Catolicismo de esquerda (Alemanha)

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Na primeira metade do século XX, linkskatholizismus (catolicismo de esquerda) foi o termo usado para descrever as correntes dentro do catolicismo político alemão que se posicionaram à esquerda do espectro político.

Império Alemão (1871–1918)[editar | editar código-fonte]

Sob a influência do trabalho caritativo e jornalístico do "bispo dos trabalhadores" Wilhelm Emmanuel von Ketteler e Adolph Kolping, os clérigos Franz Hitze e Wilhelm Hohoff trabalharam para que a Igreja Católica e o Estado tomassem medidas voltadas à melhoria das condições de vida dos trabalhadores.

Hitze (1851-1921) foi um deputado no Paralamento Alemão (Reichstag (Império Alemão)), onde defendeu a adoção de políticas sociais.

Hohoff (1848-1923), conhecido como o "Pastor Vermelho", representou a visão de que alguns aspectos do marxismo eram compatíveis com o cristianismo[1][2][3][4]

República de Weimar 1918–1933[editar | editar código-fonte]

Em 1918, com advento da República de Weimar, as entidades católicas recuperaram mais liberdade. Nesse contexto, surgiram grupos como o "Friedensbund Deutscher Katholiken" (Associação dos Católicos Alemães pela Paz), que existiu entre 1919 e 1933.[5]

Também surgiram grupos com posições socialistas, como a "Bund der katholischen Sozialisten" (Liga dos Católicos Socialistas), que, entre 1929 e 1930, publicou a "Das Rote Blatt der katholischen Sozialisten" (A Folha Vermelha dos Socialistas Católicos). Suas principais figuras incluíram sindicalistas cristãos como Heinrich Mertens e Ernst Michel.

Também existiu o jornal "Rhein-Mainische Volkszeitung", do qual participavam jornalistas cristãos como Friedrich Dessauer, Heinrich Scharp e Walter Dirks.

Em 1920, os católicos de esquerda fundaram o Christlich-Soziale Reichspartei (Partido Social Cristão), que, a partir de 1931, passou a ser denominado como: "Arbeiter- und Bauernpartei Deutschlands" (ABPD) (Partido dos Trabalhadores e Camponeses da Alemanha).[6]

Outros importantes fatos relacionados aos católicos de esquerda na Alemanha foram obras publicadas por Ernst Michel e Theodor Steinbüchel.

Os católicos de esquerda também atuaram no setor mais a esquerda do Partido de Centro.

A repressão durante a era nazista (1933-1945) inviabilizou quase todas as atividades dos católicos de esquerda.

A partir de 1945[editar | editar código-fonte]

Diversos católicos de esquerda participaram da fundação da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU), mas sua influência foi reduzida nessas organizações com a hegemonia dos setores mais conservadores liderados por Konrad Adenauer.[7][8]

Em 1946, for fundada a "Christlich-Demokratische Arbeitnehmerschaft" (Força de Trabalho Cristã Democrata), que passou a aglutinar os setores mais a esquerda dentro da CDU.[9]

A participação dos católicos no Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) era muito restrita, devido à forte postura antimarxista da Igreja Católica, até o papado de João XXIII, que iniciou um processo de mitigação dessa postura.

Referências

  1. Müller, Franz: Franz Hitze und sein Werk. Hamburgo/Berlin/Leipzig 1928.
  2. Klaus Kreppel: Entscheidung für den Sozialismus. Die politische Biographie Pastor Wilhelm Hohoffs 1848–1923. (Schriftenreihe des Forschungsinstituts der Friedrich-Ebert-Stiftung 114), Bonn-Bad Godesberg 1974.
  3. Klaus Kreppel: Wilhelm Hohoff – der „rote Pastor“ und die katholischen Sozialisten. In: Günter Ewald (Org.): „Religiöser Sozialismus.“ Stuttgart-Berlin-Köln-Mainz 1977 (Kohlhammer T-Reihe Bd. 632), S. 79–90.
  4. Walter Dirks: Wilhelm Hohoff – ein Priester und Sozialist. In: kritischer Katholizismus. Köln. 4. Jg. 1971. Nr. 6. Ebenso Wilhelm Weber: Priester und Sozialist? Zum 50. Todestag des Paderborner Priesters Wilhelm Hohoff. In: Rheinischer Merkur. Bonn. 2. Februar 1973.
  5. Siehe: Klaus Kreppel: In der Verbannung. Pater Franziskus Stratmann zum Gedenken. In: „kritischer Katholizismus“ Nr. 8/ Colônia 1971.
  6. Klaus Kreppel: Der soziale Katholizismus Deutschlands und die November-Revolution 1918. In: „werkhefte – zeitschrift für probleme der gesellschaft und des katholizismus.“ 25. Jahrgang. Munique. Heft 1. Janeiro 1971, S. 15–23.- Ders: Die Diskussion sozialistischer Grundbegriffe im sozialen Katholizismus. In: „werkhefte – zeitschrift für probleme der gesellschaft und des katholizismus.“ 25. Jahrgang. Munique. Heft 4. April 1971, S. 111–121. Ders: Feuer und Wasser. Katholische Sozialisten in der Weimarer Republik. In: „kritischer Katholizismus. Zeitung für Theorie und Praxis in Gesellschaft und Kirche.“ Früher Rothenfelser Hefte. 4. Jahrgang Colônia 1971. Nr. 6, S. 4.
  7. Mein Gott – was soll aus Deutschland werden. Adenauer und der Klerus – Adenauer und die Sozialisten. 5. Fortsetzung. In: Der Spiegel. Nr. 45, 1961, S. 47–60 (online – 1. novembro 1961), em alemão, acesso em 02/05/2021.
  8. 60 JAHRE CDU VERANTWORTUNG FÜR DEUTSCHLAND UND EUROPA, em alemão, acesso em 02/05/2021.
  9. Die Wiege der CDA steht in Köln, em alemão, acesso em 02/05/2021.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]