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Castelo de Mértola

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Castelo de Mértola
Castelo de Mértola, Portugal: vista panorâmica.
Informações gerais
Estilo dominanteRomânico e Gótico
Construção930-1031
PromotorMouros
Websitehttps://www.museudemertola.pt/nucleos-exposicao/castelo-de-mertola/
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional [♦]
DGPC70160
SIPA1045
Geografia
PaísPortugal
LocalizaçãoMértola
Coordenadas37° 38′ 17″ N, 7° 39′ 52″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
[♦] ^ DL 38147, de 5 de Janeiro de 1951
Castelo de Mértola: Portugal: estátua equestre de ibne Cassi; ao fundo, a Torre de Menagem

O Castelo de Mértola localiza-se na freguesia, vila e município de Mértola, distrito de Beja, no Alentejo, em Portugal.[1] O complexo do castelo corresponde a dois elementos distintos: a cintura de muralhas em redor do centro histórico medieval, e a alcáçova, situada no interior deste recinto.[2]

Foi construído durante o período de domínio muçulmano da Península Ibérica,[2] sucedendo às antigas defesas romanas da cidade.[3] Mértola foi reconquistada pelas forças cristãs em 1238,[4] e posteriormente foi reconstruído o castelo, embora reutilizando as estruturas militares islâmicas.[3] Em 1951, o castelo foi classificado como Monumento Nacional.[5]

História

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Antecedentes

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Durante a Idade do Ferro, a povoação de Mértola era protegida por um cintura de muralhas com cerca de 2 Km de comprimento, encerrando uma área de 65 Ha, que era uma das mais extensas deste período na Península Ibérica.[6] Estas muralhas eram formadas com recurso a blocos e lajes de xisto da região, e tinham uma largura variável entre os 4 e 5 metros, sendo pontuadas por torres semi-circulares com 5 a 6 metros de largura.[6] Foram construídas entre o século VI e II a.C..[6]

Durante os finais da época romana, o local onde se implanta a alcáçova estava ocupado por edifícios religiosos, assentes numa plataforma artificial sustentada por um criptopórtico.[2] Esta estrutura foi depois reaproveitada quando foi construída a alcáçova.[2] A cidade romana era defendida por uma cintura de muralhas.[3] Segundo o arqueólogo Estácio da Veiga, apesar de até então não terem sido encontrados vestígios das estruturas militares da época romana, seria certo que uma cidade tão importante como Myrtilis estaria fortemente defendida, como era usual nessa época.[7] Além disso, este local era muito significativo do ponto de vista estratégico, uma vez que se situava perto do ponto a partir do qual o Rio Guadiana deixava de ser navegável.[8] Esta situação era muito semelhante à da vila de Odemira, situada na costa ocidental alentejana, que foi igualmente fundada no local em que um importante curso de água deixava de ser navegável, naquele caso o Rio Mira.[9]

No século V verificou-se a queda da civilização romana, e a consequente ocupação da Lusitânia por vários povos vindos das regiões setentrionais da Europa, como os suevos e os visigodos.[10] A antiga cidade romana de Mértola também foi atingida por este processo, embora ainda tenha mantido alguma da sua importância, como referido por Enrique Flórez na sua obra España Sagrada, baseado na Crónica dos Suevos do bispo Idácio, e transcrita por Estácio da Veiga: «Censorius comes, qui Legatus missus fuerat ad Suevos, residens Mirtyli, obsessus à Rechila in pace se tradit.[10] Este trecho de Flórez indica que em 440 a cidade romana foi cercada e tomada pelos Suevos, a cujo rei Réquila foi enviado como embaixador o Conde Censório.[10][11]

Período islâmico

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A povoação de Mértola foi conquistada pelas forças muçulmanas em 713, como parte de uma campanha militar liderada por Muça ibne Noçáir, durante a qual também foram tomadas Medina Sidónia e Sevilha.[12]

