Carvalhal (Grândola)

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Portugal Portugal Carvalhal 
  Freguesia  
Ruínas de Tróia
Ruínas de Tróia
Ruínas de Tróia
Símbolos
Brasão de armas de Carvalhal
Brasão de armas
Localização
Carvalhal está localizado em: Portugal Continental
Carvalhal
Localização de Carvalhal em Portugal
Coordenadas 38° 18' 30" N 8° 45' 07" O
Região Alentejo
Sub-região Alentejo Litoral
Distrito Setúbal
Município Grândola
Código 150505
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 82,0 km²
População total (2021) 1 518 hab.
Densidade 18,5 hab./km²
Código postal 7570-779 Carvalhal
Outras informações
Orago São Romão

Carvalhal é uma freguesia portuguesa do município de Grândola, com 82,0 km² de área[1] e 1518 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 18,5 hab./km².

A freguesia foi criada em 1988 pela Lei n.º 29/88, de 1 de fevereiro, com lugares desanexados da freguesia de Melides.

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Carvalhal[3]
AnoPop.±%
1991 1 032—    
2001 1 600+55.0%
2011 1 630+1.9%
2021 1 518−6.9%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 180 181 1038 201
2011 154 132 1103 241
2021 114 111 1032 261

Vida económica[editar | editar código-fonte]

As principais atividades económicas desta freguesia são a agricultura, silvicultura, serralharia, carpintaria e serração, panificação, construção civil, comércio, serviços e turismo.

História[editar | editar código-fonte]

A ocupação mais antiga da zona do Carvalhal remonta ao Mesolítico, época da qual existem diversas estações no curso do rio Sado.

As terras da margem esquerda do Sado, incluindo o Carvalhal, pertenceram à Casa do Infantado, que foi constituída em 1645. Em 1836, na sequência das Revoluções Liberais, a Casa do Infantado é extinta e os seus bens são vendidos em hasta pública.

Na Carta Agrícola elaborada em 1890 o Carvalhal surge designado apenas como sítio. A urbanização e fixação de populações no que é hoje o Carvalhal, iniciou-se na década de 1960 quando a Herdade da Comporta foi adquirida pela família Espírito Santo.

O Carvalhal pertenceu ao concelho de Santiago do Cacém até 1895 quando passou para a freguesia de Melides. Em 1987 foi criada a freguesia do Carvalhal.[5]

A principal riqueza histórica da freguesia do Carvalhal é, sem dúvida, as ruínas romanas de Troia.

O início da presença romana na Península Ibérica remonta a 218 a.C.. Com a vitória, em 206 a.C., dos romanos sobre os cartagineses, Roma ficou, definitivamente, dona e senhora da Península Ibérica. No entanto foi só em 138 a.C. e 137 a.C.. que ocorreram as primeiras investidas romanas no actual território português.

A península de Troia é uma faixa de areia localizada na margem esquerda do estuário do rio Sado. A origem do nome Troia é, ainda hoje, desconhecida.

Durante a ocupação romana Troia era uma ilha do delta do Sado, denominada Alcalá.

O complexo industrial de Troia deverá ter iniciado a sua laboração na época da dinastia dos Júlios-Cláudios, tendo o seu abandono ocorrido cerca do século VI d.C.

Em Troia existem vestígios da actividade industrial, de que são bem visíveis os vários núcleos de fábricas, que eram formadas por tanques, cetárias, de várias dimensões, tinham cobertura e abastecimento de água doce e caldeiras em toda a área de laboração.

Da vida urbana são visíveis as ruínas do conjunto de habitações da Rua da Princesa e as termas. As termas são o único edifício público, até hoje, identificado.

Dos edifícios de carácter religioso existentes em Troia destaca-se a basílica paleocristã, de quatro naves, com forma irregular. Nas partes conservadas das paredes são visíveis pinturas a fresco, que nalgumas zonas, imitam mármores. Os temas das pinturas são os florões e geométricos, numa gama de inspiração que não parece anterior ao século VI, como refere Carlos Alberto Ferreira de Almeida.

Num período mais tardio a basílica recebeu uma espécie de ábside quadrangular, por forma a adaptar-se ao serviço religioso da época.

Troia possui uma necrópole que acompanha, em termos evolutivos, o longo período de ocupação do local. Num primeiro momento a prática utilizada é a incineração, comum a todos os povos indo-europeus, que está representada pela sepultura de Galla, do século I d.C.

No século II d.C. começou a impôr-se a prática de inumação, em consequência da influência crescente das religiões oriundas da Pérsia e do Mediterrâneo Oriental, o culto Mitraico e o Cristianismo.

Próprio deste tipo de práticas funerárias é o mausoléu, construído numa época em que o complexo industrial de Troia estava já em regressão. O mausoléu de planta rectangular e paredes reforçadas por contrafortes, tem o pavimento completamente preenchido por sepulturas de inumação e nichos nas paredes, onde poderiam ter sido depositadas urnas.

O carácter religioso do local manteve-se até à actualidade, através da capela de Nossa Senhora de Troia.

Existem referências às ruínas romanas de Troia desde o século XVI, 1516, quando Gaspar Barreiros refere as salgadeiras em que se curava o peixe. João Baptista Lavanha refere também o local em 1622, referindo os tanques de salga, mas também ruínas de edifícios.

Foi no século XVIII que, por iniciativa da futura D. Maria I, tiveram lugar as primeiras escavações arqueológicas, dando-se a conhecer as casas da chamada Rua da Princesa.

Seguiu-se um período de interregno, até 1850, quando a Sociedade Arqueológica Lusitana promove novas escavações.

Património[editar | editar código-fonte]

Outros Locais: Chafariz, praias do Pego, Carvalhal, Comporta, SolTroia e Troia

Festas e Romarias[editar | editar código-fonte]

  • Festa de São Romão (9 de agosto)
  • Marchas populares (Sto. António)
  • Animação de Verão
  • Festa de Nª. Sra. de Troia (agosto)
  • FesTroia (Festival de Cinema Internacional)

Gastronomia[editar | editar código-fonte]

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Cabanas em colmo, pintura de vitrais e cerâmica, rendas e bordados e quadros em escamas de peixe

Colectividades[editar | editar código-fonte]

Feiras[editar | editar código-fonte]

Mensal (1.ª sexta-feira)

Fauna[editar | editar código-fonte]

Na Comporta ao longo do arrozal existem: Galinha-d'água, Cegonha branca, Garça-real, Sapo parteiro, Tritão.

Eleições para a Assembleia de Freguesia[editar | editar código-fonte]

  • 2001
  • PS- 399 (5 mandatos)
  • PCP-PEV- 357 (5 mandatos)
  • PPD/PSD- 30 (0 mandatos)
  • Nulos- 4
  • Brancos- 4
  • 2005
  • PCP-PEV- 395- (5 mandatos)
  • PS - 316 (4 mandatos)
  • PPD/PSD - 22 (0 mandatos)
  • Nulos- 7
  • Brancos- 22
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Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  5. «Lei nº 29/88» (PDF). Diário da República. Consultado em 6 de Março de 2014 
  6. «Ruínas romanas de Troia». IGESPAR. Consultado em 6 de Março de 2014 
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