Caso Vitória Gabrielly

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Caso Vitória Gabrielly
Local do crime Araçariguama, SP
Data 8 de junho de 2018
Tipo de crime homicidio doloso
Arma(s) asfixia mecânica traumática por estrangulamento[1]
Vítimas Vitória Gabrielly Guimarães Vaz[2]
Réu(s) Bruno Oliveira
Mayara Abrantes[3]
Julio Cesar Lima Ergesse[4]
Situação réus presos[3]

O Caso Vitória Gabrielly refere-se ao assassinato de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, que desapareceu em 2018, quando tinha 12 anos, após sair de casa para andar de patins em Araçariguama, São Paulo.

O corpo foi encontrado oito dias depois em um matagal. Vitória Gabrielly foi morta por asfixia mecânica traumática por estrangulamento. A garota tinha 'lesões de defesa e marcas de contenção'; laudo fala em 'morte cruel'. Vitória foi morta por engano em cobrança de dívida de drogas.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vitória Gabrielly era uma menina de 12 anos que morava em Araçariguama, interior de São Paulo. Era filha de Rosana Magalhães e Beto Vaz.[6]

Crime[editar | editar código-fonte]

No dia 8 de junho de 2018 Vitória saiu de casa para andar de patins e uma câmera chegou a registrá-la perto de um ginásio de esportes na cidade onde morava.[7][8]

Quando ela não voltou para casa, seus pais procuraram a polícia e registraram um boletim de ocorrência (B.O.) no dia seguinte. "Ao chegar em casa no fim da tarde, a mãe não encontrou a garota. Ao procurar na casa da tia, onde ela tem costume de ir, a mãe soube que não estava lá", diz o B.O.[9]

Seus restos mortais foram encontrados oito (08) dias após seu desaparecimento, no dia 16 de junho, às margens de uma estrada de terra, num área de mata no bairro Caxambu, em Araçariguama. Um laudo posteriormente revelou que ela havia morrido de forma "cruel" por asfixia mecânica traumática por estrangulamento. O corpo da menina foi encontrado com os pés e as mãos atados e amarrado a uma árvore. A garota tinha "lesões de defesa e marcas de contenção".[10][11][12]

Investigações e prisões[editar | editar código-fonte]

As investigações começaram em Araçariguama após o registro de seu desaparecimento. Houve uma grande mobilização local, tendo a prefeitura adesivado 30 carros com uma imagem da menina. Uma equipe da Guarda Civil de Itupeva e um cão farejador procuraram por toda cidade e uma equipe especializada chegou a vasculhar a Represa de Itupararanga.[9][8]

No dia 13,[quando?] a polícia chegou a três suspeitos – depois acusados – após conseguir a quebra sigilo telefônico de pessoas ligadas à menina. Um homem chegou a dizer que havia visto a vítima na cidade de Mairinque, onde a polìcia chegou a fazer buscas.[9][8]

A resolução do caso viria após uma denúncia feita pelo 190, o que levou os policiais ao bairro Caxambu, onde o corpo foi encontrado.[10]

Três pessoas foram indiciadas pelo crime, o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse e o casal Bruno Oliveira (ele também pedreiro) e Mayara Abrantes.[13]

Motivação[editar | editar código-fonte]

"Bruno e Mayara foram contratados por um traficante de drogas da região para 'dar um susto' na filha de um morador da cidade que possuía uma dívida de R$7 mil, mas acabaram sequestrando Vitória por engano e optaram por matá-la após a confirmação do engano", reportou o portal do jornal Metro.[14]

Julgamentos e penas[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2019, Júlio Cesar Ergesse foi condenado a 34 anos de prisão – três anos pelo sequestro, 18 anos por homicídio, um ano e seis meses por ocultação de cadáver – com os agravantes de motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.[15] Ele cumpre pena na Penitenciária de Tremembé.