O castelo terá sido construído durante o período islâmico, embora reutilizando materiais da época romana.[2] Chegou a ser uma das mais importantes cidades fortificadas na região do Gharb al-Andalus,[3] devido à existência de ricos depósitos mineiros na região em redor, como a da futura mina de São Domingos, e à navegabilidade do Rio Guadiana, que permitiu o estabelecimento de fortes ligações comerciais com as civilizações do Mar Mediterrâneo.[13] Além da alcáçova em si, Mértola também era protegida por muralhas, mantendo sensivelmente a mesma configuração da cidade romana que a precedeu.[3] A maior parte das estruturas militares terão sido edificadas durante o domínio do Califado Omíada, entre 930 e 1031, mas a cortina no lado setentrional só terá sido construída nos finais do século XII, já durante o período do Califado Almóada, quando se começaram a aproximar as forças cristãs, durante a reconquista.[3] Também no século XII foi construído um bairro perto da alcáçova, sobre antigas estruturas romanas.[2] Esta maior concentração dos habitantes na área intramuros, em detrimento dos núcleos no exterior, terá sido por motivos de defesa, tendo-se verificado numa época já de reconquista.[13]

As referências a esta nova estrutura defensiva surgem no final do século IX, sendo certo que entre 930 e 1031, o castelo foi consolidado, tornando-se um dos mais sólidos da região. Com a queda do Califado de Córdova (1031), Mértola tornou-se um reino independente — a Taifa de Mértola —, rapidamente retomado por Almutâmide, da Taifa de Sevilha. Um século mais tarde, entre 1144 e 1151, tornou-se novamente independente (2.ª Taifa de Mértola), sendo provável terem sido erguidas nova obras defensivas durante o governo de ibne Cassi (1144–1151). É certo que, em 1171, já sob o domínio do Califado Almóada, a fortificação foi ampliada com uma torre e, em 1184, com o torreão integrante do portão de entrada.[14]

Reconquista

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Segundo Alexandre Herculano, Mértola foi reconquistada em 1238, como parte de uma campanha militar ao longo do Rio Guadiana, durante a qual foram igualmente tomados os castelos de Alfajar de Pena e Aiamonte.[15] Herculano refere que «Estes castellos, o primeiro dos quaes era assás antigo e celebre, dominavam vastos tractos de terra, que lhes foram dados por termos. Assim, o districto de Mertola, limitado ao noroeste e ao norte pelos rios Cobres e Terges, ia entestar pelo nascente e sueste com os de Serpa, Alfajar e Ayamonte».[15] Como parte deste processo, foi abandonado o bairro muçulmano junto à alcáçova, que foi convertido num cemitério cristão.[2] No entanto, a obra Arquivo Histórico de Portugal, publicada em 1890, refere que segundo alguns autores, Mértola só foi reconquistada em 1242, por D. Paio Peres Correia.[16]

O castelo voltou a ser construído após a reconquista, embora aproveitando grande parte das estruturas islâmicas já existentes.[3] Com efeito, tanto Alexandre Herculano como Estácio da Veiga notaram a presença de vários aparelhos construtivos sobrepostos nas muralhas, como referido por Estácio da Veiga em 1880: «Notou o grande historiador e abalisado critico Alexandre Herculano uma triplice construcção no castello de Mertola, deixando assim presumir que aquelle recinto fortificado não era todo originariamente arabe, mas parcialmente anterior. É possivel, se bem que mui difficil seja, confirmar-se este presupposto. Ha, com effeito, alguns lanços de muralha, em que o apparelho externo revela uma regularidade exemplar, mas só até certa altura um tanto limitada, e ahi não ha ver uma pedra com indício de ter sido utilisada em diversa construcção. N'outros logares, logo a pouca altura dos entulhos, que em rampa mais ou menos abrupta vão de encontro ás muralhas, começam a manifestar-se no revestimento externo varias pedras, incluindo bellos marmores, que bem significam haver pertencido a nobres edificios. Quasi toda a cortina adherente ao baluarte fronteiro á ermida da Senhora das Neves é abundante d'esta mescla, incluindo espaçosas pedras rectangulares de granito, que necessariamente vieram de grande distancia e não para construcção de muralhas. Ha também nas cortinas e nos baluartes uma derradeira sobreposição, de apparelho irregular, occupando espaços de alturas variaveis e em parte misturada de marmores e pedras de apurado trabalho, que parece obra muito posterior, e que por isso é de crer que pertença á classe dos reparos exigidos por destruições parciaes. Não ousarei dizer, nem mesmo insinuar, que um castrum romano foi alli aproveitado e ampliado pelos arabes, do mesmo modo que se póde afoitamente affirmar, que quasi todas as muralhas dão indicios e até provas incontestaveis de reedificações posteriores, certamente portuguezas, como em seu logar mostrarei.».[17]

