Dresden para que este terminasse os seus estudos e foi aí que Carlota o conheceu. O czar Pedro achou que a jovem duquesa era um bom partido para o seu filho porque a sua irmã mais velha estava casada com o sacro-imperador romano-germânico Carlos VI e os russos procuravam obter o apoio da Áustria para o conflito que planeavam contra os turcos.

Casamento e vida na Rússia[editar | editar código-fonte]

No dia 25 de outubro de 1711, Carlota casou-se com o czarevich Alexei, filho mais velho e herdeiro do czar Pedro I da Rússia e da sua primeira esposa, Eudoxia Lopukhina, em Torgau. Permaneceu luterana, mas os seus filhos foram criados como ortodoxos. O casamento foi o primeiro a romper com uma velha tradição russa segundo a qual os membros da família imperial escolhiam os seus consortes entre as várias famílias nobres russas. Assim, Carlota foi a primeira princesa estrangeira a ser recebida pela família imperial russa desde Zoe Palaiologina. Em 1712, a duquesa recebeu o título de princesa-herdeira da Rússia, o mesmo ano em que chegou à Rússia.

Carlota Cristina.

O czar Pedro I gostava da sua nora, mas Carlota vivia isolada do czar, na sua própria corte que era frequentado maioritariamente por estrangeiros. No inicio o casamento foi feliz, mas o abuso de álcool por parte de Alexei fez com que o casal se começasse a afastar. Pouco depois o czarevich começou abertamente a ter um caso amoroso com Yefrosinya Fedorov ainda durante a vida da sua esposa e que duraria até depois da sua morte. Carlota refugiava-se junto da sua filha Natália e acabou por morrer poucos dias depois do nascimento do seu filho Pedro, futuro czar da Rússia. Nenhum dos seus dois filhos teve descendência.

Lenda[editar | editar código-fonte]

Carlota por autor desconhecido.

Cerca de cinquenta anos depois da morte de Carlota apareceu uma lenda que dizia que a duquesa não tinha morrido em 1715 e uma boneca de madeira tinha sido colocada no seu caixão. Segundo a mesma, Carlota terá fugido da Rússia, casando-se depois com um oficial francês chamado d'Auban com quem se mudou posteriormente para Paris. Depois o casal ter-se-à mudado para a ilha de Bourbon onde d'Auban morreu e Carlota regressou à Europa, passando o resto da vida entre Paris e Bruxelas com uma pensão oferecida pela sua sobrinha, Maria Teresa da Áustria. O escritor Heinrich Zschokke transformou esta lenda num romance intitulado "Die Prinzessin von Wolfenbüttel". Charlotte Birch-Pfeiffer escreveu um libreto sobre a mesma e o duque Ernesto de Saxe-Coburgo escreveu uma ópera intitulada "Santa Chiara".

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Carlota Cristina de Brunsvique-Volfembutel

Referências

  1. Jirí Louda and Michael MacLagan, Lines of Succession: Heraldry of the Royal Families of Europe, 2nd edition (London, U.K.: Little, Brown and Company, 1999), table 81.