Castelo Velho do Roxo

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Castelo Velho do Roxo
Tipo Povoado fortificado
Construção Idade do Ferro, Roma antiga
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 37° 55' 45.4" N 8° 06' 29.0" O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

O Castelo Velho do Roxo é um sítio arqueológico na freguesia de Ervidel, no Município de Aljustrel, na região do Baixo Alentejo, em Portugal. Consiste num povoado fortificado, que foi habitado durante a Idade do Ferro e a época romana.

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

O sítio arqueológico situa-se junto à Estrada Nacional 2, a cerca de 250 m a montante da ponte sobre a Ribeira do Roxo,[1] e nas imediações de uma torre de alta tensão.[2] Implanta-se num esporão de cume aplanado, na margem direita da ribeira,[1] no local onde conflui o Barranco das Pardelhas.[2] Este local permite boas condições naturais de defesa,[1] formando uma península, cujo acesso por terra é feito pelo lado oriental, num corredor estreito entre os dois cursos de água,[2] cujas margens formam declives muito acentuados.[3] Corresponde a um povoado fortificado de grandes dimensões,[1] ocupando uma área de cerca de dois hectares,[3] tendo sido descobertos os vestígios de muralhas, construídas na parte superior das ladeiras,[3] e que são principalmente visíveis no lado nascente.[2] A parte visível das muralhas tem cerca de um metro de altura, sendo constituídas por um aparelho em lajes de xisto, que foram instaladas parcialmente com argamassa em barro, e com pequenas cunhas para garantir uma maior estabilidade.[3] Tanto no canto Noroeste, onde se situa a confluência dos dois cursos de água, como no Sudeste, onde a península se estreita, regista-se a presença de montículos, que poderiam ter sido bastiões ou outras estruturas defensivas.[3] No extremo Sudeste também é vísível um possível fosso, separando desta forma a península das colinas que se encontram anexas.[3] O caminho de acesso ao castelo formaria uma rampa de percurso serpenteante, que se iniciava nas margens da Ribeira do Roxo, configuração muito semelhante à encontrada no Castro Celta do Capote, no concelho de Badajoz.[3] Desta forma, o Castelo Velho do Roxo reúne vários atributos típicos dos povoados da segunda Idade do Ferro, situados na moderna região do Alentejo.[3] O castelo estaria situado nas imediações de um vau na Ribeira do Roxo, sensivelmente no mesmo local onde foi depois construída a ponte para a Estrada Nacional 2, e que provavelmente faria parte de um caminho que unia vários povoados na região, desde Garvão até ao Outeiro do Circo, passando pelo Cerro da Mangancha e pelo Herdade do Pomar.[3] Este último poderia estar relacionado com o sítio arqueológico do Castelo Velho do Roxo, devido à sua proximidade.[3]

Também foram descobertos outros materiais de construção em xisto e em cerâmica.[1] O espólio inclui igualmente mós manuais e peças de utilização doméstica em cerâmica,[1] uma forma de fundição, uma corrente metálica, e pesos de tear.[2] De acordo com o investigador João Rodrigues Lobato, também foram encontradas duas pedras de moinho, sendo uma mó dormente, e a outra a movente, sendo uma das peças formada por uma rocha em aglomerado de sílex e areia, num estilo pouco comum na região, podendo ter sido um fabrico próprio, dentro de uma modalidade com origem na Serra da Arrábida.[2] Os materiais em cerâmica incluem rebordos de vasos com detalhes artísticos, partes de asas, e diversos fundos, além de fragmentos de ânforas e peças de cerâmica branca.[2] O antigo povoado também poderá ter contado com uma área sepulcral própria, tendo sido encontradas várias pedras neste local que teriam feito parte dos esteios das sepulturas.[2]

De acordo com os materiais encontrados no local, esta povoação foi habitada primeiro durante a Idade do Ferro, e depois durante o domínio romano.[1] Este castro surge no Boletim Geral de Agricultura em 1892, com o nome de Cerro do Castelo Velho.[2] Foi visitado por várias figuras eminentes da arqueologia nacional, como Abel Viana, Freire de Andrade, Manuel Maria Maia e Maria Pereira Maia.[2] Em 1999 foi alvo de trabalhos arqueológicos de relocalização e identificação, por parte do Instituto Português de Arqueologia.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • LOBATO, João Rodrigues (2005) [1983]. Aljustrel Monografia. Aljustrel: Câmara Municipal de Aljustrel 

Referências

  1. a b c d e f g h «Castelo Velho do Roxo». Portal do Arqueólogo. Direcção Geral do Património Cultural. Consultado em 5 de Novembro de 2022 
  2. a b c d e f g h i j LOBATO, 1983:37-39
  3. a b c d e f g h i j PARREIRA, Rui; BERROCAL, Luís Rangel (1990). «O povoado da II Idade do Ferro da Herdade do Pomar: (Ervidel, Aljustrel)» (PDF). Conímbriga (29). Universidade de Coimbra. p. 50-51. Consultado em 5 de Novembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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