O rei D. Sancho II doou a vila de Mértola à Ordem de Santiago, que teve um papel decisivo na sua conquista.[16] Nesta época ainda tinha uma grande importância estratégica devido à sua localização fronteiriça, uma vez que tanto o Algarve como a Andaluzia ainda eram controlados pelos muçulmano.[16] Assim, a vila tornou-se a sede da ordem em Portugal, que foi posteriormente transferida para Alcácer do Sal e Palmela.[16] Segundo o Arquivo Histórico, alguns historiadores referiram que o primeiro foral de Mértola só foi concedido por D. Dinis (1279-1325).[16] Em 1292 foi concluída a torre de menagem, cuja construção foi ordenada por D. João Fernandes, Mestre da Ordem de Santiago,[18] data assinalada por uma placa na própria estrutura.[19]

Segundo o historiador José Osório de Oliveira, o castelo foi reconstruído durante o reinado de D. Dinis (1279–1325), como parte de um programa de reforço das defesas nacionais.[20] Com efeito, Mértola situava-se numa região sensível, nas imediações da fronteira com Espanha ao longo do Rio Guadiana, tendo o monarca conseguido acrescentar ao país uma vasta faixa de território em forma de triângulo, com os seus vértices em Mourão, Noudar e Pomarão.[20]

Em 1903, o investigador Pedro Augusto de Azevedo transcreveu na revista O Arqueólogo Português uma carta de 1373, na qual o rei D. Fernando ordenou que fosse paga à Ordem de Santiago a quantia correspondente às despesas em obras de reparação, fortalecimento e melhoramento do castelo de Mértola.[21]

Sob o reinado de D. Manuel I (1495–1521), a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). A vila recebeu o Foral Novo do soberano em 1512, quando a sua defesa foi objeto de novos melhoramentos.[1]

Gravura da vila e do castelo de Mértola, na obra Livro das Fortalezas, do século XVI.
Gravura de Mértola, publicada por George Landmann em 1815. No centro são visíveis as ruínas da alcáçova e das muralhas.

Do século XVI ao XIX: abandono e decadência

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Pedro Augusto de Azevedo também encontrou documentos indicando que em 12 de Abril de 1535 a fortaleza de Mértola foi entregue ao seu alcaide-mor, Diogo Nunes. No correspondente auto de entrega é feita uma descrição do castelo, incluindo a torre de menagem:[22]

E esta no dito castello mais hua torre da menagem que tem a serventia pello muro e tem logo ha entrada hu portal de pedraria pera hua abobada onde esta uma chemjne e do dito Recebymento se faz hua escada dallvenaria que vay pera todo cyma da torre honde estão arnesses e elmos muyto velhos e gastados e huas camaras de bombardas todo muyto danefycado e do tenpo velho e hu pedaço de telhado que cobria ha metade da torre.

Após o final do domínio islâmico, Mértola perdeu grande parte da sua importância.[13] Por exemplo, mesmo no século XVI, o último antes da vila entrar num profundo processo de declínio, a povoação estaria quase totalmente circunscrita à área intra-muros, em forte contraste com o seu período de apogeu, durante o qual existiam grandes núcleos urbanos fora das muralhas.[13]

Entretanto, no século XVII o cemitério junto à alcáçova passou a ser menos utilizado, levando à sua reutilização parcial como área de hortas.[2] A partir do século XVIII iniciou-se um processo de expansão para fora da área amuralhada, gerando novas áreas urbanas.[13] No entanto, Mértola passou por uma fase de desenvolvimento menos acentuada do que noutros pontos do país, devido ao seu afastamento em relação às rotas comerciais e aos grandes centros urbanos; além disso, este crescimento deu-se quase sempre relativamente fora do centro histórico, pelo que não foi necessário sacrificar as muralhas para a instalação de novas vias.[13] Ainda assim, verificaram-se algumas demolições pontuais das antigas estruturas militares, como sucedeu com uma torre que foi eliminada para ali ser construído o mercado municipal.[13]

Na década de 1870 o arqueólogo Estácio da Veiga esteve a fazer pesquisas em Mértola, tendo investigado as muralhas e a alcáçova, incluindo a cisterna no seu interior.[23]

Na sua obra Memória das antiguidades de Mértola: Observadas em 1877, Estácio da Veiga descreveu as investigações que fez nas muralhas e na alcáçova de Mértola:[24]

Inspeccionei interna e externamente as fortificações que se denominam arabes, mas que julgo representarem emmaranhada mescla de quantos povos dominaram anterior e posteriormente aquella terra, e em toda a parte, com raras excepções, achei no grosso e no revestimento das muralhas, da torre e dos baluartes do castello numerosos fustes de columnas de marmore, bases, capiteis, fragmentos de cornijas, de frisos, de entablamentos e de bons monumentos destruidos [...] Notando que no interior do castello estavam á vista uns restos de muro de antiquissima construcção e que dispersos na terra e nos entulhos havia fragmentos de louças romanas e arabes, mandei fazer um corte junto á servidão que da igreja matriz segue para a porta do cemitério publico, a 10 metros de distancia d'esta porta e a 4 metros do flanco esquerdo da dita servidão, atacando a rampa que vae de encosto á muralha, e chegando á profundidade de 2m,63 descobri um pavimento de fino mosaico de variegado matiz, do genero opus vermiculatus, com bellissimo lageado e tendo no centro a figura de uma tartaruga, symbolo de uma das drachmas gregas, ou de um cágado; mas como não podia destinar mais tempo a este reconhecimento local, limitei-me a extrahir uns fragmentos d'este pavimento destruído e a reunir os dos vidros e louças que encontrei no decurso da excavação, agora catalogados entre os monumentos de Mertola, mandados depositar pelo governo na academia real de bellas artes de Lisboa. Tive pois de abandonar este importante descobrimento, de prescindir da exploração do corredor subterrâneo, a que chamam boca do inferno, de deixar entulhada a porta falsa do castello e o seguimento do seu caminho, de renunciar á idéa de desentulhar as rampas, em que ha muitos edificios sepultados e de fazer outras investigações nas avenidas do castello, como tudo convinha ao exame geral dos diversos typos d'aquellas antiguidades.

Durante os seus trabalhos arqueológicos no castelo, Estácio da Veiga encontrou um vasto e diverso conjunto de vestígios. As peças do período romano incluíam mosaicos, fragmentos de mármores, partes de vasos, pratos, alguidares e outros contentores em cerâmica e vidro, telhas, pregos de ferro, e conchas de moluscos.[25] Da época visigótica encontrou uma «tessera monogrammatica de argilla, de forma circular, com duas faces planas e parallelas, tendo numa gravada um signal, que parece o monogramma de Christo, composto com as lettras X, P, T, enlaçadas», e um «fragmento de lapida de marmore granular branco, com signaes de duas cavidades, abertas á broca, e de linhas, entre as quaes em muitos monumentos christãos do quinto ao setimo seculo, como se observam em alguns da collecção de Mertola, se acham gravadas as inscripções. Parece ter pertencido a um d'esses monumentos, e foi descoberto na excavação junto ao mosaico do castello com a tessera antecedente».[26]

Sobre a era islâmica, Estácio da Veiga refere a existência de um «inscripção árabe incompleta, de caracteres cuficos, lavrada em relevo n'uma peça angular de cornija ou de faxa ornamental de marmore granular branco, extrahida em 1877 de sobre a porta da torre, que no castello de Mertola mandou fazer D. João Fernandes em 1292, onde foi collocada como material de construcção, visivelmente pertencente a um edifício arabe destruido. [...] Monumento epigraphico funerário mahometano, com inscripção lavrada em relevo n'uma lamina de marmore granolamellar cinzento. Extrahido do lado de leste da torre de Mertola, onde fôra collocado em 1292 com as lettras atravessadas como material de construcção.», além de fragmentos de vasos de argila.[27] Registou igualmente que em 1800 tinham sido oferecidas à Real Academia da História várias «moedas de prata de dois módulos quadrados, com legendas em ambos os lados, similhantes ás de Almodovar», e que apresentavam inscrições em louvor de Alá.[28]

Também descreveu uma «Inscripção gravada n'uma lamina de calcareo, existente sobre a porta da torre do castello, onde serve de documento comprovativo da era em que foi construida aquella torre e que por isso não deve ser d'alli retirada».[29]

Século XX

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O Castelo de Mértola foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 32973, de 18 de Agosto de 1943,[30] tendo ascendido à categoria de Monumento Nacional pelo Decreto n.º 38147, de 5 de Janeiro de 1951.[5] Também no século XX, parte do antigo espaço do cemitério começou a ser usado como campo de futebol.[2] Apesar do processo de classificação, grande parte do recinto em redor da alcáçova ainda se encontrava em más condições, sendo nos inícios da década de 1980 considerado apenas um arrabalde abandonado.[31]

Em razão da implantação de um projeto de revitalização, Mértola na atualidade é considerada uma vila-museu com diferentes áreas de intervenção e investigação, organizadas em três núcleos, em exposição na Torre de menagem do castelo: o Núcleo Romano, o Núcleo Visigótico, que inclui uma basílica cristã, e o Núcleo Islâmico, onde se pode ver uma das melhores coleções portuguesas de arte islâmica (cerâmica, numismática e joalharia).

Em 1966, o castelo de Mértola foi visitado por uma excursão da Asociacion Española de Amigos de los Castillos, durante uma viagem daquela organização a Portugal.[32] Em 1974 foram feitas obras de reparação dos lanços de muralha junto ao cemitério novo.[33] Em 1978 voltaram a ser feitos trabalhos de restauro nas muralhas, por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.[33] Também em 1978 iniciou-se uma campanha arqueológica na área do castelo que durou até 1980, coordenada por Cláudio Figueiredo Torres e José Luís Martins de Matos.[33] As escavações centraram-se principalmente numa grande galeria e da casa do coveiro, tendo sido descobertos importantes vestígios de estruturas e vários cadáveres.[33] Nas décadas de 1980 e 1990, o Campo Arqueológico de Mértola também escavou a área da encosta do castelo.[34]

Castelo e alcáçova de Mértola, visto a partir da Ermida de Nossa Senhora das Neves. no lado direito está o cemitério, com um lanço de muralha e a igreja matriz no lado esquerdo. No centro é visível a alcáçova, com a torre de menagem.

Século XXI

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Em Agosto de 2002, a autarquia de Mértola estava a preparar um programa de requalificação para o castelo e a alcáçova, integrado no no Plano de Requalificação e Valorização do Castelo de Mértola, que fazia parte do Programa de Valorização Territorial Castelos do Alentejo, com apoio financeiro por parte do Ministério do Planeamento.[35] Esta intervenção foi adjudicada ao arquitecto José Manuel Pedreirinho, e tinha como finalidade melhorar a aparência e as condições de visita ao monumento, que então era procurado por vários milhares de pessoas por ano.[35] As obras iriam incidir tanto no interior como no exterior do castelo, com o melhoramento do caminho de acesso e da encosta, onde iriam ser instalados jardins, e a organização de um circuito de visita.[35] No interior, estava prevista a criação de uma sala de exposições na Torre da Entrada, intervenções na Torre Carocha e na cisterna, a instalação de uma cobertura na entrada da Torre de Menagem, além de obras gerais de consolidação e de arranjo paisagístico.[35] Na alcáçova, iria ser igualmente criado um circuito de visita, com passadiços metálicos ao longo dos terrenos, e um centro de interpretação.[35] Além das obras, o programa também previa a realização de eventos e outras iniciativas para a promoção cultural e turística do castelo, e a publicação de materiais informativos.[35] Em 2008, durante trabalhos de canalização na Rua Alves Redol foram encontrados os alicerces de um antigo torreão do castelo, além de vestígios de edifícios e fragmentos de cerâmica romanos.[36]