Em novembro de 2021, Bruno foi condenado a 36 anos e 3 meses e Mayara, a 36 anos de prisão. Ambos responderam por homicídio, sequestro e ocultação de cadáver com qualificadoras. Em dezembro de 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou um recurso da defesa para reduzir a pena do casal.[12]

Ergesse chegou a enviar uma carta ao pai de Vitória contestando o rumo que o caso tomou, alegando que foi condenado pelo que "os outros dois réus fizeram". O pai da menina entregou a carta à delegada Bruna Racca Madureira e disse que não havia visto "uma palavra solidária, nem um boa noite ou pêsames" apenas uma versão de Ergesse se "importando apenas com ele mesmo". "Nem sei porque mandou", completou Beto Vaz.[16]

Legado[editar | editar código-fonte]

No dia 8 de março de 2022 (Dia Internacional da Mulher), a Delegacia de Araçariguama criou uma sala que leva o nome de Vitória. O espaço destina-se ao atendimento e acolhimento de mulheres, crianças e idosos vítimas de violência doméstica. Além disso, dois times de Araçariguama fizeram um jogo usando uma faixa com o rosto de Vitória e os dizeres "a princesa dos patins cor de rosa" no ginásio da cidade, perto do último local em que a menina foi vista com vida. O artista plástico Jack Ray Domingues também criou três quadros que foram fixados num muro da cidade.[17][18]

Em junho de 2023, cinco anos após sua morte, seu pai falou sobre Vitória: "Muitas pessoas lembram do que aconteceu, postam algo nas redes sociais e me marcam. E eu, naturalmente, me apego muito nessas lembranças e no amor das pessoas por ela. Escrevo algum texto, publico alguma foto dela. É uma saudade diária".[19]

Referências

  1. «Caso Vitória: Laudo do IML confirma que menina tentou se defender antes de 'morte violenta'». G1. 26 de junho de 2018. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  2. «Tudo Sobre: Vitória Gabrielly Guimarães Vaz». Estadão. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  3. a b «Casal é condenado a 36 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly: 'Castigo para a família é perpétuo', diz juiz». G1. 9 de novembro de 2021. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  4. «Caso Vitória Gabrielly: condenado contesta investigação em carta ao pai da menina». Isto é. 26 de junho de 2020. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  5. «'Só a menina e Deus sabem quem realmente matou', diz mãe de réu pela morte de Vitória Gabrielly antes de júri». G1. 8 de novembro de 2021. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  6. «Julgamento do caso Vitória Gabrielly tem Bruno negando e Mayara em silêncio». www.saoroquenoticias.com.br. 9 de novembro de 2021. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  7. «Câmera flagra menina que saiu de casa para andar de patins antes de sumir; vídeo». G1. 11 de junho de 2018. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  8. a b c «Caso Vitória: Polícia faz buscas em Mairinque por menina desaparecida após ouvir testemunha». G1. 14 de junho de 2018. Consultado em 28 de junho de 2023 
  9. a b c «Família registra ocorrência após sumiço de menina que saiu para andar de patins em Araçariguama». G1. 10 de junho de 2018. Consultado em 28 de junho de 2023 
  10. a b «Caso Vitória: Corpo de menina é encontrado ao lado de patins 8 dias após desaparecimento». G1. 16 de junho de 2018. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  11. «Pedreiro e esposa presos pela morte de Vitória Gabrielly vão a júri sem público». G1. 8 de novembro de 2021. Consultado em 28 de junho de 2023 
  12. a b «Casal é condenado a 36 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly: 'Castigo para a família é perpétuo', diz juiz». G1. 9 de novembro de 2021. Consultado em 28 de junho de 2023 
  13. «Caso Vitória: MP denuncia três pessoas por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver». G1. 16 de julho de 2018. Consultado em 28 de junho de 2023 
  14. «Delegacia de Araçariguama tem espaço em homenagem a Vitória Gabrielly, morta aos 12 anos». Metro World News Brasil. 27 de maio de 2022. Consultado em 28 de junho de 2023 
  15. R7.com (21 de outubro de 2019). «Acusado de matar a menina Vitória é condenado a 34 anos de prisão». R7.com. Consultado em 28 de junho de 2023 
  16. «Pedreiro condenado pela morte de Vitória Gabrielly manda carta ao pai da criança: 'Outros fizeram'». G1. 25 de junho de 2020. Consultado em 28 de junho de 2023 
  17. «Caso Vitória: seis meses após o crime, moradores fazem homenagens à adolescente». G1. 22 de dezembro de 2018. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  18. «Delegacia de Araçariguama tem espaço em homenagem a Vitória Gabrielly, morta aos 12 anos». metro. 26 de maio de 2022. Consultado em 18 de setembro de 2022 
  19. «Pai fala sobre morte de Vitória Gabrielly cinco anos após crime: 'Saudade diária'». G1. 16 de junho de 2023. Consultado em 28 de junho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]