Cartoongrafia
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A técnica artística-visual da Cartoongrafia foi criada pelo artista plástico, pesquisador e caricaturista Camilo Riani a partir de um inusitado diálogo entre múltiplos experimentos realizados ao longo de sua premiada carreira.
O termo é resultado da fusão entre as palavras ‘cartoon’ e ‘biografia’ e a técnica é inspirada em estratégias visuais experimentadas por diferentes artistas, escolas e gerações. Desse modo, a nova linguagem poética-visual permite a observação da obra em três diferentes distâncias:
- Curta, quando é possível observar com nitidez apenas a série de micro cartoons, palavras, ícones e cenas que remetam à história do retratado;
- Média, quando se nota uma alteração dos grupos de imagens, indicando uma composição diferente daquela observada inicialmente;
- Longa, quando se visualiza com clareza o rosto ou partes da pessoa retratada em uma espécie de 'biografia cartoonizada'.
A técnica artística está baseada na aproximação espacial de pequenas intervenções gráficas realizadas manualmente pelo artista com canetas especiais (preferencialmente pretas), de modo que as áreas preenchidas componham outra imagem completa, no estilo conhecido como ‘alto contraste’. O artista também desenvolveu estudos com elementos gráficos coloridos, vetorizados digitalmente, em uma das possíveis variações da técnica da Cartoongrafia.
As primeiras obras realizadas por Camilo Riani nessa técnica fazem referência a figuras como Leonardo Da Vinci e os músicos Nando Reis, Rita Lee, Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald.
Entre as formas possíveis de se compor a imagem, Camilo Riani desenvolveu também a Cartoongrafia colaborativa[1][2] (ou coletiva), que permite a participação de toda e qualquer pessoa, de qualquer idade, classe social e repertório na colocação dos ‘micros elementos’, em ações realizadas em eventos culturais e sociais. Tais grafismos devem ser colocados em áreas definidas pelo próprio artista, que concebe e delimita previamente o conjunto de ‘manchas’ a serem ocupadas, a partir de estudos e técnicas específicas de estilização gráfica. Deste modo, o contato ampliado do público possibilita uma maior aderência às linguagens artísticas, elevando distintas possibilidades de fruição, elemento fundamental para a vivência artística e cultural coletiva.
A participação na realização de uma obra de arte ao vivo possibilita experiência cultural única, marcada pela clara presença de ‘afectos’ e ‘perceptos’, conforme apontado por pensadores como os franceses Deleuze e Guattari. Desse modo, o fazer artístico amplia as possibilidades do próprio pensamento, acionando conexões incomuns em outras atividades, aspecto fundamental para a ampliação do universo cultural.
Em 2018 o criador da técnica estabeleceu parceria com a agência Neurônio Adicional de comunicação, sediado em Piracicaba (SP), possibilitando a multiplicação da produção das Cartoongrafias entre distintos grupos, entidades e instituições. Em 2019 foi inaugurado o projeto colaborativo MuroArte,[3][4] que contou com a participação de 600 pessoas com idades entre 1 e 90 anos, que registraram suas mãos no muro da Escola Estadual Dr. Prudente em Piracicaba.
Camilo Riani
[editar | editar código-fonte]Artista plástico, caricaturista, pesquisador e ilustrador, Camilo Riani é autor da arte-tese Caricatas: arte-rosto-humor-experiência, premiada com o Troféu HQ-MIX/2017 (Serginho Groisman, Jal & Gual, ACB, SESC).
Criador da inédita técnica da Cartoongrafia, na qual cartuns e micro desenhos compõem a biografia imagética do retratado, dedica-se às pesquisas resultantes de seu Pós-Doutorado concluído na Unesp-Rio Claro, bem como à criação no campo das artes plásticas e humor gráfico junto à agência de comunicação Neurônio Adicional,[5][6][7][8][9][10] com obras pautadas pela interlocução entre distintas linguagens, estilos e técnicas que caracterizam sua extensa produção artística.
Referências
- ↑ «Prof. Camilo Riani e Nita Freire celebram homenagem Pela Fiocruz». Unimep. 14 de novembro de 2019. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «Professor Camilo Riani inaugura obra coletiva 'gigante' em escola de Piracicaba». Unimep. 22 de novembro de 2019. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ Bitencourt, Rafael. «Pintura colaborativa de escola pública reuniu a participação de 600 pessoas entre 1 e 90 anos». Portal Piracicaba Agora. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ Ferezin, Adriana (11 de outubro de 2019). «A nova pintura do muro da Escola 'Dr. Prudente'». Gazeta de Piracicaba. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «Alunos da Escola Estadual Dr. Prudente gravam suas mãos em pintura realizada no muro da instituição». Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «De mão em mão, muro de escola em Piracicaba se transforma e vira mural de arte». Governo do Estado de São Paulo. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «Com mãos e tinta, alunos de Piracicaba transformam muro de escola estadual em arte». G1 Piracicaba e Região. 19 de setembro de 2019. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «Muro da Escola Estadual Dr. Prudente ganhará nova pintura com participação dos alunos». A Província. 28 de agosto de 2019. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ «Estudantes de escola pública começam vivência artística com a pintura de muro da instituição em Piracicaba». O Regional. Consultado em 4 de fevereiro de 2020
- ↑ Nazatto, Katia (29 de agosto de 2019). «Alunos da Escola Estadual Dr. Prudente, em Piracicaba, gravam suas mãos em pintura realizada no muro da instituição». Buskaki News. Consultado em 4 de fevereiro de 2020