Em Março de 2014 foi inaugurado um núcleo museológico na Torre de Menagem do castelo.[37] Entre Julho e Agosto desse ano, foram retomados os trabalhos arqueológicos na alcáçova do castelo, por parte da autarquia e do Campo Arqueológico de Mértola, que tinham como finalidade «dar seguimento às intervenções dos anos anteriores, de forma a permitir um maior conhecimento do bairro islâmico da alcáçova, mais concretamente dos seus eixos viários», tendo sido pela primeira vez aplicadas «novas metodologias de recolha e acondicionamento de materiais metálicos, que permitam estabelecer relações comparativas, em termos de conservação, com objectos exumados em anos anteriores».[38] Em 2015 foi inaugurado um novo espaço museológico no castelo, consistindo na recriação de uma casa típica do século XII.[39]

Nos princípios de 2019, o governo propôs a transferência da gestão de vários castelos, incluindo o de Mértola, para a gestão das câmaras municipais, medida que foi muito criticada, devido aos elevados valores necessários para a manutenção destes monumentos.[40] O presidente da Câmara Municipal de Mértola, Jorge Rosa, afirmou que iria recusar a proposta do governo, alegando que tinha sido feita «sem nenhuma intervenção suportada pelo Governo e sem nenhuma verba prevista para esse efeito».[40] Segundo o edil, o governo pretendia que as obras passassem a ser custeadas pelas receitas dos bilhetes, mas este valor é muito inferior ao necessário para a manutenção do castelo: «O museu tem cerca de 30 a 35 mil visitantes que pagam um bilhete de dois euros ou dois euros e meio por visita», totalizando cerca de sessenta mil euros por ano, enquanto que as obras do monumento são orçadas em vários milhões de euros.[40] Também em 2019 foram retomados os trabalhos arqueológicos na encosta do castelo, durante os quais alargou-se a área escavada, e continuou-se o estudo de um baptistério datado da antiguidade tardia.[41]

Em 2022 o Campo Arqueológico de Mértola e a Câmara Municipal de Mértola fizeram escavações na encosta do castelo, junto à entrada do cemitério, e que tinham como propósito continuar os trabalhos dos anos anteriores, de forma a aprofundar os conhecimentos sobre a aquela área.[34] Em 2023, foram concluídas as obras de restauro no lanço setentrional da muralha do castelo, coordenadas pela autarquia de Mértola, e que envolveram um investimento de mais de 230 mil Euros.[42] Esta intervenção incluiu a remoção das plantas e dos materiais degradados, a consolidação e preenchimento dos elementos em alvenaria, e a reconstrução do cunhal no primeiro torreão.[43] Em 2025 o Campo Arqueológico voltou a fazer escavações na área da encosta do castelo, que tinham como finalidade «revelar os níveis de enterramento da necrópole medieval e moderna, os níveis habitacionais de época islâmica, mais precisamente o Hamam, e por fim os níveis da antiguidade tardia correspondentes ao Batistério 2», tendo sido igualmente realizados «trabalhos de conservação e restauro no painel de mosaicos da zona porticada».[44]

