Caso Nahir Galarza

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Caso Nahir Galarza

Nahir Galarza sendo entrevistada na prisão (2019)
Local do crime Gualeguaychú, Entre Rios,  Argentina
Data 29 de dezembro de 2017
Tipo de crime homicídio com agravante
Arma(s) pistola 9mm
Vítimas Fernando Pastorizzo
Situação ré condenada à prisão perpétua

O Caso Nahir Galarza refere-se ao processo judicial no qual Nahir Mariana Galarza (11 de setembro de 1998) foi acusada do assassinato de Fernando Pastorizzo, ocorrido em 29 de dezembro de 2017, na cidade de Gualeguaychú, província de Entre Rios, Argentina.[1][2]

O caso teve muita repercussão tanto nos meios nacionais argentinos como nos internacionais.[3][4][5]

Galarza foi condenada em primeira instância a prisão perpétua por homicídio, agravado pela circunstância de Nahir estar em uma união estável. É a mulher mais jovem a ser condenada à prisão perpétua na Argentina.

A acusada[editar | editar código-fonte]

Nahir Galarza nasceu em 11 de setembro de 1998, filha de Yamina Kroh e de Marcelo Galarza, que trabalhava como oficial da polícia provincial. Na época do crime, Nahir cursava o primeiro ano de Direito na Universidad de Concepción del Uruguay.[6]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Nahir Galarza e seu namorado Fernando Gabriel Pastorizzo, nascido em 3 de janeiro de 1997, residiam em Gualeguaychú, a 25 km da fronteira com o Uruguai, que tem uma população de ao redor de 100 000 habitantes.[7] Seu relacionamento com Pastorizzo começou por volta de 2012. A natureza dessa relação foi um dos temas debatidos na causa, pois a defesa sustentava que os dois somente tinham encontros ocasionas para ter relações sexuais. A acusação, por outro lado, afirmava que eles constituíam um casal, embora não vivessem juntos, e esta última foi a tese aceita pela justiça. Durante o período anterior à sentença, circularam pelas redes sociais fotografias de uma viagem do casal ao Brasil, o que confirmaria a tese de união estável.[8]

O crime[editar | editar código-fonte]

Fernando Pastorizzo foi assassinado na madrugada de 26 de dezembro de 2017 ao receber dois disparos de arma de fogo. O corpo foi encontrado no chão, ao lado de sua motocicleta, sem exibir sinais de que se tratava de um roubo. Pouco antes de ser assassinado, estava levando Nahir na garupa. A garota depois voltou umas 20 quadras a pé até sua casa.

Depois que o cadáver de Pastorizzo foi encontrado pela manhã, Nahir publicou em suas redes sociais uma foto dela e Fernando com o texto: "5 anos juntos, lutando, indo e vindo, mas sempre com o mesmo amor. Te amo para sempre, meu anjo".

Na manhã do dia seguinte, reconheceu a autoria do crime a seus pais primeiro e ante as autoridades depois. Disse que tinha disparado com a arma de seu pai, uma pistola 9 mm, que tinha levado consigo, e que depois a restituiu ao lugar onde a tinha pegado sem que seu pai percebesse nada, e que primeiro disparou em Fernando nas costas e depois no peito.[9][10][11]

Sentença[editar | editar código-fonte]

Galarza é até o momento a mulher mais jovem (no momento da sentença) a ser condenada à prisão perpétua na Argentina (tinha 19 anos, 7 meses e 21 dias), embora não seja a mais jovem no momento do crime pelo qual receberia a sentença. Com efeito, em 2016, também na província de Entre Rios, Paula Araceli Benítez recebeu a mesma condenação pelo homicídio de sua mãe, cometido quando tinha 18 anos em abril de 2015, mas no momento de receber a sentença, era apenas um pouco mais velha que Nahir (tinha 19 anos, 8 meses, e 1 dia).[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. TN (24 de julho de 2018). «Caso Nahir Galarza: una foto y un buzo, entre los fundamentos que la condenaron a cadena perpetua». Argentina. Consultado em 30 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022 
  2. La Nación (30 de dezembro de 2017). «Asesinaron a balazos a un joven de 20 años en Gualeguaychú: su ex novia confesó el crimen». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022 
  3. 24 horas (13 de janeiro de 2018). «Los escalofriantes detalles que reveló Nahir Galarza del asesinato de su novio». Consultado em 14 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022 
  4. Univision (1 de janeiro de 2018). «"Te amo para siempre": el mensaje de una joven a su novio después de matarlo a tiros». Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  5. The Sun (3 de janeiro de 2018). «Argentine teen 'gunned down her boyfriend' before publishing gushing Instagram post declaring her undying love for him» (em inglés). Reino Unido. Consultado em 14 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022 
  6. Todo Noticias (8 de janeiro de 2018). «Nahir Galarza: la familia busca limpiar su imagen con un álbum de fotos». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  7. «Dirección General de Estadística y Censo. Provincia de Entre Ríos según área de gobierno local. Población por sexo. Año 2010». Consultado em 26 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 18 de março de 2014 
  8. Infobae (8 de janeiro de 2018). «Caso Nahir Galarza: un año de chats y una foto en Brasil pueden ser claves para resolver el crimen de Gualeguaychú». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022 
  9. Diario Perfil (30 de dezembro de 2017). «Crimen en Gualeguaychú: joven de 19 años ejecutó de dos disparos a su exnovio». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 2 de janeiro de 2018 
  10. lanueva (13 de janeiro de 2018). «Informaron nuevos datos sobre cómo confesó Nahir Galarza que había matado a su novio». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  11. Infobae (13 de janeiro de 2018). «Nuevos detalles de la confesión de Nahir Galarza: contó cómo preparó el arma para matar a Fernando Pastorizzo». Argentina. Consultado em 14 de janeiro de 2018 
  12. Clarín (5 de julho de 2018). «La historia de la chica entrerriana que había sido condenada a perpetua antes que Nahir Galarza». Argentina. Consultado em 8 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 13 de janeiro de 2022