Carva

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Portugal Carva 
  Freguesia portuguesa extinta  
Gentílico carvaense
Localização
Carva está localizado em: Portugal Continental
Carva
Localização de Carva em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Carva
Coordenadas 41° 24' 47" N 7° 33' 31" O
Município primitivo Murça
Município (s) atual (is) Murça
Freguesia (s) atual (is) Carva e Vilares
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 15,23 km²
População total (2011) 269 hab.
Densidade 17,7 hab./km²
Outras informações
Orago São Sebastião (Carva) e Santo António (Cortinhas)

Carva foi uma freguesia portuguesa do concelho de Murça, com 15,23 km² de área[1] e 269 habitantes (2011[2]). Densidade: 17,7 hab/km².

Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013,[3] sendo o seu território integrado na freguesia de Carva e Vilares.

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Carva fica situada no extremo ocidental do concelho de Murça, no limite com os vizinhos municípios de Vila Pouca de Aguiar e de Alijó. Insere-se na chamada Terra Fria, entre as serras de Escarão e da Barrela.

Estamos em presença de um território que teve nítida ocupação pré-histórica. O povoado fortificado de Souto de Escarão, de datação indeterminada, erguia-se no topo de um proeminente maciço granítico, a mais de mil metros de altura. O recinto, de pequenas dimensões, era defendido por uma muralha de configuração sub-circular. À superfície do solo, detetaram-se alguns fragmentos de cerâmica manual lisa, percutores e moinhos. Do local, era visível uma parte do vale do rio Pinhão e da região envolvente.

História[editar | editar código-fonte]

Os pergaminhos históricos de Carva são relevantes. Recebeu foral de D. Sancho II em 1224, embora tenha sido autenticada apenas no reinado seguinte (D. Afonso III, 1268). Já então existia aqui uma municipalização rudimentar, isto se o objetivo não era desenvolver uma terra então muito despovoada. Tiveram papel importante na atribuição do foral os Sousãos. Foi Vasco Mendes, o governador da terra de Jales, o primeiro confirmante do documento. Em 31 de dezembro de 1853, S. Sebastião de Carva saiu do concelho de Alfarela de Jales, por extinção do mesmo, e transitou para o de Murça.

Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, Carva estava integrada no termo da vila de Alfarela de Jales. Em termos de património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de Carva, ou Igreja de Santa Bárbara e S. Sebastião. É um modesto templo em pedra, de fachada em empena, coroada por uma cruz e dois pináculos. A torre sineira está do lado direito da fachada, mas a alguns metros de distância. Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, «a igreja tinha orado de São Sebastião e três altares, o de São Sebastião, o de Nossa Senhora da Anunciação e outro do Senhor Jesus.»

Atividades económicas[editar | editar código-fonte]

As principais atividades económicas são a agricultura, a pecuária, a exploração florestal, a indústria de artefactos de cimento e comércio e serviços. Os seus habitantes dedicam-se principalmente ao cultivo de centeio e batata, à criação de gado bovino e caprino, e à apicultura.

Festividades[editar | editar código-fonte]

Celebra-se o dia de N.ª Sra. de Fátima no domingo mais próximo a 13 de maio. Também se comemora o Santo António em 13 de junho. A festa dos padroeiros da Carva, S.ª Bárbara e S. Sebastião, caem no 1º Domingo de Agosto e de Setembro, respetivamente.

A Capela de Santa Bárbara, a Capela de Nossa Senhora das Dores, a Capela de Nossa Senhora da Guia, a Capela de S. Bento e a Capela de Santo António são outros dois templos da freguesia com algum interesse histórico e arquitetónico. Relevante é também a Fonte de Mergulho da Poça.

Adossada a um muro de alvenaria de xisto, é uma fonte constituída por caixa de água de planta retangular. A fachada principal é em alvenaria de xisto, sendo rasgada por vão em arco de volta perfeita. Um tanque retangular ocupa todo o interior. Terá sido construída no século XIX. No âmbito da conservação e restauro das fontes de mergulho do concelho, foi restaurada no último ano do século XX. É um testemunho importante da forma como este tipo de estruturas estava presente no dia a dia das populações rurais, não só nesta como nas outras freguesias da região. A chamada Fonte Velha tem a mesma função. É uma fonte de mergulho, com caixa de água de planta retangular, com face frontal terminada em empena reta e rasgada por arco de volta perfeita. Data também do século XIX.

Património cultural construído[editar | editar código-fonte]

Maio 2023
Maio 2023
  • Castro de Escarão
  • Igreja Matriz
  • Capelas de Santa Bárbara, de N.ª S.ª das Dores, de S. Bento, de Santo Antão, de N.ª S.ª da Guia e de Santo António (Cortinhas)
  • Espigueiro (Cortinhas)
  • Relógio de Sol (Cortinhas)
  • Cruzeiros e Cesteiras
  • Fonte Velha (Cortinhas)
  • Fontes do Enchido, da Poça e da Cane
  • Coreto

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima é muito frio no inverno e muito quente no verão.

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
456 387 413 397 400 409 450 546 583 624 481 389 287 256 269

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Cortinhas[editar | editar código-fonte]

As Cortinhas são um pequeno aglomerado, uma povoação que quadruplica o número de habitantes na 1.ª semana de Agosto, altura da festa que honra a sua padroeira. A sua população dedica-se maioritariamente à agricultura de centeio e batata. Também produz castanha e dedica-se, em paralelo, à criação de gado bovino e caprino. Como património arquitetónico destaca-se o seu espigueiro e o relógio de sol. Tem uma capela cujo orago é Santo António.

Ligações Exteriores[editar | editar código-fonte]

Notas e Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1
  2. INE (2012) – "Censos 2011 (Dados Definitivos)", "Quadros de apuramento por freguesia" (tabelas anexas ao documento).
  3. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I. Acedido a 19/07/2013.
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes