Castelo de Xavier

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Castelo de Javier, Espanha.

O Castelo de Xavier (em castelhano: Castillo de Javier) localiza-se no termo do município de Xavier, na província e comunidade foral (comunidade autónoma) de Navarra, na Espanha.

Ergue-se em uma elevação em posição dominante sobre a vila, cerca de 52 quilómetros a leste da capital, Pamplona. O nome de Xavier provém do dialecto basco etxebarri (“casa nova”) de onde derivou "xabier" e posteriormente, "javier" em castelhano.

Neste castelo nasceu e viveu São Francisco Xavier, filho dos senhores Javier, de onde tomou o seu apelido. Por essa razão, é o destino de uma concorrida peregrinação anual, em inícios de março, em homenagem do santo padroeiro de Navarra, chamada popularmente de "Javierada".

História[editar | editar código-fonte]

Outra vista do castelo, com a Basílica de Xavier, do século XIX, que a ele está anexa.

O castelo remonta a uma fortificação muçulmana do século X, em torno do qual se desenvolveu a povoação.

Após a Reconquista cristã da região, o castelo e a povoação foram confiscados por Sancho VII de Navarra por volta de 1223 a um nobre aragonês, que havia dado esses domínios como garantia de um empréstimo de 9 000 soldos, que lhe havia sido concedido pelo monarca de Navarra. Sem conseguir arcar com o pagamento devido, no prazo acordado, passaram à posse daquele monarca. Não seria a primeira vez e nem a última, uma vez que Sancho VII foi um dos grandes financiadores da Coroa de Aragão e, graças a diversos empréstimos não honrados, assenhoreou-se de uma série de vilas e castelos, entregues como aval, que o auxiliaram a reforçar as suas fronteiras com Aragão, a saber: Escó, Peña, Petilla, Gallur, Trasmoz, Sádaba e outros.

Em 1236 o castelo foi entregue pelo Teobaldo I de Navarra a D. Adán de Sada.

Quando da anexação da Alta Navarra (Navarra peninsular) à Espanha, sob o reinado de Fernando, o Católico, na sequência da invasão castelhano-aragonesa de 1512 pelas tropas de Fadrique Álvarez de Toledo y Enríquez de Quiñones, 2° duque de Alba, o cardeal Cisneros ordenou, por decreto, a destruição das torres de todos os castelos de Navarra.

Devido ao facto de que a família de Juan de Jaso, então senhora do mesmo, defendera a independência do reino de Navarra, o cardeal Cisneros ordenou a completa demolição do castelo em 1516, ainda que apenas tenha sido realizada a demolição de sua parte fortificada,[1] a saber:

Armas dos senhores de Xavier, hoje utilizadas pela vila.
  • toda a muralha que o rodeava, encimada por ameias e seteiras;
  • atulhamento do fosso, nivelando-se o terreno circundante;
  • demolição dos portões de armas;
  • demolição das torres de planta circular;
  • demolição da ponte levadiça e, dentro das muralhas, do jardim e da casa dos coelhos;
  • rebaixamento, à metade da altura, da torre de menagem (ou de São Miguel).

Após sucessivas heranças, o castelo e a povoação passaram ao domínio da Casa de Villahermosa.

Ao final do século XIX, o castelo estava praticamente em ruínas e, por iniciativa dos seus proprietários, Maria del Cármen de Aragón-Azlor y Idiáquez, duquesa de Villahermosa, e seu esposo José Manuel de Goyeneche, conde de Guaqui, foram iniciadas obras de restauração.

O súbito falecimento, sem descendência, do conde de Guaqui (1893) fez perigar a continuação das obras por falta de fundos. Entretanto, os irmãos do conde, o marquês de Villafuerte, as duquesas de Goyeneche y Gamio e D. José Sebastián de Goyeneche, mediante escrituras passadas em cartório, a 30 de Abril de 1894 e a 9 de Março de 1895, acordaram em reconhecer à duquesa de Villahermosa o usufruto vitalício de toda a herança de seu marido, para assim poder fazer frente aos gastos das obras já iniciadas. Dada a envergadura das obras, todos os irmãos do falecido conde também participaram com fundos próprios para a restauração do castelo, a edificação de uma Basílica a ele adosada, e de moradias para sacerdotes e casas de exercícios.

Já em princípios do século XX, a duquesa de Villahermosa doou o imóvel e a Basílica à Companhia de Jesus com a condição de que os mantivesse tal como os entregou. Na cripta da Basílica descansam os restos dos que contribuíram para as obras de reconstrução do castelo e de construção da Basílica: a duquesa de Villahermosa, seu esposo, o conde de Guaqui, e os irmãos María Josefa (duquesa de Goyeneche), Carmen (duquesa de Gamio) e José Sebastián de Goyeneche y Gamio (fundador da Fundação Goyeneche).

Características[editar | editar código-fonte]

O conjunto consta de três corpos escalonados em ordem de antiguidade. No conjunto destacam-se a "Torre do Santo Cristo", o bastião e a capela (nesta última destacando-se um original crucifixo tardogótico e uma série de pinturas murais representando a dança da morte, única na Espanha), a torre de menagem (Torre de São Miguel, parte mais antiga do castelo) e o museu dedicado à vida do santo.

Em seus alicerces existem fundações e socos muçulmanos que podem ser datados do século X. No século XI constituiu-se o primeiro recinto envolvente, que compreendia as primeiras habitações. Posteriormente, no século XIII, foram acrescentados, nos quatro lados, dois corpos de planta poligonal e duas torres flanqueantes.

Notas

  1. GARDE, Iñaki Sagredo. Navarra. Castillos que defendieron el Reino. 2006. ISBN 84-7681-477-1
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