Além da sua função patrimonial, o castelo também é utilizado como local para eventos, sendo por exemplo sido ali organizados regularmente concertos durante o Festival Islâmico de Mértola.[45][46] Conta igualmente com uma galeria para a realização de exposições de arte, tendo recebido por exemplo em 2014 o certame No extremo do al-Ândalus. Mértola e o Guadiana, organizada pelo Campo Arqueológico e pela autarquia de Mértola,[47] e em 2020 A Porta do Mar, de Guilherme Parente.[48]

Vista do castelo de Mértola a partir do Norte. No lado esquerdo situa-se a Igreja Matriz, convertida a partir de uma antiga mesquita, e no centro está a antiga alcáçova, com a torre de menagem no lado direito. Na parte de baixo são visíveis torres e muralhas do castelo.

Características

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Localização e composição

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O complexo do castelo situa-se no ponto mais elevado da vila de Mértola,[2] num local que oferecia boas condições naturais de defesa, entre a Ribeira de Oeiras e o Rio Guadiana.[3] Com efeito, segundo Estácio da Veiga, «o castello de Mertola occupa o plan'alto de um elevado monte sobranceiro á margem direita do rio Guadiana e á esquerda da Ribeira de Oeiras n'uma cota de nivel de 71 metros. Em todos os tempos seria a sua privilegiada posição reconhecida como muito apta para defender uma população de qualquer ataque intentado pelo rio, ou por via de terra: pois os montes, que o excedem em altura, nenhum damno poderiam causar ao recinto fortificado, sabendo-se quaes eram as maquinas de guerra d'aquelles tempos.»[17] A sua posição permitia não só controlar o tráfego fluvial como o terrestre, mais especificamente a estrada para Beja.[13]

Durante o período islâmico, Mértola estava dividida em quatro áreas, correspondendo à cidade muralhada, a alcáçova, a necrópole e os arrabaldes.[3] O espaço no interior das muralhas corresponde ao centro histórico, com uma organização viária provavelmente ainda muito semelhante à da vila medieval.[13]

Durante a época islâmica, poderá ter existido igualmente uma torre no local onde se ergue a Ermida de Nossa Senhora das Neves.[49]

Interior da alcáçova em 2021, vendo-se no centro a cisterna.

Alcáçova

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Um dos seus principais elementos é a alcáçova, localizada no extremo setentrional do antigo polígono de muralhas em redor da vila.[2] Na alcáçova encontram-se alguns elementos muçulmanos que foram aproveitados quando o castelo foi reedificado após a reconquista, como os vestígios de um arco em ferradura na porta principal, e um torreão que ainda apresenta uma planta de forma semicircular, bastante comum durante a época do Califado Almóada.[3] Este torreão serve para proteger a entrada da alcáçova,[14] cujo acesso se faz através de um corredor em forma de cotovelo, outro possível vestígio islâmico.[50]

No interior da alcáçova encontra-se uma cisterna, muito provavelmente também de origem muçulmana,[50] e que segundo Estácio da Veiga era o «unico reservatório de agua de que ha noticia dentro do circulo fortificado e de que certamente não poderiam prescindir os defensores da cidade, ainda mesmo aproveitando, como é de suppor, a agua do rio».[23]

Estácio da Veiga descreveu desta forma a cisterna:[51]

A cisterna é construída num espaço subterrâneo da profundidade de 4m,20, tendo 9m, 75 de comprimento e 4m,50 de largura. O seu plano rectangular é formado por paredes verticaes, revestidas de consistente argamassa, em que comtudo não se verifica a existência do cimento romano. Não tem os ângulos occultos por caneluras concavas ou convexas, como constantemente se encontram nos grandes reservatorios de agua, nos tanques de ofíicinas campestres, nos de salga de peixe, nas piscinas e lavacras de alvenaria, de obra romana. As paredes lateraes são divididas por três pilastras de angulos rectos com saliência de 35 centimetros, que lhes servem de contrafortes e sustentam três arcos parallelos sobre os quaes corre uma abobada proximamente semicylindrica. As pilastras acham-se collocadas em distancias desiguaes com intervallos de 1m,50, 1m,75 e 2 metros, sendo a sua largura de 55 centimetros. Tem o eixo longitudinal orientado de ONO. a ESE. N'esta primeira orientação foi aberto o seu primeiro lanço de escada com doze degraus; occupa um espaço externo de 2m, 60 de comprimento com entrada da largura de 65 centimetros por porta de arco, donde nasce uma abobada rampante (fornix declivis), que o cobre, terminando n'outro arco 10 centimetros mais largo, que communica com o lanço interno de sete degraus até o pavimento, da largura de 70 centimetros, a que o primeiro é perpendicular. Sobre o eixo da abobada ha duas aberturas quadradas de 50 centimetros por lado. Entre a parede da escada interna (segundo lanço) e a linha de prumo lançada da primeira abortura foi medida a distancia de 90 centimetros, desviando-se a segunda da parede do fundo 1m,10. Estas duas aberturas serviriam para a extracção da agua e ventilação da cisterna, cujo terrado superior era guarnecido de muros. No lado de NNE. ha vestígios de uma escada externa por onde se faria a subida para o terrado, que talvez fosse fechado para melhor se fiscalisar o serviço do consumo da agua. Na planta junta vão cotadas as dimensões principaes. Esta cisterna, tanto externamente como no seu interior, mostra ter tido reparações, parecendo mesmo que uma d'ellas seria a de um reboco geral, e por isso é excellente o seu estado de conservação.

Grande parte da alcáçova foi construída em cima de uma plataforma artificial, suportada por um criptopórtico romano.[2] Além da alcáçova em si, esta plataforma também foi ocupada, no período islâmico, por um bairro, que tinha pelo menos quinze casas.[2] Junto às ruínas do bairro foi reconstituída uma das casas, com várias peças encontradas durante os trabalhos arqueológicos, de forma a explicar aos visitantes como era a vida quotidiana no século XII.[39]

Nas imediações da alcáçova encontra-se um cemitério, que originalmente era muito maior, como se pode constatar pelos vestígios encontrados na encosta, num local onde também se verificou a presença de um santuário da antiguidade tardia, com um baptistério.[2]

O edifício da alcáçova inclui uma torre de menagem, de planta quadrangular e de grandes dimensões, sendo semelhante às de fortalezas na região meridional do país, como Castelo de Vide, Lisboa, Beja e Estremoz.[52] Apresenta embasamento maciço e ergue-se a cerca de trinta metros de altura, coroada por ameias. O acesso ao seu interior é feito por uma porta em arco ogival, para uma ampla e alta sala, coberta por abóbada em cruzaria ogival. Atualmente, nesta sala conserva-se um valioso espólio de pedras lavradas das épocas romana, visigótica, islâmica e portuguesa até ao século XVIII.[14]

O perímetro de muralhas tem um comprimento de cerca de 1 Km, encerrando uma área com 60 mil m².[13] Contava com vários torreões, um dos quais estava situado no local da moderna Rua Alves Redol.[36] Destacam-se igualmente os grandes torreões quadrangulares no lanço setentrional da muralha, resultado de uma campanha de reforço das defesas no século XII.[3] Sobre um dos torreões foi construída a Torre do Relógio, na Rua Professor Baptista da Graça.[53]

Uma das portas das muralhas ainda sobrevivente é a da Ribeira, situada muito perto da Igreja da Misericórdia, e que no passado dava acesso às docas no Rio Guadiana.[54] Também era a partir deste ponto que se iniciava o viaduto de acesso a uma torre junto à margem do rio, sendo este conjunto conhecido como Ponte de Mértola.[55][56]

Na área do Castelo de Mértola foi descoberto um vasto e diversificado conjunto de peças de interesse arqueológico. Entre as peças muçulmanas destaca-se um anel de ouro com inscrição,[57] um amuleto em osso esculpido em forma de Khamsa (Mão de Fátima),[58] e um brinco em ouro.[59]

Vista parcial de Mértola durante a noite. No canto superior direito é visível a alcáçova.

Ver também

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Referências

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Bibliografia

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Ligações externas

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